Revisão da DN.COPAM n.º 74/2004: contexto e principais mudanças constantes da proposta de alteração do licenciamento ambiental em Minas Gerais 10 de agosto de 2017
2 1. Contexto legal e regulamentar 2
3 1.1. CONTEXTO LEGAL E REGULAMENTAR Decreto n.º 47.137. Previu, conforme o porte e potencial poluidor, os empreendimentos e atividades sujeitas ao LAC: LP/LI/LO: a) pequeno porte e grande potencial; b) médio porte e médio potencial; c) grande porte e pequeno potencial. Decreto n.º 47.042. Regulamentou a Lei 21.972 no tocante à organização administrativa da SEMAD/MG. LP/LI e LO: a) médio porte e grande potencial; b) grande porte e médio potencial; c) grande porte e grande potencial. LP e LI/LO: quando a instalação implicar operação (p. ex.: parcelamento do solo). 21 de jan. 2016 24 de jan. 2016 24 de jan. 2017 2º sem. 2017 Lei n.º 21.972. Alterou a organização administrativa da SEMAD/MG e previu as novas modalidades de licenciamento ambiental no Estado: Trifásico (LAT - LP e LI e LO); Concomitante (LAC - LP/LI/LO; LP/LI e LO; LP e LI/LO); Simplificado (LAS - fase única). Decreto n.º 47.134. Alterou o Decreto n.º 47.042 para, dentre outros aspectos, criar o Núcleo de Projetos de Geração de Energia, da Superintendência de Projetos Prioritários, órgão da Subsecretaria de Regularização Ambiental. Revisão da DN.COPAM.º 74/2004 (em andamento) 3
4 1.2. CONTEXTO LEGAL E REGULAMENTAR A revisão da DN.COPAM n.º 74/2004 se insere no contexto de reforma de todo o Sistema Estadual do Meio Ambiente (SISEMA/MG), tanto do ponto de vista organizacional da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMAD/MG), quanto dos processos de sua competência, sobretudo o licenciamento ambiental. As reformas se iniciaram em 2016, com a edição da Lei 21.972, buscando aprimorar a gestão ambiental no Estado. Dentre os seus objetivos, destacam-se a busca pela: reformulação da organização e das atribuições dos órgãos e entidades que compõem o SISEMA/MG; diminuição da morosidade e aumento da eficiência dos processos de licenciamento ambiental; definição das modalidades de licenciamento aplicáveis conforme o porte, o potencial poluidor e a localização dos empreendimentos ou atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; uniformização de prazos e procedimentos aplicáveis ao licenciamento. 4
5 2. Principais mudanças 5
6 2.1. CLASSES SUJEITAS AO LICENCIAMENTO DN.COPAM 74/2004 Art. 1º - Os empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente sujeitas ao licenciamento ambiental no nível estadual são aqueles enquadrados nas classes 3, 4, 5 e 6, conforme a lista constante no Anexo Único desta Deliberação Normativa, cujo potencial poluidor/degradador geral é obtido após a conjugação dos potenciais impactos nos meios físico, biótico e antrópico, ressalvado o disposto na Deliberação Normativa CERH n.º 07, de 04 de novembro de 2002. [...] Art. 2 - Os empreendimentos e atividades listados no Anexo Único desta Deliberação Normativa, enquadrados nas classes 1 e 2, considerados de impacto ambiental não significativo, ficam dispensados do processo de licenciamento ambiental no nível estadual, mas sujeitos obrigatoriamente à Autorização Ambiental de Funcionamento - AAF, pelo órgão ambiental estadual competente, mediante cadastro iniciado pelo requerente junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SUPRAM competente, acompanhado de Termo de Responsabilidade, assinado pelo titular do empreendimento e de Anotação de Responsabilidade Técnica ou equivalente do profissional responsável. MINUTA Art. 2º Estão sujeitos ao licenciamento ambiental, no âmbito estadual, as atividades e empreendimentos listados conforme critérios de potencial poluidor/degradador, porte e de localização, cujo enquadramento seja definido nas classes 1 a 6. Mudança: segundo a DN 74, as classes 1 e 2 estão dispensadas do licenciamento, submetendo-se à AAF; pela minuta, todas as classes se sujeitarão ao licenciamento (pois a AAF será substituída pela LAS). 6
7 2.2. DEFINIÇÃO DAS CLASSES CONFORME O PORTE E O POTENCIAL POLUIDOR DN.COPAM 74/2004 MINUTA Mudanças: a minuta proposta ora diminui, ora aumenta as classes definidas segundo a matriz de porte e potencial poluidor: Porte pequeno e potencial poluidor médio. DN 74: Classe 1 (AAF) x Minuta: Classe 2; Porte pequeno e potencial poluidor grande. DN 74: Classe 3 (LP/LI) x Minuta: Classe 4; Porte médio e potencial poluidor pequeno. DN 74: Classe 2 (AAF) x Minuta: Classe 1; Porte grande e potencial poluidor pequeno. DN 74: Classe 4 (LP/LI) x Minuta: Classe 1; Porte grande e potencial poluidor médio. DN 74: Classe 5 x Minuta: Classe 4. 7
8 2.3. MODALIDADES DE LICENCIAMENTO DN.COPAM 74/2004 Art. 1º [...] 1º - As Licenças Prévia e de Instalação dos empreendimentos enquadrados nas classes 3 e 4 poderão ser solicitadas e, a critério do órgão ambiental, expedidas concomitantemente. 2º - As Licenças de Instalação e de Operação dos empreendimentos agrossilvipostoris [sic] enquadrados nas classes 3 e 4 poderão ser solicitadas e, a critério do órgão ambiental, expedidas concomitantemente, quando a instalação implicar a operação. Art. 2 - Os empreendimentos e atividades listados no Anexo Único desta Deliberação Normativa, enquadrados nas classes 1 e 2, considerados de impacto ambiental não significativo, ficam dispensados do processo de licenciamento ambiental no nível estadual, mas sujeitos obrigatoriamente à Autorização Ambiental de Funcionamento - AAF, pelo órgão ambiental estadual competente, mediante cadastro iniciado pelo requerente junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SUPRAM competente, acompanhado de Termo de Responsabilidade, assinado pelo titular do empreendimento e de Anotação de Responsabilidade Técnica ou equivalente do profissional responsável. MINUTA Art. 7º Constituem modalidades de licenciamento ambiental: I Licenciamento Ambiental Trifásico LAT: licenciamento no qual a Licença Prévia LP, a Licença de Instalação LI e a Licença de Operação LO da atividade ou do empreendimento são concedidas em etapas sucessivas; II Licenciamento Ambiental Concomitante LAC: licenciamento no qual serão analisadas as mesmas etapas previstas no LAT, com a expedição concomitantemente de duas ou mais licenças; III Licenciamento Ambiental Simplificado: licenciamento realizado em uma única etapa, mediante o cadastro de informações relativas à atividade ou ao empreendimento junto ao órgão ambiental competente, ou pela apresentação do Relatório Ambiental Simplificado RAS, contendo a descrição da atividade ou do empreendimento e as respectivas medidas de controle ambiental. 1º Na modalidade de LAC a licença será emitida conforme os seguintes Procedimentos: I análise, em uma única fase, das etapas de LP, LI e LO da atividade ou do empreendimento, denominada LAC1; II análise, em uma única fase, das etapas de LI e LO do empreendimento, com análise posterior da LO; ou, análise da LP com posterior análise concomitante das etapas de LI e LO do empreendimento, denominada LAC2 Mudanças: segundo a DN 74, implicitamente, as modalidades são: trifásica; concomitante (sendo LP/LI para classes 3 e 4, e LI/LO para atividades específicas); e AAF. Segundo a minuta, explicitamente, as modalidades são: trifásica; simplificada; e concomitante (LP/LI/LO LAC1; LP/LI [sic] ou LI/LO LAC2). 8
9 2.4. INCLUSÃO DO CRITÉRIO LOCACIONAL Art. 6º As modalidades de licenciamento serão estabelecidas conforme Tabela 3 do Anexo Único desta Deliberação Normativa, por meio da qual são conjugadas a classe e os critérios locacionais. 1º Os critérios locacionais referem-se à relevância e à sensibilidade dos componentes ambientais que os caracterizam, sendo-lhes atribuídos peso 01 (um) ou 02 (dois). 2º O peso 0 (zero) será atribuído à atividade ou empreendimento que não se enquadrar em nenhum dos critérios locacionais. 3º Na ocorrência de interferência da atividade ou empreendimento em mais de um critério locacional, deverá ser considerado aquele de maior peso. 4º Além dos critérios locacionais previstos na Tabela 4 do Anexo Único desta Deliberação Normativa, deverão ser considerados, para fins de apresentação dos estudos ambientais, os critérios locacionais de restrição, estabelecidos em normas específicas; sem prejuízo da observância dos critérios locacionais de vedação, para fins de definição da localização das atividades ou empreendimentos. MINUTA Mudança: impossibilidade de definição, a priori, da modalidade de licenciamento aplicável. 9
10 2.5. ALGUMAS ATIVIDADES ALTERADAS QUANTO AO PORTE, POTENCIAL POLUIDOR E CLASSIFICAÇÃO PARA FINS DE LICENCIAMENTO Além de alterações de ordem geral da DN.COPAM n.º 74/2004, que são aplicáveis a todos os empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, a minuta proposta também altera a classificação de várias atividades específicas quanto ao porte e potencial poluidor. Tais alterações implicam mudanças no enquadramento de cada uma dessas atividades às modalidades de licenciamento definidas pela proposta, além de refletirem sobre os tipos de estudos ambientais que os empreendedores estarão sujeitos. Dentre as atividades modificadas, destacam-se: Atividades minerárias (pesquisa mineral, lavra subterrânea, lavra a seu aberto, extração de areia, argila, exploração de gás natural ou petróleo etc.); Atividades industriais (britamento de pedras para construção, fabricação de cal, fabricação de cimento, siderurgia etc.); Atividades de infraestrutura (sistemas de geração de energia, centrais geradores hidrelétricas, linhas de transmissão, usinar solar fotovoltaica etc.). Atividades agrossilvipastoris (horticultura, avicultura, criação de bovinos etc.) 10
11 3. Aplicabilidade da nova norma 11
12 3.1. APLICABILIDADE SOBRE PROCESSOS DE LICENCIAMENTO EM ANDAMENTO MINUTA Art. 46 As alterações do porte e do potencial poluidor ou degradador promovidas por esta Deliberação Normativa implicam na incidência das normas pertinentes à nova classificação, desde que: I quanto ao licenciamento ambiental, inclusive o corretivo e a renovação, a licença não tenha sido concedida ou renovada; II quanto à AAF, a autorização não tenha sido concedida. 1º As normas pertinentes à nova classificação incidirão quando da renovação das licenças. 2º As orientações para formalização de processo de regularização ambiental emitidas antes da entrada em vigor desta Deliberação Normativa e referentes a empreendimentos cuja classe de enquadramento tenha sido alterada deverão ser reemitidos com as orientações pertinentes à nova classificação. Efeitos: a interpretação sistemática do inciso I e do 1º do art. 46 deve ser a seguinte: os processos em andamento cujas licenças ainda não tenham sido emitidas estarão sujeitos ao efeito imediato da nova norma (inciso I) (requerimento de licença mera expectativa de direito); as licenças que já tenham sido emitidas se submeterão à nova norma quando de sua renovação perante o órgão ambiental (licença emitida direito adquirido/ato jurídico perfeito). 12
CONTATO: THIAGO RICCIO thiago.riccio@freitasferraz.com.br + 55 31 98888-0306 Belo Horizonte Rua Santa Rita Durão, 1143, 7º andar, Savassi Belo Horizonte, MG, Brasil, CEP 30.140-118 Tel: +55 31 4141-0308 www.freitasferraz.com.br