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Transcrição:

O Menino NÃO Era uma vez um menino, NÃO, eram muitas vezes um menino que dizia NÃO. NÃO acreditam, então vejam: Pela manhã a mãe ia ao seu quarto acordá-lo para ele se levantar e tomar o pequeno-almoço. Ele logo dizia: - NÃO, eu quero dormir mais um pouco, tenho muito sono. A mãe, já um pouco chateada, dizia que assim ia chegar atrasado às aulas e as torradas que lhe tinha feito e o leite ficariam frios. Ele sempre respondia: - Torradas?! Eu quero é aqueles cereais com chocolate, NÃO quero torradas e leite. Entretanto, o pai aparecia e olhava para dentro do quarto sem dizer nada e o menino dava logo um pulo da cama e corria para a cozinha para tomar o seu pequeno-almoço. Já no carro com o pai, a caminho da escola, ele ia sempre a reclamar. 7

A professora, que era alta e magrinha e tinha sempre o cabelo apanhado num rabo-de-cavalo, chamava-se Mariana. - Hoje, meninos, vamos começar por ler um livro sobre a História de Portugal. Vamos falar dos seus reis e rainhas e das várias conquistas que fizemos. Logo ao ouvir a professora, o menino reclamava dizendo que NÃO queria falar sobre História, porque ele gostava era de fazer contas. Dizia sempre que queria aprender a tabuada. A professora ficou aborrecida por ele a ter interrompido e de nem sequer ter levantado o dedo para falar, pelo que o colocou logo de castigo no canto da sala. Dizia que NÃO gostava daquela música, para o pai mudar de estação. Finalmente chegava à escola e dava um beijo ao seu pai. Depois, subia pelas escadas e ia para a sala de aulas. À hora do almoço iam todos em fila para a cantina. Nesse dia, era sopa de cenoura e peixe com batata assada. Mal o menino se sentou e lhe puseram um prato de sopa à frente, ele fez uma grande careta feia. Para além disso, fez uma grande birra e gritou dizendo que NÃO comia a sopa, muito menos o peixe. A vigilante teve que se sentar ao lado dele e dizer: Estavam todos os meninos sentados na sala de aula quando a professora entrou. Logo que a viram todos disseram: - Ai vais comer, vais. Há muitas crianças no mundo que nem sequer têm um prato de sopa para comer durante o dia todo. - Bom dia, professora. Assim, o menino foi obrigado a comer, mas contrariado.

No final do almoço, como se tinha portado mal na sala de aula e na cantina, mandaram-no ir falar com o director da escola. Ficou sentado no corredor, num banco muito comprido e encostado à parede, à espera que o chamassem. Lá fora, ouviam-se os barulhos das brincadeiras e os risos das crianças que estavam no recreio. Ele pôs-se em bicos de pés no banco e espreitou por uma janela que havia mesmo por cima e conseguiu ver os seus amigos a jogarem futebol e ainda foi a tempo de ver a sua equipa sofrer um golo. Como, normalmente, era ele que ia defender as redes da baliza da sua equipa, achou que aquele golo tinha sido um grande frango. No final da tarde, a sua mãe foi buscá-lo e levou-o ao dentista para a consulta de rotina. Ele logo respondeu: NÃO, NÃO quero, detesto ir ao dentista. A mãe, já cansada depois do seu dia de trabalho, nem sequer lhe respondeu. Quando chegou a casa a mãe mandou-o tomar banho ao que ele respondeu que NÃO lhe apetecia e que nem percebia a necessidade de tomar banho todos os dias. Depois do banho foi fazer os deveres. Entretanto, os seus irmãos mais velhos, o Tiago, com 15 anos, e a Inês, com 17, chegaram a casa. O seu irmão perguntou: Tudo bem, puto? e a seguir foi para o seu quarto, enquanto que a irmã nem lhe deu grande importância, pois estava mais preocupada em enviar mensagens de telemóvel para as suas amigas. Pela hora de jantar chegou o pai e foram todos comer. A mãe tinha feito um arroz de pato de que o pai gostava muito. O irmão mais velho, Tiago, disse: - Oh, puto! Vais comer aqui um arroz de frango que é uma delícia! piscando-lhe o olho com um ar malandro. A Inês levantou os olhos do telemóvel e disse:

- Estás a provocá-lo. O menino percebeu tudo e respondeu: - NÃO, eu já sei que me estão a enganar. Isto é arroz de pato. E eu NÃO gosto de pato, só de arroz de frango. NÃO como, NÃO como e NÃO como! O pai, zangado, avisou: - Ou comes, ou vais para a cama sem jantar!