RESUMO NÃO TÉCNICO DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO AVIÁRIO DE JOMIPE SOCIEDADE AGRO-PECUÁRIA, LDA. - INSTALAÇÃO EXISTENTE

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Transcrição:

RESUMO NÃO TÉCNICO DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO AVIÁRIO DE JOMIPE SOCIEDADE AGRO-PECUÁRIA, LDA. - INSTALAÇÃO EXISTENTE OUTUBRO DE 2011

Índice 1. O QUE É UM RESUMO NÃO TÉCNICO... 3 2. O QUE É O PROJECTO... 4 3. QUAL É A SITUAÇÃO ACTUAL... 12 4. QUE EFEITOS PODE ORIGINAR... 18 5. QUE MEDIDAS SERÃO ADOPTADAS... 22 6. SÍNTESE... 26 Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. Índice

1. O QUE É UM RESUMO NÃO TÉCNICO O Resumo Não Técnico (RNT) que aqui se apresenta é um documento em linguagem não técnica no qual se resumem os principais resultados do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Aviário Jomipe Sociedade Agro-pecuária, Lda., e onde se descrevem os seguintes pontos: Projecto; Situação actual da área em estudo (situação de referência); Efeitos previstos (impactes) durante a fase de operação; Medidas propostas. O conteúdo e os métodos adoptados no EIA estão de acordo com a legislação de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), designadamente o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro, a Portaria n.º 330/2001, de 2 de Abril e as Normas Técnicas de Elaboração de Resumos Não Técnicos, publicadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O Aviário de Jomipe Sociedade Agro-Pecuária, Lda., adjudicou a elaboração do respectivo Estudo de Impacte Ambiental à IPA Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. O Estudo de Impacte Ambiental foi elaborado durante o mês de Fevereiro de 2011. A autoridade licenciadora é a Direcção Regional de Agricultura de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo. A autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) é a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT). Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 3/26

2. O QUE É O PROJECTO O Aviário Jomipe e respectivas instalações (principais e de apoio) localizam-se em Taipadas, freguesia de Canha e concelho do Montijo, distrito de Setúbal, encontrando-se enquadrada na Área Metropolitana de Lisboa. As instalações encontram-se a 30 km da cidade de Setúbal, a Nordeste da referida cidade. A área total da exploração avícola é de 90 000 m 2. O projecto consiste na produção intensiva de frangos de carne, com uma capacidade instalada de 90 000 aves, assentando na base física de 3 pavilhões (Pavilhão avícola (r/c) e Pavilhão avícola (2 pisos). Infra-estruturas Área (m 2 ) Pavilhão avícola (r/c) 1730 m 2 Pavilhão avícola (2 pisos) (1º piso: 1724 m 2, 2º piso 1680 m 2 ) Área total dos pavilhões avícolas 5134 m 2 (Pavilhão avícola (r/c)+ Pavilhão avícola (2 pisos)) O projecto apresenta-se em fase de exploração. As infra-estruturas presentes no Aviário são as seguintes: Pavilhão avícola (r/c), Pavilhão avícola (2 pisos), Habitação do funcionário com instalações sanitárias, Habitação de férias com escritório, Silos, Fossa com poço absorvente, Furo de captação, Depósito de Gás, Gerador de Emergência e Depósito de água (30000 litros), 2 chaminés das fornalhas. O estabelecimento avícola desenvolve a sua actividade num sistema de integração, recebendo o pinto do dia, ração e medicamentos e vacinas conforme programa estabelecido pelo Médico Veterinário responsável sanitário da exploração, pelos Serviços técnicos da empresa integradora que no final de cada criação se compromete a retirar as aves, a promover o seu abate e comercializar o produto final, conforme acordo de prestação de serviços. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 4/26

O processo produtivo compreende as seguintes fases consecutivas: Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 5/26

1. Preparação do Pavilhão Na fase de preparação do pavilhão, são desenvolvidas actividades que visam a criação das melhores condições para a recepção dos pintos. Assim sendo, controla-se a temperatura com vista à manutenção das condições ambientais adequadas à recepção das aves, sendo igualmente efectuado o fornecimento de água e ração e são preparadas as camas. 2. Recepção dos pintos Em cada ciclo entram cerca de 90.000 pintos, e considerando a mortalidade média de 2%, pelo que se prevê a saída de 88.200 frangos, considerando que as condições dos pavilhões são tecnicamente adequadas. Previamente à recepção dos pintos, as condições de temperatura e humidade são estabilizadas e o fornecimento de ração e de água, efectuado automaticamente. Os pintos vêm acondicionados em caixas. Nesta fase, é também efectuado o controlo das condições de recepção dos pintos e a verificação do estado sanitário das aves recebidas. 3. Cria Recria - Engorda Nesta fase os pintos já quase duplicaram o seu tamanho. O período de rotação entre cada ciclo de engorda, é de 10 semanas para cada criação, contados a partir da data de entrega dos pintos conforme contrato celebrado entre Criador e Integrador. 4. Acabamento O esquema de produção assenta no sistema "tudo dentro - tudo fora", com 3 criações no período do Verão e 2 no Inverno, o que permite a produção de 5 bandos de aves por ano. Terminado o período de engorda, as aves são enviadas para os centros de abate. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 6/26

5. Apanha, Transporte e Descarga Terminado o ciclo produtivo os frangos são apanhados, enjaulados e carregados no veículo de transporte até ao Centro de Abate. O material de transporte dos frangos (jaulas) é posteriormente sujeito a um processo de lavagem e desinfecção para reutilização. 6. Limpeza das instalações e equipamentos As paredes, o pavimento e o tecto do pavilhão são íntegros e lisos para facilitar as lavagens e as desinfecções que são feitas por lavadores de pressão (limpeza a seco por fumigação), como a água sai em pequenas partículas evapora-se, não existindo assim águas residuais das lavagens, garantindo o isolamento térmico e higrométrico necessários ao bem estar das aves e promover a redução do consumo de energia. Os pavilhões bem como todo o equipamento para abeberamento e alimentação das aves são higienizados, desinfectados com desinfectantes autorizados, e desinsectizados quando necessário de acordo com o aconselhamento da Direcção Geral de Veterinária e dos Serviços Técnicos da empresa integradora, permanecendo em vazio sanitário (14 dias como mínimo) entre cada ciclo produtivo. 7. Vazio sanitário Após a concretização das fases anteriores, segue um período de isolamento sanitário essencial ao descanso das próprias instalações. Os pavilhões foram projectados de modo a preceituar uma ocupação racional com vazios sanitários de cerca de 2/3 semanas após a lavagem e desinfecção, sendo aconselhável 14 dias no mínimo, procurando assim com interrupção do ciclo, limitar o microbismo no aviário. Condições de Produção/Bem-Estar Animal As janelas são protegidas por rede de malha estreita à prova de pássaros que garantem o isolamento dos frangos de outras aves selvagens, nativas e migratórias. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 7/26

De entre os factores essenciais ao bemestar das aves produzidas e que contribuem definitivamente para a qualidade do produto final, destacam-se os seguintes: a) Administrações de Ração e Água; b) Aquecimento; c) Ventilação; d) Iluminação; e) Vacinações. a) Administrações de Ração e Água A alimentação das aves é administrada por um sistema de comedouros automáticos e assenta em alimentos compostos, (rações comerciais) de 3 tipos indicados para a espécie e de acordo com a idade das aves, dois tipos de ração crescimento e um acabamento. O abeberamento das aves é efectuado através de um sistema automático, abastecido por um depósito principal. Dado o sistema automático ser accionado pela própria ave não se verifica qualquer desperdício de água. Este depósito é abastecido por um furo de captação, que tem uma bomba de 3 CV e é complementada com água da rede pública. Os comedouros e bebedouros são em quantidade suficiente, cumprem as normas do bem-estar vigentes, evitando os derrames para as camas. b) Aquecimento Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 8/26

O aquecimento é também um factor essencial ao desenvolvimento dos frangos, devendo a temperatura ser uniforme na área ocupada pelas aves. As temperaturas adequadas variam em função do crescimento e desenvolvimento das aves. Conforme se evidencia no quadro, as temperaturas dentro dos pavilhões vão decrescendo à medida que as aves crescem, devendo as mesmas ser rigorosamente cumpridas para garantir as boas condições de desenvolvimento das aves. Aquecimento por fornalha utilizando a casca de pinhão A instalação possui um sistema de aquecimento, através do ar quente gerido por um controlador, utilizando casca de pinhão como combustível. O calor gerado nas duas fornalhas por combustão directa é encaminhado para a tubagem que circula no interior. Um motor promove a sucção e a circulação do ar. Existem duas fontes pontuais (chaminés) do sistema de aquecimento por ar quente que utiliza casca de pinhão como combustível. O regime de emissão associado a estas fontes pontuais varia de acordo com a necessidade de aquecimento, sendo um regime de emissão esporádico. O aquecimento por fornalha utilizando a casca de pinhão, consome cerca de 40 t/ano de casca de pinhão. O gerador só trabalha 3 criações (nas 2 de Verão não trabalha, devido ao calor). O facto dos sistemas de queima funcionarem, no total, menos de 500 horas durante cada ano, permite a dispensa da realização de monitorização das emissões atmosféricas das respectivas fontes fixas. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 9/26

Aquecimento a gás propano Este tipo de aquecimento é só usado nos primeiros dias após a recepção das aves nos pavilhões. São consumidos cerca de 5 ton/ano. c) Ventilação A ventilação é outro factor muito importante no crescimento das aves, na medida em que permite controlar a temperatura dos pavilhões, assim como os níveis de amoníaco e de humidade existente no interior da instalação. O sistema de ventilação permite assegurar as condições adequadas ao bem-estar das aves instaladas, controlar o aumento de temperatura e minimizar os odores. A máxima utilização de ventilação natural evita gastos excessivos e desnecessários de energia, assim como o controlo e a inspecção dos sistemas de ventilação mecânica e a regulação da temperatura e humidade do ar no interior do pavilhão. O sistema de ventilação é optimizado, a fim de obter um bom controlo da temperatura e alcançar taxas de ventilação mínimas no Inverno. Os pavilhões têm um sistema de ventilação assente num sistema de arejamento efectuado por 36 ventiladores, sendo no entanto a carga animal inferior a 30 kg/m2 no global da exploração. d) Iluminação A exploração tem energia eléctrica ligada à rede da EDP. A iluminação é de natureza mista, natural e através da utilização de lâmpadas economizadoras e iluminação localizada. As fontes de iluminação são de intensidade uniforme e estão distribuídas de modo a evitar contraste muito acentuado, reflexos prejudiciais e encadeamento. A racionalização de energia passa pela escolha do tipo de lâmpadas a utilizar e o método da sua utilização. e) Defesa sanitária da exploração Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 10/26

A defesa sanitária da exploração é da responsabilidade do Médico Veterinário e é assegurada pela instalação de todas as medidas aconselhadas pela Direcção Geral de Veterinária, mencionadas no Decreto-Lei nº 214/2008, nas Portarias 637/2009 e demais legislação em vigor. A profilaxia e sanidade são aconselhadas pela Direcção Geral de Veterinária, através dos serviços regionais do Ministério da Agricultura. A assistência técnica é assegurada pela empresa integradora através de um Médico Veterinário auxiliado por assistentes técnicos que avaliam regularmente as condições do bem-estar animal, o maneio e o cumprimento das medidas exigidas pelos serviços técnicos da empresa integradora, cujas observações ficam registadas na ficha de bando do criador. O acesso dos veículos está condicionado por um portão à entrada que tem sinalização com indicação de acesso restrito. À entrada de cada pavilhão existe um pé-dilúvio com solução desinfectante periodicamente renovada. No controlo de pragas, para a desratização existe uma planta de iscos e mapa de registo de renovação de iscos e outras observações. A desinsectização é normalmente efectuada em conjunto com a desinfecção, antes do vazio sanitário. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 11/26

Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 12/26

3. QUAL É A SITUAÇÃO ACTUAL Topografia A exploração avícola em causa distribui-se por uma área de relevo plano. Na envolvente os declives atingem valores entre os 0 e os 30 graus. Na área da exploração avícola os declives variam entre os 0 e os 2 graus. Na envolvente próxima da instalação, os valores de altitude são mais reduzidos a Oeste (entre os 60 e 70 metros) e mais elevados a Este, atingindo valores superiores a 80 metros. Clima e Microclima De acordo com a classificação climática de Köppen, a área em estudo encontra-se numa zona de clima temperado húmido. Com Verão seco, pois o mês mais seco apresenta uma precipitação inferior a 30 mm e no mês mais chuvoso do Inverno precipita mais de três vezes do que precipita no mês mais seco de verão. A temperatura média do mês mais quente é superior a 22ºC. Geologia, Geomorfologia, Geotecnia e Hidrogeologia (Recursos Hídricos Subterrâneos) Em termos de geologia, e tendo como base a Carta Geológica de Portugal e respectiva notícia explicativa, a área em estudo caracteriza-se pela seguinte formação geológica: Complexo gresoargiloso de Pegões. O local em estudo situa-se na bacia hidrográfica do Tejo, na unidade hidrogeológica Bacia do Tejo/Sado e no sistema aquífero T3 Bacia do Tejo Sado/Margem Esquerda. Foram efectuadas análises à qualidade da água do furo localizado na propriedade, sendo verificado que, com excepção do valor de ph (que se apresenta ligeiramente abaixo do limite legal) os parâmetros medidos cumprem com os critérios definidos pelo Decreto-Lei n.º 306/2007, para águas destinadas ao consumo humano. Os valores deste parâmetro não apresentam riscos directos para a saúde humana e animal. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 13/26

Solos e Uso do Solo Na área em estudo identificam-se apenas um tipo de solo: Solos Podzolizados Podzóis, (Não Hidromórficos), Com Surraipa, de ou sobre arenitos. Relativamente à capacidade de uso do solo é a capacidade de uso Ds (com capacidade de uso baixa e limitações na zona radicular) que está presente na área de exploração avícola em análise. Relativamente à ocupação do solo, verifica-se que a área de projecto se distribui em duas classes de ocupação: Áreas agrícolas e agro-florestais sistemas culturais e parcelares complexos; e, Florestas e meios naturais e semi-naturais Florestas de folhosas. Em visita ao local, verificou-se que as áreas agrícolas e florestais ocupam uma importante área envolvente da exploração. Surgem espécies como pinheiro manso e bravo, eucaliptos e alguns sobreiros. Recursos Hídricos Superficiais e Qualidade da Água A área abrangida pela exploração avícola encontra-se inserida no Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Tejo. No local da exploração avícola existem linhas de escorrência de reduzida dimensão de carácter torrencial, só uma delas apresenta presença de água, mas praticamente sem escoamento (este afluente localiza-se fora do perímetro da instalação e a Sul), apresentando-se quase estagnado, praticamente sem escoamento. Estas linhas são afluentes da Ribeira do Vale Cobrão, localizada a cerca de 10 km a Noroeste da exploração avícola. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 14/26

Factores biológicos e ecológicos Na área em estudo predominam zonas humanizadas (sem qualquer interesse ecológico) e área de montado, associando-se os sobreiros a espécies arbóreas como o pinheiro manso, o pinheiro bravo e o eucalipto. Qualidade do ar Quanto à qualidade do ar, salienta-se apenas a contribuição do reduzido trânsito local e das vias rodoviárias circundantes (A 13, EN 10, EM533). Destaca-se o relativo afastamento de aglomerados populacionais do local em estudo, que associados à dispersão atmosférica decorrente do regime de ventos, podem contribuir para a atenuação das contribuições menos positivas para a qualidade do ar. Com base nesta análise pode afirmar-se que a qualidade do ar na área em estudo não apresenta sinais de degradação. Ruído As fontes de ruído identificadas e em funcionamento na instalação (equipamento de limpeza, sistema de alimentação, sistema de aquecimento), são fontes de ruído sem expressão. A exploração em estudo localiza-se na freguesia de Canha. Pela análise dos mapas, verifica-se que o local da exploração avícola, na sua maioria apresenta valores entre 50 a 55 db(a) relativamente ao indicador L den. Relativamente ao indicador Ln, verifica-se que o local da exploração avícola na sua maioria apresenta valores entre 40 a 45 db(a). Resíduos Decorrente do processo de engorda de frangos, a instalação avícola produz os seguintes tipos de resíduos: Embalagens vazias de medicamentos e das vacinas; Fezes, urina e estrume de animais; Aves mortas; Lâmpadas fluorescentes usadas; Lamas de fossa séptica; Resíduos urbanos e equiparados (uso doméstico). A gestão de resíduos na empresa tem como prioridade evitar ou reduzir a quantidade de resíduos produzidos e promover a sua valorização.estão a ser tomadas todas as medidas de preservação ambiental e cumprimento da legislação em vigor. Paisagem O local do projecto insere-se no Grupo de Unidade de Paisagem : Terras de Sado e na Unidade de Paisagem: Areias de Pegões. enesta unidade dominam a planura e os solos arenosos, que são bem característicos da bacia sedimentar do Sado. A paisagem que prevalece é confusa, em resultado da dispersão da construção e das numerosas estruturas e infra-estruturas (estradas, Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 15/26

auto-estradas, linha de comboio, linhas de alta tensão), bem como da diversidade de usos agrícolas ou florestais sem que seja clara a razão para a sua disposição espacial. Coexistem explorações agrícolas com dimensões muito díspares e com uma enorme diversidade de usos como é o caso da vinha, das culturas hortícolas, dos pomares de fruteiras, do montado de sobro, pinhal ou eucaliptal. Esta diversidade constituiu um dos factores determinantes do carácter desta paisagem, sendo explicada pela enorme gama de utilizações dos solos arenosos presentes quando existem em simultâneo disponibilidades de água, de matéria orgânica e de fertilizantes. Em termos do Valor Ecológico da Paisagem, a área em estudo apresenta um baixo valor ecológico, quer à escala regional, quer à escala do lugar, devido à reduzida biodiversidade e reduzida estrutura vegetal. No que respeita à Resiliência Ecológica esta apresenta uma rápida restauração da situação inicial após o distúrbio, ou seja, apresenta elevada resiliência ecológica. População, Emprego e Actividades Económicas O nível de densidade populacional do concelho (cerca de 118,9 habitantes por km2) é muito semelhante à média nacional e inferiores à média da sub-região da Península de Setúbal. Este valor esconde, todavia, as inúmeras disparidades e assimetrias registadas na ocupação dos diversos espaços geográficos do concelho. Nos últimos anos alterou-se profundamente a estrutura do emprego nacional, regional e local. Efectivamente, acelerou-se o processo de terciarização, tendo o concelho de Montijo acentuado a sua vocação como concelho de serviços, com valores superiores à média regional e nacional que já manifestava em 1991. Ao nível das infra-estruturas viárias, mau grado a relativa periferabilidade face aos espaços envolventes, a situação do concelho do Montijo no que se refere às infra-estruturas de circulação viárias pode ser designada, regra geral, como de boa qualidade, o que prefigura uma situação de boa acessibilidade global. Saliente-se que, no geral, as vias apresentadas constam de uma faixa de rodagem para cada lado e com tráfego reduzido, com excepção da EN10, a qual apresenta elevado número de veículos pesados em circulação. Arqueologia e Património cultural Na definição da Situação de Referência não se identificaram ocorrências na Área do Projecto. Instrumentos de Ordenamento do Território Tendo como base a Planta de Ordenamento do PDM do Montijo, área de estudo insere-se em Espaço Florestal área de floresta de produção e em Espaço canal de infra-estrutura - Adutor da EPAL. Considerando a Planta de Condicionantes, a área em estudo a área tem como servidões e restrições de utilidade pública: Montado de Sobro e Adutor da EPAL. De acordo ainda com o PDM Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 16/26

do Montijo em vigor, a área em estudo não se encontra abrangida por nenhuma classe integrante da classificação da RAN e da REN. Refira-se, também, que projecto em estudo não se encontra inserido em áreas classificadas como Zona de Protecção Especial, Sítio Natura 2000 ou Parque Natural. Relativamente à inserção da área de projecto no Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) é de salientar que este foi elaborado numa altura em que o aviário em estudo já se encontrava em exploração. A exploração avícola em estudo não se insere em qualquer área ou corredor estruturante ou mesmo área ou corredor vital, sendo que não lhe estão associadas orientações estratégicas, directrizes e medidas, a diferentes níveis de exigência, em termos de ordenamento e gestão do território, articuladas com as questões e dinâmicas urbanísticas que ocorrem no seu interior e áreas envolventes. A área onde se insere o aviário é classificada no PROTAML como Unidade Agro-Florestal, sendo que esta unidade revela: riqueza florestal (montado de sobro) e agrícola (vinha); dimensão ecológica muito forte; importância da localização do NAL no extremo Nordeste, para o ordenamento a promover; quadro de acessibilidades rodoviárias favorável e com perspectivas de melhoria acentuada; existência de áreas de produção vinícola de excelente qualidade e elevada produtividade associada; componente florestal relevante, que importa preservar e valorizar, seja pela dimensão ambiental, seja pela dimensão económica; crescente dispersão das edificações no espaço agrícola; e, sensibilidade a riscos naturais e tecnológicos. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 17/26

4. QUE EFEITOS PODE ORIGINAR São apresentados os efeitos considerados mais importantes, organizados por factor ambiental. A análise de impactes neste caso, uma vez que o aviário já está em exploração incidirá sobre a fase de exploração. Topografia A nível da topografia, não se prevê a ocorrência de impactes, visto que a superfície do local do projecto se encontrar estabilizada. Clima e Microclima A exploração da instalação não é susceptível de causar impactes significativos no microclima da região atravessada. Geologia, Geomorfologia, Geotecnia e Hidrogeologia (Recursos Hídricos Subterrâneos) Relativamente à geologia e hidrogeologia, as áreas impermeabilizadas alteram a drenagem superficial, bem como diminuem a taxa de infiltração. Contudo, as áreas impermeabilizadas existentes no aviário são pouco significativas, pelo que não se esperam que ocorram modificações no regime hidrológico e hidrogeológico, resultando um impacte negativo mas muito pouco significativo, incerto, indirecto, médio prazo e permanente. Quanto ao consumo de água da captação subterrânea, estão adoptadas medidas de racionalização de consumo, resultando um impacte negativo mas muito pouco significativo, incerto, indirecto, médio prazo e permanente. O efluente é tratado numa fossa séptica com poço absorvente devidamente dimensionada e é assegurada a remoção regular das lamas produzidas, concluindo-se que o impacte daqui resultante é negligenciável. Solos e Uso do Solo Não são expectáveis impactes sobre o solo resultantes dos resíduos orgânicos gerados na instalação. O impacte da remoção/destino adequado de todos os resíduos produzidos na instalação é positivo, significativo, directo, a curto prazo, temporário e certo. Os impactes resultantes do uso actual do solo são considerados nulos, face às considerações anteriores. Como resultado da actividade aqui desenvolvida, verifica-se o transporte de cargas e descargas de/e para a exploração, que poderá originar alguns impactes negativos indirectos e pouco significativos sobre o solo, resultantes da emissão de poeiras e/ou derrames dos resíduos transportados para a envolvente. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 18/26

Recursos Hídricos Superficiais e Qualidade da Água Até ao momento, a água utilizada provém, na sua totalidade, do furo existente na propriedade, muito embora a água do furo não seja bebida pelos utilizadores da instalação (funcionários, proprietários e outros), os quais recorrem a água engarrafada. Refira-se contudo que o proprietário já solicitou a ligação da sua propriedade à rede pública de abastecimento, cujas condições de efectividade só muito recentemente foram possibilitadas. Ao nível dos recursos hídricos superficiais e qualidade da água, tendo em conta que na exploração avícola já estão implementadas medidas de racionalização dos consumos de água, sistemas adequados de drenagem e tratamento das águas residuais domésticas e adoptadas as melhores técnicas disponíveis aplicáveis ao sector, considera-se que ao nível do descritor recursos hídricos superficiais e qualidade da água os impactes são de baixa significância, praticamente nulos. Factores biológicos e ecológicos Ao nível dos factores biológicos e ecológicos, a circulação automóvel e pedonal resulta em impactes de pouco significado global, não sendo afectadas as espécies presentes no local. Qualidade do ar A instalação avícola em estudo apresenta três tipos de fontes de emissão de poluentes atmosféricos, que consistem basicamente em: Fontes pontuais resultantes do Sistemas de queima - Aquecimento por fornalha utilizando a casca de pinhão (2 chaminés); Fontes difusas de emissão de odores, provenientes dos dejectos das aves (essencialmente amoníaco), aquecimento a gás propano e gerador de emergência; Emissões derivadas das fontes de tráfego de acesso às instalações (transporte de matérias primas e produtos finais), nomeadamente, óxidos de azoto, monóxido de carbono, hidrocarbonetos não queimados e fumos negros As emissões difusas de odores, classificam-se como sendo um impacte negativo muito pouco significativo, certo, directo, de curto prazo e temporário. O aumento do tráfego afluente à instalação implica um aumento nas concentrações de alguns poluentes atmosféricos (CO, NOx, partículas, fumos negros, etc.). No entanto este tráfego possui um significado bastante reduzido, o que aliado à dispersão dos poluentes se considera resultar num impacte negativo mas muito pouco significativo. Ruído A zona está classificada em termos acústicos, enquadrando-se como zonas mistas, sendo os limites de exposição: L den 65 db(a) e L n 55 db(a). Junto ao ponto avaliado (RS) é cumprido o Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 19/26

respectivo valor limite (Critério Exposição Máxima) para o indicador Lden definido para zonas mistas e é cumprido o respectivo valor limite (Critério Exposição Máxima) para o indicador Ln. Segundo o Artigo 13º do Decreto-Lei nº 9/2007 de 17 de Janeiro, ponto 5: o disposto na alínea b) do nº 1 (cumprimento do critério de incomodidade) não se aplica, em qualquer dos períodos de referência, para um valor do indicador LAeq do ruído ambiente no exterior igual ou inferior a 45 db(a). No presente caso este critério não se aplica, uma vez que o valor do indicador LAeq do ruído ambiente no exterior é inferior a 45 db(a). Apesar do contributo de ruídos existentes na envolvência da exploração, tais como o tráfego nas vias nacionais (A 13, EN 10, EM533) e ruídos existentes na envolvência do local (aves, cães na vizinhança, actividades agrícolas), a zona caracteriza-se por níveis reduzidos de ruído. E pela análise dos valores obtidos pode concluir-se que o impacte sobre o ruído resultante do funcionamento da exploração avícola é praticamente nulo, isto é, o facto da exploração existir no local e estar em exploração, não agrava os níveis de ruído no local. Resíduos Relativamente aos resíduos, não existem impactes ambientais negativos associados aos mesmos, uma vez que estão a ser tomadas todas as medidas de preservação ambiental e cumprimento da legislação em vigor. O impacte da remoção/destino adequado é positivo, significativo, directo, a curto prazo, temporário e certo. Paisagem Durante a fase de exploração, os impactes sentidos na componente paisagem são resultado da introdução de um novo elemento no território que vai alterar a leitura e a percepção visual da paisagem envolvente. No entanto, e visto que estas estruturas já existem no local, os impactes paisagísticos causados pela presença destas infra-estruturas, são pouco significativos quer a nível visual quer a nível funcional. População, Emprego e Actividades Económicas Ao nível da sócio-economia, apenas merecerá algum destaque (ainda assim relativo) à potencial importância do projecto para a especialização económica local, em torno da produção avícola (frangos de carne). Arqueologia e Património cultural Dado o facto de não se prever a execução de trabalhos (obras de construção ou remodelação e escavação) que alterem ou ampliem as construções existentes, não se reconheceram impactes. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 20/26

Instrumentos de Ordenamento do Território Não estão previstos impactes ao nível do ordenamento do território, tendo em conta a aplicação das condicionantes identificadas e o cumprimento das medidas de minimização. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 21/26

5. QUE MEDIDAS SERÃO ADOPTADAS No sentido de melhorar o desempenho ambiental do projecto e impedir os poucos impactes negativos identificados, o Estudo de Impacte Ambiental sugere um conjunto de medidas, que deverão ser aplicadas na fase de exploração. Entre elas, destacam-se as seguintes: São propostas algumas medidas relativas aos recursos hídricos subterrâneos: Na tampa de protecção do furo, poderá ser aberto um orifício de diâmetro não inferior a 20 mm, obturado por um bujão, destinado a permitir a introdução de aparelhagem de medida dos níveis de água. A fossa deve estar protegida da entrada de águas pluviais e ser de construção sólida de modo a evitar a saída de águas residuais, com risco de contaminação do solo e das águas, sobretudo das águas subterrâneas. De modo a garantir o adequado funcionamento da fossa séptica, as lamas da fossa devem ser recolhidas pelo menos uma vez por ano, evitando a deterioração da qualidade dos recursos hídricos subterrâneos como consequência do mau desempenho da fossa, devido a fenómenos de colmatação, entupimento, etc. São propostas algumas medidas, quanto aos solos e usos do solo: O armazenamento temporário dos resíduos deve ser efectuado em áreas impermeabilizadas, planas e protegidas das chuvas, bem como do acesso de pessoas e animais e da acção do vento, de forma a garantir a protecção dos solos, águas superficiais e subterrâneas; Deve ser efectuada a caracterização do estrume; o operador deverá ainda incluir: informação sobre a quantidade de estrume produzido por bando (kg/bando) e quantidade de estrume (em toneladas/ano) enviado para operador licenciado. Caso, e sempre que, seja(m) utilizada(s) outra(s) UTS (Unidade Técnica de Subprodutos) deverão ser indicadas as quantidades enviadas (kg/ano) para cada uma, assim como enviada cópia da(s) respectiva(s) autorização(ões). O operador deverá ainda enviar cópia das guias de acompanhamento do estrume; A instalação deverá proceder ao cumprimento das regras definidas no Código de Boas Práticas Agrícolas. São propostas algumas medidas ao nível dos recursos hídricos: A fim de manter a eficiência do sistema de tratamento das águas residuais domésticas (fossa séptica com poço absorvente), este deve ser mantido em boas condições de Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 22/26

funcionamento e manutenção, para o que é necessário que se proceda, com a devida regularidade, à remoção das lamas. As lamas devem ser transferidas para destino final adequado (valorização/tratamento). O operador deve ter em conta medidas de racionalização dos consumos de água, algumas delas já adoptadas, nomeadamente: o manutenção do bom estado das instalações, nomeadamente no que respeita à detecção de possíveis fugas de água nas tubagens e ao bom desempenho dos equipamentos associados ao circuito de água; o contadores de água em todos os pavilhões avícolas; o verificação regular do débito de água nos bebedouros e da sua altura em relação aos animais, o que permite evitar eventuais derrames; Outra medida é a adequação de aspectos de concepção/construção das instalações avícolas e do equipamento utilizado. Esta medida consiste em dotar os locais de alojamento dos animais com um conjunto de características que permitam alcançar os seguintes objectivos: o Controlo ambiental adequado no interior das instalações; o Remoção eficaz das dejecções produzidas; o Remoção ou reparação de todas as torneiras, canos, mangueiras e fontes de água com fugas; o Minimização da possibilidade de ocorrência de desperdícios de água nos dispositivos de abeberamento. Relativamente à qualidade do ar preconizam-se as seguintes medidas, muitas delas já adoptadas pela exploração: De modo a minimizar as emissões difusas devem ser adoptadas várias medidas para manter as camas secas, evitar desperdícios de água e encharcamento de camas, tais como: o Controlo do abeberamento, nomeadamente a fim de se evitar que as aves usem exageradamente os bebedouros fora do período das refeições, o que poderia conduzir a derramamentos de água sobre as camas; o Limpezas e desinfecções efectuadas a seco, Limpeza a seco, fumigação Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 23/26

o Instalação de contadores de água em todos os pavilhões da exploração avícola, para controlo do consumo de água pelas aves e detecção da eventual ocorrência de rupturas nas canalizações de água; o Inspecção periódica das linhas de água para detecção e reparação de eventuais fugas. Controlo automático, e eventualmente manual, da abertura das janelas, em ordem a uma adequada renovação do ar, cuja circulação contribui para a secagem das camas. Os equipamentos móveis em funcionamento devem encontrar-se em boas condições de operação, obedecendo as normas internacionais que regulam a quantidade de gases a emitir por veículos pesados; São propostas algumas recomendações, ao nível do ruído: A gestão dos equipamentos utilizados na actividade deve ser efectuada tendo em atenção a necessidade de controlar o ruído, particularmente através do cumprimento do Regulamento das Emissões Sonoras para o Ambiente do Equipamento para Utilização no Exterior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 221/2006, de 8 de Novembro; Manter em bom funcionamento os equipamentos mecânicos, efectuando revisões e trabalhos de manutenção desses equipamentos, de forma a evitar situações anómalas de emissão de ruído, assegurando a sua manutenção e revisão periódica; A circulação de veículos pesados deve efectuar-se essencialmente em período diurno. É recomendada, a redução da sua velocidade de circulação aquando do atravessamento de zonas habitacionais. Recomendam-se as seguintes medidas principais, quanto aos resíduos: Garantir uma correcta gestão, separação de resíduos e posterior encaminhamento a destino final adequado dos resíduos resultantes da actividade avícola; Deverá ser também assegurada a adequada ventilação dos diferentes locais de armazenamento temporário de resíduos, salientando-se ainda a necessidade do acondicionamento de resíduos permitir, em qualquer altura, a detecção de derrames ou fugas; Os subprodutos produzidos na instalação deverão ser conservados em local e temperatura adequados de forma a evitar qualquer risco para a saúde humana ou animal, até serem encaminhados para o destino final adequado; Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 24/26

Deve ser efectuada a caracterização do estrume; o operador deverá ainda incluir: informação sobre a quantidade de estrume produzido por bando (kg/bando) e quantidade de estrume (em toneladas/ano) enviado para operador licenciado. Caso, e sempre que, seja(m) utilizada(s) outra(s) UTS (Unidade Técnica de Subprodutos) deverão ser indicadas as quantidades enviadas (kg/ano) para cada uma, assim como enviada cópia da(s) respectiva(s) autorização(ões). O operador deverá ainda enviar cópia das guias de acompanhamento do estrume; O operador deverá incluir informação sobre as quantidades de cadáveres de animais (em toneladas/bando e em n.º de animais/bando) e quantidade de cadáveres de animais enviadas para operador licenciado. Caso, e sempre que seja(m) utilizada(s) outra(s) UTS (Unidade de Transformação de Subprodutos de categoria 1 ou 2) deverão ser indicadas as quantidades enviadas (kg/ano) para cada uma assim como enviada cópia da(s) respectiva(s) autorização(ões). O operador deverá ainda enviar cópia das guias de acompanhamento destes subprodutos; A instalação deverá proceder ao cumprimento das regras definidas no Código de Boas Práticas Agrícolas. Relativamente ao ordenamento: Garantir-se que o uso do espaço não será alterado, ou, caso esteja prevista uma alteração do uso do espaço, que esta seja feita tendo em conta todas as condicionantes impostas pelo PDM do Montijo, pelas medidas de minimização constantes neste EIA, bem como as impostas por outros instrumentos de ordenamento do território aplicáveis. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 25/26

6. SÍNTESE Em síntese, da avaliação efectuada no quadro do presente Estudo de Impacte Ambiental, verificase que os poucos impactes negativos resultantes da exploração avícola se apresentam com reduzida dimensão, sendo estes perfeitamente minimizáveis. Desta forma, o projecto não possui condicionantes ambientais que coloquem em causa o seu desenvolvimento, dada a pouca relevância dos impactes negativos ocorrentes, o que garante a viabilidade da exploração a este nível. No geral, deve ser devidamente enfatizado o facto de a exploração ter já implementados procedimentos que minimizam fortemente a ocorrência de eventuais impactes ambientais negativos. Merece especial destaque o facto de, ao nível socioeconómico e da paisagem, o projecto não deixar de contribuir para o modo de vida agrícola e para a manutenção das estruturas produtivas e sociais rurais. Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. 26/26