CONTROLE OPERACIONAL DA USINA DO SOSSEGO

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Transcrição:

505 XXII ENTMME I VII MSHMT- Ouro Preto-MG, novembro 2007. CONTROLE OPERACIONAL DA USINA DO SOSSEGO M.A. Nankran; M. Bcrgerman; A. Miranda; J. Oliveira; M. Souza; J. Batista Filho; W. Cardoso Diretoria do Departamento de Operações de Não Ferrosos de Carajás, Gerência de Processo do Cobre, Mina do Sossego Cia. Vale do Rio Doce- Canaã dos Carajás, PA marco.nankran(à)cvrd.com.br RESUMO O Projeto Sossego foi o primeiro de um portfólio de Projetos de cobre da CVRD a entrar em operação no Brasil. Possui capacidade para processar 15MT de R.O.M., produzindo aproximadamente 460.000 t de concentrado de cobre, com 30% de cobre. A etapa de cominuição é composta por uma britagem primária, moinho SAG de 38' e dois moinhos de bolas. A etapa de concentração por notação é realizada por um circuito rougher, composto por duas linhas com 7 células de 160m 3 cada, uma remoagem cm 2 vertmills, concentração c/eaner, em seis colunas e uma etapa scavenger do cleaner, composta por uma linha com 6 células de 160 m 3 Após o período de ramp up, a recuperação metalúrgica de Projeto foi atingida, com valores de processo maiores que 93% sendo atingidos. Após alguns ajustes, como a troca de um dos coletores, recuperações de 95% passaram a ser obtidas em médias mensais, colocando a usina do Sossego como uma das usinas com maior recuperação metalúrgica do mundo. Este artigo apresenta a filosofia de controle operacional da usina, focado principalmente a regulagem da flotação, comentando a fonna de adição de reagentes, ajuste de ph, controle da granulometria de alimentação da flotação, ajuste das etapas de flotação e limpeza do concentrado final. Ressalta-se também a rotina de apoio ao controle operacional, com a realização de balanço de massas e metalúrgico, caracterização mineralógica dos produtos da flotação e testes em laboratório com minérios com dificuldades de moagem e flotação. PALAVRAS CHAVES: controle operacional, cobre, minério sulfetado, flotação ABSTRACT Sossego mine was the first CVRD copper project to start it's operations at Brasil. The comminution circuit was designed to process 15 Mt of R.O.M. producing around 460.000 t of copper concentrate, with 30% copper. The comminuition stage has a primary crusher, a 38' SAG mill and two ball mills. The flotation stage has a rougher stage, with two lines of 7 cells with 160m3 each, regrind with 2 vertmills, cleaner, with 6 coluns and scavenger of the cleaner, with 6 cells with 160m3 each. After the ramp up, the designed metallurgical recovery were reached, with values higher than 93%. After a few optimizations, like collectors changes, recoveries higher than 95% has been observed ata monthly basis. This paper describes lhe operational control slrategy, primarily at lhe flotation stage. KEY WORDS: operational control, copper, sulphide ore, flotalion

506 L INTRODUÇÃO M.A. Nankran; M. Bergerman; A. Miranda; J. Oliveira; M. Souza; J. Filho; W. Cardoso A Companhia Vale do Rio Doce realiza seu primeiro embarque de concentrado de cobre em junho de 2004, completando assim, o início do ciclo de yrodução da mina do Sossego e abrangendo também o minério de cobre como um de seus produtos de exportação. A usina do Sossego está localizada na região denominada Sossego, a cerca de 37 km do município de Canaã dos Carajás, no estado do Pará. O Sossego tem dois depósitos principais: Sequeirinho e MoiTO do Sossego, que estão situados na porção sul de Carajás, ao longo de uma estrutura de cisalhamento regional. O depósito do Sequeirinho consiste de uma única zona mineralizada contínua, de aproximadamente 2000 metros ao longo de sua direção, com mineralização adicional, de menor teor, estendendo-se por mais de I.000 m, em direção oeste. Por sua vez, o morro do Sossego é parte de uma grande estrutura circular com cerca de 600 metros de diúmetro. O minério de cobre é basicamente calcopíritico, ressalta-se ainda a pequena presença de bornita e calcocita, sendo que a ganga compreende silicatos e magnetita, além de óxidos e carbonatos em quantidade menores. A mineralização com maiores teores de cobre é encontrada preferencialmente na zona brechada, além de sua disseminação, principalmente, em granitos, gabros, biotita xisto, metavulcânica ácida, actinolititos e magnetitos. A composição química e mineralógica média do minério sulfetado processado na usina do Sossego são apresentados na tabela I e II. Tabela 1- Composição mineralógica(%) a partir de amostras de testemunhos de sondagem. Minerais Sequeirinho (*) Sossego(*) Quartzo 23 26 Feldspato 24 27 Clorita 2 14 Biotita Magnetita Calcopirita Bornita Calcocita Hematita Anfibólio Carbonatos Epidoto (*) Resultado em % massa. 5 8 2 I 24 lo lo 9 3 I 2 6 2 Tabela II -Composição química média do minério do Sossego no período de lavra inicial. Elemento Sequeirinho Sossego Cu(%) Fe (%) s (%) Au (g/t) 1,37 12,5 I,46 0,37 1,00 6,41 0,):)9 0,30 A lavra do minério de cobre, tanto no Sequeirinho e como Sossego, é realizada a céu aberto, com desmonte feito por explosivos. Nesta fase inicial, a usina é alimentada somente com minério do Sequeirinho, posteriormente a proporção será 85% Sequeirinho e 15% Sossego. A usina produz concentrado calcopirítico com teor médio de 30%, de cobre, a partir do processamento de I 5 milhões l/ano de minério com a méd ia de I% de cobre ( Nankran, 2006 ). 2. USINA DO SOSSEGO Com sua operação iniciada em março de 2004, a usina do Sossego processa 41.000 toneladas de minério de cobre por dia e está projetada para uma produção superior a 4 70.000 toneladas de concentrado de cobre por ano. O lluxograma de processo é apresentado na figura I.

507 XXII ENTMME I VII MSHMT - Ouro Preto-MG, novembro 2007. BRITAGEM PRIMÁRIA E PILHA DE ESTOCAGEM FLOTAÇÁO E REMOAGEM BARRAGEM DE REJEITOS ~ : ---. \1\J Britador TPrimãrio PllhoEsto~ 41.00 MOAGEM~ [; Moloh:AG r1l T~~ l [,~\, 2 Moinhos de Bolas 22' X 29' Britador u ---u Cónico ;r 1 C'e.aner Ciclones I.. l r-.~ 1 H-nu- ESPESSAMENTO E FILTRAGEM Pilha~=d~ Concent/. "' Figura l-fluxograma da usina do Sossego 2.1. Cominuição e classificação O R. O. M. é transportado por caminhões de capacidade de 240 toneladas e alimenta a britagem, num tamanho máximo de aproximadamente I,20 m. Trata-se de um britador giratório com abertura de 167 mm na posição aberta e atualmente opera com taxa de 2.500 t/h. O produto britado, com 80% passante em 6", é transportado por uma correia de longa distância ( 4.045 m) e alimenta uma pilha pulmão cônica de 41.000 toneladas de capacidade útil. O minério é retomado da pilha pulmão por três alimentadores em linha, com velocidade variável e alimentam a moagem semi-autógena (SAG). O SAG opera em circuito fechado com rebritagem dos pebbles, numa carga circulante média de 25%. A produtividade do SAG é da ordem de 1.841 tbs/h e a sua descarga é realizada por grelhas (3 1/2" com aproximadamente I 0% de área aberta), que alimentam duas peneiras vibratórias com abertura de 13 mm. Este produto é bombeado para o circuito de classificação, que é constituído por duas baterias de ciclones de (33"), as quais operam em circuito fechado reverso com dois moinhos de bolas, com uma carga circulante na faixa de 300%. As baterias da ciclonagem são constituídas por 8 ciclones cada, o underflow da ciclonagem alimenta as moagem de bolas, com uma percentagem de sólidos de aproximadamente 70%. Os moinhos têm um F 80 na faixa de 2.500 11m e operam com até 35% de enchimento, seu Pxo está na faixa de 147 pm. Por sua vez, o overflow da ciclonagem constitui a alimentação rougher, caracterizada, atualmente por um P 80 de 0,147 mm e 35% de sólidos. 2.2. A flotação de cobre do Sossego Parâmetros de processo: Os overjlmvs da ciclonagem e moagem de bolas alimentam o circuito de flotação, com capacidade para processar 1.841 t/h (base seca) de minério, num teor de cobre médio da ordem de I%, 65% retido em 0,21 O mm e densidade de aproximadamente 3,0 g/cm 3. A flotação é composta por três etapas: rougher, cleaner e scavenger-cleaner. A etapa de flotação rougher consiste em duas linhas paralelas e independentes, constituídas por 7 células Outokumpu cada uma, com capacidade de 160 m 3 e aeração forçada. As células rougher trabalham com as seguintes variáveis operacionais: Nível de espuma: I 00-350 mm; Vazão de ar: 25-40 m 3 /h; O rejeito rougher corresponde a 95% do rejeito final, sendo direcionado à barragem com vazão média de 1.740 t/h. Ressalta-se ainda que o ph médio da alimentação está em torno de 8, 7. As características dos produtos rougher são mostradas nas tabelas III, enquanto que a tabela IV apresenta a distribuição granulométrica do rejeito.

SOB M.A. Nankran; M. Bergennan; A. Miranda;.1. Oliveira; M. Souza; J. Filho; W. Cardoso Produto Alimentação Concentrado Rejeito Tabela III. Valores tí 0,9-1,3 13-17 0,05-0,07 rodutos da ela a rou~her. o;.,sólidos 33-38 20-25 33-38 Tabela IV. Distribuição malha ( tm) 300 210!50 80 74 ranumétrica do rejeito. %passante 97,8 83,7 69,7 51,1 44,4 O concentrado rougher tem um teor de cobre variando entre 13 a 17%. com recuperação metalúrgica variando de 94% a 96%. Vale reportar também que o circuito rougher dispõe da alternativa dos concentrado rougher das três primeiras células de cada linha alimentarem diretamente o espessador ou a flotação c!eaner (sem passar pela remoagem). Esta alternativa vem sendo usada frequentemente após dezembro de 2006, gerando flexibilidade para o circuito operar com teores mais altos de alimentação ou em caso de indisponibilidade de bombas ou células de flotação do circuito cleaner, evitando a sobrecarga do mesmo. Com esta alternativa cm funcionamento, consegue-se também maior recuperação global na flotação, tendo em vista que as caixas de bombas são aliviadas, podendo-se assim forçar mais a!lotação sem risco de transbordo das caixas de bombas da!lotação, além de propiciar a geração de concentração final nas 03 primeiras células rougher, evitando-se perdas de parte deste concentrado no rejeito scavenger do cleaner. Os concentrados rougher e scavenger-cleaner alimentam, através de bombas de velocidade variável, a duas baterias de 7 ciclones de 15". O underjlow da ciclonagem é direcionado, por gravidade, para dois moinhos verticais (VTM 1500), que operam em circuito fechado com a ciclonagem (Nankran, 2006). Também a fim de flexibilizar este circuito, foi instalada em fevereiro de 2007 uma altrernativa opacional para os casos de manutenção de um dos vertmills. Pode-se encaminhar o material proveniente do circuito rougher e scavenger do cleaner diretamente ao circuito cleaner. Este alternativa pode engrossar um pouco a alimentação da etapa cleaner, porém não a ponto de prejudicar a operação da mesma. O concentrado também pode sofrer ligeira queda, mas que não impacta significativamente a produção, tendo em vista os curtos períodos de tempo em que este circuito é acionado. O produto da remoagem (overflow dos ciclones), Pxo da ordem de 44 pm, é submetido a flotação clca/ler em seis colunas de flotação de 4,27 metros de diâmetro e 14 metros de altura. As colunas trabalham com as seguintes variáveis operacionais: Nível de espuma: 400- I 000 mm; Vazãodear:80-150m 3 /h; Água de lavagem: O-120m 3 /h. Os valores típicos de teores de cobre c percentagem de sólidos dos produtos da etapa clcancr são apresentados na tabela V. Produto Alimentação Concentrado Rejeito Tabela V. Valores tí 10-15 28-32 2-4 rodutos da ela a clconer. %Sólidos 12-15 20-25 12-15 Os resultados ano a ano do concentrado roughcr é apresentado na tabela abaixo. Tabela VI. Teor de cobre no concentrado final Ano Teor de cobre no concentrado final ( 0 /.,) 2004 n.n 2005 29, 12 2006 29.99 2007 29,75

509 XXII ENTMME I VIl MSHMT- Ouro Preto-MG, novembro 2007. Percebe-se que a partir de 2006 concentrados de 30% foram obtidos de forma consistente (média do ano). Isso se deve a substituição do coletor éster xântico por reagentes a base de ditiofosfato de sódio e pelo aumento da água de lavagem das colunas (de um valor máximo de 80 m 3 /h para 120 m 3 /h). O detalhamento do trabalho que levou ao aumento de água de lavagem, através de simulações no software Fleet, é apresentado em artigo específico (Gonçalves e outros, 2007). Contribui também o fato de se passar.a alimentar com maior freqüência minério da mina do Sossego, que por conter maior teor de bornita, contibui para o aumento do teor de cobre do concentrado final. O rejeito da etapa cleaner, com teor aproximado de 4% de cobre, alimenta a etapa scavenger-cleaner, composta de 6 células de flotação Outokumpo Tank Cell, de 160 m3. Os valores típicos de teores de cobre e porcentagem de sólidos dos produtos da etapa scavenger são apresentados na tabela abaixo. Produto Alimentação Concentrado Re.eito Tabela VII. Valores tí 8a9 0,3 a 0,5 %Sólidos 15 a20 20 a 25 20 a 25 A flotação possui uma recuperação mássica que está entre 3,5-4,0% com a recuperação de cobre em torno de 93%, que chega a picos de 98% em situações ótimas. O concentrado final é transportado para o espessador e posteriormente filtrado. O gráfico abaixo ilustra os resultados de recuperações obtidos ao longo da vida da planta, relacionados ao teor de alimentação. Recuperação metalúrgica vs. teor de alimentação 100.00 ~ ~ E' :> I! " E,g v- ~ c. u " "' 90.00 80.00 70,00 60.00 50.00 0.00 0,50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 Teor de alimentação(%) Figura 2. Recuperação metalúrgica em relação ao teor de alimentação Reagentes: As dosagens típicas dos reagentes processo são apresentadas na tabela VIII. Ressalta-se ainda que os reagentes são dosados in natura, exceto pelo xantato, com concentração de 20%. entes na flotação do Sosse Amil xantato MIBC 8 8 15 15 A partir de novembro de 2004, estudos foram desenvolvidos pela equipe de processo do Sossego para substituição do éster xântico por ditiofosfato, em virtude dos menores custos e otimização do teor de cobre no concentrado. Os resultados finais destes estudos corroboram a literatura corrente, quanto à seletividade dos tiofosfatos, sendo que seus teores de cobre no concentrado final estão em torno de 30% e a recuperação metalúrgica na ordem de 93%. A substituição do éster xântico pelo ditiofosfato contribui efetivamente para a melhoria do concentrado, aumento da recuperação metalúrgica e redução no consumo de coletores da ordem de 50%.

510 M.A. Nankran; M. Bergerman; A. Miranda; J. Oliveira; M. Souza; J. Filho; W. Cardoso 2.3. Desaguamento do concentrado O concentrado final obtido na etapa cleaner é direcionado ao espessador, que opera com alimentação em torno de 15,5% de sólidos. A floculaçào é realizada com auxílio de poliacrilamida aniônica na dosagem de 31 g/ton de concentrado. O underflow do espessador, com percentagem de sólidos de 60-65 %, seguirá, através de bombas com velocidade variável, para o tanque de alimentação da filtragem, de 720 m 3, dotado de agitador, suficiente para mais de 5,5 h de operação. Posteriormente, o concentrado é transferido para filtragem. A filtragem consiste de dois filtros prensas (Metso) com capacidade de produção da ordem de 54 t/h. A. umidade do concentrado final está variando entre 9,0-9,5%. O overflow é água de processo e retorna a moagem de bolas 3. ROTINAS DE CONTROLE DE PROCESSO A usina do Sossego opera com uma equipe de operação e sala de controle, reponsável pela operação de toda a planta, com 5 operadores de área, dois técnicos de sala de controle, um técnico de apoio e um supervisor. Na área de processo, um técnico de processo por turno é responsável pela regulagem do mesmo. Ele acompanha a operação e regulagem do circuito de cominuição, e faz a regulagem do circuito de concentração c separação sólido/líquido. Acreditamos que este profissional tem que possuir grande experiência operacional e de processo, pois as condições da planta mudam constantemente, e ele tem que estar apto a tomar as decisões corretas de regulagem no menor espaço de tempo possível. A rotina consiste no acompanhamento contínuo do sistema, aluando sempre que o sistema apresentar alguma instabilidade. Os principais fatores causadores de variações no processo são as variações na taxa de alimentação na planta, devido a mudanças na granulometria, teor e litologia do material que alimenta a usina. Como a alimentação é direta, passando apenas por uma pilha pulmão conica, observam-se variações de teor de turno para turno. Faz-se a regulagem trabalhando-se as seguintes variáveis: abertura do britador primário e rebritadores: ajustada uma vez ao turno, para a A.PF desejada ( 150 mm para o primário e 12 mm para a rebritagem), a fim de aumentar o grau de redução para a moagem SA.G, favorecendo o seu desempenho; porcentagem de sólidos (72%), rotação (até I O rpm) e taxa do moinho SAG, visando o target de 1.841 tlh. A dosagem de bolas é realizada para manter o nível de 14 a 16%. de bolas c o peso visando o nível de 30% de enchimento. A potência de trabalho é de 18 MW; Porcentagem de sólidos da moagem de bolas entre 68 c 78%. A. dosagem de bolas é realizada para manter um nível de 30 a 35%. A potência de trabalho é de 8 MW; Pressão, vazão e densidade de alimentação da ciclonagcm. visando o corte de até 0,21 mm (80% passante) na alimentação da flotação; Nível de espuma das células de flotação: visa manter uma camada ótima de espuma, que garanta a mineralização da mesma. Conforme o objetivo, pode-se diminuir esta camada visando maior descarga ou aumentá-la visando maior concentração de cobre; vazão de ar das células de notação: Ajuda a descarregar o concentrado. Maior vazão, maior descarga. Menor vazão, menor desgarda de espuma, além de promover a formação de agregado consistente o qual leva-se em conta o controle de espumante e ph água de lavagem da etapa cleaner: visa lavar as partículas mistas na etapa clcancr. Aumenta-se a úgua quando se deseja maior concentração e diminui-se quando se deseja maior descarga, empobrecendo o concentrado com ganho de recuperação dosagem de espumante: o MIBC produz bolhas maiores (maior seletividade) e o propileno produz bolhas menores (maior arraste de ganga). Conforme as caractcristicas visuais da espuma/mineralização, é ajustada a relação cstre os dois espumantes (incialmente 50/50) para garantir um tamanho c estabilidade de bolhas ótimos dosagem de coletor: usamos o xantato para maior recuperação c o ditiofosfato para maior seletividade. Assim, em função das características do minério e teores de concentrado nas etapas rougher e cleaner, a relação entre ambos é ajustada (inicialmente, 50/50). Estagiamento de espumantes e coletores: Pode-se dosar reagentes nos moinhos de bolas, distribuidor de alimentação da flotação rougher, terceira célula rougher, alimentação da!lotação cleaner e alimentação da notação scavenger. Com isso, consegue-se maior nexibilidade para ajustes visando concentração ou arraste nos diferentes estágios da flotação, permitindo um ajuste mais fino da ílotaçào. O cal é usado para corrigir o ph nos casos de alimentação com material oxidado. O uso contínuo deste reagente tem mostrado também ganhos no consumo de reagentes da planta.

511 XXII ENTMME I VIl MSHMT- Ouro Preto-MG, novembro 2007. A planta possui um equipamento para análise do teor de cobre do todos os fluxos da flotação (Courrier 200 da Outokumpo ), um analisador de granulometria da alimentação da notação rougher (PSI Outokumpo ), sistema de analise de imagens da granulometria de alimentação do SAG e produto da rebritagem (SPUT) e sistema inteligente para a moagem SAG (KS). A alimentação da flotação possui um medidor de ph. Para o fehamento do balanço de massas, existem três amostradores metalúrgicos (Multotec) do tipo corte transversal (primário) e vezin (secundários e terciários) localizados na alimentação, concentrado final e rejeito final da flotação. Em breve, serão instalados um sistema inteligente para a moagem de bolas e flotação e um analisador de carga e impactos no moinho SAG (lmpactometro e SAG analyser). Estes equipamentos auxiliam a regulagem da planta e a coleta de dados para analise da eficiencia de cada circuito, principalmente da flotação. Também existem densímetros na alimentação da ciclonagem da moagem e remoagem, rejeito cleaner, underjlow do espessador e alimentação da filtragem. A alimentação da ciclonagem da moagem e remoagem possui um medidor de vazão. Com base nos resultados dos equipamentos supra citados, principalmente Courrier e PSI, e das observações de campo, são ajustadas a moagem (visando garantir granulometria adequada de alimentação da flotação) e a flotação, visando e a maximização da recuperação nas etapas rougher e scavenger e ótimo teor de concentrado na etapa cleaner. A fim de auxiliar na aferição deste equipamentos, o técnico de processo tem um auxiliar para amostragens de campo. Este realiza amostragens em todos os pontos controlados pelos equipamentos, reportando imediatamente possíveis discrepâncias para a devida correção do equipamento. Em caso de indisponibilidade de algum equipamento, o amostrador realiza a amostragem com uma maior freqüência de fonna manual. As regiões com minério mais complexos, que exigem regulagens mais extremas ou que necessitam de misturas para serem alimentados a planta são delimitados (seja por informações da pesquisa mineral ou por infonnações de frente de lavra I desempenho do material na usina). As amostras destes pontos problemáticos são coletadas, avaliadas no laboratório de processo, aonde testes de moagem I flotação e análise mineralógica ajudam a identificar a melhor rota I regulagem para determinado material. Estas informações são repassadas a geologia e aos técnicos de controle operacional. Assim, sempre que algum material incluído nesta lista for ser alimentado a planta, o processo é comunicado para que se antecipe aos possíveis problemas que possam vir a ocorrer na flotação. 3.1. Rotina de acompanhamento das operações unitárias A fim de acompanhar o desempenho das operações unitárias, uma rotina de amostragens mensais é realizada na ciclonagem da moagem, moagem de bolas, rebritagem, ciclonagem da remoagem e vertmills. Estas amostras servem de parâmetros para identificar possíveis quedas de desempenho, permitindo uma ação efetiva sobre os desvios. 3.2. Laboratório de processo O laboratório de processo do Sossego está equipado para auxiliar a regulagem da planta, com estrutura de moagem, flotação em bancada, agitadores, medidores de ph, peneiras, cicloclassificador, microscópio óptico de luz transmitida e refletida, sedimentação em proveta e testes de filtragem. Estamos implantando ainda moinho de torque para WI e equipamento para confecção de pastilhas para análise mineralógica. Além do trabalho com minério complexos citado acima, são realizadas amostras de rotina na alimentação, concentrado e rejeito da planta para análise mineralógica, identificando assim os principais contaminantes do concentrado e as formas de perda de cobre no rejeito. Em linhas gerais, o concentrado do Sossego é bem puro. Valores mais baixos estão nonnalmente relacionados a partículas mistas com magnetita e partículas livres levadas por arraste (falta de~gua de lavagem). No rejeito, as maiores perdas se devem a partículas de cobre inclusas em partículas de magnetita. Em geral a liberação destas partículas dá-se em granulação muito fina, causando esta perda na etapa rougher. Ressalte-se que esta perda é pequena, representando menos de 5% do cobre alimentado na planta.

512 M.A. Nankran; M. Bergerman; A. Miranda; J. Oliveira; M. Souza; J. Filho; W. Cardoso 3.3. Fechamento do balanço de massas e metalúrgico O balanço de massas e metalúrgico da planta é fechado usando a massa alimentada no SAG (medida por uma balança integradora marca Schenck), a massa produzida na filtragem (pesada por balança rodoviária no ato da expedição), e pelos teores por turno coletados pelos ámostradores metalúrgicos (a cada turno é fechada uma amostra). Desta forma, é possível calcular o balanço de duas formas: R usando as massas das balanças e os teores de alimentação e concentrado: meta urgrca = ;:;... l. Massaaproduzida * Teorconcentrado Massaa lim enfada Teora lim entação usando apenas os teores de alimentação, rejeito e concentrado (considerando perdas zero, pela regra dos três produtos conforme Chaves, vol. I, p. 25):. Teora lim entaçào- Teorrejeito Teorconcentrado R meta I urgzca = -----~-----''--- Teorconcentrado- Teorrejeito Teora lim entaçào Comparando-se ambos resultados, é possível verificar se os valores coletados estão consistentes. Caso observe-se qualquer inconsistência, é avaliada a grandeza de cada erro e realizado ajuste com software específico para balanço de massas e metalúrgicos. A fim de controlar o erro das variáveis, é feito um acompanhamento dos erros dos amostradores metalúrgicos, dos erros de preparação e análise do laboratório e dos erros das balanças, coletados nos momentos das calibrações. 4. CONCLUSÕES A usina do Sossego atualmente possui uma alta recuperação metalúrgica aliada a um teor de concentrado exatamente no valor ótimo para comercialização. Este bom desempenho se deve aos fatores citados neste trabalho, quais sejam: Equipe exclusiva e com muita experiência para a regulagem da planta, focada apenas a este trabalho, tendo outra equipe para as atividades operacionais (maior foco na atividade); robusto sistema automatizado de análises dos diversos fluxos da planta, suportado por uma rotina de amostragens manuais em campo; desenvolvimento continuo de altertivas para melhorar o processo da planta, como o trabalho de mudança de reagente, mudança da vazão de água de lavagem cleaner, utilização de hy pass da flotação e da remoagem, inserindo flexibilidade ao sistema; mapeamento das regiões problemáticas da mina, com suporte de um laboratório de processo equipado para realizar as análises necessárias; Este conjunto de ações tem se mostrado efetivo para manter a usina do Sossego como uma das usinas com melhores desempenho metalúrgico dentre as plantas de cobre sulfetado. A equipe de desenvolvimento continua estudando fonnas de otimizar o desempenho da planta, avaliando atualmente alternativas para a recuperação de minério misto (calcopirita e minerais oxidados de cobre, das regiões de transição da mina), alternativas reagentes auxilires, como o óleo diesel, para a recuperação de finos, além de estudos na área de moagem visando o aumento ela capacidade produtiva da planta, principalmente através da abertura do circuito de moagem SAGe de otimizações desta moagem. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Chaves, Arthur Pinto. Teoria e Prática do Tratamento de minérios -- I ed. - São Paulo: Signus Editora, 1996. Volume I. Flotação do cobre cm Sossego (CYRD). Marco Nankran e Wcndcl.lohnson Rodrigues, in Flotação: o estado da arte no Brasil I Arthur Pinto Chaves (editor) - São Paulo : Editora Signus, 2006. - (colcçào teoria c prática do tratamento de minérios; v.4) Gonçalves, Keila Lane Carvalho; Savassi, Orivaldo; Nnankran, Marco Antônio; Fonseca, Ronaldo; Bergerman, Maurício. "Simulação e otimização do circuito de flotação da usina do sossego através da aplicação do fleet", in XXII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios, Natal, Brasil, Novembro de 2007.