Primeiros grandes pensadores da Sociologia Émile Durkheim
ÉMILE DURKHEIM França (1858-1917) Émile Durkheim nasceu em Épinal,, França, em 1858, e morreu em Paris em novembro de 1917. É considerado o fundador da escola francesa de sociologia, tendo deixado como legado uma série de estudos que se notabilizam pelo esforço de combinar pesquisa empírica e teórica. Preocupou-se em desenvolver metodologicamente a Sociologia.
A Sociologia de Durkheim A concepção da Sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social. Ele desejava que a sociologia tivesse um objeto específico que a distinguisse das outras ciências, que pudesse ser observado e explicado assim como o objeto das outras ciências.
O objeto da sociologia durkheimiana são os fatos sociais. Os O Fato fatos sociais social têm três características fundamentais: Coerção: exercem força sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, são obrigados, independentemente de sua vontade e escolha. O grau de coerção de um fato social pode ser identificado pelas sanções sociais que ele provoca. As sanções podem ser legais e espontâneas) São exteriores aos indivíduos (independem de sua consciência particular): existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou adesão consciente. Generalidade: é social todo fato que é geral. Isto é, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles.
MECÂNICA Solidariedade Mecânica e Orgânica Solidariedade por semelhanças. Solidariedade característica das sociedades primitivas, em que existe pouca ou nenhuma divisão do trabalho (na maior parte das vezes encontra-se apenas uma divisão sexual). ORGÂNICA consenso Solidariedade baseada no É a solidariedade característica das sociedades avançadas (Europa industrializada do século XIX). Tais sociedades são marcadas por uma intensa divisão do trabalho social, que produz uma intensa especialização das funções, capaz de levar o indivíduo a vincular-se à coletividade - criando coesão e integração social - porque depende das partes que a compõem.
Consciência Coletiva: conjunto de crenças e dos Fato Social sentimentos e Consciência comuns à média dos Coletiva membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado com vida própria. (A consciência coletiva é diferente da consciência particular dos indivíduos e não corresponde à soma destas. De uma certa forma, a consciência coletiva é a própria sociedade). São as crenças, os costumes, as idéias que todos que vivem em um mesmo grupo compartilham uns com os outros. A consciência coletiva é adquirida mediante os processos de socialização aos quais somos submetidos ao longo da nossa vida na sociedade. Como por exemplo: a educação. Consciência Individual é aquilo que é próprio do indivíduo, que o faz diferente dos demais. São crenças, hábitos, pensamentos, vontades que não são compartilhados pela coletividade, mas que são especificamente individuais.
A sociedade, como todo organismo, apresentaria estados normais (saudáveis) e patológicos (doentios). Estado Normal: é o fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população (consenso entre os indivíduos). Estado Patológico: é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral (ruptura do consenso-anomia).
O Suicídio Conceito: É todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado.
O Suicídio Por meio da análise de dados estatísticos, Durkheim verificou que há uma regularidade na taxa de suicídio no transcurso de um determinado período de tempo. Tais dados foram cruzados com variáveis que incluem a idade, o sexo, o lugar de residência, a religião, o estado civil. Durkheim concluiu que: São maiores entre os solteiros, viúvos e divorciados do que entre os casados. São maiores entre pessoas que não tem filhos. São maiores entre protestantes do que entre católicos e judeus.
O Suicídio A partir da análise do cruzamento dessas informações, foi possível desvelar as características sociais dos suicidados e apresentar explicações sobre as determinações sociais que influenciam ou causam o ato do suicídio. As causas do suicídio são sociais, dependendo do maior ou menor grau de coesão social. Classifica-os em três tipos:
O Suicídio Egoísta: é um ato que se reveste de individualismo extremado. É o tipo de suicídio que predomina nas sociedades modernas e é geralmente praticado por aqueles indivíduos que não estão devidamente integrados à sociedade e geralmente se encontram isolados dos grupos sociais (família, amigos, comunidade, por exemplo).
O Suicídio Altruísta: É um ato em que o indivíduo está tomado pela obediência e força coercitiva do coletivo, seja ele um grupo social restrito ao qual pertence ou mesmo a sociedade como um todo.
O Suicídio Anômico: Representa mais propriamente uma mudança abrupta na taxa normal de suicídio, geralmente marcado por uma vertiginosa ascensão do número de suicídios que ocorrem em períodos de crises sociais (o desemprego, por exemplo) ou processos de transformações sociais (como a modernização).
Principais Obras: Da divisão do trabalho social; As regras do método sociológico; O suicídio; Formas elementares da vida religiosa, Educação e Sociologia.