Brasília, 27 de maio de 2013.



Documentos relacionados
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90): Artigos 260 a 260-L

DESTINAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA PARA CRIANÇA E ADOLESCENTE E IDOSO: UMA FORMA DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL. Programa Nacional de Educação Fiscal

POLÍTICA DE INVESTIMENTO SOCIAL NA ÁREA DA INFÂNCIA

PROJETO DE LEI Nº 12, de 06 de outubro de 2014.

DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE?

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010.

FIA O QUE É O FIA. Os Fundos da Infância e da Adolescência FIA. Como sua empresa pode fazer uma doação. Como as pessoas físicas podem fazer uma doação

Programa Nacional de Educação Fiscal. Superintendência da Receita Federal do Brasil em São Paulo. Novembro de 2011.

MUNICÍPIO DE PANAMBI RS

LEI Nº 213/1994 DATA: 27 DE JUNHO DE SÚMULA: INSTITUI O FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE E DA OUTRAS PROVIDENCIAS. CAPITULO I DOS OBJETIVOS

Responsabilidade Social e Incentivos Sociais. Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Pessoa Idosa

OPERACIONALIZAÇÃO FISCAL DAS DOAÇÕES HENRIQUE RICARDO BATISTA

LEI N. 084/91. O PREFEITO MUNICIPAL DE ALTO TAQUARI, Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais, etc.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA POLÍTICA ESTADUAL DE APOIO AO COOPERATIVISMO

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

LEI , DE 29 DE DEZEMBRO DE

DOAÇÕES ao FIA. TODOS PODEM DOAR, porém...

LEI Nº 358/2011. Súmula: Institui o Fundo Municipal de Saúde e dá outras providências. Capitulo I. Objetivos

Legislação Tributária ARRECADAÇÃO. Início dos Efeitos 10057/ /02/ /02/2014

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRINHOS Estado de Goiás LEI N , DE 28 DE DEZEMBRO DE O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS,

ESTADO DO ACRE PREFEITURA MUNICIPAL DE MÂNCIO LIMA GABINETE DO PREFEITO LEI Nº 19/091 MÂNCIO LIMA ACRE, 06 DE NOVEMBRO DE 1991.

nação é o seu povo. povo são suas crianças e jovens. Antonio Gomes da Costa, pedagogo mineiro

Secretaria da Receita Federal do Brasil. Missão. Valores

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ANÁPOLIS-CMDCA

Destinação de recursos para os Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente

NOTA TÉCNICA N o 19/2017

RESOLUÇÃO Nº 101 DE 17 DE MARÇO DE 2005 (*)

FUNDO E ORÇAMENTO NA POLÍTICA DE ATENDIMENTO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

Prezada, NOTA TÉCNICA 002/2012_ FUNDO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA_FIA 1 2. Florianópolis, 18 de abril de 2012.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº DE 8 DE DEZEMBRO DE 2008

EDITAL Nº. 01/2014 DE SELEÇÃO PÚBLICA DE PROJETOS A SEREM FINANCIADOS PELO FUNDO DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA DO MUNICÍPIO DE MARABÁ-PARÁ.

NOTA TÉCNICA Nº 016/2013

CME BOA VISTA ESTADO DE RORAIMA PREFEITURA MUNIPAL DE BOA VISTA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

CAPITULO I DA POLÍTICA MUNICIPAL DO COOPERATIVISMO.

ESTOU NESSA! Equipe de Educação Fiscal Alfândega da Receita Federal do Brasil do Porto de Santos Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santos

Os Atores do Sistema de Garantia aos Direitos da Criança e do Adolescente e o Significado do Controle Social

PREFEITURA MUNICIPAL DE NEPOMUCENO

CARTILHA DE DOAÇÃO PARA O FUMCAD

EIXO 5 GESTÃO DA POLÍTICA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS

Marcones Libório de Sá Prefeito

A THOMSON COMPANY. INCENTIVOS FISCAIS Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

PREFEITURA MUNICIPAL DE TEIXEIRA DE FREITAS ESTADO DA BAHIA

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Deliberação nº 1.100/2014 DS/CMDCA

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO ESTADO DE MINAS GERAIS 2011

LEI Nº 7.560, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1986

IMPOSTO DE RENDA SOLIDÁRIO

Da gestão, da aplicação, do controle e da fiscalização dos Fundos... 5

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARMO DA CACHOEIRA ESTADO DE MINAS GERAIS GABINETE DO PREFEITO

Perguntas e respostas sobre a criação do Funpresp (Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos)

Manual do adestrador de leões: Transforme a fera Em um gatinho

MODELO DE PROJETO. Solicitação de Inclusão no Banco de Projetos para captação de recursos FIA/Doações (obrigatório o preenchimento de todos os itens)

RESOLUÇÃO CONJUNTA CGM/SMAS/SMA Nº 019 DE 29 ABRIL DE 2005

Conselho Municipal de Assistencia Social. Lei Municipal 3848/2011 EDITAL 01/2015

RESOLUÇÃO Nº 01/2015 DO CONSELHO CURADOR DA FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO

Prefeitura Municipal de Castelo Av. Nossa Senhora da Penha, 103 Centro Cep: Castelo/ES Tel.:

RELATÓRIO DA EXECUÇÃO FÍSICO-FINANCEIRA

ANEXO I DA RESOLUÇÃO CONSU Nº /2014

Curso de Capacitação: Processo de escolha unificado dos Conselheiros Tutelares

Projeto de Lei Municipal dispondo sobre programa de guarda subsidiada

REGIMENTO DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

CAPÍTULO I DA NATUREZA, FINALIDADE, CONSTITUIÇÃO E COMPOSIÇÃO DO CONSELHO

FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - FMAS

INCENTIVOS FISCAIS, UMA VISÃO GERAL

NOTA TÉCNICA Nº 02/2014 CAOp/IJ

APRESENTAÇÃO. Missão Educar para a cidadania ativa, solidária e responsável, em parceria com a escola, a família e a comunidade.

Guia para Boas Práticas

Francisco Paulo Pimenta Maria Tereza de Araújo Serra

FÓRUM REGIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SUL SC 2015 CARTA DE PRINCÍPIOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO PRETO ESTADO DE MINAS GERAIS

São Paulo, 15 de fevereiro de

Cartilha de Incentivo Fiscal via Lei da Oscip

MENSAGEM Nº. Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal,

HOSPITAL DE CANCER DE BARRETOS

Cartilha de Informações: Doações e Patrocínios.

DECRETO CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS

Art. 2º Ao Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA-SC - compete:

- REGULAMENTO - PROGRAMA VOLUNTARIADO JUVENIL

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA Nº 1.257, DE 8 DE MARÇO DE (Publicada no D.O.U.

Atenção: Empréstimos ao projeto não constituem receitas, por favor mencione-os no saldo consolidado NOTA 5.

Lei 2.230/05 28 de dezembro de Cria o Fundo Municipal de Segurança Pública e dá outras providências.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Deliberação n.º 919/2012 AS/CMDCA

SECRETARIA DE ESTADO DE ESPORTES E DA JUVENTUDE SUBSECRETARIA DA JUVENTUDE

Dom Macedo Costa. ESTADO DA BAHIA Município de Dom Macedo Costa Prefeitura Municipal Onde Pulsa o Desenvolvimento

CAPÍTULO III DA REESTRUTURAÇÃO

EDITAL DE SELEÇÃO PÚBLICA DE PROJETOS PARA FINANCIAMENTO NO ANO DE 2014

Programa Amigo de Valor FORMULÁRIO PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA DE APOIO PARA O DIAGNÓSTICO MUNICIPAL DA SITUAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

CAPTAÇÃO DE RECURSOS OS INCENTIVOS FISCAIS

Carta Aberta aos candidatos e candidatas às prefeituras e Câmaras Municipais

REGULAMENTO DA DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DOS CURSOS SUPERIORESDE GRADUAÇÃO DO CEFET-PR. Capítulo I DO ESTÁGIO E SUAS FINALIDADES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS HOSPITAL DAS CLÍNICAS CENTRO DE EXTENSÃO

1.1. SEMINÁRIO. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos - PPGTA

Fluxo do Processo de Convênio, Acordo, Protocolo de Intenções

DECRETO Nº 980, DE 16 DE ABRIL DE 2012

DECRETO Nº 037, DE 08 DE JANEIRO DE 2015

Transcrição:

NOTA TÉCNICA N o 20 /2013 Brasília, 27 de maio de 2013. ÁREA: Desenvolvimento Social TÍTULO: Fundo para Infância e Adolescência (FIA) REFERÊNCIAS: Lei Federal n o 4.320, de 17 de março de 1964 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Lei Federal n o 8.069, de 13 de julho de 1990 Decreto Presidencial n o 1.196/1994 Resolução do Conanda n o 71/2001 Instrução Normativa SRF n o 86/1994 Instrução Normativa RFB n o 1.005/ 2010 Instrução Normativa RFB n o 1.113/2010 Instrução Normativa RFB n o 1.131/2011 Instrução Normativa RFB n o 1.143/2011 1. CONCEITO E FINALIDADE O Fundo para Infância e Adolescência (FIA) está previsto no art. 88, inc. IV, da Lei 8.069/1990, 1 conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e deve ser regulamentado pelas legislações estaduais e municipais, que deverão dispor sobre sua composição, formas de captação e aplicação dos recursos e prestação de contas. A destinação dos recursos do FIA deve obedecer obrigatoriamente ao princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente, preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal. Por se tratar de um fundo criado para uma destinação específica, qual seja a promoção de ações que visam à proteção dos direitos da criança e do adolescente, possui natureza especial e está sujeito ao controle do órgão a que está vinculado e ao Tribunal de Contas, conforme disposições do art. 71 a 74 da Lei 4.320/1964. 1 Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: [...] IV manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente. 1

2. UTILIZAÇÃO DO FIA Os recursos do FIA devem ser designados para as ações voltadas para crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. Importante lembrar que não podem ser utilizados para manutenção dos órgãos públicos encarregados pela proteção e pelo atendimento de crianças e adolescentes, como o Conselho Tutelar e o próprio Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente, nem para a compra de material permanente, material de consumo ou combustível para esses respectivos conselhos. Tais despesas devem ficar a cargo do orçamento das Secretarias a que estiverem vinculados. Observa-se, ainda, que esses recursos também não podem ser utilizados para manutenção de organizações não governamentais, salvo na aprovação de projetos pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescentes, quando o projeto estipular tal gasto. Também é proibida a utilização dos recursos do FIA nas demais políticas, como Saúde e Educação, por exemplo. Por se tratar de recursos públicos, as verbas captadas pelo FIA devem ser utilizadas de forma criteriosa, transparente e impessoal. 3. GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DO FUNDO Para a criação do Fundo da Infância, é necessária a existência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Geralmente, o conselho e o fundo são criados pela mesma lei, que dispõe sobre a política municipal para a criança e o adolescente. O primeiro passo para implantação do FIA é a aprovação da Lei na Câmara Municipal e, na sequência, a regulamentação dele por decreto. A gestão do FIA municipal é de competência do CMDCA, conforme disposto no art. 88, inc. IV, do ECA; todavia, isso não significa que os conselheiros devem administrar diretamente os recursos, decidindo sua destinação e assinando os cheques. A operacionalização é atribuição dos setores técnicos do Poder Executivo. Depois de criado e regulamentado o FIA, o representante legal do poder público municipal deve providenciar sua inscrição no CNPJ. O Fundo não tem personalidade jurídica própria. Embora o CNPJ do Fundo deva ter uma especificação própria, o mesmo deve ser filiado ao CNPJ do Município ou da secretaria à qual esteja vinculado. A Lei 4.320/1964, que define os fundos especiais, não obriga a abertura de contas bancárias específicas para o FIA; no entanto, as leis estaduais e municipais, e os decretos regulamentadores, podem dispor a respeito e determinar a abertura de uma conta. O ideal é a 2

abertura de uma conta específica, pois as receitas dos fundos especiais são vinculadas a determinadas finalidades, e a conta pode facilitar o controle e a aplicação destas receitas. Mas ressalta-se que cada Município deve buscar a forma mais adequada de encaminhar esta questão, de acordo com as normas e os procedimentos utilizados pela administração pública municipal. Para o caso de abertura de conta bancária específica, deverá ser utilizado o CNPJ do FIA. O responsável pela abertura desta conta bancária é o poder público municipal, através do órgão designado para administrar as contas bancárias da prefeitura como um todo. Geralmente, os fundos são administrados por uma Junta Administrativa, composta por três membros, e a prefeitura nomeia, por meio de portaria, um funcionário com vínculo empregatício definido e subordinado ao Poder Executivo, como ordenador de despesas. As ações financiadas pelo FIA devem constar basicamente em dois instrumentos: Plano de Ação e Plano de Aplicação de recursos captados. Plano de Ação: é o instrumento baseado nos diagnósticos apurados pelos conselheiros. Ele indica as principais demandas de ações de atendimento; Plano de Aplicação: deve ser elaborado pelo CMDCA, de acordo com as diretrizes fixadas no Plano de Ação, e enviado ao Poder Executivo antes da aprovação do orçamento do Município, a fim de que seja nele incluído. Ele deve, ainda, detalhar a distribuição dos recursos do Fundo por área prioritária, fixando as estimativas de receitas e a previsão de despesas para cada uma dessas áreas. As referidas ações fazem parte de programas que visam à proteção dos diretos da criança e do adolescente que estão expostos a situações de risco pessoal ou moral, e são definidas pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA). De posse do Plano de Aplicação do Fundo (a ser conduzido, elaborado e aprovado pelo Conselho de Direitos), o administrador fará o orçamento anual que integrará o Projeto de Lei Orçamentária a ser encaminhado ao Legislativo pelo Executivo. O administrador deve prestar contas da aplicação dos recursos do Fundo ao respectivo Conselho, chefe do Executivo Municipal e ao Tribunal de Contas. 4. FINANCIAMENTO Constituem receitas do fundo: dotação consignada no orçamento municipal e verbas adicionais estabelecidas em lei, no decurso de cada exercício; 3

doações de pessoas físicas e jurídicas, conforme o disposto no art. 260, 2 da Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990, e alterado pela Lei Federal 12.594/2012, de 12 de outubro de 1991; valores provenientes das multas previstas no art. 214 do ECA, oriundos dos crimes e infrações descritas nos artigos 228 a 258; auxílios, contribuições, transferências de entidades nacionais, internacionais, governamentais e não governamentais; produto de aplicações financeiras dos recursos disponíveis, respeitada a legislação em vigor e da venda de materiais, publicações e eventos; recursos advindos de convênios, acordos e contratos firmados entre Município e instituições privadas e públicas, nacionais e internacionais, federais, estaduais e municipais. Em que pese o Estatuto da Criança e do Adolescente disponha sobre a possibilidade de o Fundo receber doações em espécie e bens, é necessário que o órgão que o administra emita recibo em favor do doador, especificando número de ordem; nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente; nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; data, valor efetivamente recebido e ano-calendário a que se refere a doação. 4.1 Destinação dos recursos do FIA A título de sugestão, indicamos algumas ações que podem ser custeadas com recursos do FIA : incentivo à guarda e adoção: cumprindo o art. 260 do ECA, esta é a única despesa obrigatória do FIA. O incentivo poderá ser feito por meio de campanhas e eventos; programas e projetos: para atender a crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social como os usuários de substâncias psicoativas (drogas), vítimas de maustratos, crianças em situação de rua, entre outros; estudos e diagnóstico: o CMDCA poderá financiar, utilizando o FIA, as pesquisas que julgar necessárias à efetivação do atendimento integral aos direitos; formação de pessoal: conselheiros de direitos, conselheiros tutelares, além de profissionais envolvidos com os direitos da criança e do adolescente precisam ser qualificados para que trabalhem de acordo com as orientações do ECA; 4

divulgação dos direitos da criança e do adolescente: as crianças, as famílias e a comunidade precisam conhecer o ECA (Pró-Conselho Brasil). 5. IMPOSTO DE RENDA O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 260, prevê a dedução de doações aos Fundos da Criança e do Adolescente no Imposto de Renda. Todavia, o uso de incentivos fiscais, por parte das empresas, para fazer doações aos Fundos para Infância e Adolescência (FIA) dos Municípios é pouco conhecido devido à ausência de divulgação e informação, apesar de garantido na legislação. Segundo o ECA, as empresas podem deduzir até 1% de seu Imposto de Renda para esses fundos, administrados pelos Municípios, sem ônus. No caso de pessoas físicas, se as doações forem realizadas dentro do ano de referência (até 31/12), é possível deduzir até 6% do IRPF devido na declaração. Caso queiram, as pessoas físicas podem efetuar a doação após o encerramento do ano e antes da data de vencimento da primeira quota do IRPF. Porém, para as doações realizadas nesse período, a dedução fica reduzida e limitada a 3% do imposto devido na declaração. CONCLUSÃO Assim, entende-se que a criação do FIA deve ser por meio de lei estadual ou municipal e seus recursos devem ser destinados à implementação e à manutenção de programas de atendimento, prevenção, proteção especial, medidas socioeducativas e promoção do fortalecimento de vínculos familiares. Desenvolvimento Social d.social@cnm.org.br (61) 2101-6075 (61) 2101-6043 5