Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2- vivian.bios@gmail.com 3 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul RESUMO



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Transcrição:

Síndromes de dispersão em remanescente de Floresta Estacional Decidual em Mato Grosso do Sul, Brasil Vivian Almeida Assunção 1,2, Ângela Lúcia Bagnatori Sartori 3, Francismeire Bonadeu 1, Valderes Bento Sarnaglia Junior 1 1- Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2- vivian.bios@gmail.com 3 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul RESUMO Os dados fenológicos em comunidades vegetais são essenciais para entender a reprodução, ecologia e o padrão de frutificação das plantas. As fenofases reprodutivas das plantas frequentemente estão relacionadas com a precipitação. Em Mato Grosso do Sul, o domínio Mata Atlântica está representado pelas Florestas Estacionais: Decidual e Semidecidual, que diferem entre si pela porcentagem de deciduidade foliar das espécies durante os períodos mais secos do ano. O objetivo do estudo foi verificar o padrão de síndromes de dispersão e conferir se a frutificação teve relação com a precipitação em espécies arbustivas e arbóreas em uma encosta de Floresta Estacional Decidual em Jaraguari, Mato Grosso do Sul. O estudo ocorreu de dezembro de 2009 a novembro de 2010 em quatro parcelas plotadas transversalmente ao declive de uma da encosta que faz parte da Serra de Maracaju. Foram encontradas durante o estudo 37 espécies, 30 gêneros distribuídas em 18 famílias. Destas, 18 espécies (48,6%) apresentaram dispersão zoocórica (dispersas por animais), 12 (32,4%) anemocórica (dispersas pelo vento) e sete (18,9%) autocórica (frutos dispersos por explosão ou gravidade). Houve correlação da frutificação com a precipitação durante o ano de estudo (r=0,89; p<0,01); a média de precipitação mensal do ano de estudo foi maior quando comparado aos 10 anos anteriores observados para a área de estudo. O estudo aponta que o padrão de dispersão foi encontrado em outras Florestas Estacionais e a precipitação pode ter auxiliado na predominância de espécies zoocóricas. Palavras chave: zoocoria, precipitação, Mata Atlântica INTRODUÇÃO Dados fenológicos são básicos para entender a reprodução e a ecologia das plantas e estudos com este enfoque em nível de comunidade ainda são escassos (Batalha & Martins, 2004; Kinoshita et al., 2006; Oliveira, 2008). O padrão de frutificação nas plantas frequentemente está relacionado com fatores ambientais. Entre esses fatores, os climáticos apresentam geralmente relações próximas com os eventos fenológicos, permitindo estabelecer padrões preliminares para uma comunidade e, revelando aspectos importantes sobre a dinâmica dos ecossistemas (Marques et al., 2004). Embora a presença de animais dispersores e predadores de frutos e sementes interferem nos padrões vegetacionais (Morelato & Leitão-Filho, 1992). As Florestas Estacionais fazem parte do Domínio Mata Atlântica (sensu lato), que se estende ao longo da costa brasileira ocorrendo desde o Rio Grande do Norte até Rio Grande do Sul. Atualmente remanescentes continentais desta floresta encontram-se entremeados ao Cerrado, Caatinga e Pampa. No Mato Grosso do Sul a flora deste domínio é estacional, sendo classificada em: Floresta Semidecídua e Decídua, predominando na porção sul do estado e também em encraves no Cerrado (IBGE, 2011). A Serra de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, apresenta remanescentes desta formação ainda conservados e pouco amostrados. 85

O objetivo é verificar o padrão de síndromes de dispersão que ocorrem dentre as espécies arbustivas e arbóreas em uma encosta com fragmentos de Floresta Estacional Decidual na Serra de Maracaju, Jaraguari, Mato Grosso do Sul. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização geral da área de estudo. O estudo foi desenvolvido em uma encosta de escarpa localizada em Furnas do Dionísio (20 05' e 20 30' S; 54 45' e 54 15' W) com altitude de aproximadamente 500 m, a 47 km de Campo Grande, em Jaraguari, Mato Grosso do Sul. O clima é do tipo Aw de Köppen (1948), e a vegetação com predomínio de Cerrado entremeado por florestas estacionais (RadamBrasil, 1982). Coleta e análise de dados. Foi selecionada uma porção da encosta com vegetação nativa e sem pasto, em um universo de 34 ha, onde foram selecionados quatro pontos, cada um correspondente a uma parcela de 25 x 50 m, plotadas transversalmente ao declive, totalizando 0,5 ha amostrado. As coletas ocorreram de dezembro de 2009 a novembro de 2010. Foram amostrados arbustos e árvores. A nomenclatura ao nível de família seguiu APG III (2009). Para a identificação dos materiais foram utilizadas bibliografias especializadas, comparação com material de herbário e consulta a especialistas. O material fértil coletado e devidamente identificado foi herborizado de acordo com as técnicas tradicionais (IBGE, 1992) e incorporado ao Herbário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CGMS). Para a caracterização das síndromes de dispersão foram considerados o tamanho, a cor e a morfologia dos diásporos, incluindo a ornamentação das estruturas acessórias e foram classificados em: anemocóricos (diásporos alados), zoocóricos (diásporos dispersos por animais) e autocóricos (explosão ou gravidade) conforme van der Pijl (1982). Para averiguar a relação da precipitação (médias mensais) do ano de estudo com a frutificação foi utilizado a análise de correlação de Pearson (Zar, 1984). O climatograma foi gerado conforme Walter (1986), com a média dos meses de 2000 a 2010 obtidos no centro de Análises Meteorológicas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Anhanguera-UNIDERP); a precipitação mensal abaixo de 100 mm foi considerada estação menos úmida. RESULTADOS Foram encontradas 37 espécies, 30 gêneros distribuídas em 18 famílias (Tabela 1). Destas, 18 espécies (48,6%) apresentaram dispersão zoocórica, 12 (32,4%) anemocórica e sete (18,9%) autocórica. Houve correlação da frutificação com a precipitação (r=0,89; p<0,01). A média anual de precipitação do ano de estudo foi de 1673.5 mm e dos últimos 10 anos 1468.8 mm o que mostra que o ano de estudo foi mais úmido. A temperatura média foi de 23.6 C e 23.4 C, respectivamente. Conforme o climatograma (Figura 1) o período mais úmido abrange de setembro a março e menos úmido de abril a agosto, ressaltando que não houve déficit hídrico. A média pluviométrica dos anos analisados foi de 122.4 mm e do ano de estudo 139.5 mm. 86

Figura 1. Diagrama climático (2000 a 2010), construído dos dados obtidos de Campo Grande, Mato Grosso do Sul pelo centro de análises metereológicas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Universidade Anhanguera-UNIDERP), Campo Grande, Mato Grosso do Sul. DISCUSSÃO O predomínio de zoocoria, seguido de anemocoria e autocoria ocorreu também em floresta semidecídua em São Paulo (Santos & Kinoshita, 2003; Kinoshita et al., 2006) e Cerrado (Batalha & Martins, 2004) o que aponta que a dispersão observada ocorre em ambientes sazonais. A anemocoria e a autocoria foram verificadas em formações de Cerrado (Batalha & Martins, 2004) e a segunda no cerrado sensu stricto (Weiser & Godoy, 2001), todas no período chuvoso, resultados que diferem das condições favoráveis a espécies dispersas pelo vento, por exemplo, que geralmente são dispersas em períodos secos (Luz et al., 2008). A correlação positiva da frutificação com as médias pluviométricas destaca a importância das condições hídricas favoráveis à produção de frutos carnosos, que predominaram neste estudo, uma vez que no período chuvoso a maior disponibilidade de água contribuiu para o desenvolvimento dos frutos (Marco & Paéz, 2002). CONCLUSÃO O predomínio de zoocoria ressalta a importância do papel das interações animal - planta na manutenção da comunidade estudada; e a frutificação teve relação com a precipitação, justificado, pela disponibilidade da água na produção de frutos. AGRADECIMENTOS A primeira autora agradece ao mestrado de Biologia Vegetal da UFMS pelo apoio logístico nas coletas e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT) pela bolsa de mestrado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Angiosperm Phylogeny Group (APG III), 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Bot Soc. Linn J. 161, 105 121. 87

Batalha, M.A., Martins, F.R., 2004. Reproductive phenology of the Cerrado plant community in Emas National Park (central Brazil). Aust. J. Bot. 52, 149-161. IBGE- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1992. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro. IBGE- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2011. http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=169. Acesso em 11 de outubro de 2011. Kinoshita, L.S., Torres, R.B., Forni-Martins, E.R., Spinelli, T., 2006. Composição florística e síndromes de polinização e de dispersão da mata do Sítio São Francisco, Campinas, SP, Brasil. Acta Bot. Bras. 20, 313-327. Köeppen, W. 1948. Climatologia, con un Estudio de los Climas de la Tierra. México: Fondo de Cultura Economica, 478 p. Luz, G.R. da, Menino, G.C. de O., Mota, G. da S., Nunes, Y.R.F. 2008. Síndromes de dispersão de espécies arbustivo-arbóreas em diferentes fitofisionomias no norte de Minas Gerais. II Simpósio Internacional Savanas Tropicais. Brasília, DF. Marco, D.E., Paéz, S.A., 2002. Phenology and phylogeny of animal-dispersed plants in a Dry Chaco forest (Argentina). J. Arid Env. 52, 1-16. Marques, M.C.M.; Roper, J.J., Salvalaggio, A.P.B. 2004. Phenological patterns among plant life forms in a subtropical forest insouthern Brazil. Plant Ecology 173: 203-213. Morellato, L.P.; Leitão-Filho, H.F., 1992. Padrões de frutificação e dispersão na Serra do Japi. In: Morellato, L.P. (org), História Natural da Serra do Japi. Ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. Editora da UNICAMP-FAPESP, Campinas, pp. 112-140. Oliveira, P. E., 2008. Fenologia e biologia reprodutiva das espécies de Cerrado. In: Sano, S.M., Almeida, S.P. de, Ribeiro, J.F., (Eds), Cerrado: Ambiente e Flora. Embrapa-Cerrados, v.1 Planaltina, pp. 273-287. RADAMBRASIL, 1982. Projeto RADAMBRASIL. Levantamento de recursos naturais. Folha SF 21 Campo Grande: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro. Santos, K. dos, Kinoshita, L.S., 2003. Flora Arbustivo-Arbórea do fragmento de Floresta Estacional Semidecidual do Ribeirão Cachoeira, Município de Campinas, SP. Acta bot. bras. 17, 325-341. Pijl, L. Van Der., 1982. Principles of dispersal in higher plants. New York, Springer-Verlag. Walter, H., 1986. Vegetação e zonas climáticas: tratado de ecologia global. In: Walter, H., (tradutoras: Giova, A.T. e Backup, H.T.): Revisão técnica e notas Antonio Lamberti. São Paulo: EPU. Weiser, V. de L., Godoy, S.A.P. de., 2001. Florística em um hectare de Cerrado sensu strictu na ARIE Cerrado Pé-de-Gigante, Santa Rita do Passo Quatro, SP. Acta Bot. Bras. 15, 201-212. Zar, J.H., 1984. Bioestatical Analysis. Prentice Hall. Segunda edição. 88

Tabela 1. Lista de famílias e espécies, hábito de crescimento, síndromes de dispersão e período de frutificação obtidas nas parcelas em encosta de escarpa da Serra de Maracaju, em Jaraguari, MS, Brasil. (Jan = Janeiro, Fev = Fevereiro, Mar = Março, Abr = Abril, Mai = Maio, Jun = Junho, Jul = Julho, Ago = Agosto, Set = Setembro, Out = Outubro, Nov = Novembro, Dez = Dezembro; Ane = Anemocoria, Zoo = Zoocoria, Aut = Autocoria; Frutificação; Família Espécie Hábito de crescimento Anacardiaceae Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Árvore Ane Lithraea molleoides Engl. Árvore Zoo Annonaceae Rollinia emarginata Schltdl. Árvore Zoo Apocynaceae Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F. Blake ex Pittier Árvore Ane Aspidosperma sp. Árvore Ane Bignoniaceae Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. e Hook. f. ex S. Moore Árvore Ane Cannabaceae Celtis spinosa Spreng. Árvore Zoo Celastraceae Maytenus sp. Árvore Zoo Combretaceae Terminalia argentea Mart. Árvore Ane Erythroxylaceae Erythroxylum cf. cuneifolium (Mart.) O.E. Schulz Arbusto Zoo Erythroxylum cf. suberosum A. St.-Hil. Árvore Zoo Euphorbiaceae Acalypha villosa Jacq. Arbusto Aut Sebastiana brasiliensis Spreng. Árvore Aut Fabaceae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Árvore Aut Bauhinia longifolia D. Dietr. Árbusto Aut Bauhinia ungulata L. Árvore Aut Bauhinia sp.1 Árvore Aut Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil. Árvore Ane Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. Árvore Zoo Helicteres lhotzkyana (Schott e Endl.) K. Schum. Árvore Aut Luehea paniculata Mart. Árvore Ane Luehea sp. Árvore Ane Pseudobombax cf. tomentosum (Mart. e Zucc.) Robyns Árvore Ane Myrtaceae Myrcia laruotteana Cambess. Árvore Zoo Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Árvore Zoo Psidium guineense Sw. Árvore Zoo Rhamnaceae Rhamnidium elaeocarpum Reissek Árvore Zoo Rubiaceae Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. ex DC. Zoo Alibertia sp. Árvore Zoo Guettarda viburnoides Cham. e Schltdl. Árvore Zoo Randia armata (Sw.) DC. Árvore Zoo Salicaceae Casearia rupestris Eichler Árvore Zoo Dilodendron bipinnatum Radlk. Ane Sapotaceae Chrysophyllum marginatum (Hook. e Arn.) Radlk. Árvore Zoo Pouteria gardneri (Mart. e Miq.) Baehni Árvore Zoo Vochysiaceae Callisthene fasciculata Mart. Árvore Ane Qualea parviflora Mart. Árvore Ane Dispersão 2009 2010 Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov 89