TÍTULO: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES INCONTINENTES TRATADAS EM UM SERVIÇO DE FISIOTERAPIA UROGINECOLÓGICA DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE SÃO PAULO. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI AUTOR(ES): MAÍRA CALAZANS LUZ DE CASTRO, LILIANE APARECIDA SERINOLLI ORIENTADOR(ES): HELEN KELLER FRANK C. LEAL DE OLIVEIRA COLABORADOR(ES): DEBORAH VARJABEDIAN, GLÁUCIA AP. DOS REIS, LUIS GUSTAVO DE TOLEDO
RESUMO A reabilitação do assoalho pélvico deve ser a primeira opção de tratamento para esta disfunção e a fisioterapia uroginecológica tem procurado se integrar aos programas já desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Saúde e tem buscado melhorar o estado de saúde, aumentando o controle sob a incontinência urinária (IU), tratamento, redução de incapacidades priorizando a melhora da qualidade de vida de mulheres com sintomas de IU. Palavras- Chave: Epidemiologia; Prevalência; Incontinência urinária; Qualidade de vida. INTRODUÇÃO A incontinência urinária (IU) é definida pela Internacional Continence Socity (ICS) como qualquer perda involuntária de urina, exceto em crianças. Existem vários tipos de incontinências urinárias sendo as mais frequentes na mulher, a incontinência urinária por imperiosidade, a incontinência urinaria mista e a incontinência urinária de esforço. A IU afeta aproximadamente 18% das mulheres com mais de 30 anos de idade. Há estudos que mostram uma prevalência de 30% a 50% nos idosos no Brasil. Um estudo domiciliar feito com 456 mulheres brasileiras na faixa etária de 45 a 60 anos de idade revelou que 35% delas tinham perda urinária aos esforços. Porém existe uma escassez da real prevalência e do perfil de mulheres e homens com incontinência urinária na população brasileira. OBJETIVOS O objetivo deste estudo é caracterizar o perfil clínico e sociodemográfico das mulheres com IU atendidas em um serviço público da cidade de São Paulo de fisioterapia uroginecológica. Analisar a Qualidade de Vida da população em estudo através International Consultation on Incontinence Questionnaire- Short form - ICIQ-SF. Traçar o perfil biofísico, socioeconômico e etiológico de mulheres incontinentes que receberam tratamento no Ambulatório de Uroginecologia Hospital Municipal Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva (HMEC), localizado na zona norte de São Paulo no Bairro do Limão. Caracterizar o perfil do serviço de fisioterapia uroginecológica do HMEC.
METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo transversal retrospectivo, a casuística foi não probalística por conveniência. Foram realizadas a análises de prontuários e das fichas de avaliação fisioterapêutica e foram coletados os dados tais como: características sociodemográficas (idade/ grau de escolaridade/ estado civil/ etnia/ atividade profissional), clínicos (classificação da IU/ tipos de tratamento fisioterapêutico/ número de sessões de tratamento/ sinais e sintomas predisponentes aos sintomas da IU/ fatores de risco e comorbidades associados ao sintoma da IU/ histórico familiar de IU/ número de gestações/ tipo de parto/ número de partos/ índice de massa corpórea - IMC/ hipertenção arterial HA/ diabetes mellitus tipo II/ doenças neuropsicológicas/ hábitos de vida associados a sintoma de IU- etilismo e tabagismo, alimentação e ingesta hídrica, sistema intestinalconstipação, função perineal (grau de força muscular através da avaliação funcional do assoalho pélvico- AFA utilizando a escala de Oxford 0 á 5 graus) e impacto no índice de qualidade de vida de mulheres incontinentes ( através do questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire- Short form -ICIQ-SF) tratadas do período de Janeiro de 2012 à Dezembro de 2014, no ambulatório de fisioterapia uroginecológica do Hospital Municipal Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva (HMEC). Foram incluídos nesse estudo os sujeitos: gênero feminino; com diagnóstico médico prévio de incontinência urinária através das queixas clínicas e do estudo urodinâmico; encaminhadas pela equipe médica do Hospital Municipal Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva (HMEC), para o tratamento fisioterapêutico uroginecológico no período de Janeiro de 2012 à Dezembro de 2014. DESENVOLVIMENTO Após essa seleção dos prontuários e das fichas de avaliações de acordo com os critérios de inclusão desse estudo, os dados pré-estabelecidos supracitados que foram utilizados como variáveis os mesmos foram tabulados em uma tabela elaborada pelos pesquisadores e em seguida os dados foram transferidos para o programa Windows Excel para serem analisados estatisticamente para obtenção dos resultados do estudo.
Os dados do presente estudo foram inicialmente tabulados no software Excel e analisados no programa estatístico SPSS 17.0 (Statistical Package for the Social Sciences) for Windows, e em seguida foi realizado o processo de regressão logística, as variáveis foram analisadas por meio do qui-quadrado e somente aquelas com diferenças estatisticamente significativas e o nível de significância adotado foi de 0,05% (P 0,005) e foram incluídas nos modelos de regressão multivariada (pelo método stepwise). A verificação do ajuste dos modelos foi realizada por meio dos testes do qui-quadrado e teste de Mann-Whitney. RESULTADOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados apresentados refletem, portanto, um critério específico do serviço e devem ser analisados com cautela, tendo em vista que podem não refletir a realidade da população de mulheres incontinentes variando de acordo com suas
características especificas. Esses resultados contribuirão para o direcionamento e conhecimento do perfil de mulheres com IU atendidas em serviços públicos que prestam assistência fisioterapêutica uroginecológica como no Hospital Municipal Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva (HMEC) e, além disso, poderão auxiliar no desenvolvimento de intervenções preventivas e reabilitadoras para a IU nestes serviços. Ainda que na amostra investigada o impacto da IU na qualidade de vida tenha sido relativamente pequeno, isso não diminui a importância das queixas das pacientes, pois, por menor que seja o impacto da IU na sua qualidade de vida, esse deve ser considerado e adequadamente abordado. Acreditamos que este estudo foi de grande relevância tendo em vista que não existem estes dados quantificados nessa população e que ocorre uma escassez de estudos científicos que descrevem o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres incontinentes que procuram assistência fisioterapêutica uroginecológica em nosso país. Sugerimos estudos multicêntricos nessa temática. FONTES CONSULTADAS AMARO, João L. et. al., Intravaginal electrical stimulation: a randomized, double-blind study on the treatment of mixed urinary incontinence, 2006 Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v.23 n.1 Rio de Janeiro. BOTELHO, Francisco et. al. Incontinência urinária feminina, Medicina Familiar. Acta urológica, p. 79, 2007. BERNARDES, PERES E SOUZA; Métodos de Tratamento Utilizados na Incontinência Urinária de Esforço Genuína: um Estudo Comparativo entre Cinesioterapia e Eletroestimulação Endovaginal, 2000; Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v.22 n.1 Rio de Janeiro. CASTRO, Alessandra Paiva de, et al. Eficácia do biofeedback para o tratamento da incontinência urinária de esforço: uma revisão sistemática. Porto Alegre, v. 20, n. 3, 2010.
MARQUES, Keila e FREITAS, Patrícia A cinesioterapia como tratamento da incontinência urinária na unidade básica de saúde. Fisioterapia em movimento, Curitiba, v.18, n.4 p- 64 out/dez, 2005. RETT. et al., 2005 Qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária de esforço com fisioterapia, Rev. Bras. Ginecol. Obstet. p.135, 2007. TAMANINI, José Tadeu Nunes, et. al., Validação para o português do International Consultation on Incontinence Questionnaire Short Form (ICIQ- SF) Rev Saúde Pública 2004; 38(3):438-44.