A QUESTÃO FLUENTE VERSUS DISFLUENTE NO CONTEXTO DAS AFASIAS

Documentos relacionados
O QUE É O NORMAL E O QUE É PATÓLÓGICO NA FALA? UMA REFLEXÃO LINGUÍSTICA

CONSTITUIÇÃO DA SIGNIFICAÇÃO NA AFASIA: PROCESSOS VERBAIS E NÃO-VERBAIS

A relação entre a compreensão e os aspectos prosódicos na leitura em voz alta de falantes do PE e do PB

MARCADORES CONVERSACIONAIS DO DISCURSO DE AFÁSICOS NÃO AFÁSICOS

Análise das rupturas de fala de gagos em diferentes tarefas

AULA 9: HESITAÇÃO. 1. Introdução

ELEMENTOS ANAFÓRICOS NA COORDENAÇÃO 1

Condições de variabilidade da fluência de fala

O LUGAR DA PROSÓDIA NO CONCEITO FLUÊNCIA DE LEITURA

O OBJETO DIRETO ANAFÓRICO E SUAS MÚLTIPLAS REALIZAÇÕES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

A AQUISIÇÃO DE SUJEITO NULO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB): UM ESTUDO COMPARATIVO 1

ESTRATÉGIAS QUE DOIS SUJEITOS AFÁSICOS UTILIZAM COMO PROCESSOS ALTERNATIVOS DE SIGNIFICAÇÃO.

MARCADORES CONVERSACIONAIS/ DISCURSIVOS NO/ DO FALAR CUIABANO 1

Koch, I. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997, 124 p.

Prof ª Drª Dilma Tavares Luciano Universidade Federal de Pernambuco

Aspectos discursivos da narrativa de um sujeito afásico fluente

PRÁTICAS DOCENTES EM DIÁLOGO: EMERGÊNCIA DE NOVOS LETRAMENTOS NA ESCOLA

ISSN: AFASIA: UM OLHAR PARA O FUNCIONAMENTO DA LINGUAGEM ORAL 78

PREENCHENDO LACUNAS EM MEIO A AFASIA: NEUROLINGUÍSTICA DISCURSIVA EM FOCO 104

Aula 1 FUNDAMENTOS DA LINGUAGEM

OS MARCADORES CONVERSACIONAIS NA CONSTITUIÇÃO DO TEXTO FALADO

XI COLÓQUIO DO MUSEU PEDAGÓGICO 14 a 16 de outubro de 2015

AULA: MARCADORES CONVERSACIONAIS INTERACIONAIS

A REPETIÇÃO NA LINGUAGEM DE UM SUJEITO AFÁSICO. Mariza dos Anjos Lacerda 1 Nirvana Ferraz Santos Sampaio 2 INTRODUÇÃO

FRANCÊS (GRUPO 320) Ano letivo 2016/ 17 ENSINO SECUNDÁRIO. Agrupamento de Escolas de Arraiolos. EB 2,3 / Sec Cunha Rivara

ORDENAÇÃO DOS ADVÉRBIOS MODALIZADORES EM ENTREVISTAS VEICULADAS PELA REVISTA VEJA

Jornal Oficial do Centro Acadêmico da Universidade Vale do Acaraú.

AULA 10: O TÓPICO DISCURSIVO

Linguagem. Dr. Fábio Agertt

Classificação das Afasias

O Texto Oral e Sua Aplicação em Sala de Aula: Unidade Discursiva e Marcadores Conversacionais como Estruturadores Textuais

A CARACTERIZAÇÃO DEAPRAXIA EM UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN. Laíse Araújo Gonçalves 1 Carla Salati Almeida Ghirello-Pires 2 INTRODUÇÃO

SÍNDROME DE DOWN E LINGUAGEM: ANÁLISE DOS ASPECTOS APRÁXICOS NA FALA DE UMA CRIANÇA

A construção do sentido em práticas referenciais de afásicos

Apresentação. Roberta Vieira Lourenço Chacon

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA SALA DE AULA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

AULA 16: CORREÇÃO. X Y = x R y (R = relação semântica) R. (2) que fo/ do:: daquele menino pág. 156

Informação-Prova de Equivalência à Frequência

A REALIZAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL DE REFERÊNCIA ARBITRÁRIA NA COMUNIDADE LINGUÍSTICA DE VITÓRIA DA CONQUISTA *

REFLEXÕES ACERCA DA AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA

AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM E MEMÓRIA NAS FASES INICIAIS DA DOENÇA DE ALZHEIMER: O PONTO DE VISTA DA NEUROLINGÜÍSTICA DISCURSIVA

ELEMENTOS DÊITICOS EM NARRATIVAS EM LIBRAS 43

Fichas de avaliação; Máx. 40% 70%

Avaliação de crianças com disfluência

ISSN: UM ESTUDO SOBRE A (RE) CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM NA AFASIA: PROCESSOS ALTERNATIVOS DE SIGNIFICAÇÃO

O PAPEL DOS MOVIMENTOS DA CABEÇA NA MARCAÇÃO DE INTERROGATIVAS

O Tom na fala: estratégias prosódicas

FRANCÊS (GRUPO 320) Ano letivo 2016/ 17 ENSINO BÁSICO. Agrupamento de Escolas de Arraiolos. EB 2,3 / Sec Cunha Rivara

O MEIO QUE NA MÍDIA: UMA ABORDAGEM FUNCIONAL DA LÍNGUA

A CORREÇÃO COMO ESTRATÉGIA REFERENCIAL NO TEXTO ORAL Carmen Elena das Chagas (UFF e UNESA)

IV SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS CONSIDERAÇÕES SOBRE A DOENÇA DE ALZHEIMER E DISNOMIA 1. Kátia Fernandes Bernardo (Uesb)

I N F O R M A Ç Ã O P R O V A D E E Q U I V A L Ê N C I A À F R E Q U Ê N C I A

I CIED Congresso Internacional de Estudos do Discurso 06, 07 e 08 de Agosto de 2014

CRIAÇÃO LEXICAL: O USO DE NEOLOGISMOS NO PORTUGUÊS FALADO EM DOURADOS

Universidade Federal da Fronteira Sul Programa de Formação em Pesquisa e Pós-Graduação Módulo XX

ISSN: O SUJEITO AFÁSICO, NÃO ALFABETIZADO, NA SOCIEDADE DE TRADIÇÃO ESCRITA

RELATÓRIO DE PONTUAÇÃO AMOSTRA

DISFLUÊNCIAS E ESTRUTURA PROSÓDICA NA FALA ADULTA E INFANTIL 1

UMA REFLEXÃO SOBRE A (DIS)FLUÊNCIA Mariane Carvalho, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho FCLar

O FENÔMENO DO DIALOGISMO ESTUDOS DA DIMENSÃO INTERATIVA DA LINGUAGEM Gil Roberto Costa Negreiros (PUC-SP, UNIVERSITAS, FASAMA)

GÊNERO CHARGE: DO PAPEL AOS BYTES

FACULDADE DE MEDICINA/UFC-SOBRAL MÓDULO SISTEMA NERVOSO NEUROANATOMIA FUNCIONAL. Afasias e Apraxias. Acd. Juliana Mohana. w w w. s c n s. c o m.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2º Ciclo 5º ano

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SEBASTIÃO DA GAMA

REESCRITA COMO PRÁTICA AVALIATIVA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES NAS LICENCIATURAS

Informação Prova de Equivalência à Frequência. (Inglês)

A DECODIFICAÇÃO DA LEITURA E O PROCESSO DE COMPREENSÃO DO TEXTO

REFLETINDO SOBRE A GAGUEIRA DE UM PONTO DE VISTA LINGUÍSTICO

Português. Interpretação de Texto TRT- RJ. Maria Tereza Faria

7 Referências bibliográficas

AULA 12: O PAR DIALÓGICO PERGUNTA-RESPOSTA

MATRIZ DE EXAME DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA DO ENSINO BÁSICO / 9º ANO L.E.II - ESPANHOL. Ano Letivo 2011/2012 junho/setembro.

AQUISIÇÃO DAS RELATIVAS PADRÃO EM PB DURANTE A ESCOLARIZAÇÃO

PARÁFRASE COMO RECURSO DISCURSIVO NO ENSINO DE CIÊNCIAS. Margarethe Steinberger Elias e Francisco das Chagas Pereira

A EXPOSIÇÃO ORAL: FORMAS ENRIQUECEDORAS DO REPERTÓRIO LINGUÍSTICO E DISCURSIVO DO ALUNO

Palavras-Chave: Gênero Textual. Atendimento Educacional Especializado. Inclusão.

ELEMENTOS ESTRUTURADORES DA AULA (OU ESTRUTURADOS NA AULA) DE ANÁLISE LINGÜÍSTICA

MARCADORES CONVERSACIONAIS NA FALA DOS LONDRINENSES: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS DADOS DO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL

Distúrbios de memória e de linguagem

LINGUÍSTICA TEXTUAL LLE 7042 ESTUDOS LINGUÍSTICOS II PROFA. RAQUEL D ELY

DISCURSIVIDADE NA MÍDIA EM TORNO DO CASO CELSO DANIEL DO PT 1

Marcas da oralidade nas produções textuais dos alunos do ensino médio da escola c.e humberto de campos na cidade de humberto de campos ma

Correção uma interlocução no processo de ensino muito além da identificação de erros gramaticais

Informação Prova de Equivalência à Frequência. Ano letivo de

LINGUAGEM E AFASIA: DO ISOLAMENTO À REINSERÇÃO SOCIAL 1. Francielly Neves Nascimento 2 Nirvana Ferraz Santos Sampaio 3 Brena Batista Caires 4

A HESITAÇÃO: UM FATOR DE PROCESSAMENTO LINGÜÍSTICO NO TEXTO FALADO Carmen Elena das Chagas (UFF)

V SEMINÁRIO DE PESQUISA E ESTUDOS LINGUÍSTICOS FUNCIONAMENTO DISCURSIVO SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL NA MÍDIA BRASILEIRA

XIX CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA

O PAPEL DA REPETIÇÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO FALADO Carmen Elena das Chagas (UFF e UNESA)

CRIARCONTEXTO: O ENSINO-APRENDIZAGEM DE GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO MÉDIO

CURRÍCULO DA DISCIPLINA DE PORTUGUÊS/ CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2013/2014

Introdução. 3 º Ciclo do Ensino Básico (Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro)

Anexo B Relação de Assuntos Pré-Requisitos à Matrícula

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL. Diogo da Costa Pereira. Maria das Dores Justo

O IDOSO AFÁSICO E SEU COTIDIANO EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA 70

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SEBASTIÃO DA GAMA

Exame Nacional do Ensino Médio. pág Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012.

PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA PLANIFICAÇÃO A MÉDIO PRAZO. Ano Letivo 2012/2013. Disciplina de Língua Portuguesa-8ºano-Turma 1

A RELAÇÃO ENTRE ATOS DE FALA E PROSÓDIA

Transcrição:

141 de 368 A QUESTÃO FLUENTE VERSUS DISFLUENTE NO CONTEXTO DAS AFASIAS Rita de Cássia Silva-Tagliaferre * (Uesb) RESUMO Este estudo tem como objetivo apresentar algumas discussões sobre a noção de fluência/disfluência no contexto das afasias. O corpus foi constituído de dados relativos a dois sujeitos, um com afasia expressiva e outro com afasia receptiva. A análise dos dados incidiu sobre algumas características constitutivas da linguagem oral, tais como a correção e a repetição. Os resultados mostraram que a caracterização das afasias, partindo da noção do funcionamento da linguagem, não é necessariamente explicativa em relação aos fenômenos afásicos, portanto, verificou-se que o afásico faz uso das funções da linguagem como todo e qualquer falante da língua. PALAVRAS-CHAVE: Afasia. Fluência.Disfluência.Repetição e correção INTRODUÇÃO De acordo com Scarpa (1995), a maneira mais utilizada para definir fluência segundo os linguistas, psicolinguístas, fonoaudiólogos, é através de sua negativa que pode ser explicada pela unidade de resposta destituída de disfluência, prolongamentos e pausas. Esta definição pode ter uma interpretação ambígua, pois quando se fala de fluência, este termo parece ser um fenômeno de fácil compreensão, que é resistente a uma definição direta e não ambígua (FINN; INGHAM, 1991, p.92). Entre os linguistas, o termo fluência tem-se tornado polêmico ao

142 de 368 produzir sentenças coerentes; a habilidade de demonstrar criatividade e imaginação da linguagem, dentre outras. No campo das patologias, a disfluência pode ser definida como relativa a problemas de elaboração ou processamento de memória, de acesso lexical, mas para os linguistas, estas características têm sido descartadas, pois, de acordo com Koch (2005), as interrupções, correções, repetições, hesitações, são características constitutivas da linguagem oral. Com isso, procura-se destacar aqui o ponto de vista que privilegia o aspecto lingístico-interacional da repetição e da correção, apresentando discussões sobre a noção de fluência/disfluência no contexto das afasias. MATERIAL E MÉTODOS A constituição do corpus deste trabalho se deu a partir da observação do acervo de pesquisa coordenado pela Prof.ª Dr.ª Edwiges Maria Morato, junto ao Centro de Convivência de Afásicos, CCA, sediado no Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. Os dados referentes a práticas discursivas, nas quais se engajam pessoas afásicas e não afásicas, estão concentrados no decorrer do ano de 2004, totalizando 28 encontros, de mais ou menos 3 horas cada, dos quais participaram os dois sujeitos afásicos (SI e NS) focalizados neste estudo. Os dados fazem parte do corpus analisado na dissertação de mestrado de Silva- Tagliaferre (2008). As Siglas EM, HM, ET, BC e JC são dos sujeitos não afásicos; NS, SI, EF, MN, são dos sujeitos afásicos, que fizeram parte da

143 de 368 análise, foram consideradas longitudinalmente e qualitativamente as repetições e as correções em contextos linguístico-discursivos, ou seja, práticas linguísticas ordinárias, focalizando dois sujeitos, SI e NS, um diagnosticado como tendo afasia sensorial e outro com afasia motora, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO A metodologia usada neste trabalho é baseada no estudo de Silva- Tagliaferre (2008) sobre a repetição. Os sujeitos analisados nesta pesquisa são NS e SI, um com afasia de Wernicke e outro com afasia de Broca. O que fizemos para constituir o corpus de pesquisa foi separar as ocorrências da repetição e da correção na produção dos sujeitos, para melhor observar as ocorrências. Vejamos abaixo as análises, uma da estratégia de correção e outra da repetição, para um melhor entendimento da produção dos sujeitos afásicos em situação interativa: CORREÇÃO A correção é um procedimento que na maioria das vezes acarreta uma repetição do mesmo segmento com alguma modificação. Funciona, de acordo com Marcuschi (1986), como um processo de edição conversacional que contribui para organizar a conversação localmente. 1 BC: esse é um recurso... você pode escrever... porque 2 escrever é igual falar 3 ((risos))

144 de 368 enunciado fonte (onde a gente mora); em seguida, faz uma pausa, marcando a interrupção no fluxo, percebendo o problema e reformulando a oração corrigindo o uso do pronome de 1ª pessoa do plural para a 1ª pessoa do singular (onde eu moro).. REPETIÇÃO No fluxo corrente da fala, é normal não nos darmos conta da quantidade de repetições que realizamos, tanto em relação ao falante, quanto ao ouvinte, de modo que a compreensão do texto oral espontâneo se dá por estratégia natural de eliminações ou idealizações empreendidas pelo ouvinte. Segundo Marcuschi (1992), todos nós temos uma noção intuitiva do que seja uma repetição e, em muitos casos, sabemos identificar suas ocorrências, embora sem distinguir claramente tipos e funções. 1 EM: porque essas expressões figuradas se elas são assim 2 não são diretas né... (SI) situação né não é isso? 3 HM: mas sem pé nem cabeça né não sei se foi tão sem pé 4 nem cabeça 5 EM: concorda SI? 6 SI: ô concor concor concordo Neste fragmento, as integrantes, EM e HM, não-afásicas, e SI, afásica, estão comentando sobre as expressões figurativas presentes em nossa língua. EM pergunta para SI se ela concorda que as expressões figuradas são sem pé nem cabeça. SI, na L6, diz que concorda, realizando uma repetição responsiva. Através das analises, chegamos à Conclusão a que se chega

145 de 368 CONCLUSÃO Baseando-se nos resultados, percebe-se que, não se pode falar de fluência/disfluência sem primeiramente levar em conta os processos constitutivos da dinâmica conversacional. Como se pode ver, a repetição e a correção são fenômenos constitutivos da fala, são mecanismos que contribuem para o processamento do texto, operando como recursos centrais no planejamento da construção textual. REFERÊNCIAS FILLMORE, C. J. On Fluency. In: FILLMORE, C. et al. (Orgs). Individual Differences in Language Abitily and Language Behavior. New York, Academic Press, Inc., 1979, p. 85-101. FINN, P; INGHAM, R. The Selection of fluent samples in research on stuttering: conceptual and methodological considerations. In: HEALEY, C. (org). Readings on research in stuttering. Nova Iorque: longmman Publishing Group, 91-109, 1991. KOCH, I. G. V.. O texto e a construção dos sentidos. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2005. MARCUSCHI, L. A. A Repetição na Língua Falada: Formas e Funções. Pernambuco/UFPE, 1992. 196p. Tese de livre docência, Universidade Federal de Pernambuco.. Análise da Conversação. São Paulo: Ática, 1986, 94p. SCARPA, M. E. Sobre o sujeito fluente. Cadernos de Estudos