PRODUÇÃO DE MUDAS DE FAVA DE BOLOTA (PARKIA PENDULA) PARA FINS DE ÁREAS VERDES URBANA

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Transcrição:

PRODUÇÃO DE MUDAS DE FAVA DE BOLOTA (PARKIA PENDULA) PARA FINS DE ÁREAS VERDES URBANA Soraia Morgana de Oliveira Silva 1 ; André Ferreira dos Santos 2 1 Aluna do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: morgana.ef@mail.uft.edu.br; PIBIC/UFT. 2 Orientador do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: andrefs@uft.edu.br. RESUMO O substrato é um dos componentes importante para se obter mudas de qualidade. Sendo para isto necessário que na sua composição tenha elementos que contribuam para que a muda atinja um padrão ideal de desenvolvimento. Um destes elementos é a incorporação de matéria orgânica na composição do substrato. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes proporções do substrato esterco + terra de subsolo contribuindo na produção de mudas de Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers. As mudas foram conduzidas em 3 tipos de substratos, T1 (75% de esterco bovino + terra de subsolo), T2 (50% esterco Bovino + terra de subsolo) e T3 (25% de esterco bovino + terra de subsolo) e Testemunha (100% terra de subsolo). Foi utilizado Delineamento Inteiramente Casualizado. As avaliações foram realizadas aos 30, 60 e 90 dias após o transplantio. Foram analisados os seguintes parâmetros: Altura de Planta (ALP), Diâmetro do Colo (DC), e os índices Massa Seca Parte Aérea (MSPA), Massa Seca Sistema Radicular (MSSR), relação Raiz/Parte Aérea (R/PA) e Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Os dados foram analisados Através SISVAR, submetidos ao teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Conclui-se com este estudo que melhor substrato foi o esterco bovino mais solo. E a incorporação de 75% de matéria orgânica neste substrato, foi a que apresentou melhor desenvolvimento das mudas contribuindo assim com o melhor IQD na produção de mudas da Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers. Palavras-chave: Matéria orgânica; Tocantins; Produção de mudas; INTRODUÇÃO A arborização além de amenizar problemas ambientais, também proporciona inúmeros benefícios como: absorção de parte do calor e da poluição atmosférica, neutralizando seus Página 1

efeitos, ocasiona sombreamento, diminui a poluição sonora, reduz a velocidade dos ventos dentre outras boas ações. Afinal as árvores necessitam absorver dióxido de carbono (CO 2 ) da atmosfera, sendo uma solução tanto para a poluição quanto para o paisagismo (MELO et al, 2007). Para que estes benefícios das árvores, seja revertidos em benefícios a qualidade de vida, necessitamos de um adequado planejamento da arborização das ruas e avenidas, necessitando conhecer as características particulares de cada espécie, trazendo a riqueza arbórea regional, bem como seu comportamento nas condições ambientais a que serão impostas (PIVETTA & SILVA FILHO, 2002). Segundo Machado (2009) a utilização de espécies de árvores nativas para fins paisagísticos e de arborização tá sendo uma tendência nacional, principalmente sendo uma exigência por parte de pelo menos 85% das prefeituras, uma vez que as mesmas estão optando pelas nativas devido a grande quantidade de espécies exóticas plantadas nos logradouros publico. O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km², cerca de 24% do território nacional. Ocupa a porção central do Brasil, se distendendo até o litoral nordeste do estado do Maranhão e norte do estado do Paraná. Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é conhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas (MMA, 2007). Dentre estes se destaca a fava de bolota (Parkia pendula), pertence a família Leguminosae- Mimosoideae, é uma árvore muito ornamental pelo aspecto curioso das inflorescências, além de despertar interesse silvicultural para compor sistemas silvipastoris de solos degradados (SOUZA FILHO et al., 2005). É uma árvore símbolo do estado do Tocantins segundo a Lei nº 915, de 16 de julho de 1997. Onde o principal objetivo é promover o plantio, no dia 21 de setembro, Dia da Árvore, de mudas da Fava de Bolota, ações está que promovam a conscientização da sociedade quanto à preservação da natureza. (LORENZI, 2002). Este trabalho justificou-se, pois através do mesmo foram obtidas informações importantes sobre formas de propagação e condução da espécie nativa do cerrado, com grande potencial para ser plantada na arborização dos espaços verdes dos municípios do estado do Tocantins, contribuindo assim para uso de uma espécie nativa com grande potencial paisagístico. Página 2

MATERIAL E MÉTODOS O projeto foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do estado do Tocantins. As sementes foram coletadas de árvores matrizes de Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers, encontradas no município de Gurupi TO. Realizou-se o beneficiamento das sementes e a quebra de dormência pelo método de escarificação mecânica, utilizando-se lixa número três obteve quebra de dormência, facilitando assim a absorção de água. Foram colocadas cerca de 110 sementes para germinar em sementeira, onde resultou em uma taxa de germinação correspondente a 72,72%. Quando apresentaram de 2 a 3 pares de folhas, realizou-se o transplantio para sacos de polietilenos de 15 cm diâmetro x 20 cm de altura, com os diferentes tipos de substratos. Os tratamentos consistiram nos seguintes substratos: T 1 (75% de esterco bovino + terra de subsolo), T 2 (50% esterco Bovino + terra de subsolo) e T 3 (25% de esterco bovino + terra de subsolo). O experimento esteve desenvolvido em ambiente protegido com 50% de sombra. Foi utilizado Delineamento Inteiramente Casualizado, onde consistiu em 20 repetições com uma espécie, submetidas a três proporções diferentes de esterco, resultando em 60 mudas. As avaliações foram realizadas aos 30, 60, 90 dias após o transplantio. Os parâmetros avaliados foram: altura de planta (ALP), diâmetro de colo (DC), massa seca parte aérea (MSPA), massa seca parte radicular (MSPR), relação raiz/parte aérea (R/P), com a finalidade de calcular o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Para o calculo do Índice de Qualidade de Dickson (IQD), utilizou a equação 1, proposta por Dickson et al.(1960) que diz que quanto maior o valor de IQD melhor a qualidade da muda. Onde: IQD= Índice Qualidade de Dickson; MST= Matéria Seca Total (g); DC= Diâmetro do Colo (cm); MSPA= Matéria Seca Parte Aérea (g) e MSSR= Matéria Seca Sistema Radicular (g). A análise estatística foi realizada por meio do programa SISVAR (FERREIRA, 2011) considerando o nível de 5% de probabilidade segundo Scott e Knott (1974). Página 3

RESULTADOS E DISCUSSÃO Aos 30 dias tanto para a variável altura quanto para diâmetro das mudas houve diferença estatística do tratamento T 1 com os demais T 2 e T 3. Tanto em altura quanto em diâmetro houve diferença significativa (Tabela 1). Tabela 1. Altura de Plantas (AP) e Diâmetro de Colo (DC) de mudas de Parkia pendula produzidas em diferentes dosagens de esterco aos 30, 60 e 90 dias após o transplantio. TRATAMENTOS T 1 T 2 30 DIAS 60 DIAS 90 DIAS AP (cm) DC (mm) AP (cm) DC (mm) AP (cm) DC (mm) 10,17 a 2,07 a 14,65 a 2,77 a 17,90 a 3,35 a 9,06 b 1,90 b 12,04 b 2,50 b 15,67 b 3,13 b T 3 8,13 b 1,63 c 11,55 b 2,37 b 13,30 c 2,87 c Verificou-se que aos 60 dias as mudas de Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers cultivadas em diferentes proporções de matéria orgânica teve para altura quanto para diâmetro das plantas valores relativamente semelhante aqueles encontrados aos 30 dias, onde o T 1 continuou se destacando diante dos demais tratamentos T 2 e T 3. Aos 90 dias teve diferença significativa entre todos os tratamentos tanto para a variável altura quanto para diâmetro, sendo que o T 1 foi o que proporcionou um resultado significativo perante os demais no período avaliado, seguido por T 2 e T 3. Os resultados dos indicadores para o calculo do IQD, quanto a qualidade fisiológica massa seca da parte aérea (MSPA) de mudas de Parkia pendula foi influenciada expressivamente pelas diferentes proporções de substratos avaliados, onde o T 1 proporcionou maior acumulo de biomassa aérea, enquanto os tratamentos T 2 e T 3 foram iguais estatisticamente, (Tabela 2). Tabela 2. Massa Seca da Parte Aérea (MSPA), Massa Seca do Sistema Radicular (MSSR), relação entre MSSR/MSPA e Índice Qualidade de Dickson (IQD) de mudas de Parkia pendula em diferentes proporções de substrato aos 90 dias após o transplantio. TRATAMENTOS MSPA MSPR MSPR/MSPA IQD T (75%) 2,84 a 1,03 a 0,46 a 0,52 a T (50%) T (25%) 1,95 b 0,73 b 0,36 b 0,34 b 1,54 b 0,70 b 0,34 b 0,28 b Os indicadores massa seca da parte radicular (MSPR) apresentou diferença expressiva para o T 1, enquanto que nos T 2 e T 3 não mostraram diferenças significativa. Página 4

Com relação à produção de matéria seca da parte aérea quanto o sistema radicular, os tratamentos apresentaram-se diferentes estatisticamente. Porem quando cultivadas em substrato constituído por 75% de esterco o T 1 apresentou maior relação entre parte aérea e sistema radicular. O mesmo foi observado por Cunha et al. (2005) quando estudou os efeitos de substratos na qualidade das mudas de Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex D.C.) Standl (ipê-roxo) apresentando maior produção de matéria seca da parte aérea, quando cultivadas em substrato constituído por subsolo + composto orgânico, e que apenas o subsolo não atendeu às exigências nutricionais da espécie em viveiro. Pode se afirmar que com as diferentes composições de matéria orgânica estudada a proporção 75% apresentou-se melhor na produção de mudas de Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers comparada com a terra de subsolo. A composição de matéria orgânica 75%, foi a que apresentou melhor IQD na produção de mudas de Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers. LITERATURA CITADA CUNHA, A. O. ANDRADE, L. A., BRUNO, R. L. A., SILVA, J. A. L., SOUZA, V. C. Efeitos de substratos e das dimensões dos recipientes na qualidade das mudas de Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex D.C.) Standl. Revista Árvore, v.29, p.507-516, 2005. DICKSON, A.; LEAF, A.L.; HOSNER, J.F. Quality appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. Forest Chronicle, v.36, p.10-13, 1960. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2002. MELO, R. R. et al. Diagnóstico qualitativo e quantitativo da Arborização Urbana no Bairro Bivar Olinto, Patos, Paraíba. Revista da Sociedade brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 2, n.1, 2007. Disponível em: <http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo13.pdf> acesso em: 01 maio 2011. MACHADO, R. P. Aplicação de diferentes promotores de crescimento em Mirindiba (Lafoensia glyptocarpa Koehne): avaliação do desenvolvimento das mudas, em fase distintas do ciclo de produção. Dissertação. 85 p. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2009. Página 5

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biodiversidade do cerrado e pantanal: áreas e ações prioritárias para conservação. Brasília: MMA, 540 p., il. color. (Série Biodiversidade, 17), 2007. PIVETTA, K.F.L.; SILVA FILHO, D.F. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Serie Arborização Urbana. UNESP/FCAV/FUNEP. Jaboticabal, 74 p., 2002. SOUZA FILHO, A. P. S.; FONSECA, M. L.; ARRUDA, M. S. P. Substâncias químicas com atividades alopáticas presentes nas folhas de Parkia pendula (Leguminosae). Planta Daninha, Viçosa MG, v. 23, n. 4, p. 565-573, 2005. SCOTT, A. J.; KNOTT, M. A. Biomatrics: A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance, v. 30, n. 2, p. 507-512, 1974. AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT Página 6