COMO OS PEQUENOS AGRICULTORES DO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE PODEM APROVEITAR INTEGRALMENTE O FRUTO DO IMBUZEIRO

Documentos relacionados
PROCESSAMENTO DE PICLES COM XILOPÓDIO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) INTRODUÇÃO

CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) EM TEMPERATURA AMBIENTE

ALTERNATIVA PARA CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda)

A COLHEITA DE FRUTOS DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) PELOS AGRICULTORES DA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO NORDESTE BRASILEIRO INTRODUÇÃO

A SAFRA DO IMBUZEIRO EM COMUNIDADES DE PEQUENOS AGRICULTORES DA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DA BAHIA

PRODUÇÃO DE PICLES COM O XILOPÓDIO DE Spondias tuberosa E TESTE DE ACEITAÇÃO

IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arr. Cam.): CULTIVO APROPRIADO PARA O SEMI-ÁRIDO

SUCO DE UMBU (Spondias tuberosa Arruda): UMA ALTERNATIVA ECONÔMICA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR NO SEMI- ÁRIDO INTRODUÇÃO

Desenvolvimento de Plantas de Imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) na Região Semi-Árida do Nordeste

Desenvolvimento do Imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) na Região Semi- Árida do Nordeste

PROCESSAMENTO DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arr. Cam.) PROCESSING OF THE FRUIT OF IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arr. Cam.

FRUTO DO IMBUZEIRO: ALTERNATIVA DE RENDA EM PERÍODOS DE SECA PARA PEQUENOS AGRICULTORES NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO

16. Aspectos do crescimento, desenvolvimento e manejo cultural do imbuzeiro

IMBUZEIRO : ALTERNATIVA DE RENDA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

EFEITO DA REPICAGEM EM RESPOSTA AO DESENVOLVIMENTO DE PORTA- ENXERTOS DE UMBUZEIRO

AS FABRIQUETAS DE DOCE DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) 1 - INTRODUÇÃO

A FALTA DE CHUVAS E AS DIFICULDADES PARA OS PEQUENOS AGRICULTORES DO SEMI-ÁRIDO ALIMENTAREM OS ANIMAIS NA SECA

TECNOLOGIAS DE CONVIVÊNCIA COM A SECA E OS PEQUENOS AGRICULTORES DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO

Elaboração e aceitabilidade do doce cristalizado da folha do umbuzeiro (Spondias tuberosa)

Resumo Expandido. Palavras-Chave: capsicum spp., germoplasma, características morfoagronômicas.

AVALIAÇÃO DE PLANTAS MATRIZES DE UMBUZEIRO EM CONDIÇÕES IRRIGADAS PARA FORNECIMENTO DE PROPÁGULOS VEGETATIVOS

Avaliação dos Atributos Sensoriais de Umbuzada (Spondias tuberosa Arruda Câmara)

AVALIAÇÃO DA ACEITABILIDADE DO DOCE DE FIGO MADURO EM CALDA NO CâMPUS MUZAMBINHO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE TRATAMENTO PRÉVIO NA ACEITAÇÃO DA APARÊNCIA E DO SABOR DE CASCA DE MELANCIA DESIDRATADA OSMOTICAMENTE

DANOS PROVOCADOS POR INSETOS A SEMENTES DO IMBUZEIRO NO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO

Área de Publicação: Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos / Físico-química de Alimentos

Conservação Pós-Colheita de Umbu sob Diferentes Temperaturas de Armazenamento

Palavras-chave: Cor da polpa. Textura. Aroma. Sabor. Psidium guajava L.

TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Estrutura de reserva, floração, frutificação, semi-árido, Spondias tuberosa.

Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

PRODUÇÃODE FRUTEIRAS IRRIGADAS COM ÁGUA DE CHUVA NA REGIÃO SEMIÁRIDA DO NORDESTE

OTIMIZAÇÃO DA QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE UMBÚ

Produção e estudo da aceitabilidade sensorial do licor de jambo vermelho

ELABORAÇÃO DE CONSERVAS DE MINIMILHO RESUMO

Capacidade de captação da água de chuva em cisternas de comunidades da zona rural do município de Petrolina, Pernambuco. Resumo

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE IMBUZEIRO EFFECT OF DIFFERENT SUBSTRATES ON EMERGENCE OF IMBU TREE SEEDLINGS

Nilton de Brito Cavalcanti 1 ; Geraldo Milanez de Resende 2 ; Luiza Teixeira de Lima Brito 3

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 58

EFEITO DO BRANQUEAMENTO E IMERSÃO EM ÁCIDO CÍTRICO NO CONGELAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS

ELABORAÇÃO DE DOCE EM PASTA DO TIPO EM MASSA A PARTIR DE FRUTAS DO SEMIÁRIDO

AS TECNOLOGIAS UTILIZADAS PELOS PEQUENOS AGRICULTORES DO NORDESTE SEMI-ÁRIDO E OS FATORES QUE AFETAM SUA ADOÇÃO

IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda)

Influência de hidrocolóides na cor de estruturado de maracujá-do-mato

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO PARA DESCASCAMENTO DE MAMONA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

ANÁLISE BIOMÉTRICA DOS FRUTOS DE UVAIA E DEFINIÇÃO DA MELHOR CONCENTRAÇÃO DA POLPA PARA A PRODUÇÃO DE SORVETE EM PALITO

Palavras chave: bagaço seco, fração fibrosa, teste sensorial

IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO

Avaliação da produtividade de genótipos de melão nas condições do Submédio do Vale do São Francisco

EMERGÊNCIA E SOBREVIVÊNCIA DE PLÂNTULAS DE IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) NA CAATINGA

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

Palavras-chave: Fitotecnia, fruticultura, qualidade de frutos.

SISTEMA DE PLANTIO E PRODUTIVIDADE DA MAMONEIRA CULTIVADA EM ÁREA DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE CASA NOVA-BA

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

VIDA ÚTIL E EMBALAGEM PARA MELANCIA MINIMAMENTE PROCESSADA. Graduanda do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET Anápolis - UEG.

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

Silvana Belém de Oliveira 1 ; Patrícia Moreira Azoubel 2 ; Ana Júlia de Brito Araújo 3. Resumo

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

REVISTA CAATINGA ISSN X UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 ACEITAÇÃO SENSORIAL DE CONSERVAS ÁCIDAS DE OVOS DE CODORNA

ACEITABILIDADE DE DEZ CULTIVARES E UMA LINHAGEM DE FEIJÃO- CAUPI (Vigna unguiculata ( L.) Walp) CRUS E PROCESSADOS

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

ALTURA DE PLÂNTULAS DE TRÊS CULTIVARES DE ALGODÃO COLORIDO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES PROFUNDIDADES DE SEMEADURA

ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE TROCA DA MELANCIA PRODUZIDA NA REGIÃO DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

QUALIDADE DE MAMÃO TAINUNG 01 PRODUZIDO POR SECAMENTO PARCIAL DO SISTEMA RADICULAR

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Avaliação sensorial do efeito de tratamento térmico prévio à desidratação osmótica na textura de cascas de manga desidratadas osmoticamente

Caracterização de Atributos Físicos Relacionados à Qualidade de Frutos de

FORMAS DE CONTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE BARREIROS NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DA BAHIA

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE ESPÉCIES DE SPONDIAS ORIUNDAS DO CARIRI CEARENSE

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL

Irrigação Suplementar de Salvação na Produção de Frutíferas em Barragem Subterrânea

AS TECNOLOGIAS INOVADORAS E OS PEQUENOS AGRICULTORES DO NORDESTE SEMI-ÁRIDO. Palavras-Chave: adoção, seca, barreiro, barragem subterrânea.

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

PROCESSAMENTO DE UVAIA: estudo da aceitabilidade de doce em calda RESUMO

ATRIBUTOS FÍSICOS DE VARIEDADES DE LARANJA DA MICRORREGIÃO DA BORBOREMA

DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE SENSORIAL DE UM GELADO COMESTÍVEL (PICOLÉ) DIET. Palavras-chave: picolé diet, novidades alimentícias, análise sensorial.

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE UMBÚ (SPONDIAS TUBEROSA ARR. CAM.) COLETADAS EM DIFERENTES COMUNIDADES DO CURIMATAÚ E SERIDÓ PARAIBANO.

EFEITO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL E DA PERDA DE SOLO EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO NO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO

ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA NO MUNICÍPIO DE AREIA- PB: I- ESTUDO DO INÍCIO DURAÇÃO E TÉRMINO DA ESTAÇÃO CHUVOSA E OCORRÊNCIA DE VERANICOS RESUMO

Tamanho e época de colheita na qualidade de sementes de feijão.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO QUÍMICA DA POLPA E CASCA DE FRUTOS DO MANDACARÚ (Cereus jamacaru)

QUALIDADE E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FRUTOS DE CAJAZEIRAS (Spondias mombin L.) ORIUNDOS DA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL

Sorvete de geleiada de morango com hibisco (Hibiscus sabdariffa L.)

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE Citrus deliciosa Tenore SUBMETIDA A ARMAZENAMENTO REFRIGERADO.

Bolsista, Embrapa Semiárido, Petrolina-PE, 2

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

UMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda): PLANTA NATIVA DA CAATINGA, IMPORTANTE REPOSITÓRIO NATURAL DE MOSCA-DAS-FRUTAS

Caracterização físico química e sensorial de doce de manga (Mangifera indica L.) em massa com adição de casca

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cultivar BRS Sapoti Ipacuru EMBRAPA

Influência de tratamentos térmicos para redução da rigidez de cascas de laranja desidratada osmoticamente na aceitação da textura e intenção de compra

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS SENSORIAIS EM SOBREMESAS LÁCTEAS SABOR CHOCOLATE ELABORADAS COM LEITE E SORO DE LEITE

TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE ESTERCOS EM FUNÇÃO DO TEMPO E DA PROFUNDIDADE DE INCORPORAÇÂO SOB IRRIGAÇÃO POR MICRO ASPERSÃO

Transcrição:

COMO OS PEQUENOS AGRICULTORES DO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE PODEM APROVEITAR INTEGRALMENTE O FRUTO DO IMBUZEIRO Nilton de Brito Cavalcanti Pesquisador da Embrapa Semi-Árido. C. Postal, 23. CEP-56.2-97. Petrolina, PE. CPF: 153.115. 624-4 E-mail: nbrito@cpatsa.embrapa.br Geraldo Milanez Resende Pesquisador da Embrapa Semi-Árido. C. Postal, 23. CEP-56.2-97. Petrolina, PE. E-mail: gmilanez@cpatsa.embrapa.br José Barbosa dos Anjos Pesquisador da Embrapa Semi-Árido. C. Postal, 23. CEP-56.2-97. Petrolina, PE. E-mail: jbanjos@cpatsa.embrapa.br Luiza Teixeira de Lima Brito 1 Pesquisador da Embrapa Semi-Árido. C. Postal, 23. CEP-56.2-97. Petrolina, PE. E-mail: luizatlb@cpatsa.embrapa.br Área Temática Área Temática Agricultura familiar Forma de Apresentação Forma Pôster 1

RESUMO COMO OS PEQUENOS AGRICULTORES DO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE PODEM APROVEITAR INTEGRALMENTE O FRUTO DO IMBUZEIRO O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é uma fruteira nativa do nordeste semi-árido que se destaca quanto à possibilidade de ser explorada pelos pequenos agricultores com o processamento de doces, geléias e outros derivados. Esta planta apresenta um potencial elevado para contribuir com o desenvolvimento da região, de forma especial, com a sua industrialização caseira. Todavia, parte da produção é desperdiçada ainda no campo, visto que, são poucas as alternativas de processamento conhecidas pelos agricultores. O objetivo deste estudo foi desenvolver alternativas tecnológicas para o aproveitamento integral do fruto do imbuzeiro pelos agricultores que fazem seu extrativismo em comunidades da região semi-árida do Nordeste. O trabalho foi realizado de janeiro a dezembro de 23 na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina, PE. Foram selecionadas três plantas de imbuzeiro e colhidos os frutos em diferentes estádios de maturação. Após a colheita foi retirada a polpa de cada tipo de fruto e processado os diferentes tipos de doce em massa. Para a produção de picles, foram colhidas sementes de imbu regurgitadas pelos caprinos em apriscos da região. As sementes foram semeadas em canteiros com areia lavada e aos 12 dias após o plantio, as mudas foram colhidas para retirada do xilopódio e posteriormente foi realizado o processamento dos picles. Foi realizada análise sensorial dos doces processados com os frutos do imbuzeiro em diferentes estádios de maturação, cujos resultados indicaram que os doces preservam as características organolépticas dos frutos.o picles processado com o xilopódio das mudas de imbuzeiro aos 12 dias de crescimento, obteve bons atributos nos testes de degustação com destaque para o picles processado com ácido ascórbico. Essas alternativas tornam possível o aproveitamento integral do fruto do imbuzeiro, gerando emprego e renda para as famílias rurais da região. PALAVRAS-CHAVE: Imbu, doce, picles, agricultores, Nordeste. INTRODUÇÃO O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é uma fruteira nativa da região semi-árida do Nordeste de grande importância sócio-econômica para as populações rurais. A safra do imbuzeiro que ocorre geralmente no período de janeiro a março, constituise, numa fonte de renda alternativa para os agricultores e a principal atividade de absorção de mão-de-obra para as famílias rurais na época da colheita. Essa importância do imbuzeiro para as populações e animais da região semi-árida do Nordeste foi confirmada também por Mendes (199) e tem uma ampla distribuição como foi demonstrada por Santos (1997), o qual encontrou o imbuzeiro distribuído em 17 regiões ecogeográficas do Nordeste brasileiro. 2

A ocorrência do imbuzeiro é registrada em toda região semi-árida, sendo seu extrativismo é praticado, principalmente nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e na parte semi-árida de Minas Gerais. O estado da Bahia é o maior produtor e o principal mercado consumidor do fruto in natura e seus derivados (IBGE, 21). Levantamentos realizados em comunidades da região semi-árida da Bahia por Cavalcanti et al. (2), demonstram a importância que o extrativismo do fruto do imbuzeiro tem na composição da renda familiar dos agricultores que fazem seu extrativismo e agregam valor a seu fruto com o processamento caseiro de doces, geléias, etc.. Embora Silva et al. (1995) afirmem que no contexto atual de crise e em função da fragilidade do ecossistema semi-árido, os recursos naturais e as atividades agropecuárias ali desenvolvidas, não garantem mais a renda indispensável à sobrevivência de uma parcela significativa da sua população, caracterizando-se assim, uma situação de extrema vulnerabilidade e insustentabilidade dos atuais sistemas de produção dependentes de chuva, a atividade extrativista do fruto do imbuzeiro é de grande importância como foi demonstrada por Cavalcanti et al. (2), garantindo, em parte, a sobrevivência dos pequenos agricultores e de seus animais. Para Duque (198), a incrementação do cultivo dessas plantas, de forma a terem uma exploração sistemática, proporcionaria aos pequenos agricultores, maior renda e tranqüilidade, diante das incertezas das safras prejudicadas pelas irregularidades das chuvas que ocorrem na região. Mendes (199) apresentou diversas formas de aproveitamento do fruto do imbuzeiro (suco, doce, imbuzada, licor, xarope, entre outros), o que demonstra a grande capacidade que esta planta tem para contribuir com o desenvolvimento da região, de forma especial, com a sua industrialização caseira. Cavalcanti et al. (21) demonstraram que o processamento do doce com fruto do imbuzeiro pode ser uma das melhores formas que os pequenos agricultores que praticam o extrativismo desta planta têm para incrementarem suas rendas no período de safra e entressafra. Como uma planta de imbuzeiro apresenta uma produção que varia de 162 a 361 kg de frutos por safra (Cavalcanti et al., 1999), estes podem ser utilizados para o processamento de doce, tornando-se assim, mais uma alternativa de aproveitamento do imbuzeiro, contribuindo para melhoria das condições de vida dos agricultores, através da renda obtida com esta atividade. O objetivo deste estudo foi desenvolver alternativas tecnológicas para o aproveitamento integral do fruto do imbuzeiro pelos agricultores que fazem seu extrativismo em comunidades da região semi-árida do Nordeste. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado de janeiro a março de 23 em três etapas. Na primeira etapa, que ocorreu de janeiro a março, foram colhidos frutos de imbuzeiro em três plantas selecionadas ao acaso, na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE. Após a colheita os frutos foram separados em quatro estádios de maturação - frutos do tipo 1, imbu inchado (estádio entre o imbu verde e o maduro); frutos do tipo 2, imbu muito inchado (frutos num estádio de amadurecimento intermediário entre o imbu inchado e o maduro); frutos do tipo 3, imbu maduro; e frutos do tipo 4, imbu muito 3

maduro (frutos com maturação plena). De cada tipo de fruto foi selecionada uma amostra de kg de frutos para a retirada da polpa e processamento de doce. Para se obter a polpa, os frutos foram lavados em água corrente e, em seguida levados ao fogo em um recipiente com água potável em quantidade suficiente para cobrilos até que, com o aquecimento da água a uma temperatura de 8 C, aproximadamente, os frutos adquiriram tonalidade verde claro, sem que a água tenha iniciado a fervura. Em seguida, a água foi escorrida e os frutos esfriados para a retirada dos caroços. Este processo de cozimento para a retirada da polpa foi igual para todos os tipos de frutos, diferenciando-se apenas quanto ao tempo de cozimento para cada tipo de imbu. O tempo de aquecimento dos frutos foi de: minutos para os frutos inchados; 11 minutos para os frutos muito inchados; minutos para os frutos maduros e de 9 minutos para os frutos muito maduros. Após o resfriamento os frutos, foram passados em uma peneira para a separação do caroço da polpa. A polpa foi armazenada em freezer até o processamento dos doces. Nesta etapa, foram coletadas também, 13.6 sementes de imbu regurgitadas pelos caprinos em um aprisco. As sementes foram armazenadas em local seco e arejado para serem plantadas posteriormente. Na segunda etapa que ocorreu de abril a julho foi realizado o processamento dos doces e plantio das sementes. Para o processamento dos doces foram utilizados 7 g de polpa proveniente do cozimento do fruto inchado, 7 g de polpa do fruto muito inchado, 62 g de polpa do fruto maduro, 7 g de polpa do fruto muito maduro e adicionados 336 g de açúcar a cada tipo de polpa, correspondendo a 44 % de açúcar para a polpa do fruto inchado, 46 % para o fruto muito inchado, 54 % para o fruto maduro e 48 % para a polpa do fruto muito maduro. O ponto do doce foi obtido quando o cozimento da mistura atingiu entre 7 a 8 graus Brix. A quantidade de açúcar adicionada à polpa, foi em média de 48,3 %, percentual este próximo aos valores normalmente utilizados para preparo de doces, visando diminuir a atividade aquosa do produto e inibindo o desenvolvimento dos diversos tipos de microorganismos (Goulart, 1978). O recipiente utilizado para o preparo do doce foi uma panela de alumínio com capacidade de 4 litros, área de aquecimento de 283,4 cm 2 e área de troca de calor livre. Após o processamento o doce foi armazenado em geladeira até os testes de degustação. As sementes foram plantadas no mês de maio, em cinco canteiros com área de 3 x 1 m com cm de profundidade com substrato de areia lavada. Foram plantadas 12 sementes por m² com 5 repetições. Para o plantio foi utilizada uma área sob tela sombrite com redução de luz de %, e temperatura ambiente. Os canteiros foram irrigados diariamente com uma lâmina de água de,75 mm durante o período de desenvolvimento das mudas. Quando as plântulas completaram 12 dias de crescimento, foram colhidas e retirado os xilopódios para o processamento dos picles. Foi utilizado o seguinte fluxograma para o processamento: colheita das plantas; lavagem em água corrente por 5 minutos; corte do xilopódio; retirada da casca do xilopódio; lavagem do xilopódio em água clorada por minutos; classificação; acondicionamento em vidros; adição da salmoura; branqueamento em água (8 C) por minutos e; tratamento térmico por minutos em banho Maria a 96 C. Para o preparo dos picles, utilizou-se uma salmoura com a seguinte composição: a) g de sal (2,5%) e g de ácido cítrico (,5%) e; b) g de sal (2,5%) e g de ácido ascórbico (,5%), adicionados cada um a 2 ml de água. A formulação dessa salmoura está de acordo com as normas para manutenção de um ph abaixo de 4,6 o que evita um 4

dos problemas mais importante para a indústria de picles que é o ph da salmoura, que na maioria dos casos é superior a 4,6 o que pode favorecer o desenvolvimento de toxinas pelo Clostridium botulinum, causando graves danos à saúde pública (Ferreira, 1978; Hale et al., 1978; Quast et al., 1975). Para o acondicionamento foram utilizados vidros com capacidade de ml, contendo em média 333,33 g de salmoura e 166,67 g de xilopódio. Na terceira etapa que ocorreu de outubro a dezembro, realizou-se a análise sensorial do doce e do picles em três testes de aceitação, com 96 provadores não-treinados, selecionadas ao acaso, com o objetivo de se determinar qual tipo de doce e picles apresentariam as melhores características organolépticas (aparência, sabor, acidez e textura), utilizando-se uma escala hedônica recomendada por Moraes (199) com os seguintes atributos: (1- desgostei muitíssimo, 2- desgostei muito, 3 - desgostei regularmente, 4 - desgostei ligeiramente, 5 - indiferente, 6 - gostei ligeiramente, 7- gostei regularmente, 8 - gostei muito, 9 - gostei muitíssimo). Os tratamentos se constituíram por três diferentes formas de apertização dos picles: a) picles do xilopódio in natura; b) picles com salmoura de 2,5% de sal comum +,5% de ácido cítrico (C 6 H 8 C 7 ); c) picles processado com salmoura de 2,5% de sal comum (NaCl) +,5% de ácido ascórbico; e quatro formas de apertização para o doce: a) doce do fruto inchado, b) doce do fruto muito inchado, c) doce do fruto maduro e; d) doce do fruto muito maduro. Para análise dos dados, utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições. As variáveis analisadas foram submetidas à análise estatística para determinação de médias (SAS,199). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na região onde os pequenos agricultores fazem o extrativismo do fruto do imbuzeiro, a tradição é colher os frutos que se encontram ainda na planta, no estádio de maturação considerada de vez e/ou inchado. No entanto, como o fruto do imbuzeiro é climatérico, quando estes alcançam o estádio de maturação considerada muito de vez e/ou muito inchado, os frutos caem da planta e continuam num processo de amadurecimento até alcançarem a plena maturação no solo embaixo da planta. Neste estádio, os frutos são bastante perecíveis o que dificulta seu aproveitamento, principalmente, para comercialização devido à dificuldade de transporte dos frutos para as unidades processadoras de polpas. Assim, uma grande parte da safra do imbuzeiro é desperdiçada no campo. Na Figura 1, pode-se observar uma planta de imbuzeiro com frutos em diferentes estádios de maturação no chão. 5

FIGURA 1. Planta de imbuzeiro com frutos no chão em diferentes estádios de maturação. Na Figura 2, pode-se observar o fruto do imbuzeiro em diferentes estádios de maturação e os respectivos doces processados com cada tipo de fruto. Este processo de aproveitamento dos frutos possibilita uma maior valorização do fruto do imbuzeiro pelos pequenos agricultores, visto que, tradicionalmente, apenas os frutos no primeiro estádio de maturação (inchados) são comercializados pelos agricultores. Por outro lado, os frutos maduros e muito maduros, apodrecem embaixo das arvores. FIGURA 2. Frutos do imbuzeiro em diferentes estádios de maturação e seus respectivos doces. A preferência dos provadores, em termos de aparência, sabor e acidez do doce tipo 1, é apresentado na Figura 3, onde pode-se observar que 43,75 e 43% dos provadores indicaram resposta do tipo "gostei muito" para aparência e o sabor, respectivamente. Em relação ao atributo acidez, 39% dos provadores indicaram a categoria desgostei regularmente. 6

Provadores (%) 6 2 Aparência Sabor Acidez 1 2 3 4 6 7 8 9 1- Desgostei muitíssimo 2- Desgostei muito 3- Desgostei regularmente 4- Desgostei ligeiramente 5- Indiferente 6- Gostei ligeiramente 7- Gostei regularmente 8- Gostei muito 9- Gostei muitíssimo FIGURA 3. Histograma de freqüências dos valores atribuídos aos atributos aparência, sabor e acidez do doce com polpa frutos do imbuzeiro tipo 1. O doce do tipo 2 (Figura 4) obteve 42,58% das respostas do tipo "gostei muito" para o atributo aparência e 36,54% do tipo "gostei muitíssimo" para o atributo sabor. Para a acidez deste tipo de doce, 39,56% dos provadores indicaram resposta do tipo "desgostei muito". Essa resposta indicada para a acidez dos doces tipo 1 e 2, deve-se principalmente, ao fato de que, os frutos do imbuzeiro nesse estádio, apresentar um ph de 2, a 2,75 o que pode causar esse tipo de reação por parte dos provadores. % de provadores 2 Aparência Sabor Acidez 1 2 3 4 6 7 8 9 FIGURA 4. Histograma de freqüências dos valores atribuídos aos atributos aparência, sabor e acidez do doce com polpa frutos do imbuzeiro tipo 2. A preferência, em termos de aparência, sabor e acidez do doce tipo 3 é apresentada na Figura 5. Observa-se que 54,85% dos provadores indicaram a resposta do tipo gostei muitíssimo para o atributo aparência e 47,88% indicaram a categoria "gostei muito" para o sabor. Para a acidez desse tipo de doce, 45,89% dos provadores indicaram "gostei muitíssimo". O doce do tipo 4 (Figura 6) obteve a indicação "gostei muitíssimo" para a aparência por 52,88% dos provadores. Já 45,26% dos provadores, indicaram essa mesma categoria para o sabor e 51,44% para a acidez. 7

% de provadores 6 2 Aparência Sabor Acidez 1 2 3 4 6 7 8 9 FIGURA 5. Histograma de freqüências dos valores atribuídos aos atributos aparência, sabor e acidez do doce com polpa frutos do imbuzeiro tipo 3. % de provadores 6 2 Aparência Sabor Acidez 1 2 3 4 6 7 8 9 FIGURA 6. Histograma de freqüências dos valores atribuídos aos atributos aparência, sabor e acidez do doce com polpa frutos do imbuzeiro tipo 4. Na Figura 7, pode-se observar o desenvolvimento das plântulas de imbuzeiro aos 12 dias de crescimento, provenientes das sementes regurgitadas pelos animais coletadas nos apriscos. A germinação foi, em média, de 84%. A altura média das plântulas foi de 76,76 cm, com um diâmetro basal do caule de,84 cm. Os xilopódios apresentaram um tamanho médio de 14,96 cm, com diâmetro variando entre 2,58 a 3,23 cm. Quanto ao peso, em média, os xilopódios pesaram 42,87 g. Esses valores referentes às dimensões das plântulas, são semelhantes aos encontrados por Silva e Silva (1974); Mendes (199) e Lima (1994).O tamanho dos xilopódios, permitiu o corte de toletes com 9 cm, aproximadamente, o que, segundo Miranda et al. (1996) é um tamanho adequado para o processamento de picles. Comparando os resultados do desenvolvimento dos xilopódios das plântulas de imbuzeiro aos 12 dias, com o tempo que a pupunheira e o açaí levam para produzir o palmito que é por volta de dois anos (Araújo, 199), pode-se afirmar que o picles processado com o xilopódio do imbuzeiro, poderá trazer vantagens econômicas para a indústria processadora de palmito e picles. 8

FIGURA 7. Plantas de imbuzeiro provenientes de sementes regurgitadas pelos animais aos 12 dias de crescimento. O histograma representando a aceitação dos provadores, em termos de aparência, sabor e textura do xilopódio in natura é apresentado na Figura 8, onde se pode observar que 43,75% dos provadores indicaram o atributo "gostei muito" para a aparência e 25% foram indiferentes em relação ao sabor. Quanto a textura, o picles do xilopódio in natura apresentou umas maior dureza, o que dificultou sua mastigabilidade pelos degustadores, dos quais, % indicaram o atributo "desgostei muitíssimo". Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Isepon et al. (1997) em relação à textura dos picles de couve-flor. Essa pouca aceitação do xilopódio in natura devido a sua dureza, corrobora com a afirmação de Chitarra (1998) de que a textura é um dos atributos de qualidade mais importante para aceitação ou rejeição de um produto. Provadores (%) 6 2 Aparência Sabor Textura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1- Desgostei muitíssimo 2- Desgostei muito 3- Desgostei regularmente 4- Desgostei ligeiramente 5- Indiferente 6- Gostei ligeiramente 7- Gostei regularmente 8- Gostei muito 9- Gostei muitíssimo FIGURA 8. Distribuição da aceitação para aparência, sabor e textura dos picles do xilopódio do imbuzeiro in natura. Os picles processados com ácido cítrico (Figura 9), obtiveram a maior pontuação para a textura, com % dos provadores indicando o atributo "gostei regularmente". Esse mesmo atributo foi indicado por 32,29% dos provadores para a aparência. Para o sabor, 22,92% dos provadores indicaram o atributo "gostei ligeiramente" para essa característica. Esses resultados indicam que o processamento dos picles, altera de forma positiva as suas 9

características organolépticas, com destaque para a textura, onde o processamento proporcionou uma menor dureza dos picles, que possibilitou melhor mastigabilidade pelos degustadores. Esses atributos, também foram encontrados por Amerine et al., 1965; Larmond, 1987 e Monteiro, 1984 quando avaliaram à aceitação de produtos utilizando a escala hedônica. Provadores (%) 6 2 Aparência Sabor Textura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 FIGURA 9. Distribuição da aceitação para aparência, sabor e textura do picles do xilopódio do imbuzeiro processado com ácido cítrico. O picles do xilopódio processado com ácido ascórbico (Figura ), obteve a maior pontuação para a textura, com % dos provadores indicando o atributo " gostei muito". Para a aparência e o sabor, 36,67 e 38,33% dos provadores, respectivamente, indicaram o atributo "gostei regularmente". Outros 6,67% dos degustadores, indicaram o atributo "gostei muitíssimo" para o sabor. Provadores (%) 2 Aparência Sabor Textura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 FIGURA. Distribuição da aceitação para aparência, sabor e textura dos picles do xilopódio do imbuzeiro processado com ácido ascórbico.

O ph, nos tratamentos 2 e 3, foi de 4,1 e 4,, respectivamente, portanto ideal, uma vez que estes valores situam-se abaixo de 4,6 que é o valor adequado para eliminar o risco de produção de toxinas pelo Clostridium botulinum (Quast et al., 1975). CONCLUSÕES O fruto do imbuzeiro pode ser aproveitado nos diferentes estádios de maturação o que pode contribuir para uma nova alternativa de renda para os agricultores. Os resultados da análise sensorial indicam que os doces processados com os frutos do imbuzeiro em diferentes estádios de maturação, preservam as características organolépticas de cada tipo de fruto. O doce processado com os frutos maduro e muito maduro foi os que obtiveram as melhores pontuações dos provadores. No entanto, houve um percentual significativo de provadores que gostaram da aparência, sabor e acidez de todos os doces analisados. Os picles do xilopódio do imbuzeiro obtido de plantas aos 12 dias de crescimento, processado com salmoura de 2,5% de sal comum e,5% de ácido ascórbico foi o mais preferido pelos provadores, seguido dos picles processado com a salmoura de 2,5% de sal e,5% de ácido cítrico. O xilopódio in natura não obteve boa aceitação quanto à textura. Nesta forma de apresentação a consistência do xilopódio não permite uma boa mastigabilidade. No entanto, houve um percentual significativo de provadores que gostaram da aparência e do sabor desta forma de utilização do xilopódio. O aproveitamento dos frutos nos diferentes estádios de maturação e das sementes regurgitadas pelos animais torna possível o aproveitamento integral do fruto do imbuzeiro pelos agricultores que fazem seu extrativismo. 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERINE, M. A.; PANGBOORN, R. M.; ROESSLER, E. B. 1965. Principles of sensory evaluation of food. New York, Academic Press. 62p. ARAÚJO, I. C. 199. A agroindústria da pupunha: uma oportunidade econômica para o Estado do Amazonas. Manaus: SUFRAMA. 27p. CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M.; BRITO, L. T. L. Desenvolvimento do imbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) na região semi-árida do Nordeste brasileiro. Ciênc. e Agrotec. V. 23, n.1, p.212-213, jan./mar., 1999. CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M. ; BRITO, L. T. L. Fruto do imbuzeiro: alternativa de renda em períodos de seca para pequenos agricultores na região semiárida do estado da Bahia. In: CONGRESSO MUNDIAL DE SOCIOLOGIA RURAL,.; CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 38, 2, Rio de Janeiro. Anais... Campinas: UNICAMP/Auburn: IRSA/Brasília: SOBER, 2. CD-ROM. CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M.; BRITO, L. T. L. Avaliação sensorial de doce de imbu..). In: XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 21, Foz do Iguaçu - PR, Anais... Foz do Iguaçu: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, 21. CD-ROM. CHITARRA, M. I. F. 1998. Processamento mínimo de frutos e hortaliças. Viçosa : Centro de Produções Técnicas. 88p. il. DUQUE, J. G. O imbuzeiro. In: O Nordeste e as lavouras xerófilas. Mossoró: Fundação Guimarães Duque, 198. p. 316-238. FERREIRA, V. L. 1978. Codex Alimentarius - O desenvolvimento do padrão para o palmito em conserva. Boletim do ITAL, Campinas, n. 56, mar./abr., pp. 51-63. FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTTÍSTICA FIBGE. Produção extrativa vegetal. http://www.sidra.ibge.gov.br. Consultada em 6 de setembro de 21. GOULART, R. Tecnologia do doce em pasta: pastas de frutas e hortaliças. Boletim da SBCTA, Florianópolis, Sc. (/11), 1978. 16p. ISEPON, J. S.; CAMPOS, S. C. B.; SENO, S.; SEIXAS, E. S. Avaliação sensorial de picles de couve-flor (Brassica oleracea var. Botrytis): diferentes cultivares. In II Simpósio Latino Americano de Ciências de Alimentos, Campinas. Resumos... Campinas. 1997. p. 178. LIMA, R. S. Estudo Morfo-anatômico do sistema radicular de cinco espécies arbóreas de uma área de Caatinga do município de Alagoinha-PE. Tese Mestrado. Recife, UFRPE. 1994.3 p. HALE, J. F.; FERREIRA, V. L. P.; MADI, L. F. C. Determinações dos atributos de qualidade do palmito acondicionado em latas e vidros. Boletim do ITAL, Campinas, n. 56, mar./abr. 1978. p. 93-113. 12

MORAES, M. A. C. Métodos para avaliação sensorial dos alimentos. 7 ed. Campinas: UNICAMP. 199. 93p. MENDES, B. V. Imbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.): importante fruteira do semiárido. Mossoró. ESAM, 199. 66p. il. (ESAM. Coleção Mossoroense, Série C. 554). QUAST, D. G.; ZAPATA, M. M.; BERNHARD, L. W. 1975. Estudos preliminares sobre a penetração da acidez no palmito enlatado. Coletânea do ITAL, Campinas, v. 6. pp.341-349. SANTOS, C. A. F. Dispersão da variabilidade fenotípica do umbuzeiro no semi-árido brasileiro. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, v.32, n.9, p. 923-9, set. 1997. SILVA, A. Q.; SILVA, M. A. G. 1974. Observações morfológicas e fisiológicas sobre Spondias tuberosa Arr. Cam. In.: XXV Congresso Nacional de Botânica, Mossoró, RN. Resumos... p. 5-15. SILVA, P. C. G.; SAUTIER, D.; SABOURIN, E.; CERDAN. C.T. Abrindo a porteira: a relação dos sistemas de produção com a comercialização e a transformação, num enfoque de pesquisa-desenvolvimento. In.: ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO, 2. 1995. Londrina, PR. Anais... Londrina: IAPAR/SB-SP, 1995. P. 24-219. SAS INSTITUTE INC. SAS/STAT User` Guide, version 8, ed. Cary: NC, 1999. 3384p. 13