TERMINOLOGIA UTILIZADA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ÂMBITO DA POLÍTICA PÚBLICA DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Transcrição:

TERMINOLOGIA UTILIZADA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ÂMBITO DA POLÍTICA PÚBLICA DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO INTRODUÇÃO Tendo em vista a diversidade de termos utilizados no que se refere à Educação Especial, tanto no âmbito da Secretaria de Educação de São Paulo, quanto nos demais contextos de atuação do Governo Paulista, o Centro de Atendimento Especializado CAESP, por intermédio do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado CAPE propõe que se padronize a nomenclatura referente a este tema no âmbito estadual. Tal iniciativa tem extrema relevância tendo em vista que designações diferentes para os mesmos serviços, profissionais e recursos dificultam a compreensão e propiciam equívocos nas proposições de diretrizes e políticas, tomadas de decisões e orientações técnicas, tanto ao Poder Judiciário quanto das instâncias internas do Governo de São Paulo. Desse modo, apresenta-se a seguir o contexto da terminologia mais aspectos relevantes que justificam tal proposição. 1 - PESSOA COM DEFICIÊNCIA Tendo em vista que essa questão não existe somente em âmbito paulista, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência CONAD, subordinado à Secretaria Especial de Direitos Humanos, publicou, em 2009, o Parecer CONAD 21/09, que trata especificamente sobre esse tema. No citado Parecer, fica estabelecido, em sua análise: As terminologias para designar pessoas com deficiência foram sendo modificadas durante os períodos históricos, tendo os vocábulos acompanhado as mudanças ocorridas a partir de diferentes paradigmas sociais vigentes.

O atual contexto dos direitos das pessoas com deficiência está baseado no modelo social de direitos humanos, cujo pressuposto é de reconhecimento de pessoa com deficiência como pessoa humana em primeiro lugar, titular de direitos e liberdades fundamentais, independentemente de sua limitação funcional. Nesse sentido, não se porta uma deficiência como se fosse uma bolsa que se retira em seguida para no momento posterior recolocá-la. Por isso a expressão pessoa portadora de deficiência não é uma boa expressão para identificar o segmento. Pessoas com necessidades especiais também não identifica de fato sobre que grupo está-se referindo se considerarmos que todos têm alguma necessidade especial. Com o advento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, juntamente com seu Protocolo Facultativo, por intermédio da promulgação do Decreto Legislativo nº 186, de 09 de julho de 2008, aprovada com equivalência formal a uma emenda constitucional uma vez tendo seguido, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, o quorum qualificado determinado e na forma definida pelo 3º, do art. 5º, da Constituição Federal, o mais novo parâmetro valorativo do ordenamento jurídico brasileiro é a positivação da expressão traduzida para o português como pessoa com deficiência. No âmbito da legislação brasileira, o conceito legal pormenorizado encontra-se no Decreto 5.296/2004. Portanto, não se deve utilizar: - necessidades especiais; - portador ou pessoa portadora; - aluno ou pessoa especial; - deficiente. A expressão adequada é pessoa com deficiência e suas variações, tais como: aluno com deficiência, mulher com deficiência, jovem com deficiência, pessoa com deficiência visual/auditiva/intelectual, autismo etc. As deficiências se apresentam definidas nos Decretos Federais nº 3.298/1999 e 5.296/2004, conforme segue:

1.1. DEFINIÇÃO DE SURDEZ/DEFICIÊNCIA AUDITIVA Segundo a alínea "b", do 1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro, de 2004, são consideradas pessoas com surdez/deficiência auditiva as que apresentam perda auditiva bilateral, igual ou acima de quarenta e um decibéis (41 db) ou mais, aferida por audiometria na média das frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Esta perda pode estar ou não associada a outras deficiências. 1.2. DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA VISUAL Segundo a alínea "c", do 1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, são consideradas pessoas com deficiência visual as que apresentam: 1.1- cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; 1.2- baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; 1.3- os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; 1.4- a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. 1.3. DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA FÍSICA Segundo a alínea "a", do 1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, são consideradas pessoas com deficiência física aquelas que apresentam alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, à

exceção das deformidades estéticas e das que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. Segundo o MEC, Deficiência Física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o Sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquerdesses Sistemas isoladamente ou em conjunto podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. 1.4. DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Segundo a alínea" d", do 1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, são consideradas pessoas com deficiência intelectual as que apresentam: 1.4.1. funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos; 1.4.2. limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação; cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização dos recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas; lazer; e trabalho; Ainda, segundo a Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento - AAIDD: "Deficiência intelectual é uma incapacidade caracterizada por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual (raciocínio, aprendizado, resolução de problemas)

quanto no comportamento adaptativo, que cobre uma gama de habilidades sociais e práticas do dia a dia. Esta deficiência se origina antes da idade de 18." 1.5. DEFINIÇÃO DE TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV (APA, 2002) utiliza o termo Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) para caracterizar os quadros com prejuízos nas habilidades de interação social, de comunicação e de comportamento, e com presença de interesses e atividades estereotipados. Os TGD englobam o Transtorno Autista, o Transtorno de Rett, o Transtorno Desintegrativo da Infância, o Transtorno de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Atualmente, a Associação Americana de Psiquiatria lançou o DSM-5 que discute critérios clínicos diferenciados e a elaboração de uma nova categoria diagnóstica para incluir o autismo. Propõe excluir da condição de TGD o Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Rett. De acordo com o parágrafo 1º, do artigo 1º, da Lei Federal nº 12.764/2012, que Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, " 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II: I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.

2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais Assim, especificamente em relação à legislação e às orientações para a modalidade, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo irá utilizar a denominação Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com o DSM-5, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é subdividido em três níveis: Nível III para casos que exigem apoio muito substancial, com: a) graves déficits na capacidade de comunicação social, verbal e não verbal; b) graves prejuízos no funcionamento, muito limitado em dar início a interações sociais, resposta mínima às propostas sociais de outros; c) inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos repetitivos/restritos que interferem significativamente no funcionamento, em todas as esferas; d) grande sofrimento/ dificuldade em alterar o foco ou ação. Nível II para casos que exigem apoio substancial, com: a) déficits acentuados das habilidades de comunicação social, verbal e não verbal; b) prejuízos sociais aparentes, mesmo com apoio; c) limitação em dar início a interações sociais e respostas reduzidas ou anormais a aberturas sociais de outros; d) inflexibilidade de comportamento, dificuldade em lidar com a mudança, ou outros comportamentos repetitivos/restritos; e) sofrimento e/ou dificuldade em alterar o foco ou ação. Nível I para casos que exigem apoio. Na ausência de apoios, podem apresentar: a) déficits na comunicação social, causando prejuízos visíveis; b) dificuldade em iniciar interações sociais e exemplos claros de resposta atípica ou mal sucedida de incursões sociais dos outros; c) interesse reduzido em interações sociais; d) inflexibilidade de comportamento;

e) dificuldade em alternar atividades; f) problemas de organização e planejamento são obstáculos à independência. 1.6. DEFINIÇÃO DE ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO Segundo a Resolução SE nº 81/2012, que dispõe sobre o processo de aceleração de estudos para alunos com altas habilidades/superdotação na rede estadual de ensino, a definição desses alunos se estabelece, em seu Artigo 1º: "São considerados alunos com altas habilidades/superdotação, aqueles que apresentam potencial elevado e grande envolvimento com áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas, tais como as áreas intelectual, acadêmica, psicomotora, de liderança e de criatividade, associados a um alto grau de motivação para a aprendizagem e para a realização de tarefas em assuntos de seu interesse." 2. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AEE No que se refere a recursos e profissionais, há legislações e documentos nacionais que estabelecem as denominações que devem ser utilizadas. Seguem alguns exemplos: Na Constituição Federal do Brasil, de 1988, bem como na Resolução CNE/CEB 04/09, estabelece-se: Atendimento Educacional Especializado (AEE) Essa expressão se refere ao atendimento que se oferece aos alunos público-alvo da Educação Especial, tal como preconizam os Artigos 1º e 2º da Resolução CNE/CEB 04/09: [...] os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. Na Secretaria de Educação de São Paulo, segundo a Resolução SE nº 61/14, esse tipo de atendimento é denominado Atendimento Pedagógico Especializado (APE). No entanto, o CAESP/CAPE já utiliza a expressão AEE em seus documentos e pareceres até que a Resolução SE 61/14 seja atualizada e a expressão Atendimento Educacional Especializado (AEE) substitua o Atendimento Pedagógico Especializado (APE). Dessa forma, para se referir ao atendimento realizado pelo professor especializado na sala de recursos e em outros ambientes escolares, deve-se utilizar ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AEE. 3. PROFISSIONAL DE APOIO As Secretarias de Educação e Saúde de São Paulo assinaram com o Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê a presença de um profissional cuidador nas escolas, que tem como definição: [...] CUIDADOR é o profissional ou prestador de serviços, devidamente capacitado, que proporciona o atendimento e apoio necessários a alunos com deficiência, cujas limitações lhes acarretem dificuldade de caráter permanente ou temporário no cotidiano escolar, e que não conseguem, com independência e autonomia, realizar, dentre outras, atividades relacionadas à alimentação, higiene bucal e íntima, utilização de banheiro, locomoção, administração de medicamentos constantes de prescrição médica (mediante autorização escrita dos responsáveis, salvo na hipótese em que esta atividade for privativa de enfermeiro, nos termos da legislação).

Na normatização nacional, esse profissional tem a denominação de profissional de apoio. Essa expressão está presente nas Notas Técnicas nº 19/10 e nº 24/12 da SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, subordinada ao MEC, e na Lei Federal 13.146/15, dentre outros documentos. Portanto, o CAESP/CAPE propõe que o termo Cuidador seja substituído por Profissional de Apoio para seguir as orientações nacionais acerca desse profissional. 4. PROFESSOR INTERLOCUTOR O profissional que realiza, na sala de aula regular, a interpretação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) aos alunos com deficiência auditiva que fazem uso dessa Língua são denominados, na Secretaria de Educação, de professores interlocutores. Não são chamados de intérpretes de LIBRAS por terem suas funções voltadas à interpretação de conteúdos pedagógicos, ou seja, são professores que realizam uma mediação didática. Portanto, não basta que saibam LIBRAS, mas precisam ter uma formação na área da docência. Dessa forma, a Secretaria de Educação acredita oferecer um atendimento mais qualificado aos alunos com deficiência auditiva que utilizam a LIBRAS como forma de comunicação. A Resolução SE nº 08/16 preconiza, em seu Artigo 1º: Artigo 1º - Serão atribuídas aulas a docente para atuar, como interlocutor da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, na unidade escolar que contar com alunos matriculados em ano/ série do ensino fundamental ou médio, inclusive na Educação de Jovens e Adultos - EJA, com deficiência auditiva, surdos ou surdocegos e que utilizem a LIBRAS como forma de comunicação, observado o disposto na presente resolução. Portanto, a atuação desse docente é específica, não podendo ser, somente, de interpretação sem nenhum caráter pedagógico. Além disso, esse profissional pode atuar junto a alunos com surdocegueira, caso tenham formação para isso.

4. GLOSSÁRIO Expressão Pessoa com deficiência Atendimento Especializado Educacional Profissional de Apoio (cuidador) Sala de recursos Professor interlocutor Conceito Pessoas que possuem deficiências: visuais, auditivas, físicas, surdocegueira, múltipla e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atendimento oferecido aos alunos público-alvo da Educação Especial pelo professor especializado. Ocorre na sala de recursos e em todos os demais ambientes escolares. Oferece apoio a alunos que necessitam de suporte para alimentação, higiene, locomoção e em outras necessidades, desde que não sejam de caráter pedagógico Ambiente onde o professor especializado atende o aluno no contraturno de sua frequência na sala regular Docente que interpreta em LIBRAS os conteúdos ministrados pelos professores regentes das salas de aula onde há alunos com deficiência auditiva e que fazem uso da LIBRAS para se comunicar.