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Transcrição:

Nefrologia Infografia da Especialidade by

Queremos com este conteúdo contribuir para um processo de escolha mais informado, que esclareça os estudantes de medicina e médicos recém-formados acerca das características das diversas especialidades médicas, sem, contudo, pretender substituir o habitual procedimento de decisão a que os Internos de ano Comum, ano após ano, recorrem: a visita aos serviços e o contacto com diversos colegas. A informação aqui apresentada foi recolhida e sistematizada pela nossa equipa editorial. Salientamos que as informações circunstanciais sobre a formação específica são de difícil sistematização dada a sua escassez e variabilidade consoante o local e no tempo. No fim poderás encontrar as fontes das informações aqui prestadas. Esperamos que te sejam úteis!

categoria MÉDICA CIRÚRGICA MÉDICO-CIRÚRGICA SIM AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO APOIO TERAPÊUTICO

Visão geral do programa da especialidade (Consultar Portaria em Diário da República*) Total: 60 Meses (5 ANOS) Estágios obrigatórios em nefrologia: Medicina Interna (12 meses); Intensivismo (3 a 6 meses); Nefrologia (36-39 meses). Estágios opcionais: estágio pode ser realizado em várias áreas: nefrologia, exames complementares de diagnóstico, áreas clínicas não nefrológica e áreas de investigação laboratorial. Duração total de 6 meses. Medicina Interna (12M) Intensivismo (3-6M) Ocorre no 1º ano de internato. Objetivos de desempenho e conhecimento: - Avaliação e tratamento de doentes com patologia médica; - Execução de técnicas semiológicas e terapêuticas; - Avaliação e tratamento de doentes em situações de emergência médica. Objetivos de desempenho e conhecimento: - Reanimação Cardiorrespiratória; - Técnicas de suporte avançado de vida; - Contacto com doentes com falência múltipla de órgãos; - Avaliação, prevenção e tratamento de insuficiência renal aguda em doentes com instabilidade hemodinâmica; - Treino nas técnicas invasivas (como entubação oro-naso-traqueal e cateterismo vascular). Nefrologia (36-39M) Opcionais (6M) O estágio em Nefrologia é repartido nos seguintes estágios: - Nefrologia Clínica: tem a duração de 21 meses, seguidos ou intercalados (caso, a duração mínima de cada período é de 6 meses); - Transplantação Renal: duração de 6 meses; - Hemodiálise (e outras técnicas depurativas com circuito extracorporal): duração de 6 meses; - Diálise Peritoneal Crónica: duração de 6 meses. Têm a duração total de 6 meses, pode ser realizado mais do que um estágio parcelar opcional. Cada um deles deve ter duração não inferior a 3M. Pode ser realizado nas seguintes áreas: - Várias áreas da Nefrologia; - Imagiologia, Radiologia de Intervenção Vascular, Medicina Nuclear, Patologia Clínica e Anatomia Patológica; - Medicina Interna, Intensivismo, Infecciologia, Endocrinologia, Cardiologia, Reumatologia e Urologia; - Investigação laboratorial (básica). *Dados obtidos e resumidos de Portaria n.º 300/2013 de 11 de outubro do Ministério da Saúde. Diário da República: I Série, nº 197 (2013)

Visão geral do programa da especialidade (Consultar Portaria em Diário da República*) Nefrologia Clínica (21M) Transplantação Renal (6M) Hemodiálise (6M) Diálise Peritoneal Crónica (6M) Objectivos de desempenho: 1. Prevenção, avaliação e tratamento de Perturbações hidroelectrolíticas; Insuficiência renal aguda e crônica; Hipertensão arterial; Doenças glomerulares e vasculares do rim; Infecções das vias urinárias; entre outras. 2. Aquisição de autonomia nas seguintes técnicas: - Biopsia renal percutânea (mínimo de 20 biopsias de rim próprio, e 5 de enxerto renal); - Observação e interpretação de Sedimento Urinário; - Colocação de cateteres centrais em veias jugulares e femorais (mínimo de 80, dos quais pelo menos 50 jugulares com tunelização). Objectivos de desempenho: - Avaliação e seleção de candidatos a transplantação renal; - Abordagem ao doente transplantado (seguimento de pelo menos 10 doentes no pós-operatório imediato); - Diagnóstico e tratamento de rejeição (formas aguda e crónica) e de disfunção crónica do aloenxerto; - Diagnóstico e tratamento de complicações cirúrgicas, infecciosas e outras; - Seguimento a longo prazo do doente transplantado (pelo menos 10, por um período mínimo de seis meses); - Realização e interpretação de biopsia percutânea e interpretação dos estudos ecográficos, isótopos e angiográfico do enxerto renal. Objetivos de desempenho: - Prescrever e acompanhar técnicas depurativas em insuficiência renal aguda ou crónica e intoxicações; - Acompanhar uma sessão de hemodiálise (com uma atuação direta na sala de hemodiálise durante o período de estágio/internato); - Prevenir e tratar as complicações de diálise; - Seguimento de pelo menos 10 doentes crónicos em hemodiálise durante um período mínimo de seis meses; - Prescrever dietas e alimentação parentérica nestes doentes; - Colocação de cateteres venosos centrais e reconhecimento complicações; - Vigilância e avaliação dos acessos vasculares. Profilaxia e tratamento das suas complicações. Objetivos de desempenho: - Conhecer o processo prático da diálise peritoneal; - Familiarização com a colocação de acessos peritoneais; - Prescrever diálise peritoneal e avaliar a sua eficácia; - Diagnosticar e tratar as complicações da diálise peritoneal; - Controlo nutricional do doente em diálise peritoneal crónica e adaptações posológicas; - Seguimento direto de pelo menos 5 doentes em diálise peritoneal crónica durante um período mínimo de seis meses. Urgência Nefrologia...inclusão em escala de urgência específica da especialidade a partir do segundo ano da formação específica. *Dados obtidos e resumidos de Portaria n.º 300/2013 de 11 de outubro do Ministério da Saúde. Diário da República: I Série, nº 197 (2013)

1. Hospital de Braga (91%) 2. Centro Hospitalar do Porto, EPE (90%) NOTAS DO ÚLTIMO COLOCADO 3. Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE (89%) *Dados concurso IM de 2017 (Apresentam-se as notas de PNS da última vaga escolhida por hospital)

72% 809 NOTA E POSIÇÃO DO ÚLTIMO COLOCADO EM TODO O PAÍS (2016) 75% 971 NOTA E POSIÇÃO DO ÚLTIMO COLOCADO EM TODO O PAÍS (2017) * Dados concurso IM 2016 e 2017

CAPACIDADES FORMATIVAS (T=23)* (ARSLVT; ARS Alentejo, ARS Algarve) 1 - Centro Hospitalar do Médio Tejo 1 - Hospital Beatriz Ângelo 1 - Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 2 - Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 1 - Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE 2 - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 1 - Hospital Garcia de Orta, EPE 1 - Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 1 - Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE 1 - Centro Hospitalar do Algarve, EPE * Dados concurso IM 2017 (Obtidos do mapa capacidades formativas para início especialidade em 2018)

CAPACIDADES FORMATIVAS (T=23)* (ARS Norte; ARS Centro; Região Autónoma da Madeira) 1 - Hospital de Braga, EPE 2 - Centro Hospitalar Trás os Montes e Alto Douro, EPE 2 - Centro Hospitalar de São João, EPE 1 - Centro Hospitalar do Porto, EPE 1 - Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 1 - Centro Hospitalar Tondela Viseu, EPE 2 - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 1 - SESARAM, EPE * Dados concurso IM 2017 (Obtidos do mapa capacidades formativas para início especialidade em 2018)

satisfação 121-160 EXCELENTE 81-120 MAIS POSITIVO DO QUE NEGATIVO MAS COM POTENCIAL DE MELHORIA 41-80 MUITOS PROBLEMAS 0-40 MUITO FRACO Bigotte Vieira M., Godinho P, Gaibino N., Dias R., Sousa A., Madaleno I. Satisfação com o Internato Médico em Portugal. Acta Med Port 2016 Dec;29(12):839-853

ESCOLHIAS DE NOVO A MESMA ESPECIALIDADE? Martins MJ, Laíns I, Brochado B, Oliveira-Santos M, Teixeira PP, Brandão M. Satisfação com a Especialidade entre os Internos da Formação Específica em Portugal. Acta Med Port 2015 Mar-Apr;28(2):209-221

Representa-se a oferta de especialistas, ou seja, o número de especialistas (global e novos especialistas) em 2025, num cenário sem limitações à formação pós-graduada e num cenário com limitações (definiu-se como limite: 1550 vagas de acesso ao internato médico/ano). Em baixo, representam-se as necessidades de especialistas de acordo com um cenário de manutenção do actual ra cio de especialistas / populac a o e um cenário desejável de acordo com a recomendação pelos Colégios das Especialidades. Da análise, prevê-se, em 2025, um excesso de especialistas quer considerando um cenário de manutenção quer um cenário desejável. Estudo de evolução prospectiva de médicos no Sistema Nacional de Saúde. Relatório produzido pela Universidade de Coimbra para a Ordem dos Me dicos. Junho, 2013 Consultar também: Actuais e Futuras Necessidades Previsionais de Me dicos (SNS). Administração Central do Sistema de Saúde. Setembro, 2011

testemunho de um especialista Quais são os cenários mais comuns de atuação na especialidade de Nefrologia? Como seria uma semana de trabalho típica na especialidade de Nefrologia? A semana-tipo de um nefrologista é uma repetição fascinante de situações que julgavamos já ter visto que no entanto se revelam como se de uma primeira vez se tratasse. Por que se não há 2 pessoas iguais, em saúde aparente,imagine-se se estiverem em estado de doença! Por facilidade de organização os serviços hospitalares de nefrologia a maioria estão estruturados em função da actividade particular que praticam: enfermaria (internamento), diálise ( hemo e peritoneal), técnicas (biópsias, acessos vasculares/catéteres venosos/ angiografia), transplante renal, apoio aos serviços hospitalares (internamento, UCI s, serviço de urgência). Em cada sector há um especialista responsável estabelecendo-se uma rede de cumplicidades e organização em que se espera que ninguem falte ou falhe. Muito exigente? Sem dúvida, mas é o preço de se pertencer a um grupo altamente diferenciado e prestigiado. Numa realidade onde não é invulgar ser necessário estar em 2 lugares ao mesmo tempo, nota-se mesmo...mesmo a ausência de alguem. O cenário mais comum é a que resulta de comunicar/actuar junto de pessoas com uma doença crónica, incurável com sequelas para a vida. Numa doença em que as pessoas poucos ou nenhum sintoma tem, como a convencer que deverá, sem demoras, iniciar mudanças no seu estilo de vida? E que necessita de iniciar diálise? Consequências profissionais, familiares, financeiras, etc. Tentem pedir um empréstimo bancário casa, carro e digam que são IRC! (cont.)

testemunho de um especialista (cont.) A semana tipo roda à volta do trabalho diário do sector onde se está colocado normalmente 2 em2 anos esse local muda acrescido da realização da consulta, reunião com o responsável do sector ( no internamento e transplante há ainda a visita clínica semanal), completando este horário a urgência interna ao seriço e a todo o hospital. Neste periodo desempenha todas as funções necessárias para garantir o tratamento do doente colocação de catéter para hemodiálise, prescrição e controle da sessão de diálise, observar transplantados renais internados, peritonites dos doentes em DP, infecções dos imunossuprimidos,etc. UI s muuuiiittooo trabalhosas. Não é invulgar solicitações por parte de outros hospitais distritais- com pedidos de opiniões ou transferências de doentes com insuficiência renal ne eminência de necessidade de diálise, não disponível nessas unidade de saúde. Com que tipo de casos clínicos se contacta diariamente nesta especialidade? Creio que acima já dei uma ideia base. Contacto com o serviço de anatomia patológica para observação das biópsias renais, journal-club semanal. Haverá uma certa monotonia de diagnóstico com a IRC /IR Aguda e sindrome nefrótico prevalecendo entre todos. Mas a base onde esta patologia se instala dá-lhe um caracter de dificuldade e gravidade que torna o seu manuseamento uma desafia permanente: post cirurgia cardíaca, queimados, post transplante de medula óssea, doentes hepáticos/cirróticos, apoio com a realização de plasmaferése a todos os doentes que dela poderão (?) beneficiar (doenças automimunes neurológicas: vasculites sistémicas: outras hematológicas, post transplante renal, etc).

testemunho de um especialista Que tipo de subespecializações existem hoje nesta especialidade? Como prevê que evolua a especialidade no futuro? Existirão mais subespecializações? Serão diferentes das atuais? Até à data os nefrologistas têm praticado quase unicamente nefrologia, com algumas, poucas, excepções que derivaram para cuidados intensivos. Há uma apetência especial para as doenças auto-imunes e anatomia patológica renal. A necessidade sentida pelos nefrologistas em tratar de um modo mais efectivo os acessos vasculares (AV) para hemodiálise levou a que a angioplastia percutânea endovascular dos AV se tornasse uma prática nefrológica. Os nefrologistas são responsáveis pela realização de mais de 95% das angioplastias dos AV feitas em Portugal, tendo aí obtido uma notável diferenciação, aliás reconhecida pelo Colégio da Especialidade de Nefrologia. Que áreas de investigação parecem ser mais promissoras nesta especialidade? A investigação em nefrologia em Portugal é basicamente de cariz clínico.poucas unidades se dedicam a investigação base. Como vê o balanço entre vida pessoal/familiar e profissional nesta especialidade? Vida quê? A profissional está bem! Esperemos que mude com melhores condições de trabalho. No entanto, prepare-se para ter de abdicar de (muitas) algumas coisas da sua vida privada. Dr. Fernando Coelho das Neves Presidente do Colégio da Especialidade de Nefrologia da OM

PERGUNTAS A FAZER Dada a alta variabilidade entre locais de formação e a grande mutabilidade ano após ano, sistematizar toda esta informação seria incompatível com o formato adoptado para esta infografia. Assim, aqui ficam algumas sugestões de informações a obter pelos alunos/iacs com internos/especialistas dos diversos locais de formação. Formação 1) Idoneidade total? 2) Organização 3) Tempo para estudo? 4) Regularidade/qualidade de formações Estágios fora 1) Estrangeiro 2) Formação complementada noutro centro 3) Outros Centros Hospitalares Portugal Horário-tipo semanal Investigação. Apoio? Infraestruturas? Liberdade para definição subespecialidade Ambiente no serviço: entre internos, entre especialistas Serviço de Urgência: 1) Nº de horas 2) Noites/fins de semana 3) Autonomia? A partir de que ano? 4) Saídas/Folgas