OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

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Transcrição:

OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) Heloisa Medeiros da Silva UEPB heloisa.medeiros.18@hotmail.com Orientadora: Valdecy Margarida da Silva UEPB - valmargarida@yahoo.com.br RESUMO A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a parte da educação básica destinada às pessoas que não tiveram oportunidade de estudar durante a infância ou adolescência. Por diferentes motivos, retornam à escola os estudantes que já haviam frequentado e aqueles que ingressam nela pela primeira vez. Diante de alunos que muitas vezes chegam à sala de aula após uma longa jornada de trabalho, o professor da EJA necessita estar preparado para utilizar uma metodologia adequada nessas salas para que assim possa ter sucesso no grande desafio que é formar leitores e escritores críticos nessa modalidade de ensino. É notório que no nosso país não possuímos políticas públicas oficiais suficientes que dêem conta da formação de professores da EJA. Comumente nos deparamos com profissionais sem a devida formação atuando nas salas de aulas da EJA. Isto quando possuem alguma formação acadêmica, pois existem casos em que os professores possuem apenas o Ensino Médio completo, ensinando por contrato temporário ou pela ideia equivocada de que basta apenas saber ler e escrever para alfabetizar. Tais pensamentos não levam conta práticas de leitura e escrita que se adequem à realidade do alunado. A Educação de Jovens e Adultos EJA compreende um leque amplo e heterogêneo de experiências educativas de formatos e modalidades diversos, que não correspondem necessariamente a ações de escolarização. Observamos que nos últimos anos essa modalidade de ensino é composta, em sua maioria, por sujeitos que nas últimas décadas tiveram o acesso garantido nas políticas educacionais, mas não tiveram a possibilidade da permanência. Essa realidade se deve a fatores econômicos, sociais e culturais que interferem direta e indiretamente no processo educacional. Assim, a formação do profissional da Educação de Jovens e Adultos pode representar um importante avanço nas políticas de acesso e permanência nessa modalidade de ensino, pois ela pode representar o elo entre as políticas e uma possível

efetivação dessas na prática pedagógica do professor. Com o objetivo de problematizar a Educação de Jovens e Adultos a partir das exigências de formação de professores para essa modalidade de ensino, discutimos, no presente texto, as políticas públicas em Educação de Jovens e Adultos no Brasil e a formação para professores da EJA. O que se observa é que o processo de desvalorização dos profissionais de magistérios avançou progressivamente, quando o governo, preocupado em suprir a nova demanda de vagas de profissionais, flexionou as regras para a titulação de docentes; permitindo o funcionamento de cursos rápidos, com duração de um mês, funcionando nos fins de semana, não estando preocupados com a qualidade dessa formação que era precária. Hoje em dia, nas salas de aula da EJA, ainda nos deparamos como os mesmos problemas de anos atrás; professores sem a formação adequada, frequência irregular dos alunos, a visão de que a EJA é uma espécie de compensação para aqueles que não puderam estudar na idade recomendada. Para mudar essa realidade, precisamos de políticas públicas urgentes para subsidiar essa modalidade de ensino. Nesta perspectiva, neste trabalho, que se configura em um estudo teórico conceitual bibliográfico, abordamos as pesquisas desenvolvidas por Freire (1997), Silva (2012), dentre outros pesquisadores. O estudo demonstra que é necessário e urgente o estabelecimento de políticas educacionais que priorizem a formação do educador da EJA seja em nível de formação inicial como em nível de formação continuada. Sendo a Educação para Jovens e Adultos possuidora de suas especificidades, como as demais modalidades de ensino do nosso país, necessita de políticas públicas efetivas que assegurem boas condições para a formação e o trabalho do professor, fornecendo ao seu alunado uma Educação de qualidade. Palavras-chave: Formação docente. EJA. Políticas Públicas.

Introdução A EJA ( Educação de Jovens e Adultos) é a parte da educação básica, destinada as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar durante a infância ou adolescência, por diferentes motivos retornam a escola, os estudantes que já haviam a frequentado e aqueles que ingressam nela pela primeira vez. Diante de alunos, os quais muitas vezes chegam na sala de aula após uma longa jornada de trabalho, o professor da EJA precisa saber empregar uma metodologia adequada, para que assim possa ter sucesso, e não só alfabetizar mas formar leitores e escritores críticos. No entanto á vista de que no nosso país, não possuímos politicas públicas oficiais efetivas para a formação de professores da EJA, comumente nos deparamos com profissionais sem a devida formação atuando nas salas de aulas da EJA. Isto quando possuem alguma formação acadêmica, pois existem casos em que os professores possuem apenas o ensino médio completo. Ensinando por contrato temporário ou pela ideia errônea, difundida, de que basta apenas saber ler e escrever para alfabetizar. Não sendo levando em conta, práticas de leitura e escrita que se adeque a realidade do alunado. É preciso alfabetizar os alunos, respeitando a sua realidade, o contexto social no que ele está inserido, seus conhecimentos, ideia defendia por Paulo Freire( 1921-1997) alfabetizada ou não, uma pessoa possui conhecimentos, portanto os alunos que chegam as salas de aula da EJA, trazem um conhecimento, proveniente de experiências, o qual não é melhor nem pior que o do professor, e deve ser levado em consideração, pois como defendido por Freire: Os homens se educam entre si mediados pelo mundo. Sendo assim, é preciso que adote-se uma politica oficial de formação de professores que proporcione plenas condições para que os professores da Educação de Jovens e Adultos- EJA, possam trabalhar da melhor forma com o seu alunado especifico. Por falta dessa formação no ensino da EJA, ainda há muitas lacunas a serem preenchidas, tais como: qual a identidade dos sujeitos da EJA, a oralidade e a cultura escrita. Este trabalho, objetiva falar brevemente como tem sido a formação dos profissionais da EJA ao longo do tempo, no Brasil, por meio da pesquisa teóricoconceitual bibliográfica. A formação do Professores Da EJA, ao longo do tempo: A Educação para Jovens e Adultos não é uma novidade no Brasil, teve sua origem na época colonial, com os ensinamentos dos jesuítas, mas foi na década de trinta que essa modalidade de ensino teve seu lugar garantido na Educação básica brasileira. destinada ao publico que não teve acesso ao ensino escolar na idade recomendada, precisa adequar-se a realidade do seu alunado, como está garantido na LDB( Lei de Diretrizes e Bases) :

Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos Jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.( LDB,Art 37, p. 1 ) A formação dos professores que atuam nessa modalidade de ensino básico, precisa ser especifica, mas infelizmente é perceptível que ainda hoje apesar de alguns avanços, não temos uma formação destinada preparação dos educadores que iram atuar na EJA. De frente com um alunado que possui suas especificidades, como qualquer outro, os professores da EJA precisam ter tido o preparo necessário para poderem ter suicídios suficientes, para formar sua metodologia de ensino. Paulo Freire, educador brasileiro de renome internacional, desenvolveu o método de alfabetização para Jovens e Adultos que ganhou o qual ganhou seu nome. O método de Freire, girava em torno das palavras geradoras, selecionadas a partir das conversas informais com os alunos. Que passavam a ser o centro das ensinamentos, proferidos por Freire e os membros do seu grupo de educadores. A partir da década de setenta, com a expansão das escolas, houve um aumento significativo da necessidade de uma grande leva de professores, acarretou como consequência um apressamento do cursos preparatórios, o importante é colocar profissionais nas salas de aula, sem ter sido levado em conta o preparo destes profissionais. Outra consequência da expansão repentina, porem necessária da Educação básica, foi a progressiva desvalorização dos professores que atuavam e atuam no magistério, tendo como característica da, deflagrando a diminuição dos salários, primeiramente pela impossibilidade do governo arca com o novo contingente de profissionais e pela cultura de que a melhor educação é a fornecida pela rede privada de ensino. O processo de desvalorização dos profissionais de magistérios, avançou progressivamente, quando o governo preocupado em suprir a nova demanda de vagas de profissionais, flexionou as regras para a titulação de docentes. Permitindo o funcionamento de cursos, rápidos, com duração de um meses, funcionando nos fins de semana, não estando preocupados com a qualidade dessa formação, que era precária. Na ditatura militar, houve um retrocesso nos programas de Educação para Jovens e Adultos, principalmente no método desenvolvido por Paulo Freire, através do MOBRAL, o ensino era de natureza tecnicista, o qual busca principalmente formar indivíduos capazes para o mercado de trabalho, aqui no Brasil o objetivo era preparar os alunos para serem mão-de-obra do desenvolvimento industrial, meta governamental, só a partir da década de oitenta foi que o caráter humanista retornou para a EJA. Hoje em dia, nas salas de aula da EJA ainda nos deparamos como os mesmos problemas de anos atrás, professores sem a formação adequada, frequência irregular dos alunos, a visão de que a EJA é uma espécie de compensação para aqueles que não puderam estudar na idade recomendada. Para mudar essa realidade precisamos de politicas publicas urgente, para subsidiar essa modalidade de ensino.

Considerações finais Sendo a Educação para Jovens e Adultos, possuidora de suas especificidades como as demais modalidades de ensino do nosso país, necessita de politicas publicas efetivas que assegure boas condições para a formação e o trabalho do professor, fornecendo ao seu alunado uma Educação de qualidade. Referências: MARGARIDA, Valdecy. UNIVERSIDADE ESTADUAAL DA PARAÍBA. Alfabetização e letramento: Múltiplos olhares acerca da formação do professor da EJA. Campina Grande, 2014. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1983