Manuel Braga da Cruz. OS DIAS DA UNIVERSIDADE e outras intervenções

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Transcrição:

Manuel Braga da Cruz OS DIAS DA UNIVERSIDADE e outras intervenções Lisboa Universidade Católica Editora 2012

Índice Apresentação 9 DISCURSOS DE INVESTIDURA 1. Posse do cargo de Reitor (2000) 15 2. Recondução no cargo de Reitor (2004) 23 3. Recondução no cargo de Reitor (2008) 31 OS DIAS DA UNIVERSIDADE 4. Para abrir a Universidade aos que querem, apoie os que não podem (2001) 41 5. Liberdade de ensino. Igualdade de condições para liberdade de opções 47 (2002) 6. Pela construção de uma Europa com identidade cultural (2003) 51 7. A Igreja na formação superior (2004) 55 8. Uma Universidade singular (2005) 61 9. Por uma cultura superior católica (2006) 67 10. 40 anos ao serviço da Igreja e do país (2007) 75 11. Uma Universidade aberta ao mundo (2008) 83 12. Formar para a ética e a verdade (2009) 89 13. No diálogo entre a fé e a ciência (2010) 95 14. Pelo primado da Família na Educação (2011) 101 15. Um projecto da Igreja com 45 anos (2012) 109 OUTRAS INTERVENÇÕES Na Sede 16. Comemoração dos 1600 anos das Confissões de Santo Agostinho (2000) 119 17. Inauguração do novo edif ício da Faculdade de Engenharia (2001) 121

6 Os Dias da Universidade e outras intervenções 18. Posse da nova Direcção da Faculdade de Direito (2002) 125 19. Um Bispo Universitário (2003) 129 20. Discurso no Encontro da FIUC (2007) 131 21. 75 anos do Magno Chanceler (2011) 133 Em Braga 22. Posse do Director da Faculdade de Filosofia (2000) 135 23. Abertura do ano lectivo (2001) 141 24. Abertura solene das aulas (2002) 147 25. Inauguração do Campus Camões (2005) 151 No Porto 26. Inauguração da Escola das Artes (2001) 155 27. Abertura do Congresso sobre Pensadores Portuenses (2001) 159 28. Homenagem ao Prof. Carvalho Guerra (2002) 161 Em Viseu 29. 20 anos da UCP em Viseu (2000) 163 30. Inauguração da Clínica Dentária de Viseu (2001) 169 31. Posse do Adjunto do Presidente do Centro Regional das Beiras (2003) 173 32. Posse do Presidente do Centro Regional das Beiras (2003) 177 33. Entrega de diplomas (2004) 181 34. Abertura Solene das aulas (2005) 185 Em Macau 35. Entrega de diplomas aos primeiros laureados do IIU de Macau (2001) 189 36. Posse do novo Reitor do IIU de Macau (2003) 193 37. Recondução do Reitor do IIU de Macau (2007) 197 38. Recondução do Reitor da Universidade de S. José de Macau (2011) 201 CONFERÊNCIAS 39. A Universidade Católica Portuguesa e a Empresa (2000) 207 40. A Educação, a Universidade e a Igreja (2001) 211 41. Colégio Militar. Dois séculos de História (2002) 221

Os Dias da Universidade 7 42. Educação. Uma tarefa e um direito dos pais (2003) 225 43. A Declaração de Bolonha. Riscos e Desafios (2005) 229 44. Os valores académicos da Universidade Europeia e a sua relevância 237 contemporânea (2006) 45. A Europa, as Universidades e a Sociedade do Conhecimento (2006) 241 46. Nos 75 anos do Seminário dos Olivais (2006) 253 47. O Papa e a Universidade (2010) 261 48. A Universidade Católica e a sua projecção evangelizadora (2011) 265 49. A presença da Sociedade Científica na vida da Universidade Católica 271 (2011) PARECERES E DECLARAÇÕES 50. Alteração do Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo (2001) 279 51. Sobre a Declaração de Bolonha (2002) 283 52. Sobre Regime Jurídico do Desenvolvimento e Qualidade do Ensino Superior 285 (2002) 53. Déclaration d Eischtätt (2004) 289 54. A Declaração de Bolonha na área das Ciências Sociais (2004) 291 55. Sobre o Novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (2007) 299

Apresentação Reúnem se neste volume as principais intervenções escritas que proferi como Reitor da Universidade Católica, ao longo dos doze anos em que desempenhei funções, entre 2000 e 2012, quer nas sessões solenes dos Dias da Universidade, quer noutras circunstâncias. Tais intervenções permitem, antes de mais, compreender a linha de pensamento que presidiu à actuação estratégica, tanto a nível interno como externo, durante os difíceis anos que viveu a Universidade, marcados, no plano nacional, pela crescente estatização do ensino superior e pela acentuação das disparidades de tratamento pelo Estado das instituições não estatais e, no plano internacional, pelo processo de Bolonha e pela crescente internacionalização do ensino superior. Por outro lado, as intervenções aqui reunidas assinalam datas marcantes da vida da Universidade Católica Portuguesa nestes últimos doze anos, e vicissitudes por que passou, possibilitando deste modo uma melhor compreensão da história mais recente da Universidade e do caminho percorrido, não desprovido de sobressaltos inesperados, de desafios vencidos, de percalços ultrapassados. A Universidade Católica Portuguesa viu se obrigada, ao longo deste período de doze anos, a reduzir a sua dimensão nacional e a sua implantação regional, com o encerramento de pólos na Madeira, em Leiria, na Figueira da Foz, nas Caldas da Rainha, e de várias unidades em Viseu, para se concentrar cada vez mais, e desse modo se preparar para uma maior afirmação internacional, patenteada sobretudo pelo reconhecimento obtido por acreditações internacionais e pelo aparecimento, em prestigiados rankings internacionais, de algumas das suas unidades. Apesar disso, o número de alunos não diminuiu. Pelo contrário, aumentaram ligeiramente os estudantes de cursos de grau, mantendo se nos últimos anos próximos dos 12 000, e cresceu sobretudo o número de alunos em cursos de diploma, de formação ao longo da vida, que ultrapassou anualmente, em muito, os primeiros. A Universidade Católica Portuguesa tornou se a primeira opção para muitos dos que a ela se candidatam, conseguindo competir, apesar da desigualdade de condições, com as demais universidades do Estado. Obrigada a cobrar propinas ao nível do custo real, muito superiores às propinas do ensino estatal, sobretudo depois de lhe ter sido retirado o apoio por

10 Os Dias da Universidade e outras intervenções parte do Estado; excluída dos contratos de confiança que o mesmo Estado estabelecia com as demais universidades para o incremento do número de diplomados, domínio em que sobressai no panorama nacional; excluída dos financiamentos estruturais que avantajavam sobremaneira as outras universidades, em edifícios, equipamentos e investimentos; vítima de iniciativas que visavam a sua destruição, pela abertura contígua de idênticas ofertas pelas universidades estatais, a preços muito inferiores; apesar de tudo, a Universidade Católica Portuguesa conseguiu continuar a competir com as universidades do Estado, inovando e liderando, obrigando mesmo as outras universidades a seguir as suas práticas. Nestes últimos doze anos, a Universidade Católica Portuguesa reforçou a sua autonomia, dotando se de corpo docente próprio, dependendo por isso menos da colaboração de professores de outras universidades, e reforçou a sua independência do poder político, que lhe retirou a quase totalidade dos apoios financeiros que recebia desde os primeiros anos, e não evidenciou para com ela particular deferência nem simpatia. Em contrapartida, viu reforçada a confiança nela depositada pela sociedade portuguesa, traduzida no prestígio mantido, nos apoios recebidos, na procura acrescida das suas formações, por famílias e empresas. Os amigos e benfeitores redobraram as suas atenções para com a Universidade. Os antigos alunos, orgulhosos da sua Universidade, marcaram presença frequente e traduziram o seu apoio em numerosos gestos. A perda do apoio financeiro do Estado, levou à criação da Fundação da UCP, e à criação de um fundo de subsistência, que não tem deixado de crescer. O primeiro donativo à Fundação, logo após a sua constituição, foi um cheque modesto, mas cheio de significado, das associações de estudantes, que assim quiseram demonstrar a sua solidariedade para com a Universidade em tempos de adversidade. O prestígio internacional não deixou também de se manter e até de aumentar. Chefes de Estado e embaixadores, dirigentes e personalidades políticas internacionais, empresários de renome internacional, quiseram visitar a Universidade, escolheram na para proferir conferências em Portugal, distinguiram na com gestos de distinção. O número de estudantes estrangeiros aumentou, por isso, sendo já hoje de cerca de 10% do total. A própria Federação Internacional de Universidades Católicas quis honrar a Universidade Católica Portuguesa com a realização em Lisboa de um Congresso, por ocasião dos seus 40 anos.

Os Dias da Universidade 11 Não faltaram tentativas políticas para retirar à Universidade, já não apenas o apoio financeiro mas sobretudo a sua autonomia e liberdade, pondo mesmo em causa a especificidade que a Concordata entre o Estado e a Igreja de 2004 veio consagrar. E no entanto, a Universidade Católica Portuguesa continua a ser uma referência nacional e internacional, forte da cultura institucional que lhe foi legada pelos seus fundadores, e confiante no apoio que a sociedade e a Igreja portuguesa hão de continuar a dar lhe para o futuro. Agradeço a todos com quem tive o privilégio de trabalhar e, acima de tudo, ao Magno Chanceler, D. José da Cruz Policarpo, pela confiança que depositou em mim, pelo apoio que sempre me concedeu, e pelo respeito pela autonomia das funções em que me investiu. O lugar que ocupei constituiu um ponto de observação único, que me permitiu medir e admirar toda a grandeza desta instituição que é, por certo, das grandes realizações da Igreja e da Sociedade Civil portuguesas. Manuel Braga da Cruz