Painel 8: Tendências e melhores práticas na administração de procedimentos arbitrais em arbitragem comercial internacional

Documentos relacionados
ARBITRAGEM. Arbitragem: aspetos práticos; instrumento facilitador da contratação internacional.

Estatutos do Centro de Arbitragem Comercial 1

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ARBITRAGEM CÓDIGO DEONTOLÓGICO DO ÁRBITRO

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Capítulo I - Princípios Gerais. Artigo 1.º. (Objeto da arbitragem)

I Conferência Internacional de Arbitragem

REGULAMENTO DE MEDIAÇÃO DO CENTRO ANGOLANO DE ARBITRAGEM DE LITÍGIOS CIVIS, COMERCIAIS E ADMINISTRATIVOS 1. Disposições introdutórias

Regulamento de Mediação e Arbitragem CAPÍTULO I PRINCÍPIOS GERAIS. Artigo 1.º Objeto

Panorama da Arbitragem em Portugal e países da CPLP. José Carlos Soares Machado SRS Advogados

Anexo 3. Estatutos do Centro

Direito da Arbitragem

SUMÁRIO ABREVIATURAS...

V Curso de Extensão Universitária (ex-pós Graduação) PLANO DE ESTUDOS

ARBITRAGEM NA BRASIL Arbitragem no Brasil

IV Curso de Pós-Graduação Avançada em Direito da Arbitragem

MEDIAÇÃO - LEGISLAÇÃO (TABELA ELABORADA POR CARLA SABOIA)

Arbitragem no Brasil. Uma visão geral _1.docx

A ARBITRAGEM NA ACÇÃO EXECUTIVA

CÓDIGO DE ÉTICA. O comportamento do árbitro deverá ser pautado de forma condizente com um profissional de reputação ilibada.

A importância da escolha do árbitro e da instituição arbitral. Palestrante: Alvaro de Carvalho Pinto Pupo

ANEXO II CÓDIGO DE ÉTICA

REGULAMENTO DE RECLAMAÇÕES E RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS CAPÍTULO I - RECLAMAÇÕES. Art.º 1.º Objeto e âmbito

ARBITRAGEM EM PORTUGAL. Arbitragem em Portugal. Uma visão geral

1.3 - Qualquer alteração ao presente Regulamento que tenha sido acordada pelas partes, só terá aplicação ao caso específico.

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM ADMINISTRATIVA

CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO IBDE

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

A Prova Técnica na Arbitragem

CÓDIGO DE ÉTICA PARA ARBITROS. ARBICAMP Câmara de Mediação e Arbitragem.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. Módulo 1 Parte Geral 1

Protocolo para Arbitragem Trabalhista - válido a partir de 11/06/2018

Minuta de Ata de Missão que Esta Sociedade Segue nos Processos Arbitrais

CÂMARAS DE MEDIAÇÃO E ARBITRAL COMO UTILIZÁ-LAS NA SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIAS

REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO. Meios Alternativos para Soluções de Conflitos MASC

SUMÁRIO AGRADECIMENTOS APRESENTAÇÃO... 13

nota prévia à 4.ª edição 5 nota prévia à 3.ª edição 7 nota prévia à 2.ª edição 9 nota prévia 11 abreviaturas 13

NOVO REGULAMENTO DE ARBITRAGEM ADMINISTRATIVA

FLUXOGRAMA DO PROCEDIMENTO ARBITRAL 3 ÁRBITROS

REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Artigo 1.º. (Objeto)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA SUPERINTENDÊNCIA ACADÊMICA SECRETARIA GERAL DOS CURSOS PROGRAMA DE DISCIPLINAS DISCIPLINAS PERÍCIA CONTÁBIL E ARBITRAGEM

III PÓS-GRADUAÇÃO EM ARBITRAGEM PLANO DE ESTUDOS

PAINEL 5. Nome de Domínio Solução de Conflitos pelo Sistema Administrativo de Conflitos de Internet (SACI), Mediação ou Arbitragem

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM. (Medicamentos de Referência e Genéricos)

ANEXO I TABELA DE CUSTAS E HONORÁRIOS DOS ÁRBITROS

FLUXOGRAMA DO PROCEDIMENTO ARBITRAL ÁRBITRO ÚNICO

Arbitragem de Rito Sumário ou de Escopo Limitado? Futuro?

Curso de Arbitragem 1 FRANCISCO JOSÉ CAHALI

Arbitragem Institucionalizada: o melhor modelo para a resolução de litígios comerciais e de investimento. José Miguel Júdice

ARBITRAGEM Lei 9.307/96 SOLUÇÃO MODERNA DE CONFLITOS

Em relação à previsão de eventual ato regulamentar futuro, a alusão a um termo aditivo preserva o ato jurídico perfeito.

Direito Processual Civil CERT Regular 4ª fase

DA OAB SP 28 de Maio de 2010 A CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA NA ARBITRAGEM INTERNA E INTERNACIONAL

Data Hora Módulo Tema Matéria Duração Teórico Docente Práticas

SESSÃO DE FORMAÇÃO PRÁTICA DA ARBITRAGEM E DA MEDIAÇÃO NO ESPAÇO OHADA: ABORDAGENS E MÉTODOS PARA UMA RESOLUÇÃO EFICAZ DOS DIFERENDOS

RESOLUÇÃO DE CONFLITOS. FACULDADE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE NOVA POST-GRADUAÇÃO DE GESTÃO PARA JURISTAS José Miguel Júdice

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM DO INSTITUTO DE ARBITRAGEM COMERCIAL

1ª Conferência de Arbitragem ICC em Moçambique

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE

PPL 84/XII (GOV) Alterações PS Alterações PSD e CDS/PP

A arbitragem administrativa, o poder local e o CAAD: potencialidades por explorar

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM*

Teoria e Prática do Contencioso Tributário 2019 (módulo isolado)

A visão francesa da arbitragem despois da reforma de 2011

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÃO DOS PROCESSOS EXECUTIVOS

Arbitragem liberta os juízes de questões time consuming

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM 1. DA SUJEIÇÃO AO PRESENTE REGULAMENTO

ESTATUTOS DO INSTITUTO DE ARBITRAGEM COMERCIAL

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CURRICULUM VITAE. Pedro Siza Vieira. Idiomas Profissionais: Fluente em Português, Inglês, Francês e Castelhano

ATO REGULAMENTAR Nº 002/2017

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

CAPITULO I - UMA VISÃO PANORÂMICA DO PROCESSO

Regulamento do CNIACC - Centro Nacional de Informação e Arbitragem de Conflitos de Consumo Capi tulo I - Objeto, natureza e âmbito geográfico

CENTRO DE ARBITRAGEM DE CONFLITOS DE CONSUMO DE LISBOA

Arbitragem na Polónia. Uma visão geral _1.docx

REGULAMENTO DO PROCESSO DE ARBITRAGEM

REQUERIMENTO PARA INTEGRAR A CÂMARA DE JUSTIÇA ARBITRAL INTRODUÇÃO

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 84/XII. Exposição de Motivos

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM*

Mediação Novo Conceito de Acesso a Justiça. Lei /2015 Dra. Carleane L. Souza

REGULAMENTO DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO DE CONFLITOS DA ERSE

ARBITRAGEM EM CONFLITOS SOCIETÁRIOS 2016, 2017 E 2018 (ATÉ JULHO)

REGULAMENTO INTERNO DOS PROCEDIMENTOS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO TÍTULO I DA MEDIAÇÃO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Informação essencial e complementar às normas de procedimento do Centro, considerando o disposto na Lei n.º 144/2015, de 8 de Setembro

Processo de arbitragem

ARBITRAGENS E MEDIAÇÕES NA ÁREA DE ENGENHARIA

PROCEDIMENTO N 1. ACEITAÇÃO 2. DISPONIBILIDADE. Sobrenome: Nome: Aceitação Aceito atuar como árbitro neste caso.

MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM

Regulamento de Arbitragem. Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do Algarve

CIMACE -Centro de Informação, Mediação e Arbitragem do Comércio Electrónico

A RESOLUÇÃO ALTERNATIVA DE LITÍGIOS DE CONSUMO

1. Quadro Estrutura Estágios I, II, III e IV

Transcrição:

1 Painel 8: Tendências e melhores práticas na administração de procedimentos arbitrais em arbitragem comercial internacional António Vieira da Silva Secretário-Geral Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa

2 PLANO DA PALESTRA: GDFIUGIHDGQGIU 1. Breve apresentação do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (Centro de Arbitragem Comercial). 2. Evolução dos Regulamentos de Arbitragem e de outros Instrumentos de Resolução de Litígios. 3. A Arbitragem Rápida: aspetos gerais do Regulamento. 4. Critérios para a nomeação de árbitros pelo Centro de Arbitragem Comercial.

1. Breve apresentação do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (Centro de Arbitragem Comercial) 3 Constituição de Centros de Arbitragem carece de autorização prévia do Ministério da Justiça (LAV de 1986, mantida pela LAV de 2011). Critérios de apreciação: representatividade, idoneidade para atividade que pretende realizar. Ministério da Justiça pode revogar a autorização se a entidade perder condições técnicas ou de idoneidade para realizar (administrar) arbitragens voluntárias institucionalizadas.

1. Breve apresentação do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (Centro de Arbitragem Comercial) 4 O Centro de Arbitragem Comercial foi criado em 1987 pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa em conjunto com outra instituição de natureza associativa, a Associação Comercial do Porto. Em 2006 termina a parceria e cada uma das instituições passa a deter o seu próprio Centro de Arbitragem.

1. Breve apresentação do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (Centro de Arbitragem Comercial). 5 Estrutura do Centro de Arbitragem Comercial: Autonomia administrativa e financeira relativamente à Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP). Órgão de gestão e de representação próprio (Presidente, 2 Vice-Presidentes e 6 vogais). Total independência face à Direção (Diretoria) da CCIP (não estão sujeitos a instruções nem que prestar contas da atividade desenvolvida). O CAC possui Secretariado próprio.

1. Breve apresentação do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (Centro de Arbitragem Comercial). 6 Funções estatutárias do CAC: Promover e difundir a resolução de litígios por meios extrajudiciais. Administrar procedimentos (arbitragens institucionais, mediação, etc.) de resolução de litígios. Prestar serviços conexos com a administração de arbitragens e meios alternativos de resolução de litígios.

2. Evolução dos Regulamentos de Arbitragem e de outros Instrumentos de Resolução de Litígios. 7 1.ª Fase (1987-2008) Regulamento de Arbitragem (1987) Regulamento de Mediação e Conciliação (1994) 2.ª Fase (2008-2013) Regulamento de Arbitragem (2008) Novações significativas: - Consequências da pluralidade de partes na constituição do TA; - Declaração de aceitação, independência e imparcialidade dos árbitros; - Apensação de processos (consolidação); - Intervenção de terceiros; - Providências cautelares (liminar).

2. Evolução dos Regulamentos de Arbitragem e de outros Instrumentos de Resolução de Litígios. 8 3.ª Fase (desde 2014) Regulamento de Arbitragem (2014) Novações - Ordens preliminares - Árbitro de emergência Código Deontológico do Árbitro (2014) Regulamento de nomeação, recusa e substituição de árbitros em arbitragens não sedeadas no CAC (2016) Regulamento de Arbitragem Rápida (2016) Regulamento de Mediação (civil e comercial) (2016) Critérios de Nomeação de Árbitros (2016)

3. Arbitragem Rápida: aspetos gerais do Regulamento. 9 Escolha das Partes convenção de arbitragem ou escrito posterior Quando tem lugar Proposta de uma das Partes Por decisão do Presidente do CAC Por proposta de uma das Partes Aceitação da proposta Demandante ou Demandado podem nas suas peças escritas propor a aplicação do Regulamento de Arbitragem Rápida Expressa ou tácita (aceitação face ao silêncio)

3. Arbitragem Rápida: aspetos gerais do Regulamento. 10 Por decisão do Presidente do CAC Nos litígios de valor igual ou inferior a 200.000,00 (R$ 751.220,00) exceto se ambas as Partes se opuseram Quando a natureza do litígio se mostre adequada exceto se alguma das Partes se oponha Número de árbitros: Árbitro único Constituição do TA Nomeação: escolha das Partes ou Presidente CAC

3. Arbitragem Rápida: aspetos gerais do Regulamento. 11 Vicissitudes processuais: - Uma peça escrita por cada Parte, como regra; - Limitação da dimensão das peças escritas: 35 páginas; - Junção de todos os documentos e prova a produzir (v.g. perícias) com as peças escritas; - Limitação do número de testemunhas de cada Parte: 5 - Prazo mais curto para prolação da sentença: 30 dias após a última sessão - Prazo global mais curto para conclusão da arbitragem: 6 meses

4. Critérios para a nomeação de árbitros pelo Presidente do CAC. 12 Princípios de ordem geral: - Tornar transparente o processo de nomeação de árbitros; - Tornar possível a participação das Partes na escolha do Árbitro; - Proibição de algum membro da Direção (Diretoria) do CAC e da CCIP serem nomeados pelo próprio Centro; - Aceitação da função de árbitro através da assinatura de declaração de independência, imparcialidade e disponibilidade para esse exercício; - Verificação dessas qualidades durante o decurso da arbitragem.

4. Critérios para a nomeação de árbitros pelo Presidente do CAC. 13 Processo de nomeação: - Antes da nomeação, é dada às Partes um prazo para, de comum acordo, densificarem o perfil do árbitro desejado; - Nos processos com valor superior a 5.000.000,00 (R$ 18.780.500,00) serão apresentados às Partes cinco nomes para que se possam, pôr-se de acordo sobre um deles ou rejeitaram algum ou todos; - A escolha recairá sobre o nome que for acordado ou de entre aqueles que não foram rejeitados; - Se forem todos rejeitados, a escolha recairá sobre quem não estava inicialmente na lista; - A designação do árbitro pelo Presidente do CAC é precedida pela audição dos seus Vice- Presidentes.

14 www.centrodearbitragem.pt OBRIGADO António Vieira da Silva Secretário-Geral avs.centrodearbitragem@ccip.pt