Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão: 2014-2015



Documentos relacionados
INFORMATIVO 14/2015 LEI COMPLEMENTAR REGULAMENTA DIREITO DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS

Empregado Doméstico Normatização da Profissão

TRABALHADORES DOMÉSTICOS

Direitos do Empregado Doméstico

Trabalho Doméstico: as mudanças e os impactos da nova lei. Zilma Aparecida da Silva Ribeiro Abril de 2013

RELAÇÃO DE EMPREGO DOMÉSTICO

13º SALARIO Posteriormente, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 7º,

ATUALIZAÇÃ ÇÃO TRABALHISTA. Alexandre Corrêa

Departamento pessoal do Empregador doméstico PEC 66/2012 EC 72 /2013

EMPREGADO DOMÉSTICO (Aspectos Legais)

CARTILHA SOBRE A EMENDA CONSTITUCIONAL DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS

PONTO CERTO OAB por ISADORA ATHAYDE E THIAGO ATHAYDE

SEGURO-DESEMPREGO - EMPREGADO DOMÉSTICO - Considerações

CARTILHA DIREITOS E DEVERES DO EMPREGADOR DOMÉSTICO E DA EMPREGADA DOMÉSTICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO

LAY OFF LEGISLAÇÃO encontra-se transcrito todo o texto, posto que pertinente. Ao final de cada item,

O empregado doméstico deverá apresentar, por ocasião da sua admissão, os seguintes documentos:

FEVEREIRO 2015 BRASÍLIA 1ª EDIÇÃO

Está em vigor a Lei Complementar n. 150, de 1º de junho de 2015, que dispõe sobre o trabalho doméstico.

ÍNDICE CURSO DE DEPARTAMENTO PESSOAL. DEPARTAMENTO PESSOAL ONLINE

Empregado Doméstico. Hilário Corrêa Assessoria Empresarial Lei 150/2015 Novas determinações Legais. Contratação.

2 Lei / Alterações no Abono Salarial: Quanto ao período de tempo e valor

Quadro comparativo da Medida Provisória nº 665, de 30 de dezembro de 2014

Direitos do(a) Empregado(a) Doméstico(a)

AS MUDANÇAS NO ESTATUTO JURÍDICO DOS DOMÉSTICOS EC 72/13 Gáudio R. de Paula e José Gervásio Meireles

O IMPACTO NA CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS COM A ALTERAÇÃO DOS SEUS DIREITOS PELA PEC DAS DOMÉSTICAS

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A SEGUNDA PARCELA DO 13º. 13º Salário - Gratificação Natalina. Adiantamento do 13º Salário nas férias

CARTILHA PARA EMPREGADORES E TRABALHADORES DIREITOS E DEVERES COM A PEC DAS DOMÉSTICAS

Disciplina: Direito e Processo do Trabalho 4º Semestre Professor Donizete Aparecido Gaeta Resumo de Aula. 15º Ponto Aviso Prévio.

Pessoa ou família que admite a seu serviço empregado doméstico (Decreto nº /1973, art. 3º, II).

DEPARTAMENTO JURÍDICO TRABALHISTA BOLETIM 091/2015

Férias Individuais e Coletivas; Período Aquisitivo e Concessivo; Remuneração; Abono; Efeitos na Rescisão Contratual

NORMA DE PROCEDIMENTOS. Férias

NORMA DE FÉRIAS. RES. nº 1628/09. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

NORMA 1 OBJETIVO. Estabelecer diretrizes para concessão e pagamento de férias. 2 CONCEITOS. 2.1 Abono Pecuniário

CONVENÇÃO COLETIVA 2015/2016

mesmo empregador recebendo

RESOLUÇÃO Nº 253 DE 4 DE OUTUBRO DE 2000

Seguro Desemprego : art. 7º, II da CRFB

FÉRIAS DEFINIÇÃO INFORMAÇÕES GERAIS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PERGUNTAS FREQUENTES

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS PORTARIA NORMATIVA SRH Nº 2, DE 14 DE OUTUBRO DE 1998

SÍNTESE DO PLP 302/2013 (PLS 224/2013) SUBEMENDA SUBSTITUTIVA GLOBAL DE PLENÁRIO COMENTÁRIOS CAPÍTULO I

expert PDF Trial PMEs: Contabilização da Folha de Pagamento Agosto 2014 O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a).

Base Legal (Perguntas e Respostas 02.01)

A expressão contrato individual de trabalho tem o mesmo significado das expressões contrato de trabalho e contrato de emprego.

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2006 / 2007

Fim do contrato por prazo determinado: este contrato termina no fim do prazo ou quando finda a obra para a qual foi o empregado contratado.

Alterações no auxílio doença e trabalho e regras do seguro desemprego -Uma abordagem. destaque.

DIREITO NAS ORGANIZAÇÕES MÓDULO 3 OUTROS TIPOS DE CONTRATOS DE TRABALHO

Filiada à. Lei Complementar Nº 150, de 14 de Junho de 2015 Atos do Poder Legislativo

Carência para o recebimento do benefício pensão por morte?

ACORDO PARA FLEXIBILIZAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO E FÉRIAS COLETIVAS

Previdência Social sob a forma de Regime Geral

Diário Oficial da União - Seção 1-3/4/2013, Página 6 (Publicação Original)

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL RIO ASSUNTOS CONTÁBEIS DE PORTO ALEGRE SEMINÁRIO DE ASSUNTOÁBEIS DE PORTO ALEGRESEMINÁRIO

INSS/FGTS/IRRF TABELA DE INCIDÊNCIAS

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

SEGURO-DESEMPREGO - NOVOS VALORES - MARÇO/2011. Matéria elaborada com base na legislação vigente em: 09/03/2011.

Lição 11. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Remuneração in natura - Cesta Básica 25/08/15

CAPÍTULO I - VIGÊNCIA E ABRANGÊNCIA CAPÍTULO II - REMUNERAÇÃO E PAGAMENTO

Alternativas da legislação trabalhista para o enfrentamento da crise

VIGENTE A PARTIR DE Portaria Interministerial MPS/MF 19/2014

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

Direito Constitucional. Professor Marcelo Miranda facebook.com/professormarcelomiranda

NORMA DE FÉRIAS - NOR 304

Dispensa Sem Justa Causa. Dispensa com Justa Causa. (**) Culpa Recíproca ou Força Maior. Rescisão Indireta. Pedido de Demissão

SALÁRIOS, REAJUSTES E PAGAMENTO GRATIFICAÇÕES, ADICIONAIS, AUXÍLIOS E OUTROS

DECRETO Nº 5.545, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005

CONTRATO DE TRABALHO. Empregado Preso

ESTADO DE SANTA CATARINA

PORTARIA Nº 590 DE 18 DE DEZEMBRO DE O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições legais, resolve:

Auxiliar Jurídico. Módulo IV. Aula 01

REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO

ÂMBITO E FINALIDADE SERVIÇO DE EMPRÉSTIMO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Contratos de trabalho por tempo determinado, previstos na CLT

LEI FEDERAL DO VALE TRANSPORTE

RESOLUÇÃO Nº 306, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2002

No âmbito do RPPS Regime Próprio de Previdência Social de Camaçari, não há exigência de cumprimento de carência para percepção deste beneficio.

INSS/FGTS/IRRF - TABELA DE INCIDÊNCIAS Tabela de incidências

MATERIAL DE APOIO PROFESSOR. a.1) normal: 06 horas por dia e 30 horas por semana 224, caput e 226 CLT

CÁLCULOS TRABALHISTAS

A NOVA REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº 240, DE 2015

CALENDÁRIO DE OBRIGAÇÕES MENSAIS

Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PRESIDÊNCIA ATO Nº 590/DILEP.CIF.SEGPES.GDGSET.GP, DE 30 DE AGOSTO DE 2013

ACORDO COLETIVO DE TRABALHO/2001 IEL/DF - INSTITUTO EUVALDO LODI SINDAF/DF


Principais cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho

1. Em relação ao trabalho da mulher, assinale a alternativa correta:

Tabela Prática de Verbas que compõem a Base de Cálculo para incidência de INSS, FGTS e IRRF

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Cálculo do Imposto de Renda na Fonte sobre o complemento de 13º Salário

PAUTA DE REIVINDICAÇÕES PATRONAL 2015 (Fetquim)

Para cada valor depositado pelo participante a título de contribuição básica a Patrocinadora depositará valor idêntico.

Transcrição:

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão: 2014-2015 Resenha de Matérias Técnicas Nº. 832, de 25 06 2015 Matéria Especial: CONTRATAÇÃO DE EMPREGADO DOMÉSTICO: ASPECTOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS - ROTEIRO Elaborada pela Comissão do Ciclo de Palestras AGREGANDO VALOR À PROFISSÃO A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610).

Empregado doméstico é a pessoa física que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, conforme é demonstrado neste Roteiro. Este texto encontra-se atualizado de acordo com os seguintes atos: a) Lei Complementar nº 150, de 1.6.2015 (DOU 2.6.2015), que regulamentou a contratação de empregados domésticos; b) Lei nº 13.135, de 17.6.2015 (DOU 18.6.2015), que alterou a Lei nº 8.213/1991, que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social, para determinar, dentre outras regras, o prazo que o empregador está obrigado a arcar com o pagamento do salário do empregado afastado por doença ou de acidente de trabalho; c) Medida Provisória nº 676, de 17.6.2015 (DOU 18.6.2015), que alterou a Lei nº 8.213/1991, para tornar opcional a incidência do fator previdenciário no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição. Sumário Introdução I - Empregado doméstico II - Contrato por prazo determinado II.1 - Contrato de experiência II.2 - Rescisão do contrato por prazo determinado III - Trabalho do menor - Proibição III.1 - Fiscalização IV - Documentação V - Direitos trabalhistas V.1 - Salários V.1.1 - Comprovante de pagamento V.1.2 - Descontos V.2 - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) V.3 - Estabilidade provisória V.3.1 - Estabilidade decorrente de gravidez V.3.2 - Estabilidade por acidente do trabalho V.4 - Férias V.4.1 - Férias proporcionais V.5 - Jornada de trabalho V.5.1 - Horas extraordinárias V.5.2 - Regime de compensação de horas V.6 - Descanso/Repouso semanal remunerado (DSR/RSR) V.6.1 - DSR/RSR - Hora extra V.7 - Décimo terceiro salário V.8 - Licença paternidade V.9 - Aviso-Prévio V.10 - Vale-transporte V.11 - Seguro-desemprego V.11.1 - Habilitação V.11.2 - Prazo para o requerimento V.11.3 - Período aquisitivo V.11.4 - Justa causa V.11.4.1 - Justa causa praticada pelo empregado doméstico V.11.4.2 - Justa causa praticada pelo empregador 1

V.12 - Normas de Segurança e Saúde no Trabalho V.13 - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos V.14 - Trabalhador portador de deficiência V.15 - Adicional noturno V.16 - Auxílio-creche VI - Diarista VII - Inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) VIII - Contratação de microempreendedor individual (MEI) IX - Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) X - Contribuição previdenciária (INSS) X.1 - Empregado e empregador X.2 - Recolhimento do INSS X.2.1 - Mensal X.2.2 - Trimestral X.3 - Admissão ou dispensa no curso do mês X.4 - Décimo terceiro salário X.5 - Recolhimento fora do prazo XI - Benefícios previdenciários XI.1 - Carência XI.2 - Auxílio-doença XI.2.1 - Alta programada XI.3 - Acidente de trabalho XI.4 - Aposentadoria por invalidez XI.4.1 - Exame médico XI.4.2 - Doença preexistente XI.4.3 - Retorno voluntário à atividade XI.5 - Aposentadoria por idade XI.6 - Aposentadoria por tempo de contribuição XI.6.1 - Aposentadoria proporcional XI.7 - Salário-maternidade XI.7.1 - Pagamento XI.8 - Salário-família XI.9 - Pensão por morte XI.10 - Auxílio-reclusão XI.11 - Habilitação e reabilitação profissional XII - Simples Doméstico XIII - Modelo de contrato de trabalho de empregado doméstico XIV - Penalidades XV - Normas aplicáveis XVI - Jurisprudência XVII - Consultoria FISCOSoft Introdução A contratação do empregado doméstico envolve a observância de regras específicas impostas pela legislação atual. 2

Nesse sentido, foi publicado no DOU de 2.6.2015 a Lei Complementar nº 150/2015 que disciplinou as novas regras para a contratação do empregado doméstico, revogando a Lei nº 5.859/1972 Em decorrência disso, o entendimento desta Consultoria é de que as regras do Decreto nº 71.885/1973, que regulamentava a Lei nº 5.859/1972, deixam de ser aplicadas. Este Roteiro trata das regras trabalhistas e previdenciárias relacionadas à contratação de trabalhadores em âmbito doméstico. I - Empregado doméstico Empregado doméstico é aquele aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. São exemplos de empregados domésticos: o mordomo, o jardineiro, a babá, a copeira, o motorista, a governanta, a arrumadeira etc, desde que a atividade laborativa seja exercida com continuidade, no âmbito residencial de uma pessoa ou família e sem qualquer finalidade lucrativa. Fundamentação: art. 1º da Lei Complementar nº 150/2015. II - Contrato por prazo determinado O empregado doméstico poderá ser contratado por prazo determinado nas seguintes situações: a) mediante contrato de experiência; b) para atender necessidades familiares de natureza transitória; c) para substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso. No caso das letras "b" e "c", a duração desse contrato é limitada ao término do evento que ensejou a contratação, devendo ser obedecido o limite de 2 (dois) anos. Fundamentação: art. 4º da Lei Complementar nº 150/2015. II.1 - Contrato de experiência Poderá ser realizado contrato de experiência com o empregado doméstico pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado uma única vez desde que a soma dos dois períodos não ultrapasse 90 (noventa) dias. O contrato de experiência que ultrapassar o prazo estipulado sem rescisão, havendo continuidade do serviço, passará a vigorar como contrato de trabalho por tempo indeterminado. À recisão do contrato de experiência aplicam-se as mesmas regras previstas para a rescisão do contrato por prazo determinado, especificadas no tópico II.2 deste Roteiro. Fundamentação: art. 4º, inciso I, e art. 5º da Lei Complementar nº 150/2015. II.2 - Rescisão do contrato por prazo determinado Caso o empregado seja dispensado, sem justa causa, durante a vigência do contrato por prazo determinado, deverá o empregador pagar-lhe, a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o término do contrato. O empregado não poderá desligar-se do contrato por prazo determinado sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. A indenização a ser paga pelo empregado não poderá exceder aquela a que teria direito o empregado em caso de dispensa sem justa causa promovida pelo empregador. 3

Durante a vigência do contrato por prazo determinado não será exigido aviso prévio. Fundamentação: arts. 6º, 7º e 8º da Lei Complementar nº 150/2015. III - Trabalho do menor - Proibição É expressamente proibida a contratação do menor de 18 (dezoito) anos para a prestação de serviços domésticos. Essa regra está definida no item 76 do Decreto nº 6.481/2008, que aprovou a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP): Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde 76 Domésticos Esforços físicos intensos; isolamento; abuso físico, psicológico e sexual; longas jornadas de trabalho; trabalho noturno; calor; exposição ao fogo, posições antiergonômicas e movimentos repetitivos; tracionamento da coluna vertebral; sobrecarga muscular e queda de nível Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); contusões; fraturas; ferimentos; queimaduras; ansiedade; alterações na vida familiar; transtornos do ciclo vigília-sono; DORT/LER; deformidades da coluna vertebral (lombalgias, lombociatalgias, escolioses, cifoses, lordoses); síndrome do esgotamento profissional e neurose profissional; traumatismos; tonturas e fobias A proibição da contratação do menor para prestação de serviços domésticos só poderá ser eliminada, nas seguintes hipóteses: a) ser o emprego ou trabalho, a partir da idade de 16 (dezesseis) anos, autorizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas, desde que fiquem plenamente garantidas a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes; b) aceitação de parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional legalmente habilitado em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), que ateste a não exposição a riscos que possam comprometer a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes, depositado na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) da circunscrição onde ocorrerem as referidas atividades. As controvérsias sobre a efetiva proteção dos adolescentes envolvidos em atividades constantes do parecer técnico serão objeto de análise por órgão competente do MTE, que tomará as providências legais cabíveis. A classificação de atividades, locais e trabalhos prejudiciais à saúde, à segurança e à moral, nos termos da Lista TIP, não é extensiva aos trabalhadores maiores de 18 (dezoito) anos. Fundamentação: parágrafo único do art. 1º da Lei Complementar nº 150/2015; art. 2º do Decreto nº 6.481/2008. III.1 - Fiscalização A Lista TIP será periodicamente examinada e, se necessário, revista em consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas. É de competência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) organizar os processos de exame e consulta da referida lista. Fundamentação: art. 5º do Decreto nº 6.481/2008. 4

IV - Documentação Segue a relação dos principais documentos que podem ser exigidos quando da admissão do empregado doméstico: a) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); b) Exame médico admissional; c) Declaração para recebimento de vale-transporte A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e, quando for o caso, dados específicos referentes a contratos por prazo indeterminado e de experiência. Fundamentação: arts. 29 e 168 da CLT; art. 9º da Lei Complementar nº 150/2015; art. 7º do Decreto nº 95.247/1987. V - Direitos trabalhistas A seguir o rol dos direitos trabalhistas dos empregados domésticos, conforme legislação atual. V.1 - Salário É assegurado ao empregado doméstico o recebimento de salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, sendo assegurada a irredutibilidade salarial. Com a publicação da Emenda Constitucional nº 72/2013 (DOU 3.4.2013) foram reconhecidas as convenções e acordos coletivos de trabalho da categoria dos empregados domésticos, portanto deverá ser observado o piso da categoria quando houver. Também foi assegurado pela referida EC a garantia mínima de salário para aqueles que percebem remuneração variável e a proteção do salário na forma da lei constituindo crime sua retenção dolosa. Fundamentação: "caput", incisos IV, VI, VII, X e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal de 1988, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013. V.1.1 - Comprovante de pagamento O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho. Assim, o recibo deverá ser emitido em 2 (duas) vias, para que uma delas fique em poder do empregador e outra do empregado. Fundamentação: art. 464 da CLT. V.1.2 - Descontos É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e acomodação em caso de acompanhamento em viagem. Tais despesas não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos. No entanto, poderão ser descontadas as despesas com moradia quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do 5

empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário. O fornecimento de moradia ao empregado doméstico na própria residência ou em morada anexa, de qualquer natureza, não gera ao empregado qualquer direito de posse ou de propriedade sobre a referida moradia. A Emenda Constitucional nº 72/2013 dipôs que será considerado crime a retenção dolosa do salário do empregado doméstico. Fundamentação: art. 7º, inciso X da Constituição Federal, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 18 da Lei Complementar nº 150/2015. V.2 - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) É devida a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), na forma do regulamento a ser editado pelo Conselho Curador e pelo agente operador do FGTS, no âmbito de suas competências, inclusive no que tange aos aspectos técnicos de depósitos, saques, devolução de valores e emissão de extratos, entre outros determinados na forma da lei. O empregador doméstico somente passará a ter obrigação de promover a inscrição e de efetuar os recolhimentos referentes a seu empregado após a entrada em vigor do referido regulamento. A Lei Complementar nº 150/2015, determinou ao empregador doméstico o dever de depositar a importância de 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado. Tal valor destina-se ao pagamento de indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, uma vez que não são aplicadas ao contrato de trabalho doméstico as multas de 20% (vinte por cento) e 40% (quarenta por cento) especificadas na Lei nº 8.036/1990, que dispõe sobre o FGTS. Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato de trabalho por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado doméstico, os valores depositados serão movimentados pelo empregador. Em caso de culpa recíproca, metade dos valores depositados será movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador. Esses valores serão depositados na conta vinculada do empregado, em variação distinta daquela em que se encontrarem os valores oriundos dos depósitos relacionados ao Simples Doméstico, e somente poderão ser movimentados por ocasião da rescisão contratual. À importância monetária oriunda dos depósitos realizados, aplicam-se as disposições da Lei nº 8.036/1990, e da Lei nº 8.844/1994, inclusive quanto a sujeição passiva e equiparações, prazo de recolhimento, administração, fiscalização, lançamento, consulta, cobrança, garantias, processo administrativo de determinação e exigência de créditos tributários federais. Fundamentação: parágrafo único e inciso III do art. 7º da Constituição Federal de 1988, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; arts. 21 e 22 da Lei Complementar nº 150/2015. V.3 - Estabilidade provisória Neste tópico serão apresentadas regras referentes à estabilidade da gestante e à estabilidade do empregado doméstico, em caso de acidente do trabalho. 6

V.3.1 - Estabilidade decorrente de gravidez A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo de aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada a estabilidade provisória, desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto. Em caso de morte da mãe, a estabilidade será assegurada a quem detiver a guarda do seu filho. Fundamentação: art. 10, inciso II, alínea "b" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT); art. 1º da Lei Complementar nº 146/2014; parágrafo único do art. 25 da Lei Complementar nº 150/2015. V.3.2 - Estabilidade por acidente do trabalho Em 2.6.2015, a Lei Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/1991) foi alterada pela Lei Complementar nº 150/2015, viabilizando a inclusão do empregado doméstico como beneficiário do auxílio-doença e do auxílio-acidente a partir dessa data. Dessa forma, a partir dessa data, o empregado doméstico também faz jus à estabilidade por acidente de trabalho pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses após a cessação do auxíliodoença acidentário. Fundamentação: parágrafo único e inciso XXVIII do art. 7º da Constituição Federal de 1988 com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; arts. 18, 1º, 19, 63 e 118 da Lei nº 8.213/1991, com redação alterada pela Lei Complementar nº 150/2015; Súmula nº 378 do TST. V.4 - Férias O empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias com acréscimo de, pelo menos, 1/3 (um terço) do salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família. Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até dois períodos, sendo um deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos. É facultado ao empregador doméstico converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo. É lícito ao empregado que reside no local de trabalho nele permanecer durante as férias. As férias serão concedidas pelo empregador nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. As regras aqui especificadas não se aplicam ao empregado doméstico contratado na modalidade do regime de tempo parcial. Com a determinação da jornada máxima e a remuneração das horas extraordinárias do empregado doméstico, instituída desde a Emenda Constitucional nº 72/2013 (DOU 3.4.2013), regulamentada pelo art. 2º da Lei Complementar nº 150/2015 (DOU 2.6.2015), caso este trabalhador venha a realizar horas extras durante o período aquisitivo, este adicional será 7

computado no salário que servirá como base para cálculo da remuneração das férias e também sofrerá os acréscimos de 1/3 sobre a remuneração devida. Segue exemplo: - Número de horas extras no período aquisitivo: 180 - Média mensal: 15 (180 12) - Salário por hora: R$ 6,00 - Valor de 1 hora extra = R$ 9,00 (R$ 6,00 x 1,5), onde 1,5 representa o adicional de 50% devido sobre a hora normal - Valor a ser integrado à base de cálculo das férias: R$ 135,00 (R$ 9,00 x 15) Fundamentação: art. 7º, incisos XIII e XVI e parágrafo único da Constituição Federal, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; arts. 2º e 17 da Lei Complementar nº 150/2015; art. 5º da Lei nº 11.324/2006. V.4.1 - Férias proporcionais Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. Fundamentação: 1º do art. 17 da Lei Complementar nº 150/2015. V.5 - Jornada de trabalho A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. Jornada de trabalho é o lapso de temporal em que o empregado, por força do contrato de trabalho, fica à disposição do empregador, seja trabalhando efetivamente ou aguardando ordens. Fundamentação: art. 7º, inciso XIII e parágrafo único da Constituição Federal, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 2º e "caput" do art. 10 da Lei Complementar nº 150/2015. V.5.1 - Horas extraordinárias A regulamentação da jornada de trabalho para o empregado doméstico trouxe também a garantia de remuneração adicional das horas que extrapolarem sua jornada normal de trabalho. Deste modo, o trabalhador doméstico deverá ter sua hora extraordinária remunerada com acréscimo de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, sobre a remuneração de sua hora normal, ou percentual mais benéfico, se previsto em acordo ou convenção coletiva. Contudo, ambas as partes poderão pleitear acordo individual e efetuar a compensação da jornada de trabalho, ou seja, o acréscimo em um dia de trabalho, poderá ser compensado em outro dia. Fundamentação: art. 7º, inciso XVI e parágrafo único da Constituição Federal, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; 1º e 4º do art. 2º da Lei Complementar nº 150/2015. 8

V.5.2 - Regime de compensação de horas No regime de compensação de horas, poderá ser dispensado o acréscimo do salário e instituido o regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregado e empregador, se o excesso de horas em um dia for compensado em outro. Nesse regime: a) será devido o pagamento, como horas extraordinárias, das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho; b) das 40 (quarenta) horas referidas no item "a", poderão ser deduzidas, sem o correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do horário normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês; c) o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que o item "a", com a dedução prevista no item "b", quando for o caso, será compensado no período máximo de 1 (um) ano. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão. O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. Fundamentação: 4º, 5º, 6º e 8º do art. 2º da Lei Complementar nº 150/2015. V.6 - Descanso/Repouso semanal remunerado (DSR/RSR) Todo empregado doméstico tem direito ao Descanso Semanal Remunerado (DSR/RSR) de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local. Em decorrência da publicação da Lei nº 11.324/2006, foi revogada a alínea "a" do art. 5º da Lei nº 605/1949, que estabelecia a inaplicabilidade da Lei nº 605/1949 aos domésticos. Desse modo, a partir de 20.7.2006 todos os empregadores domésticos devem observar as determinações contidas na Lei nº 605/1949. Além disso, a exigência de descanso semanal remunerado em favor do empregado doméstico e a aplicação da Lei nº 605/1949 constam expressamente nos arts. 16 e 19 da Lei Complementar nº 150/2015. Assim sendo, para fazer jus à remuneração do repouso semanal, o doméstico deve cumprir integralmente o seu horário de trabalho semanal. Entretanto, caso o trabalhador não cumpra sua jornada semanal integralmente, o empregador doméstico poderá descontar esse dia do trabalhador. Cumpre esclarecer que, caso o empregador doméstico nunca tenha feito este desconto, não poderá iniciar a partir de agora, pois, haveria uma alteração contratual prejudicial ao trabalhador. Fundamentação: arts. 16 e 19 da Lei Complementar nº 150/2015; art. 1º da Lei nº 605/1949; art. 9º da Lei nº 11.324/2006. V.6.1 - DSR/RSR - Hora extra Caso haja a realização de horas extras pelo empregado doméstico haverá a integração dessas horas no cálculo do DSR. Observa-se que a jurisprudência consagrou, por meio das Súmulas nº 60 e nº 172 do TST, respectivamente, a integração das horas noturnas e extras habitualmente prestadas, no cálculo do DSR. 9

A partir de 10.12.1985, a obrigatoriedade de integração das horas extraordinariamente prestadas no cálculo do DSR passou a constar da própria legislação pertinente, em face da modificação introduzida pela Lei nº 7.415/1985 nas alíneas "a" e "b" do art. 7º da mencionada Lei nº 605/1949. Para a realização do cálculo deve-se: a) somar o número de horas extras e multiplicar pelo salário hora, acrescido do adicional de 50%; b) o resultado deverá ser divido pelo número de dias úteis e multiplicado pelo número de domingos e feriados no mês. Exemplo: - Salário por hora: R$ 10,00 - Salário por hora acrescido do adicional de 50%: R$ 15,00 (R$ 10,00 x 1,50) - Nº de dias úteis do mês: 24 - Nº de feriados e domingos: 6 - Nº de horas extras prestadas no mês: 50 - DSR: R$ 187,50 (R$ 15,00 x 50 24 x 6) Fundamentação: art. 7º, incisos XIII e XVI e parágrafo único da Constituição Federal, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 16 da Lei Complementar nº 150/2015; "caput", alíneas "a" e "b" do art. 7º da Lei nº 605/1949; Súmulas nº 60 e nº 172 do TST. V.7 - Décimo terceiro salário A gratificação natalina, devida a todos os empregados urbanos, rurais e domésticos, deve ser paga pelo empregador em duas parcelas: a) 1ª parcela: entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, a título de adiantamento, ou por ocasião das férias, se requerido pelo empregado no mês de janeiro do correspondente ano; b) 2ª parcela: até o dia 20 (vinte) de dezembro de cada ano, tomando-se por base a remuneração devida nesse mês, de acordo com o tempo de serviço do empregado no ano em curso. O valor do 13º salário corresponderá a 1/12 da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, considerando-se mês integral a fração igual ou superior a 15 (dias) dias de trabalho, no mês civil. A atual Constituição Federal, em vigor desde 5.10.1988, dispõe que o 13º salário será devido com base na remuneração integral: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; (...) Entende-se que o Texto Constitucional, ao mencionar remuneração integral, esteja determinando a obrigatoriedade de integração na base de cálculo para o 13º salário, não só das importâncias expressamente previstas no texto consolidado como integrantes do salário e/ou remuneração. 10

Fundamentação: "caput", incisos VIII e XVI e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 19 da Lei Complementar nº 150/2015; art. 1º da Lei nº 4.090/1962; arts. 1º e 3º do Decreto nº 57.155/1965. V.8 - Licença paternidade O empregado doméstico tem direito a licença paternidade de 5 (cinco) dias, concedida por ocasião do nascimento de filho. Fundamentação: "caput" e 1º do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/1988. V.9 - Aviso-Prévio Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção. O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador. A esse prazo, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço. Por outro lado, a falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao respectivo prazo. De qualquer forma, o valor das horas extraordinárias integra o aviso prévio indenizado. Fundamentação: "caput", inciso XXI e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal; art. 23 da Lei Complementar nº 150/2015. V.10 - Vale-Transporte O empregado doméstico faz jus ao recebimento do vale-transporte, nos termos do art. 1º da Lei nº 7.418/1985. Sendo assim, caberá ao empregador doméstico antecipar o vale-transporte ao trabalhador doméstico, sob pena de ser alvo de reclamatória trabalhista. Esse benefício deverá ser utilizado efetivamente em despesas de deslocamento residênciatrabalho e vice-versa, por meio do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços seletivos e os especiais. Especificamente no caso de empregados domésticos, é permitida, a critério do empregador, a substituição do vale-transporte pelo valor em dinheiro destinado à aquisição das passagens necessárias ao custeio das despesas do deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Fundamentação: art. 19 da Lei Complementar nº 150/2015; art. 1º da Lei nº 7.418/1985; "caput" e inciso II do art. 1º do Decreto nº 95.247/1987. V.11 - Seguro-Desemprego 11

O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário mínimo, pelo período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada. O seguro-desemprego será concedido ao empregado nos termos do regulamento do Conselho Deliberativo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT). O benefício será cancelado, sem prejuízo das sanções cíveis e penais cabíveis, nas seguintes hipóteses: a) pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior; b) por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação; c) por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do segurodesemprego; d) por morte do segurado. Fundamentação: "caput", incisos II e III e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 26 da Lei Complementar nº 150/2015. V.11.1 - Habilitação Para habilitar-se ao seguro-desemprego, o trabalhador deverá apresentar ao órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE): a) Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverão constar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a data da dispensa, de modo a comprovar o vínculo empregatício como empregado doméstico durante pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses; b) termo de rescisão do contrato de trabalho; c) declaração de que não está em gozo de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; d) declaração de que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família. Fundamentação: art. 28 da Lei Complementar nº 150/2015. V.11.2 - Prazo para o requerimento O seguro-desemprego deverá ser requerido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias contados da data da dispensa. Fundamentação: art. 29 da Lei Complementar nº 150/2015. V.11.3 - Período aquisitivo Novo seguro-desemprego só poderá ser requerido após o cumprimento de novo período aquisitivo, cuja duração será definida pelo CODEFAT. Fundamentação: art. 30 da Lei Complementar nº 150/2015. V.11.4 - Justa causa A seguir serão elencadas as hipóteses de justa causa praticadas pelo empregado doméstico e pelo empregador. V.11.4.1 - Justa causa praticada pelo empregado doméstico São hipóteses de justa causa cometida pelo empregado doméstico: a) submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob cuidado direto ou indireto do empregado; 12

b) prática de ato de improbidade; c) incontinência de conduta ou mau procedimento; d) condenação criminal do empregado, transitada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) ato de indisciplina ou de insubordinação; h) abandono de emprego, assim considerada a ausência injustificada ao serviço por, pelo menos, 30 (trinta) dias corridos; i) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas: i.1) em serviço contra qualquer pessoa, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem; i.2) contra o empregador doméstico ou sua família, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) prática constante de jogos de azar. Fundamentação: art. 27 da Lei Complementar nº 150/2015. V.11.4.2 - Justa causa praticada pelo empregador O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do empregador quando: a) o empregador exigir serviços superiores às forças do empregado doméstico, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato; b) o empregado doméstico for tratado pelo empregador ou por sua família com rigor excessivo ou de forma degradante; c) o empregado doméstico correr perigo manifesto de mal considerável; d) o empregador não cumprir as obrigações do contrato; e) o empregador ou sua família praticar, contra o empregado doméstico ou pessoas de sua família, ato lesivo à honra e à boa fama; f) o empregador ou sua família ofender o empregado doméstico ou sua família fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra mulheres. Fundamentação: parágrafo único do art. 27 da Lei Complementar nº 150/2015. V.12 - Normas de Segurança e Saúde no Trabalho A partir da publicação da Emenda Constitucional nº 72/2013, todas as normas de Segurança e Saúde no Trabalho exigidas para o trabalhador amparado pela Consolidação das Leis do Trabalho, também deverão ser seguidas pelos empregadores domésticos. Deste modo, como exemplo, destaca-se a NR 7, que trata da elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Sendo assim, a partir de então os empregadores deverão obrigatoriamente realizar exames médicos ocupacionais, que serão realizados pelo médico coordenador do PCMSO ou por profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador. O PCMSO deve incluir, dentre outros, os seguintes exames médicos: a) admissional; 13

b) periódico; c) retorno ao trabalho; d) mudança de função; e) demissional. Além disso, destaca-se também, como exemplo de Segurança e Saúde no trabalho, a ergonomia, que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Fundamentação: "caput", inciso XXII e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; Norma Regulamentadora nº 7. V.13 - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos A partir de 3.4.2013, as convenções coletivas dos trabalhadores domésticos deverão ser reconhecidas. Desta forma, caso a convenção coletiva desta classe de trabalhadores venha estabelecer uma regra mais benéfica ao trabalhador, como por exemplo, adicional de horas extras superior a 50% (cinquenta por cento), o empregador doméstico deverá seguir os termos da convenção coletiva. Fundamentação: "caput", inciso XXVI e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013. V.14 - Trabalhador portador de deficiência Caso o empregador doméstico venha a contratar um trabalhador doméstico, não poderá fazer distinção ou discriminação no tocante a salário, caso este trabalhador seja portador de deficiência. Fundamentação: "caput", inciso XXXI e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013. V.15 - Adicional noturno O horário noturno exige um maior esforço, pois existe um desgaste maior do trabalhador, uma vez que, se trabalha normalmente no período destinado ao repouso e o convívio familiar, dentre outros. Por meio da Emenda Constitucional nº 72/2013 foi estendido aos trabalhadores domésticos o direito ao adicional noturno, e esse direito foi regulamentado pela Lei Complementar nº 150/2015. Considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte. A hora de trabalho noturno terá duração de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos e deve ser remunerada com acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento). Em caso de contratação, pelo empregador, de empregado exclusivamente para desempenhar trabalho noturno, o acréscimo será calculado sobre o salário anotado na CTPS. 14

Nos horários mistos, que abrangirem períodos noturnos e diurnos, aplicar-se-ão às horas de trabalho noturno as regras específicas para o horário noturno. Fundamentação: "caput", inciso IX e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 14 da Lei Complementar nº 150/2015. V.16 - Auxílio-creche Foi garantido à categoria de trabalhadores domésticos a assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas. Esse direito depende de regulamentação, uma vez que, pelas regras atuais, os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas manter sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. Entretanto, ficam os empregadores autorizados a adotar o sistema de reembolso-creche em substituição à obrigatoriedade de manter instalações próprias apropriadas para manutenção sob vigilância e assistência dos filhos de suas empregadas, desde que atendidas as seguintes exigências: a) o reembolso-creche deverá cobrir, integralmente, as despesas efetuadas com o pagamento da creche de livre escolha da empregada-mãe, ou outra modalidade de prestação de serviço desta natureza, pelo menos até os 6 (seis) meses de idade da criança, nas condições, prazos e no valor estipulados em acordo ou convenção coletiva, sem prejuízo do cumprimento dos demais preceitos de proteção à maternidade; b) o benefício deverá ser concedido a toda empregada-mãe, independente do número de mulheres do estabelecimento, e sem prejuízo do cumprimento dos demais preceitos de proteção à maternidade; c) as empresas e empregadores deverão dar ciência às empregadas da existência do sistema e dos procedimentos necessários para a utilização do benefício, com a afixação de avisos em locais visíveis e de fácil acesso para os empregados; d) o reembolso-creche deverá ser efetuado até o 3º (terceiro) dia útil contado da entrega do comprovante das despesas efetuadas, pela empregada-mãe, com a mensalidade da creche. O auxílio-creche não integra o salário-de-contribuição, não incidindo contribuição previdenciária (INSS) nem FGTS. Fundamentação: "caput", inciso XXV e parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional nº 72/2013; art. 389, 1º da CLT; Portaria MTE nº 3.296/1986; Súmula nº 310 do STJ. VI - Diarista Diarista é o trabalhador que presta serviços de natureza doméstica (exemplos: faxineira, passadeira etc) a pessoas ou famílias, no âmbito residencial destas, em um ou mais dias da semana, e que recebe a respectiva remuneração por dia trabalhado. A doutrina e a jurisprudência não são pacíficas em relação ao enquadramento desses trabalhadores na condição de empregados domésticos ou autônomos, existindo decisões e entendimentos em vários sentidos. Seguem alguns conceitos relacionados à matéria: 15

a) empregado doméstico: aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. b) autônomo: a principal característica desse tipo de trabalho é a autonomia, ou seja, o trabalhador é quem estabelece as condições sob as quais vai realizar seu trabalho, determinando a hora, local e o seu preço. Não existe a subordinação tampouco a prestação contínua dos serviços; c) contrato regido pela CLT: considera-se empregado, com contrato regido pela CLT, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador que desenvolve atividade econômica, sob a dependência deste e mediante o pagamento de salário. Diante do exposto, conclui-se que: a) empregado, com contrato regido pela CLT, é o(a) faxineiro(a) que trabalha em caráter contínuo, para empresas ou para pessoa física equiparada (ex.: escritório de contabilidade, advocacia, consultório dentário), uma vez que nesses locais é desenvolvida uma atividade econômica; b) classifica-se como empregada doméstica a pessoa (exemplo: faxineira, doméstica etc.) que presta serviços à pessoa ou família, sem finalidade lucrativa, somente no âmbito residencial destas, com continuidade e subordinação; c) enquadra-se na categoria de trabalhador autônomo o trabalhador que exerce, por conta própria e sem subordinação, atividade remunerada, em caráter eventual. Fundamentação: art. 3º da CLT; art. 1º da Lei Complementar nº 150/2015; "caput" e inciso V do art. 11 da Lei nº 8.213/1991. VII - Inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) A inscrição do empregado doméstico será feita uma única vez e o Número de Inscrição do Trabalhador (NIT) a ele atribuído deverá ser utilizado para o recolhimento de suas contribuições previdenciárias. A inscrição poderá ser feita: a) pela Internet no endereço: www.previdencia.gov.br; b) Central de Atendimento 135; ou c) em qualquer Agência da Previdência Social (APS). Fundamentação: arts. 17 e 43 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, com redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.453/2014. VIII - Contratação de microempreendedor individual (MEI) Presentes os elementos da relação de emprego doméstico, o empregador doméstico não poderá contratar microempreendedor individual (MEI), sob pena de ficar sujeito a todas as obrigações dela decorrentes, inclusive trabalhistas, tributárias e previdenciárias. Fundamentação: art. 24, parágrafo único da Lei nº 8.212/1991, com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.470/2011. IX - Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) O Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) deve ser utilizado nas rescisões de contrato de trabalho doméstico. Segue modelo: 16

Fundamentação: art. 2º, parágrafo único e anexo I da Portaria MTE nº 1.621/2010, com redação dada pela Portaria MTE nº 1.057/2012. 17

X - Contribuição previdenciária (INSS) A seguir, estão relacionadas as contribuições previdenciárias do empregado e do empregador doméstico. X.1 - Empregado e empregador A base de cálculo da contribuição social previdenciária dos segurados do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) é o salário de contribuição, observados os limites mínimo e máximo. A seguir, tabela de contribuição dos empregados domésticos, para pagamento de remuneração a partir de 1º.1.2015: SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.399,12 8,00% de 1.399,13 até 2.331,88 9,00% de 2.331,89 até 4.663,75 11,00% A contribuição do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço. Segue exemplo: Babá trabalha para a família "X" e recebe salário mensal de R$ 3.000,00. - Encargo patronal: R$ 360,00 (R$ 3.000,00 x 12%) - Encargo do empregado doméstico: R$ 330,00 (R$ 3.000,00 x 11%) - Total a recolher: R$ 690,00 Fundamentação: inciso I do art. 34 da Lei Complementar nº 150/2015; arts. 20 e 24 da Lei nº 8.212/1991; art. 54 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009; art. 7º e Anexo II da Portaria Interministerial MF/MPS nº 13/2015. X.2 - Recolhimento do INSS A seguir, as regras que envolvem o recolhimento da contribuição previdenciária. XI.2.1 - Mensal O empregador doméstico é obrigado a arrecadar e a recolher a contribuição do segurado empregado a seu serviço, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7 (sete) do mês seguinte ao da competência. O empregador doméstico deverá efetuar o recolhimento das contribuições previdenciárias perante agentes arrecadadores, utilizando-se, para tanto, da Guia da Previdência Social (GPS), adquirida no comércio ou impressa por meio site da Previdência Social (www.mps.gov.br). Para efetuar o recolhimento por meio da GPS, o empregador utilizará o código 1600 (Empregado Doméstico Mensal - NIT/PIS/PASEP). Fundamentação: "caput" e inciso V do art. 30 da Lei nº 8.212/1991, com redação alterada pela Lei Complementar nº 150/2015; anexo único do Ato Declaratório Executivo CODAC nº 46/2013. X.2.2 - Trimestral É facultada a opção pelo recolhimento trimestral da contribuição social previdenciária ao empregador doméstico, cujo salário de contribuição corresponda ao valor de um salário mínimo. A partir de 1º.1.2015, o salário mínimo será de R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais). 18

Para o recolhimento trimestral, deverão ser registrados, no campo "competência" da Guia da Previdência Social (GPS), o último mês do respectivo trimestre civil e o ano a que se referir, independentemente de serem 1 (uma), 2 (duas) ou 3 (três) competências, indicando-se: a) 03 (zero três), correspondente à competência março, para o trimestre civil compreendendo os meses de janeiro, fevereiro e março; b) 06 (zero seis), correspondente à competência junho, para o trimestre civil compreendendo os meses de abril, maio e junho; c) 09 (zero nove), correspondente à competência setembro, para o trimestre civil compreendendo os meses de julho, agosto e setembro; d) 12 (doze), correspondente à competência dezembro, para o trimestre civil compreendendo os meses de outubro, novembro e dezembro. A contribuição trimestral deve ser recolhida até o dia 15 (quinze) do mês seguinte ao do encerramento de cada trimestre civil, prorrogando-se para o 1º (primeiro) dia útil subsequente, quando não houver expediente bancário no dia 15 (quinze). Aplica-se a regra do parágrafo anterior, quando o salário de contribuição do empregado doméstico for inferior ao salário mínimo por motivo de fracionamento da remuneração em razão de gozo de benefício, de admissão, de dispensa ou de carga horária constante do contrato de trabalho. No recolhimento de contribuições em atraso, incidirão os juros e a multa de mora a partir do 1º (primeiro) dia útil subsequente ao do vencimento do trimestre civil. Quando a inscrição ocorrer no curso do trimestre civil, é permitido o recolhimento trimestral para a segunda e a terceira competências do trimestre. Não se aplica o recolhimento trimestral quando se tratar de recolhimento calculado sobre piso salarial fixado por lei estadual, ou normativo da categoria, diverso do salário mínimo nacional. Para efetuar o recolhimento por trimestre, o empregador utilizará a GPS com código 1651 (Empregado Doméstico Trimestral - NIT/PIS/PASEP - (que recebe até um salário mínimo). Fundamentação: art. 1º do Decreto nº 8.381/2014; art. 397 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009; anexo único do Ato Declaratório Executivo CODAC nº 46/2013. X.3 - Admissão ou dispensa no curso do mês Ocorrendo admissão, dispensa, afastamento ou falta do empregado doméstico no curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados. Fundamentação: "caput" e 1º do art. 214 do Decreto nº 3.048/1999. X.4 - Décimo terceiro salário A contribuição relativa ao segurado empregado doméstico, incidente sobre o 13º (décimo terceiro) salário, deverá ser recolhida até o dia 20 (vinte) de dezembro, em GPS, identificada com a "competência treze" e o ano a que se referir. Este prazo será antecipado para o dia útil imediatamente anterior, se o vencimento recair em dia em que não haja expediente bancário. Não se aplicam as normas relativas ao recolhimento trimestral à contribuição relativa ao 13º (décimo terceiro) salário do empregado doméstico, que deverá ser recolhida até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro. As contribuições do empregador e empregado doméstico, relativas à competência novembro poderão ser recolhidas, até o dia 20 (vinte) de dezembro, juntamente com as contribuições incidentes sobre o 13º (décimo terceiro) salário, utilizando-se uma única Guia da Previdência Social (GPS), identificado com a "competência onze" e o ano a que se referir. 19

Fundamentação: "caput" e 6º do art. 30 da Lei nº 8.212/1991; arts. 82 e 94 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009. X.5 - Recolhimento fora do prazo Os valores das contribuições previdenciárias arrecadadas pela Receita Federal do Brasil (RFB), não recolhidas até a data de seu vencimento, serão acrescidos de juros de mora e multa variável. Desde a competência dezembro de 2008, os débitos para com a União serão acrescidos de multa de mora calculada à taxa de 0,33 (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso, limitada a 20% (vinte por cento). A referida multa será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Os juros de mora, por sua vez, serão calculados à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento. Fundamentação: art. 35 da Lei nº 8.212/1991. XI - Benefícios previdenciários O empregado doméstico, na qualidade segurado obrigatório da Previdência Social, faz jus às seguintes prestações previdenciários: a) quanto ao segurado: a.1) aposentadoria por invalidez; a.2) aposentadoria por idade; a.3) aposentadoria por tempo de contribuição; a.4) auxílio-doença; a.5) salário-maternidade. b) quanto ao dependente: b.1) pensão por morte; b.2) auxílio-reclusão. c) quanto ao segurado e dependente: c.1) reabilitação profissional. O empregado doméstico não faz jus ao recebimento da aposentadoria especial. Fundamentação: art. 20 da Lei Complementar nº 150/2015; arts. 20, 21, 22, 25 e 65 da Lei nº 8.213/1991, com redação alterada pela Lei Complementar nº 150/2015; arts. 64 e 81 do Decreto nº 3.048/1999. XI.1 - Carência Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições indispensáveis para que o segurado ou dependente faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências, observando que um dia de trabalho, no mês, vale como contribuição para aquele mês, para qualquer categoria de segurado. A carência exigida para a concessão dos benefícios devidos pela Previdência Social será sempre aquela prevista na legislação vigente, na data em que o interessado tenha implementado todos os requisitos para a concessão, ainda que, após essa data venha a perder a qualidade de segurado. 20