UNITERMOS: Toxoplasmose, suínos*; Imunofluorescéncia indireta*.

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Transcrição:

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS PROVAS DE SABIN-FELDMAN E DE IMUNOFLUORESCENCIA INDIRETA PARA A DETERMINAÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMA EM SOROS DE SUÍNOS. Masaio Mizuno ISHIZUKA* RFMV-A/6 ISHIZUKA, M.M. Estudo comparativo entre as provas de Sabin Feldman e de Imunofluorescéncia indireta para a determinação de antirorpos anti-toxoplasma em soros de suínos. Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. S. Paulo. 15 (1): 045-050,1978 RESUMO: Realizou-se estudo comparativo entre as provas de Sabin-Faldman (SF) e Imunofluorescéncia indireta (IFI) para fins de avaliação de anticorpos anti-toxoplasma em soros de animais da espécie suína. Foi observada boa concordância entre os resultados obtidos com as duas provas, concordância esta, igual a 96,4%, favorecendo a prova SF. A correlação medida pelo coeficiente de correlação de Spearman calculado com base aos valores dos títulos de anticorpos medidos por ambas as provas, mostrou-se positiva e intensa. UNITERMOS: Toxoplasmose, suínos*; Imunofluorescéncia indireta*. INTRODUÇÃO Vários são os métodos sorológicos disponíveis para o diagnóstico da infecção toxoplásmica. Dentre eles destacamos: a Fixação de complemento (FC) (NICOLAU e RA VELO10, 1937) a prova ae Sabin-Feldman (SF) (SABIN e FELDMAN11, 1948); o teste da Hemaglutinação (HA) (JACOBS e LUNDE7, 1957) e a Imunofluorescéncia (IF) (GOLDMAN6, 1957). A prova de FC, de acordo com WALTON17, 1971, detectaria anticorpos que aparecem tardiamente e persistem por prazo relativamente curto. A HA, segundo o próprio autor, não revela anticorpos tão precocemente quanto a SF, comportando-se deste ponto de vista como a FC mas, é capaz de detectá-los por tempo equivalente ao aa prova de SF. Portanto, as provas de FC e HA mediriam anticorpos de natureza diversa que a de SF. A prova de SF é a de maior tradição e de certa forma considerada como prova de referência, todavia, apresenta as seguintes desvantagens mencionadas por AMATO NETO1, 1970: pouca prática para a realização de inquéritos sorològjcos; - perigosa, pois, vale-se de Toxoplasma vivo e virulento; - sofre influência do tamanho do camundongo inoculado para a manutenção da cepa; necessita de fator acessório, representado por soro negativo para a Toxoplasma. * Professor Livre Docente. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. S.Paulo, 15 (1): 45-50,1978 45

GOLDMAN, x957, verificou intenso paralelismo entre os resultados obtidos pela prova de SF e imunofluorescência indireta (IFI), não se observando qualquer resultado falso positivo pela segunda prova quando comparada à primeira. A maior praticidade da prova de IFI, aprimorada desde então, por diversos pesquisadores como KELEN* e cols, 1962; CAMARGO2 1961; STADBAEDER14 1964; FLET CHER4 1965; WALTON16 e cols, 1966; CHESSUM3 1970 e SOLTYS13 e cols., 1972, vem tendo largo emprego na espécie humana para fins de diagnóstico de inquéritos sorológicos. Em veterinária, SUZUKI15 e cols., 1965, avaliaram qualitativamente os resultados obtidos pelas provas de SF e IFI e GARRIDOs e cols.,, 1972, valendo-se da prova de IFI, estudaram a ocorrência de infecção toxoplásmica em suínos. Todavia, não encontramos na literatura consultada, trabalhos que indiquem o grau de correlação entre os resultados das provas de SF e de IFI, para fins de diagnóstico da infecção toxoplásmica em suínos e destarte, assegurem que ambos os métodos apresentam resultados comparáveis. Diante do exposto, podemos definir como objeto deste trabalho, comparar o grau de concordância entre os resultados das provas de SF e IFI, parafins de determinação de anticorpos anti-toxoplasma em soros de suínos. MATERIAL E MÉTODOS a) Soros: 110 amostras de soros obtidas a partir de sangue de suínos abatidos em matadouro. b) Métodos: b i) Prova de Sabin-Feldman, realizada segundo SABIN, A.E. e FELDMAN, H.A.,11 1948. b2) Prova de Imunofluorescência indireta, segundo a técnica descrita por CAMARGO, M.E.,2 1949, excessão feita ao conjugado, representado por anti-gema- -globulina de suíno, preparado em coelho. RESULTADOS Para um primeiro exame do problema, estudamos o comportamento dos soros diante de ambas as provas, classificando-os como positivos ou negativos à prova de IFI. Consideramos positivos à prova de IFI os soros diluídos, pelo menos a 1:16, apresentassem toxoplasmas fluorescentes. No tocante à prova de SF, registramos como positivos os soros que revelassem 50%, ou mais, ao toxoplasmas não corados pelo azul de metileno. Os resultados obtidos figuram na Tabela 1. T A B E L A 1. Soros de suínos, segundo resultados das provas de SF e I F I, São Paulo, 1977. IFI SF REA G EN TE NÃO REA G EN TE TO TA L REA G EN TE 70 0 70 NÂO REA G EN TE 4 36 40 TO TA L 74 36 110 O coeficiente de associação de Yule, calculado segundo MARASCUILLO9, 1971, para os dados constantes da Tabela 1, mostrou-se igual a 1 (um), sendo que as provas apresentaram resultados concordantes em 106 soros (96,3%) e discordantes em 4 soros (3,7%), positivos ao SF e negativos a IFI. 46 Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. S.Paulo, 15 (1): 45-50,1978

0 valor de, calculado com base Para um segundo exame do problema, nos resultados da Tabela 1, foi igual a 96,04, que comparado ao valor crítico de x2 para um grau de liberdade, é significante, ultrapassando de muito o valor crítico de x2 para o nível de rejeição adotado estudamos a correlação entre os títulos de anticorpos (recíproca da diluição) dos soros positivos determinados por ambas as provas e os resultados obtidos constam da Tabela II. igual a 0,05. TABELA II. Soros de suínos, segundo títulos de anti corpos anti-toxoplasma determinados pelas provas de SF e IFI, SSo Paulo, 1977. SF 16 64 256 1000 4000 TOTAL IFI NÃO REAGENTE 4 4 16 7 1 8 64 4 8 4 16 256 1 3 10 2 16 1000 1 12 13 4000 3 14 17 TOTAL 16 12 15 17 14 74 Observou-se que dentre os resultados positivos a pelo menos um dos métodos, 68,9% foram concordantes; 29,7% apresentaram discrepância de 1 (um) diluição e apenas 14% se afastaram de 2 (duas) diluições. Finalmente, procedemos à medida da correlação entre os resultados obtidos com ambas as técnicas, valendo-nos do teste não paramétrico, calculando o coeficiente de correlação de Spearman, segundo SIE- GEL12, 1956, que, com a correção p'ra os empates forneceu o valor igual a 0 ^3, indicando a existência de correlação positiva e intensa, entre ambos os métodos. Esta correlação forneceu para a estatística t de Student o valor de 21,46, que é significante ao nível de rejeição adotado, igual a 0,05. DISCUSSÃO A prova de Imunofluorescência indireta (IFI), descrita por CAMARGO2, 1964, foi facilmente por nós adaptada para emprego na espécie sulna, alterando-se apenas o conjugado, apresentado por anti-gama-globulüia de suíno, conjugado ao Isotiocianato de fluoresceína. Todas as etapas da prova de imunofluorescência, seguem de perto à descrita pelo autor acima citado. Estas etapas referem-se ao preparo e manutenção do antígeno, representado por Toxoplasma gondii inativado pelo formol e distribuído em lâminas quadriculadas; esquema de incoculação de coelhos com gama globulina de suíno; fracionamento da gama globulina de coelho, sua conjugação ao Isotiocianato de fluoresceína e posterior purificação e titulação. Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. S.Paulo, 15 (1): 45-50,1978 47

Us resultados apresentados na Tabela 1 demonstram existir boa concordância entre os resultados obtidos com as provas de SF e IFI, concordância esta igual a 96,4%. Os resultados discrepantes, favoráveis em 4 soros com título de anticorpos situados no limiar do critério adotado para considerá-los positivos, ou seja, 1:16, como se pode verificar na Tabela II. O coeficiente de correlação de Spearman, calculados com os dados da Tabela 2, mostra estreita correlação entre as provas de SF e IFI, autorizando, portanto, o emprego desta última para fins de inquéritos sorológicos na espécie suína. CONCLUSÕES Os resultados obtidos no presente trabalho permite concluir que a prova de IFI aplicada a soros de suínos nos oferece resultados comparáveis aos obtidos pela prova de SF possibilitando, assim, o seu uso para fins de levantamento epidemiológicos. AGRADECIMENTOS Ao prof. Dr. Omar Miguel por nos ter concedido fatos acessórios para fins de execução deste trabalho. RFMV-A/6 ISHIZUKA, M.M. Comparative study between the Sabin-Feldman and indirect fluorescent antibody techniques for the anti-toxoplasma antibodies evaluation in swine serum. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. S. Paulo. 15 (1): 045-050,1978 SUMMARY: There was performed comparative study between the Sabin-Feldman and indirect fluorescent antibody techniques for the anti-toxoplasma antibodies evaluation in swine serum. The value o f the agreement o f the results obtained by the two techniques was 96,4% and the disagreement o f 3,70% was favorable to the SF test. The correlation among the values o f anti-toxoplasma antibody levels, calculated by the Spearman correlation coeficient was positive and o f high intensity. UNITERMS: toxoplasmosis, swines*; Immunofluorescent indirect*. REFERÊNCIAS BIBUOGRAFICAS 1 - AMATO NETTO, V. & CAMPOS, R. Toxoplasmose 2 ed., São Paulo, Ateneu, 1970. 2 - CAMARGO, M.E. Improved technique of indirect immunofluorescence for serological diagnosis of toxoplasmosis. Rev.InstMed. trop.sso Paulo, 6:117-8,1964. 3 - CHESSUM, B.S. Examination of sera for toxoplasmosis antibody using immunofluorescence. J.med.Lab.Technol., 27: 49-54, 1970. 4 FLETCHER, S. Indirect fluorescent antibody technique in the serology of Toxoplasma gondiii J.clin.Path., 18: 193-9, 1965. 5 - GARRIDO. J.; BOVEDA, I.C.: SAUNAS, V.M.; QUESADA, A. S. Estudios sobre la epidemiologia de la toxoplasmosis. La infection entre los animales de consumo. Encuestas sorologicas em Madrid mediante la reaccion de immunofluorescencia. Med. trop. Madrid, 48:11-23, 1972. 6 - GOLDMAN, M. Staining Toxoplasma gondii with fluorescein labelled antibody. J. exp.med., 105:557-73, 1957. 7 - JACOBS, L. & LUNDE. M.N. A hemagglutination test for toxoplasmosis. J. Parasit., 43:308-14/1957. 8 - KELEN, A.E.; AYLLON-LEINOL, L.; LABZOFFSKY, N.A. Indirect fluorescent antibody method in sero diagnosis of toxoplasmosis. Cand.J. Microbiol, 8: 545-54, 1962. 9 - MARASCUILLO, L.A. Statistical methods for behavioral science research. New York, MacGraw Hill, 1971. 48 Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. S.Paulo, 15 (1): 45-50,1978

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