XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GRUPO DE ESTUDO DE PRODUÇÃO TÉRMICA E FONTES NÃO CONVENCIONAIS - GPT



Documentos relacionados
13ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos

materiais ou produtos,sem prejudicar a posterior utilização destes, contribuindo para o incremento da

INSPEÇÃO DE TUBOS DE TROCADORES DE CALOR E DE CALDEIRAS COM AS TÉCNICAS IRIS E CAMPO REMOTO CONJUGADAS

Programa de Inspeção Baseada em Risco - tubulação condução Ácido Sulfúrico

Lista de cargos e funções disponíveis no Consórcio Ipojuca

Aula 17 Projetos de Melhorias

INSPEÇÃO DE TUBOS DE TROCADORES DE CALOR E DE CALDEIRAS COM AS TÉCNICAS IRIS E CAMPO REMOTO CONJUGADAS

SISTEMA COMPUTADORIZADO PARA GERENCIAMENTO DE PURGADORES DE VAPOR

Melhorias da Infraestrutura

Qualificação de Procedimentos

Caldeiras Manoel O. A. Méndez

Vasos de Pressão. Ruy Alexandre Generoso

Teste Hidrostático. Projeto de Dutos

INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO SEGUNDO API 581 APLICAÇÃO DO API-RBI SOFTWARE

Diretoria Técnica Gerência de Controle de Perdas e Sistemas

Engenharia Diagnóstica

GRINSP. Monitoramento preciso da evolução de um defeito de fabricação. ENDs AVANÇADOS. Mauro Duque de Araujo Arilson Rodrigues da Silva

Público alvo: Profissionais envolvidos com as tarefas de integridade estrutural e extensão de vida útil de equipamentos.

AVALIAÇÃO DE DESCONTINUIDADE TIPO TRINCA DETECTADA NO VASO DE NITROGÊNIO

NR - 13 Caldeiras e Vasos de Pressão

1 INSPEÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA CONFORME A NBR 5410

BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE PROJETOS DE BARRAGENS DE REJEITOS

Sua empresa ainda desmonta equipamentos industriais para avaliação de suas condições internas?

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

Figura 1 - Utilização conjugada de Câmera IR, com sniffer - Fonte: FLIR Systems

APLICAÇÃO DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS PARA DETECÇÃO, DIMENSIONAMENTO E MAPEAMENTO DE DANOS POR HIDROGÊNIO EM COLUNA LAVADORA DE CARBONO

Ensaios Não Destrutivos END CONCRETO ARMADO

PROGRAMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL POR SOLDAGEM

Sistema de Gestão da Qualidade

Gerenciamento de Incidentes

COPINAVAL 24/10/2007. END s Aplicação no setor naval Certificação


ANÁLISE DE FALHA EM VIRABREQUIM DE MOTOR V8

Sistema Remoto de Monitoramento On- Line das Pressões de Óleo de Cabos OF (Oil Fluid) da AES ELETROPAULO

Herramientas inteligentes para el diagnóstico de transformadores sometidos a esfuerzos electromagnéticos severos

MANUTENÇÃO PREDITIVA

RET Relatório Técnico de Encerramento Título do Teste TESTE DE HIDROVARIADOR DE VELOCIDADE HENFEL MODELO HFPM2500

Sua confiança em inspeção.

2. DEFINIÇÃO E CONCEITO

Introdução Visão Geral Processos de gerenciamento de qualidade. Entradas Ferramentas e Técnicas Saídas

Análise de Materiais Ltda.

IDENTIFICAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E GERENCIAMENTO DE INDICADORES DE RUÍDO AMBIENTAL EM PROCESSOS INDUSTRIAIS. Lucinda Oliveira Amaro a

ULTRA-SOM MEDIÇÃO DE ESPESSURA PROCEDIMENTO DE END PR 036

Sistema Básico de Inspeção Termográfica

EMENTA PROGRAMA DETALHADO. O que são Técnicas de Inspeção e Controle de Qualidade?

IW10. Rev.: 02. Especificações Técnicas

12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos

Gerenciamento de Problemas

Análise do Modo de Falhas e Seus Efeitos

UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

Gerenciamento de Riscos em Segurança da informação.

ÍNDICE CORROSÃO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO ESPECIFICAÇÃO DE AÇOS, LIGAS ESPECIAIS E FERROS FUNDIDOS (Módulo I)... 4 ACABAMENTO DE SUPERFÍCIE...

CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DRENO ECOLÓGICO. Dreno Ecológico de Condensado

EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

A importância da Manutenção de Máquina e Equipamentos

ANEXO 3 20 RELATÓRIOS E ARTIGOS DESENVOLVIDOS_20

- Válvulas com Flange -

CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S.A. COMPETÊNCIAS ATRIBUIÇÕES ORGANIZACIONAIS DIRETORIA DE OPERAÇÃO

CAMPO DE APLICAÇÃO Esta Norma Complementar se aplica no âmbito da Administração Pública Federal, direta e indireta.

Ensaio de Emissão Acústica Aplicado em Cilindros sem Costura para Armazenamento de Gases

REVESTIMENTO CERÂMICOS

FMEA - Análise do Tipo e Efeito de Falha. José Carlos de Toledo Daniel Capaldo Amaral GEPEQ Grupo de Estudos e Pesquisa em Qualidade DEP - UFSCar

NR-13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

EIA - Unidades de Produção de Pó e Pastilhas de UO 2, INB/CIR - Resende - RJ

CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

PROGRAMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL POR SOLDAGEM

MFL DE ALTA RESOLUÇÃO PARA CHAPAS DE FUNDO E TETO DE TANQUES DE ARMAZENAMENTO

INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA

Inversores de frequência de média tensão Serviços para gerenciar o ciclo de vida, assegurando confiabilidade, disponibilidade e eficiência

Fábrica de Software 29/04/2015

Manual do Integrador. Programa de Formação

A metodologia proposta pela WEG para realizar este tipo de ação será apresentada a seguir.

BRAlarmExpert. Software para Gerenciamento de Alarmes. BENEFÍCIOS obtidos com a utilização do BRAlarmExpert:

DE PESSOAL EM ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

A FORMAÇÃO DA CAMADA PROTETORA DE MAGNETITA EM CALDEIRA

Curso de Engenharia de Produção. Manutenção dos Sistemas de Produção

APLICAÇÕES E LIMITAÇÕES DA TÉCNICA DE ULTRA-SOM B-SCAN UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA

O que são os Ensaios Não Destrutivos

GERENCIAMENTO DE MODIFICAÇÕES

PR 2 PROCEDIMENTO. Auditoria Interna. Revisão - 2 Página: 1 de 9

CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO. Juarez Sabino da Silva Junior Técnico de Segurança do Trabalho

NPT 015 CONTROLE DE FUMAÇA PARTE 8 18 ASPECTOS DE SEGURANÇA DO PROJETO DE SISTEMA DE CONTROLE DE FUMAÇA

GUIA DE MANUTENÇÃO BARRAMENTOS ELÉTRICOS CANALIS CANALIS

Universidade Paulista

Inspecionando Engrenagens utilizando ECA

Metodologia de manutenção

Inversores de Freqüência na Refrigeração Industrial

Ferramenta de Análise da Condição de Ativos Health Index. Autores: Aline de Oliveira Marques Luiz Rogério Varasquim Mischa Vermeer

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ORDEM DE SERVIÇO Nº 1/SETIN, DE 30 DE SETEMBRO DE 2010

Desenvolvimento de um software de gerenciamento de projetos para utilização na Web

Gerência de Redes Áreas Funcionais de Gerenciamento. Douglas Duarte

Gerenciamento de Integração do Projeto Planejamento e Execução do Projeto

ANÁLISE DOS REQUISITOS NORMATIVOS PARA A GESTÃO DE MEDIÇÃO EM ORGANIZAÇÕES

WSI. Criando Integridade Mecânica

PETRÓLEO E GÁS. Os serviços da Cugnier abrangem:

ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 300 ÍNDICE

Transcrição:

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Versão 1.0 22 a 25 Novembro de 2009 Recife - PE GRUPO II GRUPO DE ESTUDO DE PRODUÇÃO TÉRMICA E FONTES NÃO CONVENCIONAIS - GPT PROGRAMA DE CONTROLE DA INTEGRIDADE FISICA DE CALDEIRAS Mauro Duque de Araujo(*) Carlos Silvério Arilson Rodrigues da Silva Araujo Engenharia Araujo Engenharia Araujo Engenharia RESUMO As caldeiras, utilizadas para geração de energia elétrica necessitam de alta confiabilidade e controle das necessidades de manutenção, pois dependendo da extensão dos danos esta atividade pode demandar meses de trabalho e elevados custos. Sendo assim, se torna fundamental o controle do estado físico de seu componentes, tais como tubulões, superaquecedores, evaporadores, economizadores e dessuperaquecedores. Este controle é executado pelo monitoramento de variáveis de processo ao longo do tempo, tais como temperaturas, pressões e variáveis de controle da qualidade da água; e da execução de exames físicos aplicados diretamente aos componentes pressurizados durante as inspeções. Infelizmente esta não é uma atividade muito simples, pois existem diversos componentes que possuem vários mecanismos de deterioração, cuja "caracterização do seu estado físico" é difícil por motivos que incluem desde a extensão das áreas de interesse para inspeção, dificuldades de acesso e limitações das técnicas, de inspeção e ensaios não destrutivos existentes. Adiciona-se a isto a conseqüente dificuldade do gerenciamento das atividades necessárias para o controle do estado físico dos diversos componentes em cada inspeção, devido ao grande número de exames, procedimentos e locais a serem inspecionados. Sem um gerenciamento efetivo, ocorre que atividades fundamentais podem deixar de ser executadas e outras não necessárias o sejam; este problema é sentido quando se evidenciam desgastes ou falhas e faltam os dados necessários para a execução de analises de integridade e estimativa de vida remanescente. É apresentada uma metodologia de analise e programação de exames destrutivos e não destrutivos para controle da deterioração de caldeiras, que tem por objetivo o "controle da condição física" destes equipamentos e a conseqüente maximização de sua confiabilidade operacional e minimização dos custos de manutenção. O gerenciamento das atividades é executado através de um programa de computador especialmente desenvolvido para este fim, CVR- RBI, o qual utiliza os conceitos de "Inspeção Baseada em Risco", e se baseia na estimativa de vida residual e na determinação das conseqüências das falhas de cada um dos componentes que se deseja controlar o estado físico, para cada um dos mecanismos de deterioração considerados. O "Programa de Inspeção" considera a aplicação de tecnologias especiais de ensaios não destrutivos e procedimentos desenvolvidos especificamente para caldeiras. O sucesso dos "Planos de Inspeção" de cada um dos componentes depende em grande parte da aplicação destas tecnologias, pois é necessário "caracterizar seus estados físicos", o que representa grandes dificuldades praticas quando são utilizadas apenas as técnicas convencionais de ensaios não destrutivos. Destacam-se a aplicação de emissão acústica, técnicas de correntes parasitas, utilização de cabeçotes de ultra-som tipo EMAT em varreduras AB-scan, medição de espessura das camadas de magnetita de tubos de troca térmica por ultra-som, inspeção de tubos por IRIS-CSCAN e ensaios acelerados de fluência. PALAVRAS-CHAVE Caldeiras, Ensaios não destrutivos, Avaliação de Integridade, Analise de Falhas, Inspeção de Caldeiras (*) Rua Dourado, n 301 Bairro Aquário CEP 13289-000 Vinhedo, SP Brasil Tel: (+55 19) 3826-5436 Fax: (+55 19) 3826-5436 Email: araujo@araujoengenharia.com.br

2 1.0 - INTRODUÇÃO O Programa é implementado atraves da execução das seguintes etapas: Levantamento dos dados de projeto e histórico de operação, inspeção e manutenção da caldeira e de seus componentes. Nesta fase são tambem executados cálculos preliminares que serão utilizados nas proximas etapas e desenhos apropriados para a compreensão do funcionamento dos componentes e para registro dos resultados. FIGURA 1 Desenho de uma das paredes de tubos que compõe a fornalha de uma caldeira Identificação dos mecanismos de deterioração, danos associados e locais de provavel ocorrencia para cada uma dos componentes; Elaboração do Plano Inicial de Inspeção com base na primeira avaliação do estado fisico de cada um dos componentes e uma primeira estimativa de vida residual com base nos dados levantados. O Plano Inicial de Inspeção, detalha os ensaios a serem aplicados e a extensão das regiões a serem examinadas para a obtenção dos dados necessarios para a avaliação de integridade e estimativa de vida residual precisa para cada mecanismo de deterioração de cada um dos componentes; Aplicação dos exames e testes programados. Esta fase se inicia com a inspeção visual da caldeira por engenheiros e técnicos experientes e plenamente envolvidos e cientes do diagnostico executado, do programa e dos planos de inspeção, pois os resultados obtidos durante a execução dos exames devem ser analisados criticamente em relação aos resultados esperados; indicações atípicas podem significar processos de deterioração não previstos inicialmente, assim como falhas na previsão inicial. O exemplo abaixo mostra perda de espessura significativa dos tubos da zona de convecção de uma caldeira decorrente de um processo de corrosão acelerada por fluxo atipico observado durante uma inspeção, o que desencadeou a analise da causa do dano e a revisão do plano de inspeção. FIGURA 2 Perda de espessura interna em tubos da zona de convecção Avaliação do estado fisico e estimativa de vida residual. O valor atual, que caracteriza o estado fisico de cada componente em relação a cada um dos mecanismos de deterioração considerados é comparado ao valor nominal e ao minimo determinado por calculos, e a vida residual é estimada com base na taxa de evolução esperada, que por sua vez é determinada com base na taxa observada e ponderada com analise critica da

INSPEÇÃO CALBRAÇÃO PSV MANUTENÇÃO PSV 3 literatura tecnica especializada e com o historico de inspeção, manutenção e operação do equipamento e de similares. O Programa de Inspeção contém as datas previstas para execução dos exames, determinada à partir da vida residual estimada e da consequencia da falha, por uma metodologia de Inspeção Baseada em Risco (IBR); ANALISE CONSEQUÊNCIAS DE CONSEQUENCIAS PROGRAMA DE INSPEÇÃO A 24/02/201 PROGRAMADO LIMITE 24/02/201 FIGURA 3 Calculo de vida residual, analise de consequencias e programação RBI Os planos de inspeção são concebidos com detalhes de procedimentos tecnicos dos exames, indicação dos locais a serem examinados e a extensão destes exames. 2.0 - DISCUSSÃO DE RESULTADOS Os resultados da aplicação do Programa dependem principalmente do conhecimento da equipe sobre os mecanismos de deterioração de caldeiras, da influencia das variaveis operacionais nas possibilidades de ocorrência e nas taxas de evolução dos danos associados a cada mecânismo de deterioração em cada componente, e na experiencia em inspeção e manutenção de caldeiras. Uma vez feita a analise dos dados e identificados os mecanismos de deterioração corretamente, é necessario determinar as tecnicas e procedimentos de ensaios não destrutivos indicados para a obtenção dos dados predeterminados, necessarios para a caracterização do estado fisico do equipamento. O atual estagio de desenvolvimento dos ensaios não destrutivos (ENDS) permite a obtenção de resultados precisos sobre o estado fisico e grau de acumulo de danos dos componentes de caldeiras, o que frequentemente não é praticavel utilizando-se tecnicas tradicionais de END. O sucesso do programa também depende em grande medida da aplicação destas tecnicas pois de outra forma não é possivel gerar os dados necessarios para avaliar a integridade dos componentes e estimar a vida residual. A tecnica de medição de espessuras de tubos por varredura completa atraves de ultra-som A/B-scan utilizando cabeçotes com acoplamento eletromagnetico-acustico (EMAT), dispensa a remoção do oxido externo para medir a espessura. O acoplamento é facil, varredura rapida e a possibilidade de fixação eletromagnetica do cabeçote, permitem a identificação de áreas localizadas corroídas, como o que ocorre na deterioração decorrente de corrosão sob depositos em tubos de fornalha e a identificação das regiões de menor espessura dos tubos de superaquecedores. Este último produz um resultado unico pois observa-se que muitos insucessos na avaliação de integridade e previsão de vida residual de tubos de superaquecedores por fluencia, decorre da utilização de medidas de espessura pouco representativas do estado fisico dos tubos devido a utilização de tecnicas tradicionais de ultra-som com medidas pontuais. FIGURA 4 Varredura de espessuras em tubos de superaquecedores por AB-scan EMAT.

4 FIGURA 5 Identificação de corrosão sob depositos em tubos de fornalha por AB-scan EMAT A medição da espessura da camada interna de magnetita por ultra-som é outra tecnica fundamental para a previsão de vida em fluencia de superaquecedores. É possível estimar a temperatura media de operaçao local do tubo à partir da espessura da camada de magnetita medida no ponto. Este dado obtido nos pontos indicados pela varredura de espessuras por AB-scan EMAT, permite a identificação do locais de menor vida em fluencia, atraves de calculos mais precisos, assim como a indicação de locais apropriados para remoção de amostras para execução de ensaios acelerados de fluencia. FIGURA 6 Medição da espessura da camada de magnetita por ultra-som Tecnicas de correntes parasitas, aplicadas com procedimentos, aparelhos e sondas especificas permitem a pesquisa da presença de trincas superficiais em grandes áreas em coletores de superaquecedores, tubos de fornalhas e superaquecedores e tubulões de caldeiras, sem a necessidade de extensas preparações de superficie e apoio para inspeção. AUMENTO 50X 5, 7 m m FIGURA 7 Detecção e estimativa de profundidade de trinca de fadiga termica em tubo de superaquecedor por correntes parasitas O monitoramento por emissão acustica de tubulões, coletores de superaquecedores e tubulações de vapor superaquecido em determinadas condições operacionais permite a identificação da presença e o acompanhamento

5 da evolução de trincas de fadiga termica e fadiga-flencia em áreas extensas e de dificil acesso. A aplicação da tecnica exige conhecimentos precisos do comportamento mecanico das estruturas e de descontinuidades potencialmente existentes nos campos de tensões existentes no momento da inspeção. FIGURA 8 Trincas em um bocal detectadas durante o aquecimento de um vaso de pressão A pesquisas de perda de espessura em tubos das zonas de convecção por tecnicas eletromagneticas e ultrasonicas tais como Campo Remoto, MFL e IRIS, permitem a identificação e dimensionamento de áreas com perda de espessura. A novidade é a aplicação conjunta das tecnicas dependendo da situação de limpeza interna dos tubos, locais de interesse, e disponibilidade de tempo para inspeção. A utilização de tecnologia atualizada permite a obtenção de resultados precisos. FIGURA 9 Perda de espessura localizada em tubo da zona de convecção de uma caldeira. Foi identificada e dimensionada por IRIS. A aplicação de tecnicas metalograficas destrutivas e não destrutivas, óticas e eletronicas, é fundamental na identificação de alguns danos microscopicos e na identificação da causa de danos encontrados durante a inspeção, e tambem na analise da causa de falhas ocorridas. A interpretação dos resultados por equipe capacitada e suficientemente experiente, de aspectos microscopicos e microestruturais aliados a resultados de analises quimicas de materiais, residuos e produtos de corrosão por tecnicas tais como DRX, FRX, EDS, calculos mecanicos, analises de tensões, calculos de fratura, dados historicos de inspeção, manutenção e operação, e resultados de ensaios não destrutivos permitem diagnosticos precisos sobre a causa dos danos e falhas, assim como estimativas de sua cinetica de evolução. Estas avaliações devem ser executadas permanentemente, principalmente quando são detectados danos insipientes, pois observa-se frequentemente situações cronicas de falhas e a execução de reparos exstensos e dispendiosos, decorrentes de diagnosticos incorretos.

6 FIGURA 10 Danos causados por corrosão fadiga em tubo de fornalha. O dignostico utilizou tecnicas de correntes parasitas e MEV-EDS (Microscópio Eletronico de Varredura). SUPERFICIE EXTERNA SUPERFICIE INTERNA FIGURA 11 Ruptura por fluencia de tubo para superaquecedor. Imagem dos vazios no MEV (Microscopio Eletronico de Varredura) Tendo sido obtidos os dados atraves da aplicação de tecnicas de END corretas, produzidos pela execução do programa e dos planos de inspeção elaborados, são avaliados os resultados e geradas as recomendações de reparos, melhorias e o novo Programa de Inspeção, que contem as datas indicadas para execução do ENDs e das atividades necessarias para controle do estado fisico dos componente do equipamento. Esta tarefa, porém, não é simples devido ao grande volume de dados e analises necessarias, demanda a utilização de programas de computador especificos para este fim, e tambem para calculos especificos. O ultimo aspecto sobre o controle do estado fisico de caldeiras que é ressaltado, é o comportamento das pessoas diante do cumprimento do Programa quando esta tudo bem, ou seja, não são detectados danos importantes, não foram necessarios reparos exstensos e o equipamento não apresenta um grau de danos acumulados importante. Este cenario leva as pessoas a questionar a importancia de aplicar ensaios complexos em áreas extensas, a tendencia é se perguntar será que não é exagero? Este momento é critico, quando se abandona o programa preventivo normalmente elimina-se a capacidade de identificar os danos ainda no inicio e cria-se a situação potencial de encontrar problemas graves no futuro. 3.0 - CONCLUSÃO O Programa de Controle da Integridade Fisica de Caldeiras, agrega confiabilidade e segurança operacional às caldeiras. Para ser implementado depende de equipes tecnicas capacitadas e experientes, depende da disponibilidade e aplicação dos ends especificos, e principalmente da determinação de manter o cumprimento do Programa e dos planos de inspeção.

7 4.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) Babcock & Wilcox. 1992. Steam, its generation and use; (2) Bernstein, M. D., Yoder, L. W., 1998. Power Boilers A guide to section I of the ASME Boiler and Pressure Vessel Code Asme press, New York; (3) Port, R. D., Herro, H. M., 1991. The Nalco Guide to Boiler Failure Analysis; (4) French, D. N., 1993. Metallurgical Failures in Fossil Fired Boilers. JOHN WILEY & SONS, INC; (5) Carroll, D. E., Carroll, D. E. Jr., 1997. The ASME CODE SIMPLIFIED POWER BOILERS. Mc Graw Hill;