DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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Olá, pessoal! Chegamos ao nosso sétimo módulo. Falaremos da petição inicial, da(s) resposta(s) do réu e do fenômeno da revelia.

Transcrição:

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ASPECTOS PROCESSUAIS DA REFORMA TRABALHISTA (Lei 13.467/2017) Prof. Antero Arantes Martins

ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO

INTRODUÇÃO

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução. Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] Art. 5º - [...] XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução. Ser um Estado de direito (art. 1º, CF) significa dizer não à barbárie e à selvageria, ou, em outras palavras, garantir à todo aquele que estiver sob o território nacional o império da ordem jurídica. A consequência lógica da afirmação anterior é que o próprio Estado deve estar à disposição daquele que sentir que seu direito foi violado para solucionar seu conflito, o que implica em dizer que uma das consequências evidentes do Estado de Direito é o livre acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, CF) Entretanto, garantir o acesso ao Poder Judiciário apenas àqueles que têm recursos financeiros para custear a demanda não é, de fato, garantir livre acesso e nem promover o Estado de Direito, pois a todos aqueles excluídos desta via de proteção resta apenas a selvageria ou a submissão à vontade do mais forte.

Estado de direito (Art. 1º, CF) Devido Processo Legal (Art. 5º, LIV, CF) Livre Acesso ao Poder Judiciário (Art. 5º, XXXV, CF) Assistência Judiciária Integral e gratuita (Art. 5º, LXXIV, CF)

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução. Daí porque é elementos concretizador do livre acesso ao Poder Judiciário e, portanto, ao próprio Estado de Direito a garantia de assistência judiciária integral e gratuita a quem comprovar insuficiência econômica. Portanto, para assegurar o cumprimento de sua função constitucional, a Justiça do Trabalho, como qualquer outro ramo do direito, deve estar de portas abertas a todos aqueles que dela necessitam. Não se pode intimidar aquele que pretende, legitimamente, discutir judicialmente a violação de seu direito, com ameaças relativas à imposição de pagamento do custo da ação, notadamente àquele que não pode custeá-la.

OBTENÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA e SUA MANUTENÇÃO

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Redação anterior Nova redação Art. 790. [...] 3 o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, (continua) ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. X Art. 790. [...] 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do regime geral de previdência social. X 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Duas formas de obtenção da Justiça Gratuita: A) Receber salário inferior a um teto. A reforma altera o dobro do mínimo legal (R$ 1.874,00) por 40% do limite máximo do RGPS (R$ 5.645,80 x 40% = R$ 2.258,32). Neste caso não precisa de declaração ou prova. B) Comprovar insuficiência de recursos. Comentário: Troca declarar a insuficiência por comprovar. Discussão: Como comprovar? CLT silencia. Logo, aplicação supletiva do CPC (Art. 15). Logo, aplica o art. 99, 3º:

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Art. 99 -... 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. No mesmo sentido a Súmula 463, I do C. TST que, apesar de anterior à reforma, continua atual.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. E mais! Verifique-se a regra de ônus da prova: Provar a insuficiência de recursos é provar que não tem recursos, ou seja, determinar à parte que façar uma prova negativa. Daí porque basta afirmar. A parte contrária, ao impugnar, é de que deve fazer a prova positiva no sentido de que existem recursos. Neste sentido recentíssima decisão nos autos do TST-E-ARR-464-35.2015.5.03.0181, da SBDI-1, em 08/02/2018.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Neste sentido o recente julgado do C. TST (Processo: RR - 1375-28.2015.5.02.0067 ). RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE JURIS TANTUM. RECEBIMENTO DE ALTO SALÁRIO NO CURSO DA RELAÇÃO DE EMPREGO. IMPOSSIBILIDADE DE SE PRESUMIR A CAPACIDADE ECONÔMICA A DESPEITO DA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA FIRMADA PELA PARTE.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. (...) Ou seja, para afastar a presunção decorrente da declaração do próprio reclamante, a parte contrária também tinha o ônus de alegar e provar que, após a rescisão do contrato de trabalho por eles mantido, o autor estava em situação econômica que não permitisse afirmar sua pobreza no sentido legal (e que o valor recebido na rescisão também não é suficiente para tanto). (...) (PROCESSO Nº TST-RR-1375-28.2015.5.02.0067 2ª Turma -JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA - Ministro Relator Pub: 06/10/2017)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Para indeferir é preciso que existam elementos de falsidade de declaração e concessão de prazo, prévio, para a prova do preenchimento dos requisitos: Art. 99 -... 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Pode o Juiz produzir estes elementos de ofício (redes sociais, por exemplo)? Assistência judiciária integral significa que o juridicamente pobre não paga nada. Concedidos os benefícios da Justiça gratuita, nenhum ônus deve ser imposto ao beneficiário, sob pena de ofensa direta ao comando do art. 5º, LXXIV da CF.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. O Decreto-Lei 1.569/77 autoriza, em seu art. 5º, que o Ministro da Fazenda possa determinar a não inscrição do débito na dívida ativa e, ainda, uma vez inscrito, a sua não execução. Art 5º Sem prejuízo da incidência da atualização monetária e dos juros de mora, bem como da exigência da prova de quitação para com a Fazenda Nacional, o Ministro da Fazenda poderá determinar a não inscrição como Dívida Ativa da União ou a sustação da cobrança judicial dos débitos de comprovada inexequibilidade e de reduzido valor. Amparado neste Decreto-Lei, o Ministro da Fazenda baixou Portaria nº 75/2012 que determina, em seu art. 1º, inciso, a hipótese de não inscrição de dívidas de valor igual ou inferior a R$ 1.000,00 (Um mil reais) e a não execução de dívidas em valor até R$ 20.000,00 (Vinte mil reais). Art. 1º Determinar: I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito de um mesmo devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais); e II - o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Nas duas hipóteses acima tem-se o reconhecimento de uma dívida existente, mas, em condição suspensiva de exigibilidade, já que o credor não tem interesse na execução. Sendo assim, o pagamento é inexigível e, portanto, também não pode ser exigido para a propositura de nova ação.

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita. Lembrar, porém, que a parte pode perder o benefício se, por fato futuro, deixar de ser pobre. Neste sentido o art. 100 do CPC: Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso. Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa. Décuplo = Dez vezes maior

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS e o beneficiário da JUSTIÇA GRATUITA

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Redação anterior Nova redação X 4 o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS O que é crédito capaz de suportar a despesa? Será aquele matematicamente superior à despesa, mas que mantém o beneficiário na condição de pobreza OU Será aquele capaz de retirar o beneficiário da condição de pobreza?

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Quando posso considerar que o crédito retirou o beneficiário da condição de pobreza? Min. Barroso: O que superar o teto da previdência pode ser penhorado em 30%; CPC: O que exceder a 50 salários mínimos, pela metade

Penhora do Salário no CPC. Art. 833 do Código de Processo Civil. IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o 2o; 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, 8o, e no art. 529, 3o. (50% dos ganhos)

Créditos trabalhistas na Falência Lei 11.101/2005: Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; (...) VI créditos quirografários, a saber: (...) c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS e a SUCUMBÊNCIA PARCIAL

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Redação anterior Nova redação X 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS O que é procedência parcial? Dentro do pedido ou entre pedidos? Lembrar Súmula 326 do C. STJ: STJ-326: Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca. É específica para dano moral, mas, a sua ratio é no sentido de que a parte não pode estimar o quantum da sucumbência ao propor a ação. Pode-se sustentar a sua aplicação a outros temas.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EXECUÇÃO ou COMPENSAÇÃO?

JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS. Condenação em honorários advocatícios: Execução ou dedução do crédito? CC: Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS e a BASE DE CÁLCULO

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Redação anterior Nova redação X Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurálo, sobre o valor atualizado da causa.

JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS. Liquidação de sentença = condenação; Proveito econômico da ação = Só para o autor. Réu não tem proveito econômico (no máximo deixa de pagar). Valor da causa não for possível mensurar (medir). O que? O proveito econômico. (... mensurá-lo... )

JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS. Conclusão: A lei NÃO FIXOU base de cálculo dos honorários advocatícios devidos em favor do réu. Observar que a Lei 13.467/2017 NÃO COPIOU o 6º do art. 85 do CPC: 6o Os limites e critérios previstos nos 2o e 3o aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBÊNCIA E CAUSALIDADE?

JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS. O art. 791-A da CLT trata explicitamente de honorários de sucumbência (situação em que há um vencido e um vencedor). O 6º do art. 85 do CPC não foi transcrito. Logo, não existe previsão de condenação em honorários advocatícios para as ações extintas sem resolução do mérito e no arquivamento, porque nestes casos não há vencidos e vencedores.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBÊNCIA RECURSAL E NA EXECUÇÃO

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Não esquecer da sucumbência recursal e honorários advocatícios na execução. Art. 791-A, 5º é omisso (O art. 85, 1º do CPC foi transcrito parcialmente para a CLT), atraindo a sua aplicação subsidiária. 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PROCESSOS ANTERIORES A 11/11/2017

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Processos distribuídos anteriormente ao início da vigência da Lei 13.467/2017 (11/11/2017). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SINDICAL. A Corte Regional deferiu o pedido de pagamento de honorários advocatícios sem que o reclamante estivesse assistido por sindicato da categoria. Até a edição da Lei 13.467/2017, o deferimento dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho estava condicionado ao preenchimento cumulativo dos requisitos previstos no art. 14 da Lei 5.584/70 e sintetizados na Súmula nº 219, I, desta Corte (sucumbência do empregador, comprovação do estado de miserabilidade jurídica do empregado e assistência do trabalhador pelo sindicato da categoria). A Lei 13.467/2017 possui aplicação imediata no que concerne às regras de natureza processual, contudo, a alteração em relação ao princípio da sucumbência só tem aplicabilidade aos processos novos, uma vez que não é possível sua aplicação aos processos que foram decididos nas instâncias ordinárias sob o pálio da legislação anterior e sob a qual se analisa a existência de violação literal de dispositivo de lei federal. Verificada contrariedade ao entendimento consagrado na Súmula n.º219, I, do TST. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (PROCESSO Nº TST-RR-20192-83.2013.5.04.0026, CILENE FERREIRA AMARO SANTOS - Desembargadora Convocada Relatora)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS IN 41/TST: Art. 6º Na Justiça do Trabalho, a condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, prevista no art. 791-A, e parágrafos, da CLT, será aplicável apenas às ações propostas após 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). Nas ações propostas anteriormente, subsistem as diretrizes do art. 14 da Lei nº 5.584/1970 e das Súmulas nos 219 e 329 do TST.

HONORÁRIOS PERICIAIS

JUSTIÇA GRATUITA. Honorários periciais. Redação anterior Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita. Nova redação X Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita (Art. 790-B) Inexistente X 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Inexistente X 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. Inexistente X 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. Inexistente X 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo.

JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA. Caput: Afasta os honorários periciais do alcance da Justiça gratuíta. Ver parágrafo 4º (desde que tenha proveito econômico com a ação). 1º: O limite máximo é fixado para o pagamento pelos cofres públicos. Risco de ausência ou queda na qualidade dos peritos. 2º: Pode deferir o parcelamento. O parcelamanto será na execução ou logo após a perícia? 3º: Não pode exigir depósito prévio.. Incorpora jurisprudência consolidada do TST. 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo. Novidade. Perde a condição de pobreza se da ação resultar proveito econômico capaz de suportar a despesa, mesmo que em outra ação.

JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA. Questões interessantes para argumento. Empregado não tem conhecimento técnico para identificar agentes agressores. Tanto que o TST tem súmula reconhecendo o direito ao adicional de insalubridade por agente diverso daquele indicado na petição inicial (Súmula 293, TST). Empregado tem dificuldade em fixar nexo causal e de concausa em determinadas doenças. Existem muitas divergências entre laudos da justiça comum, nas ações acidentárias e laudos da justiça do trabalho nas ações indenizatórias. Nem todo pedido é desarrazoado ou inconsequente. Existem situações de dúvida razoável. Aplicar este dispositivo em qualquer circunstância implica em intimidar do trabalhador na busca de solução para seu conflito negando, em última análise, acesso ao Poder Judiciário.

JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA. IN 41/TST: Art. 5º O art. 790-B, caput e 1º a 4º, da CLT, não se aplica aos processos iniciados antes de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017).

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. Redação anterior Nova redação Inexistente (Art. 79, CPC) Inexistente (Art. 80, CPC) X X Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente. Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: I deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II alterar a verdade dos fatos; III usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI provocar incidente manifestamente infundado; VII interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. Inexistente (Art. 81, CPC) Inexistente (Art. 81, 1º CPC) Inexistente (Art. 81, 2º CPC). Troca 10 salários mínimos por 2 x o limite máximo dos benefícios do RGPS Inexistente (Art. 81, 3º CPC) X X X X Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. Dupla punição à testemunha que falta com a verdade. Penal e civil X Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. Não estabelece o credor da multa. X Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo se dará nos mesmos autos.

PRAZOS PROCESSUAIS, PRESCRIÇÃO e OUTRAS FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

PRAZOS PROCESSUAIS

PRAZOS PROCESSUAIS Redação anterior X Nova Redação Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte. X Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. X 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I quando o juízo entender necessário; II em virtude de força maior, devidamente comprovada. Inexistente X 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. (NR)

PRAZOS PROCESSUAIS Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Prazos serão contados em dias úteis. Prejuízo à celeridade, mas, maior racionalidade. IN 39 do C. TST havia fixado que os prazos em dias úteis não eram aplicáveis no Processo trabalhista. 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I quando o juízo entender necessário; II em virtude de força maior, devidamente comprovada Fim da discussão sobre prazos peremptórios e dilatórios. São todos dilatórios de modo que o juiz pode prorrogar (nunca reduzir), sempre que entender necessário. 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. Diferença entre prorrogar ( 1º - inicia no prazo legal e depois é ampliado) e dilatar ( 2º - Já concede o prazo ampliado). ATENÇÃO: Alterar a ORDEM da produção da prova é diferente de alterar o ônus da prova, tema tratado em outro artigo (818, 1º).

PRESCRIÇÃO

Prescrição. Redação anterior Art. 11 - O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve: I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato; Il - em dois anos, após a extinção do contrato de trabalho, para o trabalhador rural. X X Nova redação Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. REVOGADOS INEXISTENTE X 2 o Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. INEXISTENTE X 3 o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.

Prescrição. Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Sem grandes novidades. Reproduz os prazos constitucionais e substituição ação por pretensão. 2 o Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. Sem novidade. Incorpora a Súmula 294 do C. TST há muito aplicada sem contestações. 3 o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos. Questão para o somente. E as demais hipóteses de interrupção da prescrição do art. 202 do Código Civil. Parece aplicável supletivamente. Discutir aplicação supletiva de subsidiária.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INEXISTENTE X Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. INEXISTENTE X 1 o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. INEXISTENTE X 2 o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. Fim da discussão entre a Súmula 327 do E. STF e a 114 do C. TST. Aplica-se a prescrição intercorrente. Harmonia com o art. 884, 1º da CLT. 1 o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. Caberá ao advogado atenção para não deixar cumprir determinação. Ausência de bens? (segue)

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Ausência de bens? Combinar com o art. 774, V do CPC. Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: [...] V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. É dever do devedor indicar quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e não do credor. Logo, não se pode falar que o exequente deixou de cumprir determinação judicial 2 o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição. Fim de outra discussão. É possível a declaração de prescrição de ofício no processo do trabalho. Vale também para as outras ou só para a intercorrente? Em qualquer grau de jurisdição? Inclusive TST e STF? Penso que não. Prescrição é matéria de fato.

ARBITRAGEM, QUITAÇÃO ANUAL e ACORDO JUDICIAL (Jurisdição Voluntária)

CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DEARBITRAGEM e QUITAÇÃO ANUAL. Redação anterior Nova redação Inexistente X Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei n o 9.307, de 23 de setembro de 1996. Inexistente X Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. Inexistente X Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.

CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM. Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na no 9.307, de 23 de setembro de 1996. Para empregados que recebem salário superior a R$ 11.062,62 está autorizado o pacto de arbitragem. Discussão: Faz remissão à Lei 9.307/96. Esta Lei exige que os direitos sejam disponíveis. Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Os direitos trabalhistas são disponíveis? O CDC considera nula a cláusula de convenção de arbitragem na relação de consumo porque o consumidor é hipossuficiente. (Art. 51, VII). É possível a acessar o Poder Judiciário se o árbitro ou a câmara arbitral não decidir o conflito, após frustrada a conciliação? Lei

Quitação anual de débitos. Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dosempregados da categoria. Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas. Comentário: Novidade. Destaque para: Discriminação das obrigações mês a mês. OK. E valores? Precisa discriminar? Eficácia liberatória das parcelas. Mesmo que não discrimine os valores? E se discrimina os valores e estes forem menor do que os devidos. A norma fala em quitação e não em transação.

Acordo Judicial. Jurisdição voluntária. Redação anterior Inexistente Inexistente Inexistente Nova redação X Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:... f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. X Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. X 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. Inexistente X 2 o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.

Acordo Judicial. Jurisdição voluntária. Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:... f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. Cria procedimento de jurisdição voluntária de há muito inexistente na Justiça do Trabalho. Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. 2 o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. Lembrar que o Juiz não é obrigado a homologar o acordo e, ainda, pode restringir os efeitos da homologação. Cuidado especial com as casadinhas. O advogado deve ser escolhido pelo empregado e não pelo empregador. Verificar crime de patrocínio infiel.

Acordo Judicial. Jurisdição voluntária. Inexistente X Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no 6 o do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no 8 o art. 477 desta Consolidação. Inexistente X Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. Inexistente X Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Inexistente X Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

Acordo Judicial. Jurisdição voluntária. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no 6 o do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no 8 o art. 477 desta Consolidação. O acordo não é para substituir a rescisão do contrato. Pode-se até concluir que sem o pagamento da rescisão do contrato o procedimento seria inadmissível. A conferir. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. Prazo impróprio, eis que não há consequência. A conferir a capacidade da Justiça do Trabalho em receber este volume e se haverá criação de órgãos especiais para este fim. Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. Atenção que a hipótese é de suspensão e não interrupção da prescrição e somente para os direitos nela especificados. Mas e a pretensão for de quitação integral do contrato a suspensão será para todos os direitos?

PROCESSO NO PRIMEIRO GRAU

PETIÇÃO INICIAL (Indicação de valor)

PETIÇÃO INICIAL Redação anterior Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. X IDEM Nova redação X 1 o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. X 2 o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no 1 o deste artigo. INEXISTENTE X 3 o Os pedidos que não atendam ao disposto no 1 o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito.

PETIÇÃO INICIAL Art. 840 -... 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. Pedido com valor para todas as ações. Questões: Deve ter demonstrativo? Limita a condenação mesmo que na liquidação se apure um valor superior?

PETIÇÃO INICIAL. Interpretação gramatical. A leitura atenta deste dispositivo demonstra que a parte autora deve indicar o valor do pedido. Entretanto, indicar o valor do pedido é diferente de apresentar pedido calculado, liquidado e demonstrado. O verbo transitivo direto indicar foi utilizado na oração com o sentido de mencionar, esboçar levemente. (Dicionário Aurélio on line : https://dicionariodoaurelio.com/indicar - consulta realizada em 16/08/2018 às 14:55 horas). A indicação do valor é, como a própria expressão sugere, mero delineamento ou esboço da idéia de valor que o pedido pode ter, sem a pretensão de ser exato ou matematicamente demonstrado com planilha de cálculos.

PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Histórica. Esta expressão não é nova no processo do trabalho. O art. 852-B da CLT, incluído pela Lei 9.957/2000, em seu inciso I estabelece: Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; (sem grifos no original). Portanto, quando do advento da Lei 13.467/2017, denominada de reforma trabalhista, vigia há mais de dezessete anos, norma jurídica que determinava ao autor, nas ações enquadradas no rito sumaríssimo, a indicação do valor e a jurisprudência de há muito estava consolidada no sentido de que: a) esta indicação não precisa ser acompanhada de memória de cálculo ou demonstrativo, já que é meramente sugestiva e não exata e; b) os valores indicados não são limitadores da condenação quando da fase de liquidação de sentença.

PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Sistemática. A corroborar esta posição, além da interpretação gramatical e histórica retro realizada, há que se verificar a análise sistemática do processo. Se a petição inicial tivesse que ser liquidada e matematicamente demonstrada, então da contestação deveria impugnar também os cálculos da pretensão (princípio da concentração e da defesa específica), atraindo para a fase cognitiva do processo a discussão não apenas do an debeatur, mas, também, do quantum debeatur. E, se assim fosse, caberia ao julgador, já na sentença, dirimir também este conflito que lhe foi posto pelas partes, qual seja, a fixação do cálculo correto sobre o direito vindicado. Dito de outra forma, estaria o julgador obrigado a proferir sempre sentença líquida, o que acabaria com a fase de liquidação de sentença. Ocorre que a Lei 13.467/2017 não acabou com a fase de liquidação de sentença. Ao revés! A fortaleceu! De fato, a referida Lei tornou obrigatório o contraditório nesta fase (na redação anterior do art. 879 da CLT o contraditório era possível, mas, não obrigatório).

PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Teleológica. Por fim, o art. 5º da (LINDB) determina expressamente ao Juiz que, ao interpretar a norma jurídica, busque seu fim social e atenda às exigências do bem comum. Aqueles que conhecem a realidade do processo do trabalho sabem que os cálculos trabalhistas são complexos e, muitas vezes, dependem de elementos que o trabalhador não dispõe. Destarte, dois caminhos são possíveis: (a) ou a Justiça do Trabalho vai permitir que a indicação do valor seja feita da forma aproximada ou (b) terá que permitir o procedimento de tutela de urgência preparatória para exibição de documentos a fim de que o autor possa elaborar seus cálculos com exatidão. Esta segunda alternativa, porém, não parece ser a que atenda ao fim social da norma e às exigências do bem comum, na medida em que: (i) atenta contra a duração razoável do processo (direito constitucional de primeira grandeza) e (ii) dificulta o acesso ao Poder Judicial (outro direito constitucional de primeira grandeza) e, ainda, (iii) atravancaria o funcionamento da Justiça do Trabalho, afrontando a regra da eficiência da administração pública (outra garantia constitucional), porque traria para a fase de cognição a discussão sobre acertos e desacertos de cálculos sobre direitos que sequer foram reconhecidos, além da proliferação de tutelas de urgência para produção antecipada de provas.

PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Teleológica. Portanto, por qualquer método interpretativo que se utilize (gramatical, histórico, sistemático ou teleológico), não prevalece a interpretação no sentido de que o art. 840, 1º da CLT estaria a exigir a apresentação de pedido liquidado de forma matematicamente demonstrada.

PETIÇÃO INICIAL Parágrafo segundo nada muda. 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no 1o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. Há necessidade de terminar a emenda? (art. 321, CPC). Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. Redação anterior Art. 800 - Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir. Nova redação X Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. INEXISTENTE X 1 o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. INEXISTENTE X 2 o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. INEXISTENTE X 3 o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. INEXISTENTE X 4 o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. (NR)

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. Não mais em audiência e não mais como preliminar de contestação. Prazo de cinco dias da notificação. 1 o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. Se houver prazo suficiente, desnecessário remarcar a audiência. 2 o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. Intimará? Mesmo que já tenha elementos para decidir a favor do excepto? Penso que não. 3 o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. A idéia é não obrigar o réu a ir ao Juízo incompetente. 4 o Sem comentários necessários.

PREPOSTO

COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA. PREPOSTO. Art. 843 [...] 3º O preposto a que se refere o 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada. Derruba a Súmula 327 do C. TST. Preposto é, por definição, não empregado. Logo, não tem mesmo sentido que se exija que o preposto seja empregado.

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (Arquivamento)

Ausência do reclamante. Redação anterior Art. 844 O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o nãocomparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato Parágrafo único Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência. X IDEM Nova redação X 1 o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. INEXISTENTE X 2 o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. INEXISTENTE X 3 o O pagamento das custas a que se refere o 2 o é condição para a propositura de nova demanda.

Ausência do reclamante. 1 o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. Evidente. Apenas as ausências injustificadas geram penalidade processual (arquivamento ou revelia). Deve o juiz suspender e mandar justificar? 2 o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. Questão interessante. Se a ausência ocorreu por motivo justificável, então não poderia haver arquivamento. A imposição de custas até àquele que goza do benefício da justiça gratuita, a meu ver, fere o direito constitucional de livre acesso do Poder Judiciário. 3 o O pagamento das custas a que se refere o 2 o é condição para a propositura de nova demanda. Novamente há clara intenção de impedir o acesso ao Poder Judiciário. Questão: Se é condição, deve ser anterior à propositura da ação. Então, novo pedido de Justiça gratuita não poderia alcançar as custas da ação anterior.

AUSÊNCIA DA RECLAMADA (Revelia? Confissão?)

Ausência da Reclamada. Redação anterior Nova redação INEXISTENTE X 4 o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. INEXISTENTE X 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.

Ausência da Reclamada. 4 o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; Lembrar que ação não é processo. É pretensão deduzida em Juízo. Em outras palavras, o pedido não contestado pelo reclamado presente implica, sim, no efeito da refelia. II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; Só quando o trabalhador for réu, já que a pessoa jurídica não tem direitos indisponíveis. III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; Cópia do CPC. Aqui parece inaplicável. Não vislumbro ato que exija prova que a lei considere indispensável. Entretanto, se houver, não se dará a presunção de verdade deste fato ou ato.

Ausência da Reclamada. IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. A presunção é relativa e é meio de prova. O que é inverossímil é absurdo e o absurdo se rejeita de plano, não adentrando ao campo provatório. E, como a presunção é relativa, admite prova em contrário. Nenhuma novidade. 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. Aqui sim enorme novidade. Derruba a Súmula 122 do C. TST. Questão. E se ausente o advogado, mas, já protocolada a contestação no PJe? Não há revelia porque há defesa? Há revelia porque o comparecimento à audiência é obrigatório.

DEFESA DO RÉU

DEFESA Redação anterior Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. X IDEM Nova redação INEXISTENTE X Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência. (NR) INEXISTENTE X ART. 841, 3 o Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. (NR)

DEFESA Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência. (NR) Embora o caput tenha mantido a apresentação em audiência no prazo de 20 minutos, o parágrafo acrescido permite a apresentação de defesa escrita antecipada, de modo que não se pode falar em intempestividade. ART. 841, 3 o Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. O arquivamento pode ser considerado uma forma de desistência? Estaria aqui envolvido nesta proibição?

ÔNUS DA PROVA e INVERSÃO

ÔNUS DA PROVA. Redação anterior Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer. X Nova redação Art. 818. O ônus da prova incumbe: I ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. INEXISTENTE X 1 o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. INEXISTENTE X 2 o A decisão referida no 1 o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. INEXISTENTE X 3 o A decisão referida no 1 o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (NR)

ÔNUS DA PROVA. Regra geral. Art. 818. O ônus da prova incumbe: I ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. Repete a regra do Processo Civil, consagrada no art. 333 do CPC de 1973 e repetida no atual CPC no art. 373. Constitutivo é o fato alegado na exordial (causa de pedir remota); Modificativo, extintivo ou impeditivo são os fatos alegados em defesa para alterar os efeitos jurídicos do fato constitutivo que foi reconhecido. Em outras palavras, para alegar um destes fatos o réu deve aceitar o fato constitutivo que, assim, fica incontroverso e, portanto, não precisa mais ser provado.

ÔNUS DA PROVA. Princípio da aptidão. Inversão do ônus da prova. Situação em que, pela regra anterior, seria de uma parte, passa à outra. 1 o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. De regra será aplicado em favor do trabalhador, por ter o empregador maior facilidade na produção da prova. 2 o A decisão referida no 1 o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. Questão: A decisão do Juiz instrutor em não inverter o ônus da prova o Juiz julgador está vinculado a esta decisão? E o Tribunal? Caso não esteja, qual a solução. 3 o A decisão referida no 1 o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (NR)

DEPÓSITO RECURSAL

DEPÓSITO RECURSAL Redação anterior Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. 4º - O depósito de que trata o 1º far-se-á na conta vinculada do empregado a que se refere o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, aplicando-se-lhe os preceitos dessa Lei observado, quanto ao respectivo levantamento, o disposto no 1º 5º - Se o empregado ainda não tiver conta vinculada aberta em seu nome, nos termos do art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, a empresa procederá à respectiva abertura, para efeito do disposto no 2º. (Redação dada pela Lei nº 5.442, 24.5.1968) X IDEM Nova redação X 4 o O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. X REVOGADO

DEPÓSITO RECURSAL. 4o O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. Revogação do parágrafo quinto. Comentário: Fim do depósito em conta do FGTS. O depósito agora será à disposição do Juízo (depósito judicial), o que é muito mais racional.

DEPÓSITO RECURSAL Redação anterior Nova redação INEXISTENTE X 9 o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. INEXISTENTE X 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. INEXISTENTE X 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. (NR)

DEPÓSITO RECURSAL. 9 o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. Auto-explicativo. Há necessidade, entretanto, de demonstrar esta condição. 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. Fim de polêmica quanto à possibilidade de insenção de depósito recursal. 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. Cria nova figura. Questão é verificar a idoneidade, extensão temporal e valor da fiança ou seguro garantia.

EXECUÇÃO

Legitimidade ativa para a execução Redação anterior Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex-officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. Parágrafo único - Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho. Nova redação X Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. X REVOGADO

Atuação do Juiz na execução. Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. A execução é mera fase processual e não ação autônoma. Logo, pelo Princípio do Impulso Oficial, depois de provocado com a petição inicial, o Juiz deve promover o andamento do processo até o seu final. (CPC) Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Este artigo foi alterado apenas para possibilitar a declaração de prescrição intercorrente. Lembrar que liquidação de sentença não faz parte da execução. COMENTÁRIO: Esse dispositivo somente será aplicado para a citação inicial da execução (ver art. 880 da CLT). Promovida a citação, o impulso oficial cuidará de determinar ao Juiz que promova os atos executivos até o final da ação. Ainda assim é um absurdo.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Redação anterior Nova redação Inexistente X Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil. Inexistente X 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do 1º do art. 893 desta Consolidação; II na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III cabe agravo interno se proferida pelo relator, em incidente instaurado originariamente no tribunal Inexistente X 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 Código de Processo Civil.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Reproduz a instrução normativa 39 do C. TST que já era aplicável na Justiça do Trabalho. Praticamente não há novidade. IN 39/TST: Art. 6 Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica regulado no Código de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a iniciativa também do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878 Esta parte foi excluída pela Lei). 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do art. 893, 1º da CLT; II na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III cabe agravo interno se proferida pelo Relator, em incidente instaurado originariamente no tribunal (CPC, art. 932, inciso VI). 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do 2o. 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Iniciativa: Da parte ou do MPT quando couber a este interveir no processo (Art. 133, CPC); Não cabe mais ao Juiz, ex officio, na execução (novo Art. 878, CLT), salvo se a parte estiver sem advogado. Pressupostos previstos em Lei: Art. 50 do CC x Art. 28 do CDC x Art. 135 do CTN. Admite desconsideração invertida Da pessoa física para pessoa jurídica. Cabe em qualquer fase (Conhecimento, liquidação, cumprimento de sentença e ação de execução por título extrajudicial).

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Se requerida na petição inicial não haverá incidente (A questão será decidida no transcurso do próprio processo). Instaurado o incidente comunica-se de imediato o distribuidor (Importante para evitar a fraude à execução.). Suspende o processo, mas admite tutela de urgência. (Efetividade da medida). Lembrar que se for na petição inicial não haverá incidente e, assim, não haverá suspensão. Ver recomendação GCGJT (Gabinete da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho) 01/2016 que trata da revogação pelos Tribunais Regionais de previsões internas para regrar a desconsideração.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Recorribilidade: Decisão proferida na fase de conhecimento. É interlocutória e, assim, não admite recurso de imediato. Manifestar o inconformismo (protesto) e rediscutir como preliminar de recurso; Decisão proferia na fase de execução, ainda que interlocutória, admite agravo de petição, independentemente da garantia do Juízo (lembrar, entretanto, que admite tutela de urgência = arresto de bens) Decisão proferida pelo Relator em grau recursal, cabe agravo interno para o órgão colegiado.