SELETIVIDADE DE HERBICIDAS EM CULTIVARES DE MAMONA.

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Transcrição:

SELETIVIDADE DE HERBICIDAS EM CULTIVARES DE MAMONA Nilza Patrícia Ramos 1, Robert Deuber 2, Maria do Carmo de Salvo Soares Novo 3, Hamilton Kikuti 4 e Angelo Savy Filho 5. Instituto Agronômico de Campinas 1 npramos@iac.sp.gov.br, 2 rdeuber@iac.sp.gov.br, 3 mcdesalvo@hotmail.com, 4 hkikuti@iac.sp.gov.br, 5 savy@iac.sp.gov.br. RESUMO - A necessidade de controle de infestantes é indiscutível para a cadeia produtiva da mamona, pois seu lento desenvolvimento inicial é afetado por fatores de competição que podem reduzir a produtividade. Neste contexto, o trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos dos herbicidas [trifluralin (980 g ha -1 ), pendimethalin (1500 g ha -1 ), metolachlor (2880 g ha -1 ), alachlor (2880 g ha -1 ), sulfentrazone (500 g ha -1 ), imazaquin (150 g ha -1 ), flumetsulan (130 g ha -1 ) e isoxaflutole (60 g ha -1 )] mais uma testemunha na emergência e desenvolvimento inicial das cultivares de mamona (IAC- Guarani, Experimental 2028, Experimental PB25, Experimental Padam05, Savana e Iris). O ensaio foi conduzido em casa-de-vegetação, em vasos, com solo de textura argilo-arenosa, contendo cinco sementes. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 6 x 9, em três repetições e foram avaliadas a porcentagem e velocidade de emergência de plântulas, assim como os danos fitotóxicos (%).Para as condições de experimento, conclui-se que, apenas o trifluralin aplicado em pré-plantio-incorporado é seletivo às cultivares de mamona estudadas. O herbicida pendimethalin e o isoxaflutole aplicados em pré-emergência causam danos fracos a moderados, enquanto o metolachlor, alachlor, sulfentrazone, imazaquin e flumetsulan não são seletivos. INTRODUÇÃO O interesse pela cultura da mamona, no Brasil, tem se intensificado devido ao potencial de utilização de seu óleo como matéria-prima para a produção de biodiesel mas, sua competitividade econômica, para esta finalidade, ainda é baixa quando comparada com outras oleaginosas como a soja, o dendê e mesmo o girassol. Em função, principalmente, dos elevados valores alcançados pelo seu óleo (U$800 a U$1000 a tonelada) no mercado internacional e reduzida produtividade da cultura na maioria das áreas agrícolas, ocasionada pelo baixo nível tecnológico do produtor, uso incorreto de insumos, falta de sementes melhoradas e adequação de genótipos à colheita mecânica (SAVY FILHO et al., 1999). A maior tecnificação dos produtores tende a favorecer a expansão da mamona, pois permite o cultivo em larga escala, reduzindo os custos de produção e ampliando a produtividade. A inserção destes produtores à cadeia de produção encontra-se associada à mecanização da semeadura e colheita, além da possibilidade de controle químico de plantas infestantes. Este tipo de controle facilita

as operações de manejo da cultura, pela facilidade de operação e eficiência de resultados com o uso de produtos específicos para cada cultura. O controle realizado em pré-emergência ou pré-plantioincorporado tende a favorecer o melhor desenvolvimento da mamona, por evitar competição logo nos primeiros estádios vegetativos, mas quando realizado com produtos não seletivos resulta em prejuízos irreversíveis para a planta ou mesmo morte. No mercado brasileiro apenas o trifluralin é registrado para a mamoneira, o que permite apenas a sua recomendação técnica, embora Gelmini (1985) recomende para essa cultura alachlor, diuron, linuron, EPTC, simazine e trifluralin. Tendo em vista que o controle de infestantes é indiscutível para a cadeia produtiva da mamona, pois seu lento desenvolvimento inicial é afetado pela competição, podendo reduzir significativamente o rendimento final (AZEVEDO et al., 2001) e diante da falta de pesquisas neste assunto, o trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de alguns herbicidas na emergência e desenvolvimento inicial da cultura da mamona. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação, em vasos, contendo solo de textura argiloarenosa, em Campinas-SP, durante o período de abril a junho de 2005. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 6 x 9, em três repetições, sendo avaliados seis genótipos de mamona (IAC-Guarani, Experimental 2028, Experimental PB25, Experimental Padam05, Savana e Iris) e oito herbicidas [trifluralin (980 g ha -1 ), pendimethalin (1500 g ha g.ha -1 ), metolachlor (2880 g ha -1 ), alachlor (2880 g ha -1 ), sulfentrazone (500 g ha -1 ), imazaquin (150 g ha -1 ), flumetsulan (130 g ha -1 ) e isoxaflutole (60 g ha -1 )] mais uma testemunha sem aplicação de herbicidas, totalizando 54 tratamentos. A aplicação dos herbicidas foi realizada após a semeadura (cinco sementes por vaso), com pulverizador costal de precisão pressurizado, empregando-se CO 2 como propelente, equipado com barra com quatro bicos do tipo leque 80.02, espaçados em 0,50 m e mantidos a 0,50 m da superfície do vaso. A pressão de trabalho foi de 2,4 kgf cm -2 o que possibilitou o consumo médio de calda correspondente a 365 L.ha -1. A exceção foi a aplicação de trifluralin, o qual foi incorporado ao solo, a cinco centímetros de profundidade, no dia anterior à semeadura. Os resultados da análise química e física de terra utilizada no ensaio foram: matéria orgânica: 0,8%; ph em CaCl 2 4,7; P: 2,3 mg dm -3 ; K: 0,7 mmol c dm -3 ; Ca: 8 mmol c dm -3 ; Mg: 2 mmol c dm -3, H +Al: 42 mmol c dm -3 ; CTC: 53 mmol c dm -3 ; V: 20,4%; S: 7,3 mg dm -3 ; Na: 4,0 mg dm -3 ; Fe: 29,8 mg dm -3 ; Mn: 94,3 mg dm -3 ; Cu: 8,6 mg dm -3 ; Zn: 17,8 mg dm -3 e B: 0,1 mg dm -3, Argila: 40,5% e Areia: 51,3%.

Fez-se a análise de germinação e primeira contagem de germinação para a verificação inicial da qualidade dos lotes, assim como do peso de mil sementes, seguindo recomendações de Brasil (1992). Após a instalação foram avaliados a porcentagem de emergência e o índice de velocidade de emergência (IVE), de acordo com Maguire (1962). Aos 15 e 45 dias após a aplicação dos produtos foram realizadas as avaliações de fitotoxicidade empregando-se a escala de notas em porcentagem, onde a ausência de injúria correspondeu ao valor zero e a morte da planta, o valor 100%. Os dados foram submetidos à análise da variância empregando-se o teste F e quando significativa, as médias foram comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os dados em porcentagem foram transformados em arc sen x/100. RESULTADOS E DISCUSSÃO Verificou-se maior vigor da cultivar IAC-Guarani (Tab. 1), avaliado pelo teste de primeira contagem da germinação, entretanto, no teste de germinação final, o desempenho da IAC-Guarani foi superior apenas a Exp-Padam05. Após a aplicação dos herbicidas foi possível notar a queda no potencial germinativo de todos os genótipos, em comparação à germinação inicial dos lotes, sendo as plântulas da Íris as menos afetadas (29,5%), o que demonstra maior tolerância inicial aos herbicidas aplicados. Com relação aos efeitos fitotóxicos dos herbicidas para cada genótipo de mamona (Tabela 2), verificou-se que trifluralin foi o produto que menos danos causou às diferentes cultivares estudadas. Entretanto, as porcentagens de injúrias observadas em IAC-Guarani e Exp-PB25 são consideradas altas pela escala da European Weed Science Council (1964). Por outro lado, o produto que mais causou danos foi o sulfentrazone (Fig. 1A), sendo que, todos os genótipos avaliados, tratados com esse herbicida, apresentaram plântulas emergidas necróticas e anormais, com morte logo após a exposição à luz. Os danos provocados pelo metolachlor e flumetsulan também foram intensos em todos os genótipos avaliados, com médias variando de 33 a 86%. As plântulas mais afetadas pelo metolachlor foram da cultivar Íris, com as folhas apresentando os bordos recurvados e a região do colo ligeiramente engrossada. Para o flumetsulan os danos foram ainda mais agressivos, principalmente para a cultivar Savana (86,3%), com prejuízos para os tecidos meristemáticos, que impediram a boa formação das folhas primárias (Fig. 1B), levaram à clorose e posterior necrose. Mesmo a cultivar Exp-2028, menos afetada por esse produto, apresentou danos de 33%, considerado elevado pela EWRC.

A cultivar Íris foi a que apresentou menor dano aos herbicidas pendimethalin e imazaquin, mas estes foram respectivamente, 11,3 e 14,1% (Tab. 2), sendo considerados pela escala da EWRS de moderados a médios. As hastes das cultivares mais sensíveis a pendimethalin apresentavam-se brilhantes na linha do solo, sintoma este confirmado por Vencill (2002). As regiões meristemáticas das cultivares sensíveis à imazaquin tornaram-se cloróticas, seguida de necrosamento. Isoxaflutole foi o produto que causou menos dano as cultivares Exp-Padam05 (13,8%) e Exp- PB25 (17,5%), sendo esses níveis considerados médios. Cultivares mais sensíveis apresentaram os pontos de crescimento brancos, as bordas das folhas cloróticas e queimadas com redução significativa de área fotossintética (Fig. 1C). Também, Maciel (2004) afirma que os produtos atrazine, nicosulfuron e ixosaflutole, assim como imazethapyr, bentazon, sulfentrazone e metolachlor não são seletivos para a mamona. De forma geral, nota-se que a maioria dos produtos testados nas doses aplicadas foram prejudiciais à mamona, sugerindo a necessidade de maiores estudos, envolvendo tanto outros produtos como variações em doses de aplicação, além da necessidade de testes experimentais, diretamente, em condições de campo, para a avaliação real de seus usos potenciais. CONCLUSÕES O trifluralin aplicado em pré-plantio-incorporado foi seletivo às cultivares de mamona estudadas; O herbicida pendimethalin e o isoxaflutole aplicados em pré-emergência causaram danos fracos a moderados às cultivares testadas; O metolachlor, alachlor, sulfentrazone, imazaquin e flumetsulan não foram seletivos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, D.M.P.; BELTRÃO, N.E.M.; NOBREGA, L.B.; VIEIRA, D.J. Plantas daninhas e seu controle. IN: AZEVEDO, D.M.P.; LIMA, E.F. O Agronegócio da Mamona no Brasil. Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), Brasília: Embrapa Informações tecnológicas, 2001. 350p. cap.7, p. 161-189. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: AGIPLAN, 1992. 365p. EUROPEAN WEED RESEARCH COUNCIL EWRC. Report of 3rd and 4rd meeting of EWRC. Cittee of methods in weed research. Weed Research, v.4, p.88, 1964.

GELMINI, G.A. Herbicidas indicações básicas. Campinas: CATI, 1985. 251p. (CATI. Documento técnico, 52). LAVRES JUNIOR, J.; BOARETTO, R.B.; SILVA, M.L.S.; CORREIA, D.; CABRAL, C.P.; MALAVOLTA, E. Deficiências de macronutrientes no estado nutricional da mamoneira cultivar Íris. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.2, p.145-151, 2005. SAVY FILHO, A.; BANZATO, N.V.; BARBOZA, M.Z.; MIGUEL, A.M.R.; DAVI, L.O.C.; RIBEIRO, F.M. Mamona. In: COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL. Oleaginosas no Estado de São Paulo: análise e diagnóstico. Campinas: CATI. 1999. 39p. (Documento Técnico, 107). VENCILL, W.K. Herbicide handbook. 8ª. ed. Lawrence: Weed Science Society of America. 2002. 493p. Tabela 1. Peso de 100 sementes, primeira contagem da germinação (PCG), germinação de sementes (TG), emergência de plântulas após a aplicação de herbicidas pré-emergentes (EPAH) e índice de velocidade de emergência de plântulas (IVE) em diferentes genótipos de mamona. Campinas, 2005. Peso 100 Genótipo PCG (%) TG (%) EPAH (%) IVE sementes (g) IAC-guarani 42 42a 1 96a 52b 0,21bc Exp - 2028 39 35bc 92ab 51b 0,20b Exp - PB25 32 30c 89ab 61ab 0,25abc Exp - Padam05 36 33c 82b 56ab 0,24abc Savana 44 31c 95ab 65ab 0,27ab Íris 39 41ab 95ab 67a 0,28a 1 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 2. Porcentagem de danos de herbicidas pré-emergentes em genótipos de mamona, análise conjunta de duas épocas de avaliação. Campinas, 2005. Genótipos Exp - IAC-guarani Exp - 2028 Exp - PB25 Savana Íris Produtos Padam05 Testemunha 0,0Ae 1 0,0Af 0,0Ae 0,0Ae 0,0Aa 0,0Af Trifluralin 24,6 Ad 9,3BCe 22,9Ad 17,9ABd 17,9ABcd 3,6Cef Pendimethalin 24,9Bbd 44,8Abc 21,7Bd 21,8Bd 16,6Bcd 11,3Bde Metolachlor 57,9ABc 62,7ABb 44,6BCc 56,8ABc 33,6Cc 69,8Ab Alachlor 36,1Ad 31,5ABcd 30,8ABcd 22,7ABd 16,2Bcd 23,0ABcd Sulfentrazone 98,4Aa 100,0Aa 98,5Aa 100,0Aa 100,0Aa 100,0Aa Imazaquin 30,2CDd 48,8ABbc 42,3BCc 61,1Ac 16,1DEd 14,1Ecde Flumetsulan 66,3Ab 33,1Ccd 79,1ABb 81,9ABb 86,3Ab 66,5Bb Isoxaflutole 27,8Ad 19,7Ade 17,5Ad 13,8Ad 26,1Acd 27,5Ac

CV 17,3 1 Médias originais seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. A B C Figura 1. Plântulas de mamona afetadas pela aplicação de herbicidas, onde A- sulfentrazone em Exp- PB25; B-flumetsulan em cultivar Savana e C- isoxaflutole em Íris. Campinas, 2005.