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Transcrição:

ECLI:PT:TRE:2008:1629.08.1 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:tre:2008:1629.08.1 Relator Nº do Documento Chambel Mourisco Apenso Data do Acordão 24/06/2008 Data de decisão sumária Votação decisão individual Tribunal de recurso Processo de recurso Data Recurso Referência de processo de recurso Nivel de acesso Público Meio Processual Decisão Reclamação Para O Presidente deferida Indicações eventuais Área Temática Referencias Internacionais Jurisprudência Nacional Legislação Comunitária Legislação Estrangeira Descritores suspensão provisória do processo; Página 1 / 5

Sumário: Havendo divergência na jurisprudência, é de admitir, em sede de reclamação, o recurso do despacho do Juiz de Instrução que manifestou a sua discordância com a suspensão provisória do processo, com o fundamento de, no caso concreto, não estarem preenchidos os pressupostos do referido instituto. Decisão Integral: No Tribunal Judicial da Comarca de correm termos uns de inquérito (Actos Jurisdicionais) com o nº, em que é arguido A. Nesses autos o Ministério Público propôs que se aplicasse ao arguido a medida de suspensão provisória do processo nos termos do art. 281º do Código de Processo Penal. O Sr. Juiz de Instrução proferiu despacho manifestando a sua discordância com a suspensão provisória do processo com o fundamento de, no caso concreto, não estarem preenchidos os pressupostos do referido instituto. O Ministério Público veio interpor recurso deste despacho para este Tribunal da Relação de Évora. O Mmº Juiz não admitiu o recurso com o fundamento que o referido despacho era irrecorrível nos termos do art. 400º nº1, al. a) e b) do CPP. É deste despacho que o Ministério Público reclama nos termos do art. 405º do CPP. Uma vez que a reclamação se mostra instruída com todos os elementos relevantes para a sua decisão, cumpre apreciar e decidir: O art. 400º nº1 do CPP estatui que não é admissível recurso: a) De despachos de mero expediente; b) De decisões que ordenam actos dependentes da livre resolução do tribunal; A questão que se coloca nesta reclamação é, pois, saber se o despacho do MM Juiz deve ou não ser considerado um despacho de mero expediente ou uma decisão que ordenou um acto dependente da livre resolução do tribunal. É pertinente referir o art. 156º nº4 do CPC, aplicável por força do art. 4º do CPP, que dispõe: Os despachos de mero expediente destinam-se a prover ao andamento regular do processo, sem interferir no conflito de interesses entre as partes; consideram-se proferidos no uso legal de um poder discricionário os despachos que decidam matérias confiadas ao prudente arbítrio do julgador. O Professor Alberto dos Reis [1], refere que os despachos mencionados no art. 679º [2] não admitem recurso, porque, pela sua própria natureza, não são susceptíveis de ofender direitos processuais das partes ou de terceiros. Acrescenta o Professor que ou se trata de despachos banais, que não põem em causa interesses das partes, dignos de protecção, ou se trata de despachos que exprimem o exercício de livre poder jurisdicional. A natureza do despacho de mero expediente não se compadece com a possibilidade de reapreciação por tribunal superior Cfr. José Lebre de Freitas e Armindo Ribeiro Mendes, Código de Processo Civil anotado, Coimbra Editora, Vol. III, pág. 16.. De qualquer forma, da definição dada pela lei de despacho de mero expediente, como sendo aquele que se destina a prover ao andamento regular do processo, sem interferir no conflito de interesses entre as partes, retira-se que se o Juiz exceder esses parâmetros a decisão passa a ser Página 2 / 5

recorrível. Por outro lado, ainda segundo o citado Professor o poder discricionário insere-se na permissão conferida pela lei ao juiz para seleccionar uma de duas ou mais alternativas de opção postas ao seu prudente arbítrio tendo em atenção o fim geral do processo. É preciso, pois, que a lei reconheça expressa ou tacitamente tal poder. Tais despachos constituem, assim, actos judiciais, na medida em que impõem uma conduta ou integram formalmente uma ordem, mas já não constituirão actos jurisdicionais, que definem o direito, que afectam os deveres ou interesses das partes. [4] Vejamos o caso concreto dos autos em que o Juiz de instrução manifestou a sua discordância com a proposta do Ministério Público de suspender provisoriamente o processo. O instituto da suspensão provisória do processo foi consagrado no nosso ordenamento jurídico após a reforma de 1995 por inspiração comunitária. Em 11 de Setembro de 1987 o Comité dos Ministros do Conselho da Europa adoptou a Recomendação n.º R 87 (18) que exortava os países de CEE a encetar uma abertura à oportunidade no exercício da acção penal, simplificando procedimentos, agilizando, desburocratizando e acelerando a justiça. Esta recomendação originou que vários países, entre os quais Portugal, reformulassem, entre outros, o princípio da obrigatoriedade do exercício da acção penal, tendo-se procurado soluções de consensualidade, daí a consagração do instituto da suspensão provisória do processo. O art. 281º do Código de Processo Penal dispõe: 1 - Se o crime for punível com pena de prisão não superior a cinco anos ou com sanção diferente da prisão, pode o Ministério Público decidir-se, com a concordância do juiz de instrução, pela suspensão do processo, mediante a imposição ao arguido de injunções e regras de conduta, se se verificarem os seguintes pressupostos: a) Concordância do arguido e do assistente; b) Ausência de antecedentes criminais do arguido; c) Não haver lugar a medida de segurança de internamento; d) Carácter diminuto da culpa; e e) Ser de prever que o cumprimento das injunções e regras de conduta responda suficientemente às exigências de prevenção que no caso se façam sentir. 2 - São oponíveis ao arguido as seguintes injunções e regras de conduta: a) Indemnizar o lesado; b) Dar ao lesado satisfação moral adequada; c) Entregar ao Estado ou a instituições privadas de solidariedade social certa quantia; d) Não exercer determinadas profissões; e) Não frequentar certos meios ou lugares; f) Não residir em certos lugares ou regiões; g) Não acompanhar, alojar ou receber certas pessoas; h) Não ter em seu poder determinados objectos capazes de facilitar a prática de outro crime; i) Qualquer outro comportamento especialmente exigido pelo caso. 3 - Não são oponíveis injunções e regras de conduta que possam ofender a dignidade do arguido. 4 - Para apoio e vigilância do cumprimento das injunções e regras de conduta podem o juiz de instrução e o Ministério Público, consoante os casos, recorrer aos serviços de reinserção social, a órgãos de polícia criminal e às autoridades administrativas. 5 - A decisão de suspensão, em conformidade com o n.º 1, não é susceptível de impugnação. 6 Em processos por crime de maus tratos entre cônjuges, entre quem conviva em condições Página 3 / 5

análogas ou seja progenitor de descendente comum em 1.o grau, pode ainda decidir-se, sem prejuízo do disposto no n.o 1, pela suspensão provisória do processo a livre requerimento da vítima, tendo em especial consideração a sua situação e desde que ao arguido não haja sido aplicada medida similar por infracção da mesma natureza. Coloca-se a questão de saber se será admissível recurso do despacho proferido pelo juiz de instrução, em sede de inquérito, em que declara a sua não concordância com a suspensão provisória do processo. Existe jurisprudência que defende que este despacho não é recorrível argumentando com a sua natureza não decisória e também que o mesmo é proferido no âmbito dos poderes discricionários do juiz de instrução. [5] Nesta perspectiva, o despacho do juiz de instrução consubstanciaria um acto discricionário, não sindicável, à semelhança da discordância do arguido ou do assistente. Apesar de toda esta argumentação sempre se poderá argumentar, em sentido contrário, que a lei apenas consagra a insusceptibilidade de impugnação da decisão de suspensão provisória do processo e que o despacho de discordância do juiz não é um acto discricionário, uma vez que tem de efectuar uma verificação do preenchimento dos pressupostos legalmente exigidos para a suspensão provisória do processo, ou seja o Juiz, como garante, está vinculado a parâmetros legais, a critérios objectivos, tendo em caso de discordância de fundamentar a sua decisão com base nos mesmos. Acolhendo esta argumentação o Acórdão da Relação do Porto, de 22 de Outubro de 2003, publicado na CJ, Ano XXVIII, Tomo 4, 2003 p. 215, defendeu a recorribilidade da decisão do juiz de não concordância com a suspensão provisória do processo. Neste quadro, reconhece-se que estamos perante uma questão que não é pacífica na jurisprudência, justificando-se por essa razão a admissão do recurso. Pelas razões expostas, defiro a reclamação e revogo o despacho reclamado, que deverá ser substituído por outro que receba o recurso. Sem custas. (Processado e revisto pelo subscritor, Vice-Presidente do Tribunal da Relação de Évora, que assina e rubrica as restantes folhas). Évora, 2008/06/24 Chambel Mourisco [1] Código de Processo Civil anotado, Coimbra Editora, Vol. V, pág. 249. [2] Esta disposição legal no CPC de 1939 tinha a seguinte redacção: Não admitem recurso os despachos de mero expediente nem os proferidos no uso legal de um poder discricionário. Nos despachos de mero expediente compreendem-se os que se destinam a regular, em harmonia com a lei, os termos do processo. [3] Cfr. José Lebre de Freitas e Armindo Ribeiro Mendes, Código de Processo Civil anotado, Página 4 / 5

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) Coimbra Editora, Vol. III, pág. 16. [4] CPC anotado, VI, 248. [5] Cfr. Ac. TRL, de 22/05/2007, proc. 1293/2007-5, citado na decisão reclamada, Ac. da Relação de Lisboa, de 26 de Junho de 1990, publicado em CJ, Ano XV, Tomo 3, p.170 e Acórdão da Relação delisboa, de 01 de Junho de 1999, publicado em CJ, Tomo 3, p. 143 ). Página 5 / 5