INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A CINÉTICA DE SECAGEM DE MAÇÃ FUJI INFLUENCE OF TEMPERATURE ON FUJI APPLE DRYING KINETICS

Documentos relacionados
CINÉTICA DE SECAGEM DE MAÇÃ

DETERMINAÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE ARROZ AROMÁTICO

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA CINÉTICA DE SECAGEM DO MORANGO.

CINÉTICA DE SECAGEM DE MASSA ALIMENTÍCIA INTEGRAL. Rebeca de L. Dantas 1, Ana Paula T. Rocha 2, Gilmar Trindade 3, Gabriela dos Santos Silva 4

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DAS CASCAS DE BANANAS DAS VARIEDADES NANICA E PRATA

AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM EM LEITO FIXO E CAMADA FINA DE BAGAÇO DE LARANJA E SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA COM MUCILAGEM

SECAGEM DA ABÓBORA (CUCRBITA MOSCHATA, L.) EM SECADOR DE LEITO FIXO

Definição de Secagem. Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes. Importância da Secagem. Aula 05

DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM EM CAMADA DELGADA DE PIMENTA DE CHEIRO (Capsicum chinense) A DIFERENTES TEMPERATURAS

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

CINÉTICA DE SECAGEM DO ESPINAFRE (Tetragonia tetragonoides)

SECAGEM DE POLPA DE BARU (Dipteryx alata Vog.) Alunas do Curso de Química Industrial, UnUCET - UEG.

ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM E DO ENCOLHIMENTO DAS CASCAS DE CACAU

SECAGEM DE QUIABO (Abelmoschus esculentus L. Moench) EM ESTUFA

CINÉTICA DE DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DA BANANA PACOVAN EM DIFERENTES TEMPERATURAS RESUMO

CINÉTICA DE SECAGEM DA BORRA DE CAFÉ EM ESTUFA COM CIRCULAÇÃO DE AR

TÍTULO: COMPARAÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA DESCRIÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DE CASCAS DE CENOURA (DAUCUS CAROTA L.) E BETERRABA (BETA VULGARIS).

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DA BANANA VERDE PRATA EM CAMADA DELGADA

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: GEOMETRIA FRACTAL EM FÍSICA DO SOLO: CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA

CINÉTICA DE SECAGEM DE ABACAXI CV PÉROLA EM FATIAS RESUMO

Modelos matemáticos na secagem intermitente de arroz

SECAGEM CONVECTIVA DA BANANA PACOVAN NO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO VERDE

CINÉTICA DE SECAGEM DA TORTA DE MAMONA

CINÉTICA DE SECAGEM DE DIFERENTES FRUTAS COMUNS EM FEIRAS ORGÂNICAS

CINÉTICA DE SECAGEM DAS FOLHAS DE MORINGA OLEÍFERA LAM RESUMO

CINÉTICA DE SECAGEM OSMO-CONVECTIVA DE PIMENTÃO VERDE: INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO

CINÉTICA DE EXTRAÇÃO DE LIPÍDIOS DE MICROALGA SPIRULINA

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

CINÉTICA DE SECAGEM DA BANANA VERDE PACOVAN (Musa x paradisiacal) KINETIC DRYING BANANA PACOVAN

VALIDAÇÃO DO MODELO PELO USO DE MEDIDAS DE NÃO LINEARIDADE

CINÉTICA DE SECAGEM DE DISCOS CARTONADOS EM CAMADA FINA

CINÉTICA DE SECAGEM DE RESÍDUOS DE Artocarpus heterophyllus Lam

Uso de modelos lineares generalizados para estimar germinação carpogênica de escleródios de S. sclerotioroum

CINÉTICA DE SECAGEM DE DIFERENTES FRUTAS COM AR QUENTE COMBINADO COM MICRO-ONDAS

CINÉTICA DE SECAGEM DA CASCA DE MANGA TOMMY ATKINS

METÓDOS DE REGRESSÃO KERNEL

ENCOLHIMENTO NA SECAGEM CONVECTIVA DE ABACAXI COM APLICAÇÃO DE MICRO-ONDAS VARIÁVEL. Agropecuárias.

SIMULAÇÃO DO PROCESSO DE SECAGEM OSMO- CONVECTIVA DE BANANA PRATA

Atividades Desenvolvidas

Avaliação de modelos de densidade de probabilidade em séries de dados meteorológicos

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO INFRAVERMELHO

Modelagem do número de patentes nos países americanos via Regressão múltipla

Comparação de métodos para tratamento de parcelas perdidas em delineamento em blocos casualizados via simulação Monte Carlo

CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DA AMORA-PRETA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM CONVECTIVA

COMPARAÇÃO DE MODELOS FENOMENOLÓGICOS PARA A HIDRATAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA

CINÉTICA DE SECAGEM E MODELAGEM MATEMÁTICA DO FRUTO DE BURITI (Mauritia flexuosa)

ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM DE Mallus domestica EM ESTUFA

Influência de hidrocolóides na cor de estruturado de maracujá-do-mato

Consistência de agrupamentos de acessos de alho via análise discriminante

CINÉTICA E MODELAGEM DA SECAGEM DA UVA CRIMSON EM SECADOR CONVECTIVO A.R.S.TELES¹*, A.M.CONCEIÇÃO¹,G.S.SILVA¹, S.P.S.SANTOS¹, R.G.SANTOS², G.F.SILVA³.

QUALIDADE DO AR USO DE ACP PARA EXPLICAR A RELAÇÃO DE FATORES METEOROLÓGICOS E MATERIAL PARTICULADO NO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ (SP)

Secagem de Grãos de Arroz em Distintas Temperaturas e Utilizando Lenha com Diferentes Teores de Água

MODELAGEM MATEMÁTICA DAS CURVAS DE SECAGEM DA PIMENTA DE CHEIRO

CINÉTICA DE SECAGEM DA FRUTA PHYSALIS POR IRRADIAÇÃO INFRAVERMELHA

DESIDRATADAÇÃO DE CEBOLA UTILIZANDO UM SECADOR SOLAR CONVECTIVO DO TIPO BANDEJA RESUMO

INVESTIGAÇÃO DE TOPOLOGIAS DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS PARA A PREVISÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DOS FRUTOS

Agatha da Silva Argioli*¹; José Eduardo da Costa Rodrigues Cação 1 ; Ronaldo Cintra Lima; Rafael Simões Tomaz 2 ; Evandro Pereira Prado 2

SECAGEM DE GRÃOS DE CEVADA EM CAMADA FINA: CINÉTICA DE SECAGEM RESUMO

Modelagem de séries temporais de demanda de energia elétrica da Universidade Federal de Lavras, correspondentes ao período de 1995 a 2013

CINÉTICA DE SECAGEM E CARACTERIZAÇÃO DA BANANA PRATA E GOIABA SURUBIM ORGÂNICAS

AVA LIA ÇÃO D A CIN ÉTICA D E SECAGEM D O TIJO LO CERÂM ICO

Aplicação da análise de regressão na contabilidade do custo de produção do milho

ANALISE E AJUSTE DE MODELOS MATEMÁTICOS A CINÉTICA DE SECAGEM DE ESPUMA DE JENIPAPO COM ADITIVOS PELO MÉTODO FOAM-MAT.

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ESTUDO DA TRANSFERÊNCIA DE MASSA DURANTE A DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE BANANA PACOVAN

Comparação dos modelos de Gompertz e Verhulst no ajuste de dados de uma variedade de feijão

Sensibilidade do método de adaptabilidade e estabilidade de Lin & Binns: um estudo via simulação

Físico-Química de Alimentos

DETERMINAÇÃO DE FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE PROCESSOS QUÍMICOS ATRAVÉS DO MÉTODO DE EVOLUÇÃO DIFERENCIAL UTILIZANDO O SCILAB

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO AR QUENTE

Perfil geoestatístico de taxas de infiltração do solo

Desenvolvimento de ferramenta em linguagem R para avaliação de linearidade na validação de métodos analíticos

SECAGEM DA POLPA DE GRAVIOLA PELO POCESSO FOAM-MAT E AVALIAÇÃO SENSORIAL DO PRODUTO OBTIDO

CINÉTICA DE SECAGEM EM CAMADA DE ESPUMA DE POLPA DE MARACUJÁ, UTILIZANDO DIFERENTES ADITIVOS.

AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE EM BANANA DESIDRATADA

Modelagem Matemática da Secagem de Café Natural Beneficiado com Alto Teor de Água

ATRIBUTOS FÍSICOS DE VARIEDADES DE LARANJA DA MICRORREGIÃO DA BORBOREMA

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS E INSTALAÇÕES

Projecto PTDC/AGR-ALI/74587/2006 SECAGEM DE PÊRAS EM ESTUFA SOLAR COM CONVECÇÃO FORÇADA RESUMO

MECANISMO DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA DE ÁGUA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM

AVALIAÇÃO DE ISOTERMAS DE SORÇÃO DE BANANA DESIDRATADA

COMPORTAMENTO HIGROSCÓPICO DA SEMENTES DE LINHAÇA (Linum usitatissimum L.). G.Z. Campos e J.A.G. Vieira* RESUMO

ESTUDO DA SECAGEM DE COENTRO (coriandrum sativum) NO SECADOR DE BANDEJA

CINÉTICA DA SECAGEM DE MAÇÃ EM SECADOR CONVECTIVO

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NA CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA VITAMINA C DO SUCO DE ACEROLA CLARIFICADO E CONCENTRADO DURANTE A ARMAZENAGEM.

Relatório Técnico Testes Comparativos entre Monitor On-line de Umidade MO Treetech e Análise de Teor de Água por Karl Fischer

Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil

MODELAGEM MATEMÁTICA DA CINÉTICA DE SECAGEM DE MANGA TOMMY ATKINS

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA DIFUSIVIDADE EFETIVA E DO COEFICIENTE CONVECTIVO DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA DO ABACATE (Persia americana Mill.

IV CONBRATRI, 4º Congresso Brasileiro de Teoria da Resposta ao Item, Brasília, DF, 2-4 de Dezembro de 2015

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ANÁLISE GRÁFICA BIPLOT

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

DESENVOLVIMENTO DE BATATAS CHIPS CROCANTES E LIVRES DE ÓLEO POR MICRO-ONDAS A VÁCUO

Análise do consumo de energia elétrica da cidade de Uberlândia MG, utilizando modelos de séries temporais

Transformação de dados como alternativa a análise variância. univariada

CINÉTICA DE SECAGEM DE MANGA COM E SEM PRÉ- TRATAMENTO ULTRASSÔNICO

AVALIAÇÃO DA TEXTURA DE MANGA TOMMY ATKINS SUBMETIDA A DIFERENTES PROCESSOS DE SECAGEM

Transcrição:

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A CINÉTICA DE SECAGEM DE MAÇÃ FUJI INFLUENCE OF TEMPERATURE ON FUJI APPLE DRYING KINETICS HUDSON CARLOS MAIA SANTOS JÚNIOR 1, AMANDA ALVES ROCHA 1, MILTON ALMEIDA BONFIM NETO 1, LUCAS CAIAFA CARDOSO REIS 1, MODESTO ANTÔNIO CHAVES 2 1 Estudante, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 2 Professor, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia RESUMO: O objetivo do trabalho foi analisar a influência da temperatura de secagem sobre a curva de cinética de secagem da maçã Fuji. Foram utilizadas maçãs previamente higienizadas e armazenadas a 4 C. A secagem foi feita em estufa com circulação de ar em temperaturas de 50 C, 60 C e 70 C, velocidade de ar de 1,5 m/s e em intervalos de tempo de 15, 30, 45, 60, 90, 120, 180 e 270 minutos. O experimento foi conduzido em triplicata, com três repetições para cada temperatura, utilizando a análise de regressão não linear para ajustes dos modelos matemáticos. Os resultados demonstraram que o uso de temperaturas mais altas provocou reduções no tempo de secagem da maçã. Entre os três modelos matemáticos, o que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o de Henderson e Pabis. Palavras-chave: Cinética, Modelos matemáticos, Umidade. Keywords: Kinetics, Mathematical models, Moisture. INTRODUÇÃO O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas. O balanço previsto para o ano de 2016 foi de 39,5 milhões de toneladas, sendo a maior parte dessa produção absorvida pelo mercado interno (OCDE/FAO, 2015). Frutas como laranja, banana, abacaxi e maçã lideram os índices como os mais produzidos nacionalmente (IBGE, 2017). Devido a curta vida de prateleira, procedimentos de conservação podem ser utilizados para retardar a senescência das frutas in natura, tornando-as disponíveis até mesmo em períodos de entressafra. Um dos procedimentos adotados é a secagem ou desidratação, pela qual parte da água que constitui a fruta é retirada por evaporação. A redução do teor de água inibe, entre outros, a contaminação microbiológica e reações de escurecimento no produto final.

A qualidade dos produtos desidratados é influenciada por variáveis como a temperatura utilizada na secagem, velocidade do ar e os teores de umidade da fruta e do ar que a circunda (PUTRA e AJIWIGUNA, 2017; ZLATANOVIĆ et al. 2013; SAHA et al., 2018). Uma forma de prever o nível de umidade do produto durante a secagem é relacioná-lo ao tempo de desidratação, criando as curvas de cinética (KROKIDA et al., 2003). O ajuste dos dados experimentais a modelos matemáticos proporciona melhor controle sobre o processo, além de poder ser utilizado como uma forma de avaliar novas práticas de secagem (WANG et al., 2018). O objetivo deste trabalho foi analisar a influência da temperatura sobre a curva de cinética de secagem da maçã Fuji. MATERIAL E MÉTODOS Maçãs (var. Fuji) produzidas no Brasil foram obtidas no comércio do município de Itapetinga, Bahia. Após a higienização em solução de cloro a 100 ppm, as maçãs foram selecionadas de acordo com a sua geometria, teor de sólidos solúveis (DSA E-Scan, The Electron Machine Corporation), firmeza (TA.HD Plus, Stable Micro System, 2 mm Ø) e umidade (método da estufa a 105 C). As maçãs possuíam diâmetro de 70,4 ± 2,7 mm, massa de 154,252 ± 11,6 g, teor de sólidos solúveis de 12,40 ± 0,8 Brix, firmeza de 285,802 ± 54,8 g e umidade de 86,42 ± 1,4%. As maçãs foram armazenadas a 4 C por, no máximo, uma semana antes da secagem. A secagem foi realizada em estufa com circulação de ar (SL 102, Solab) ajustada em três diferentes temperaturas: 50 C, 60 C e 70 C. A velocidade do ar de secagem foi mantida a 1,5 m/s nos três casos. Fatias de maçãs com aproximadamente 1 mm de espessura foram cortadas em sentido paralelo ao pedúnculo, descartando as sementes e a casca. As fatias foram levadas à estufa e, em intervalos específicos (15, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 270 minutos), a sua massa foi medida, utilizando balança semi-analítica (AL 500C, Marte). O cálculo da umidade adimensional considerou os conteúdos de umidade inicial (X 0 ), instantâneo (X t ) e de equilíbrio (X eq ), expressos em g de água/g de sólidos secos, conforme a equação 1. Os valores experimentais foram ajustados a três modelos matemáticos (Tabela 1), sendo a, k e c constantes do modelo e t o tempo de desidratação. O ajuste aos modelos matemáticos de secagem foi feito por análise de regressão não linear, utilizando o ambiente R (R Core Team, 2017). A avaliação do ajuste considerou os valores da soma de quadrados de erro ( ), raiz quadrada do erro quadrático médio ( ) e qui-quadrado ( ). O critério estabelecido foi que o melhor ajuste é obtido quanto

menor o valor dos parâmetros estatísticos. O experimento foi realizado em triplicata, com três repetições para cada temperatura. Tabela 1. Modelos matemáticos para ajuste dos dados experimentais de secagem. Modelo Equação Referência Henderson e Pabis X adm =ae (-kt) Gupta et al. (2011) Lewis/Newton X adm = e (-kt) Horus et al. (2017) Logarítmico X adm = ae (-kt) +c Gupta et al. (2011) RESULTADOS E DISCUSSÃO O uso de temperaturas mais altas provocou aumento na taxa de secagem da maçã (Figura 1). Isto significa dizer que, um determinado valor de umidade foi alcançado em menor tempo quanto maior foi a temperatura utilizada no processo. Este comportamento era esperado e foi registrado por outros autores (WANG et al., 2018; GUPTA et al., 2011; KROKIDA et al., 2003). Figura 1. Curvas de cinética de secagem da maçã Fuji com ajuste ao modelo matemático de Henderson e Pabis. Os modelos matemáticos apresentaram bom ajuste aos dados experimentais (Tabela 2). Contudo, o modelo de Henderson e Pabis foi o que apresentou o melhor ajuste entre os três modelos testados por apresentar os menores valores de SSE e RMSE nas três temperaturas e do qui-quadrado na temperatura de 50 C.

Tabela 2. Valores dos parâmetros estatísticos utilizados para avaliar o ajuste dos modelos. Modelo Temperatura SSE RMSE Qui-quadrado Henderson e Pabis 50 C 0,0017 0,0408 0,0021 60 C 0,0018 0,0425 0,0023 70 C 0,0013 0,0362 0,0017 Lewis/Newton 50 C 0,0019 0,0439 0,0022 60 C 0,0020 0,0444 0,0022 70 C 0,0014 0,0374 0,0016 Logarítmico 50 C 0,0026 0,0510 0,0039 60 C 0,0023 0,0474 0,0034 70 C 0,0015 0,0393 0,0023 Fonte: Dados da pesquisa Houve uma tendência de aumento no valor do parâmetro k em resposta a elevação da temperatura (Tabela 3). Esta constante está relacionada à difusividade térmica no processo de secagem (GUPTA et al., 2015) e seu comportamento ganha sentido pois o aumento da temperatura fornece maior quantidade de energia na forma de calor, o que faz com que as maçãs se ajustem mais rapidamente à temperatura ao seu entorno por chegar à umidade de equilíbrio em menor tempo que no uso de temperaturas mais baixas. A constante a apresentou tendência inversa, reduzindo seu valor com a elevação da temperatura de secagem. Tabela 3. Parâmetros dos modelos ajustados aos dados experimentais de secagem da maçã Fuji. Modelo Temperatura k P a P c P Henderson e Pabis 50 C 0,0260 0,0000 1,0429 0,0000 - - 60 C 0,0339 0,0000 1,0357 0,0000 - - 70 C 0,0429 0,0000 1,0263 0,0000 - - Lewis/Newton 50 C 0,0250 0,0000 - - - - 60 C 0,0329 0,0000 - - - - 70 C 0,0420 0,0000 - - - - Logaritmico 50 C 0,0241 0,0001 1,0732 0,0000-0,0360 0,2710 60 C 0,0320 0,0001 1,0586 0,0000-0,0263 0,3830 70 C 0,0409 0,0000 1,0443 0,0000-0,0202 0,3860 Fonte: Dados da pesquisa Os modelos que melhor se ajustaram nas três temperaturas de secagem são apresentados nas equações 2, 3 e 4.

CONCLUSÃO O objetivo do trabalho foi analisar a influência da temperatura de secagem sobre a cinética de secagem da maçã (var. Fuji). Os resultados demonstraram a tendência de que a temperatura e o tempo de secagem são variáveis inversamente proporcionais entre si. O modelo matemático que apresentou maior habilidade para predizer os dados experimentais foi o de Henderson e Pabis. Entre os três modelos testados, este é o mais indicado para obter valores de umidade a partir do tempo de secagem, utilizando condições similares a este experimento. REFERÊNCIAS GUPTA, Shilpi; COX, Sabrina; ABU-GHANNAM, Nissreen. Effect of different drying temperatures on the moisture and phytochemical constituents of edible Irish brown seaweed. LWT-Food Science and Technology, v. 44, n. 5, p. 1266-1272, 2011. HORUZ, Erhan et al. Effects of hybrid (microwave-convectional) and convectional drying on drying kinetics, total phenolics, antioxidant capacity, vitamin C, color and rehydration capacity of sour cherries. Food chemistry, v. 230, p. 295-305, 2017. IBGE. PAM 2016: valor da produção agrícola nacional foi 20% maior do que em 2015. IBGE, 2017. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2013- agencia-de-noticias/releases/16814-pam-2016-valor-da-producao-agricola-nacional-foi-20- maior-do-que-em-2015.html>. Acesso em: 11 de fevereiro de 2018. KROKIDA, Magdalini K. et al. Drying kinetics of some vegetables. Journal of Food Engineering, v. 59, n. 4, p. 391-403, 2003. OCDE/FAO. Perspectivas agrícolas 2015-2024. Fao.org, 2015. Disponível em: <http://www.fao.org.br/download/pa20142015cb.pdf>. Acesso em: 11 de fevereiro de 2018. PUTRA, Raka Noveriyan; AJIWIGUNA, Tri Ayodha. Influence of air temperature and velocity for drying process. Procedia Engineering, v. 170, p. 516-519, 2017. R Core Team (2017). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL https://www.r-project.org/. SAHA, Bithika et al. Profile changes in banana flavour volatiles during low temperature drying. Food Research International, 2018. WANG, Jun et al. Pulsed vacuum drying enhances drying kinetics and quality of lemon slices. Journal of Food Engineering, v. 224, p. 129-138, 2018. ZLATANOVIĆ, Ivan; KOMATINA, Mirko; ANTONIJEVIĆ, Dragi. Low-temperature convective drying of apple cubes. Applied Thermal Engineering, v. 53, n. 1, p. 114-123, 2013. AGRADECIMENTOS: FAPESB pelo financiamento da pesquisa. Autor a ser contatado: Hudson Carlos Maia Santos Júnior - Praça Primavera, 40 (CEP: 45700-000) - hudson.carlos.maia@gmail.com