Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia

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Transcrição:

Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia Seedling Emergence and Flowering of Watermelon Accessions Jacqueline de Aleluia Costa 1, Rita de Cássia Souza Dias 2, Simone de Souza Santos 3, Kátia Mylena NonatoS. S. Andrade 4, Paloma Clementino Cruz Lubarino 5 Resumo O objetivo deste trabalho foi verificar a emergência de plântulas e o florescimento em acessos de melancia do BAG de Cucurbitáceas do Nordeste brasileiro. O ensaio foi conduzido sob delineamento experimental de blocos casualizados, com 26 acessos, três repetições e dez plantas por parcela. Foi avaliado o percentual de sementes emergidas, índice de velocidade de emergência e floração masculina e feminina. Verificou-se que 65,38% dos acessos avaliados apresentaram mais de 90% de sementes emergidas, enquanto os demais variaram de 54,29% a 88%. Observou-se que o aparecimento da primeira flor masculina nos acessos variou de 35 a 40 dias após o plantio. Em relação à floração feminina, os acessos BGCIA 2, BGCIA 714, BGCIA 811, BGCIA 864, BGCIA 882 e BGCIA 979 foram mais precoces, com florescimento entre 38 e 42 dias após o semeio; enquanto os mais tardios (48 a 51 dias) foram BGCIA 36, BGCIA 40, BGCIA 115 e BGCIA 849. Os acessos BGCIA 865 e BGCIA 036 deverão ser submetidos a um cuidadoso processo de regeneração/ multiplicação para evitar possíveis perdas da viabilidade das suas sementes no decorrer dos anos. Os acessos BGCIA 2, BBCIA 714, 1 Estudante de Ciências Biológicas, UPE, estagiária da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 2 Engenheira-agrônoma, D.Sc. Genética e Melhoramento Vegetal, pesquisadora da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE, rita.dias@embrapa.br. 3 Estudante de Ciências Biológicas, UPE, Petrolina, PE. 4 Bolsista CNPq/Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 5 Estudante de Agronomia, UNEB-DTCS, Juazeiro, BA.

112 Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia BGCIA 811, BGCIA 864 e BGCIA 882 apresentam potencial para serem utilizados em programas de melhoramento de melancia visando à precocidade. Palavras-chave: Citrullus spp., precocidade, germinação, recursos genéticos. Introdução O estabelecimento rápido e uniforme das plântulas no campo é prérequisito fundamental para se alcançar bom estande e se ter garantia da produtividade e qualidade do produto colhido (NASCIMENTO, 2005). Além de boa emergência de plântulas e elevado vigor, a precocidade também é uma característica desejável, pois quanto mais precoce, mais rápida será a colheita, reduzindo os custos com insumos e possibilitando a entrada dos frutos mais cedo no mercado, conferindo à cultivar grandes vantagens comerciais. A multiplicação, caracterização e avaliação de acessos são etapas muito importantes, pois é possível identificar caracteres que podem ser interessantes para o melhoramento, como tamanho e forma do fruto, cor da polpa, sólidos solúveis, prolificidade, precocidade e dormência em sementes (QUEIROZ et al., 1996). O objetivo deste trabalho foi verificar a emergência de plântulas e o florescimento em acessos de melancia conservados no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Cucurbitáceas do Nordeste Brasileiro. Material e Métodos Os acessos foram avaliados quanto ao percentual de emergência de plântulas (E) e índice de velocidade de emergência (IVE), conforme proposto por Maguire (1962). Em campo, observou-se o número de dias para o aparecimento das flores masculinas e femininas. Os acessos de melancia foram semeados em casa de vegetação, em bandejas de poliestireno contendo substrato comercial para hortaliças. O transplantio foi realizado aos 13 dias após o semeio, no espaçamento de 3,0 m x 1,0 m. O ensaio foi conduzido sob fertirrigação e os tratos culturais e fitossanitários foram realizados

113 Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia conforme recomendação para a cultura na região. Ainda, em casa de vegetação, os acessos foram avaliados quanto ao percentual de E e IVE, conforme proposto por Maguire (1962). Em campo, observou-se o número de dias para o aparecimento das flores masculinas e femininas. Resultados e Discussão Verificou-se que 65,38% dos acessos avaliados apresentaram mais de 90% de sementes emergidas, enquanto os demais variaram de 54,29% a 88% (Tabela 1). Os acessos BGCIA 952 e BGCIA 115 se destacaram com 100% de sementes germinadas e IVE superior aos demais acessos. Os acessos BGCIA 981, BGCIA 2, BGCIA 40, BGCIA 64, apesar de apresentarem 100% de germinação, tiveram baixo IVE. BGCIA 865, BGCIA 976 e BGCIA 979 apresentaram baixos níveis de sementes emergidas e baixos índices de E. Os acessos BGCIA 947, BGCIA 959, BGCIA 962, BGCIA 28, BGCIA 34, BGCIA 227, BGCIA811, BGCIA 812, BGCIA 821, BGCIA 849 e BGCIA 864 apresentaram emergência de plântulas entre 94% e 97% e IVE variando de 5,23 a 6,73. Entretanto, os acessos BGCIA 865 e BGCIA 036 tiveram as menores taxas de emergência de plântulas (54,3% e 74,14%, respectivamente), abaixo do padrão exigido pelo sistema de conservação em longo prazo no Brasil. Para que sejam incorporados na Colbase, sob armazenamento a -20 o, os acessos precisam apresentar poder germinativo igual ou superior a 75% e, ou possuírem quantidade suficiente de sementes (SILVA et al., 2007). Portanto, BGCIA 865 e BGCIA 036 deverão ser submetidos a um cuidadoso processo de regeneração/multiplicação para evitar possíveis perdas da viabilidade das suas sementes no decorrer dos anos. Diferenças significativas foram observadas para a primeira antese da flor masculina entre os acessos de melancia avaliados (Tabela 1). Para o aparecimento da primeira flor masculina, houve variação de 35 a 40 dias após o plantio. Em relação à floração feminina, os acessos BGCIA 2, BGCIA 714, BGCIA 811, BGCIA 864, BGCIA 882 e BGCIA 979 foram mais precoces, com florescimento entre 38 e 42 dias após o semeio; enquanto os mais tardios (48 a 51 dias) foram BGCIA 36, BGCIA 40, BGCIA 115 e BGCIA 849 (Tabela1).

114 Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia Os demais acessos mostraram-se intermediários quanto à emissão das flores femininas (entre 43 e 46 dias após o semeio). BGCIA 2, BGCIA 811 e BGCIA 864 apresentam potencial para serem utilizados em programas de melhoramento de melancia visando à precocidade. No entanto, é necessário que os mesmos sejam avaliados, posteriormente, quanto a outras características importantes, para seleção de futuros genitores de programas de melhoramento de melancia (rendimento, características físico-químicas dos frutos e resistência a estresses bióticos). Também, utilizando a variabilidade genética do BAG de Cucurbitáceas do Nordeste brasileiro, Ferreira et al. (2002) avaliaram sete populações de melancia e os 21 F 1 interpopulacionais e seus recíprocos. Eles verificaram que em relação ao número de dias para o aparecimento da primeira flor feminina, número e peso de frutos por planta, os genitores P14 e B9 foram os mais tardios, porém, mais prolíficos e com frutos menores, enquanto a população oriunda da cv. New Hampshire Midget foi a que apresentou maior precocidade. Tabela 1. Emergência de plântulas (E), índice de velocidade de emergência (IVE), dias para emissão da flor masculina e feminina em acessos do BAG de Cucurbitáceas da Embrapa Semiárido. Petrolina, PE, 2012. Acesso E (%) IVE Dias para Antese Flor masculina Flor feminina BGCIA 2 100 5,04 36 b 42 a BGCIA 8 85,7 4,64 37 b 44 b BGCIA 12 100 6,91 39 a 46 c BGCIA 28 97,1 4,57 39 a 44 b BGCIA 34 97,1 5,53 38 b 46 c BGCIA 36 74,3 5,04 40 a 49 d BGCIA 40 100 5,09 40 a 51 d BGCIA 064 100 4,87 39 a 46 c BGCIA 115 100 6,93 36 b 50 d BGCIA 227 94,3 5,31 42 a 43 b BGCIA 714 85,7 5,44 35 b 38 a Continua...

115 Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia Continuação. Acesso E (%) IVE Dias para Antese Flor masculina Flor feminina BGCIA 811 94,3 6,41 37 b 42 a BGCIA 812 97,1 6,60 37 b 44 b BGCIA 821 94,3 6,47 39 a 45 c BGCIA 843 82,9 5,17 42 a 46 c BGCIA 849 97,1 6,44 39 a 48 d BGCIA 864 94,3 6,10 37 b 41 a BGCIA 865 54,3 2,15 41 a 47 c BGCIA 882 82,9 5,00 36 b 42 a BGCIA 947 97,1 5,23 39 a 43 b BGCIA 952 88,6 4,04 38 b 44 b BGCIA 959 97,1 6,73 37 b 45 c BGCIA 962 97,1 5,51 42 a 49 b BGCIA 976 71,4 3,02 40 a 47 c BGCIA 979 68,6 3,98 33 b 41 a BGCIA 981 100 4,93 40 a 46 c CV(%) 4,8 3,9 1 Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste Scott & Knott a 5%. Conclusões Os acessos BGCIA 865, BGCIA 979, BGCIA 976 e BGCIA 036 deverão ser submetidos a processo de regeneração/multiplicação para evitar possíveis perdas da viabilidade das suas sementes. Os acessos BGCIA 2, BGCIA 714, BGCIA 811, BGCIA 864 e BGCIA 882 apresentam potencial para serem utilizados em programas de melhoramento de melancia visando à precocidade. No entanto, é necessário que os mesmos sejam avaliados, posteriormente, quanto a outras características importantes na seleção de futuros genitores de programas de melhoramento de melancia (rendimento, características físico-químicas dos frutos e resistência a estresses bióticos).

116 Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia Agradec imentos À Embrapa Semiárido, pela infraestrutura, e ao CNPq pelas bolsas de pesquisa. Referências FERREIRA, M. A. J. da F.; BRAZ, L. T.; QUEIROZ, M. A. de; CHURATA-MASCA, M. G. C.; VENCOVSKY, R. Capacidade de combinação em sete populações de melancia. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 37, n. 7, jul. 2002. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/pab/v37n7/10800.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2012. MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid and in selection and evaluation for emergence and vigor. Crop Science, Madson, v. 2, n. 1, p. 176-177, 1962. NASCIMENTO, W. M. Condicionamento osmótico de sementes de hortaliças visando a germinação em condições de temperaturas baixas. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 23, n. 2, p. 211-214, 2005. SILVA, D. B. da; WETZEL, M. M. V.; SALOMÃO, A. N.; FAIAD, M. G. R. da S. Conservação de Germoplasma Semente em Longo Prazo. In: NASS, L. L. (Ed.). Recursos genéticos vegetais. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2007. p. 441-471. QUEIRÓZ, M. A. de; ROMÃO, R. L.; DIAS, R. de C.S.; ASSIS, J. G. de A.; BORGES, R. M. E.; FERREIRA, M. A. J. da F.; RAMOS, S. R. R.; COSTA, M. S. V.; MOURA, M. de C. C. L. Watermelon germplasm bank for the Northeast of Brazil: an integrated approach. In: THE EUCARPIA MEETING ON CUCURBIT GENETICS AND BREEDING, 6., 1996, Malaga. Proceedings... Malaga: European Association for Research on Plant Breeding, 1996. p. 97-103.