CONCURSO BANCO CENTRAL IGEPP

Documentos relacionados
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CONTABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

15. Organograma Resumido do Sistema Financeiro Nacional 1

IGEPP SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL BACEN JUNHO 2016 PROFESSOR: CÉSAR FRADE

Mercado de Capitais. Sistema financeiro nacional. Professor: Msc. Roberto César

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 1.307, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1994.

RIO GRANDE DO NORTE LEI COMPLEMENTAR Nº 574, DE 21 DE JULHO DE 2016.

Mantenedora: Associação Educacional e Tecnológica de Santa Catarina REGULAMENTO DO COLEGIADO DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE.

Art. 1º - O Conselho Técnico de Vela é de caráter consultivo, normativo e fiscalizador.

Edital esperado para o primeiro semestre de Entidade organizadora: Ainda não definida. Escriturário Jornada de Trabalho: 30 horas semanais

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PROFESSOR CÉSAR FRADE

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS UFT REGIMENTO DO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO CONSEPE

Tecnologia em Gestão Financeira MERCADO DE CAPITAIS

BANCO CENTRAL DO BRASIL

RESOLUÇÕES DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA

DECRETO Nº 566, DE 10 DE JUNHO DE 1992

DIREITO CONSTITUCIONAL

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIANIA LTDA FACULDADE PADRÃO SUMÁRIO REGULAMENTO INSTITUCIONAL DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS DOS CURSOS 2 CAPÍTULO I 2

R E S O L V E PORTARIA N 023/2005/FEST

PORTARIA INTERMINISTERIAL No , DE 11 DE NOVEMBRO DE 2010

Universidade Federal de São Paulo Comissão de Capacitação dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação REGIMENTO INTERNO

DECRETO Nº , DE 13 DE MARÇO DE

Regimento Geral dos Colegiados dos Cursos Superiores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Campus Campo Novo do Parecis.

MODELO DE LEI DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO DIRETOR DA FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ CAPÍTULO I DA NATUREZA E FINALIDADE

REGIMENTO DO COMITÊ DE EXTENSÃO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS. CAPÍTULO I DO OBJETO CAPÍTULO II DA FINALIDADE

RESOLUÇÃO ARES-PCJ Nº 01, de 21 de novembro de 2011

MUNICIPIO SANTA TEREZINHA

LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO

REDAÇÃO ATUAL REDAÇÃO PROPOSTA OBSERVAÇÕES

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Decreto nº 6.038, de 7 de fevereiro de 2007

CIRCULAR Nº 3.927, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2019

RIO DE JANEIRO, RJ, DEZEMBRO, 2005.

RESOLUÇÃO Nº 18/2013/Consup Florianópolis, 20 de junho de 2013.

LEGISLAÇÃO RELATIVA À REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU

BACEN. Comum aos Cargos de Analista. Banco Central do Brasil MA049-19

Direito Constitucional

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO VICENTE CME

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM REGULAMENTO DO COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Art. 2º São competências do Conselho Municipal de Esporte e Lazer:

3º O Secretário-Executivo do Conselho Curador será substituído pelo Vice-Presidente da FEAM

REGULAMENTO DO COLEGIADO DE CURSO CAPÍTULO I DA NATUREZA E FINALIDADES

GABINETE DO PREFEITO LEI Nº 4.331/2013

ANEXO I REGULAMENTO DOS COLEGIADOS DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

REGIMENTO INTERNO DA COMISSÃO PERMANENTE DO PESSOAL DOCENTE - CPPD

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

REGULAMENTO DO COLEGIADO DE CURSO DA FACULDADE FAMETRO. TÍTULO I DA NATUREZA E DAS FINALIDADES CAPÍTULO I - Da Natureza e das Finalidades

RESOLUÇÃO N 050, DE 22 DE MAIO DE 2017

DIREITO CONSTITUCIONAL

LEI Nº 496/2013 DE 15 DE OUTUBRO DE 2013

Direito Constitucional

UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E PESQUISA LTDA. REGULAMENTO INSTITUCIONAL DE COLEGIADO DE CURSO

PORTARIA Nº 1.464, DE 14 DE AGOSTO DE RESOLVE:

Questões de Concursos Aula 01 CEF CONHECIMENTOS BANCÁRIOS. Prof. Edgar Abreu

REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA DE GESTÃO DA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL-MG COLEGIADO DA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO RESOLUÇÃO Nº 38, DE 16 DE MAIO DE 2017

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA DE ENSINO

CONSELHO ACADÊMICO REGULAMENTO

Legislação da Justiça Militar

ARQUIVOLOGIA. Legislação Arquivística. Decreto nº 4.073/02 - Regulamenta a Política Nacional de Arquivos. Prof. Antonio Botão

REGULAMENTO DO COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO CEB LAJEADO S/A

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº D DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO REGULAMENTO INTERNO DO COMITÊ DE APOIO À PESQUISA DO IFES CAMPUS SERRA, CAPÍTULO I DA NATUREZA, COMPOSIÇÃO E FINALIDADE

ANS SUSEP REGULAÇÃO EM SEGUROS E SAUDE SUPLEMENTAR

Art. 1º Aprovar o Regimento Interno do Departamento de Engenharia de Biossistemas DEPEB, anexo a esta Resolução.

Legislação da Justiça Militar

C I R C U L A R C Ó D I G O N Ú M E R O D A T A 001/2016 MTR /03/2016 MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES/SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS

REGIMENTO DA COMISSÃO DE GRADUAÇÃO

FACULDADE SÃO PAULO MANTIDA PELA SOCIEDADE SÃO PAULO DE ENSINO SUPERIOR SSPES REGULAMENTO DO NDE

ARQUIVOLOGIA. Legislação Arquivística. Decreto nº 4.073/2002. Prof. Antonio Botão

LEI MUNICIPAL Nº 813/07.

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA Nº 005/2016, de 28 de junho de 2016.

Superintendência de Colegiados. Regimento do Crea-SP

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE POJUCA

O Sistema Monetário Nacional Instituições e seus incidentes. Gustavo H. B. Franco

PROPOSTA DE REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO SUPERIOR

REGIMENTO INTERNO DO COMITÊ DE RISCOS E DE CAPITAL

RESOLUÇÃO CD Nº 14/2013

REGULAMENTO INTERNO DO COLEGIADO DO CURSO MEDICINA. Seção I Do Colegiado e seus fins

Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências da Saúde Conselho Interdepartamental PARECER Nº 018A/2013

Centro da Memória da Eletricidade no Brasil MEMÓRIA DA ELETRICIDADE ESTATUTO. CAPÍTULO I. Da Denominação, Objeto, Sede e Duração.

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE DA SERRA SP CAPÍTULO I DA INSTITUIÇÃO

MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA NORMA REGULAMENTAR DO CONSELHO DA REITORIA DO ITA

RESOLUÇÃO Nº 108/2018, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2018.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

FACULDADE MACHADO DE ASSIS PORTARIA N 1.190, DE 16 DE OUTUBRO DE 1998

DIREITO CONSTITUCIONAL

TÍTULO IV DO CAPITAL SOCIAL TÍTULO IV DO CAPITAL SOCIAL CAPÍTULO I DO CAPITAL MÍNIMO, DA SUBSCRIÇÃO E DA INTEGRALIZAÇÃO DE QUOTA-PARTE

REGIMENTO INTERNO 2015

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

DIREITO CONSTITUCIONAL

REGIMENTO INTERNO Conselho Municipal dos Direitos Da Mulher CAPÍTULO I DA INSTITUIÇÃO, ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS.

Transcrição:

CONCURSO BANCO CENTRAL IGEPP EMENTA: Estrutura e segmentação. Órgãos reguladores. Entidades supervisoras. Instituições Operadoras. Conselho Monetário Nacional: composição e competências. Lei nº 4.595/1964. Banco Central do Brasil. Competências legais e constitucionais. Funções. Instituições financeiras: conceito e classificação. Outras instituições supervisionadas pelo Banco Central. Regulação prudencial e estabilidade financeira. Acordos de Basileia. Sistema de pagamentos brasileiro. Aspectos institucionais. O papel dos intermediários financeiros O papel do Banco Bentral. Instrumentos de pagamento. Transferência Eletrônica Disponível (TED). Cheque. Boleto de pagamento. Sistemas de liquidação. Sistemas de transferência de fundos Prof. César Frade JUNHO/2016 Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 1

SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO 1. Organograma Resumido do Sistema Financeiro Nacional 1 Ministério da Fazenda Ministério da Previdência Social Conselho Monetário Nacional - CMN Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Conselho de Recursos do SFN - CRSFN Conselho de Recursos do SNSP Câmara de Recursos da Previdência Complementar - CRPC Banco Central do Brasil - BACEN Comissão de Valores Mobiliários - CVM Superintendência de Seguros Privados - SUSEP Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC 1 Esse é um Organograma parcial. Na próxima aula será mostrado o Organograma Completo do SFN. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 2

Entende-se como órgãos reguladores os Conselhos, ou seja, o Conselho Monetário Nacional, o Conselho Nacional de Seguros Privados e o Conselho Nacional de Previdência Complementar. Entende-se como entidades supervisoras o Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e Superintendência de Previdência Complementar. Por sua vez, os Conselhos ou Câmaras de Recursos são os órgãos recursais de última instância da esfera administrativa. 2. Conselho Monetário Nacional CMN O Conselho Monetário Nacional CMN foi criado pela Lei 4.595/64 e veio para substituir o conselho da SUMOC Superintendência da Moeda e do Crédito com o objetivo de normatizar o sistema financeiro nacional. A Legislação dispõe que a criação do CMN se deu com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do País. Na verdade, o CMN é uma reunião que tem como objetivo básico formular as mais variadas regras para o desenvolvimento e bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional SFN. O CMN possui algumas atribuições importantes. No entanto, na prova, é muito comum a cobrança literal da Legislação. Exatamente por este motivo, me darei o direito de fazer algumas transcrições de trechos importantes para que vocês tenham condições ler pelo menos uma vez o que a Legislação informa. Entretanto, acho que é muito complexo tentar decorar, principalmente, os objetivos e competências. Portanto, com o objetivo de facilitar os estudos e para não precisar ficar decorando minha sugestão é que vocês tenham em mente aquilo que cada órgão faz de forma geral, pois assim, poderão encontrar a resposta correta na questão. O CMN é um órgão que legisla sobre assuntos correlatos aos interesses, principalmente, de BACEN e CVM, com objetivos claros e definidos em Lei. No Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 3

entanto, cabe a esse Conselho a definição, por meio de Resolução, de onde serão permitidas as aplicações de recursos auferidos por seguradoras, empresas de capitalização, resseguradoras e previdências privadas, tanto abertas quanto fechadas. Com relação aos objetivos do CMN, a legislação dispõe que: Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. A própria Lei 4.595/64 estabelece quais são as competências atribuídas ao Conselho Monetário Nacional, conforme transcrito abaixo: Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 4

Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República: I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão na prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem ao financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, das operações de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do artigo 49 desta Lei. O Conselho Monetário Nacional pode, ainda autorizar o Banco Central da República do Brasil a emitir, anualmente, até o limite de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro do ano anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza do País, devendo, porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República, para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele limite. Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento dessas atividades o determinarem, pode o Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis, solicitando imediatamente, através de Mensagem do Presidente da República, homologação do Poder Legislativo para as emissões assim realizadas: II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos termos e limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meio circulante; III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; IV - Determinar as características gerais das cédulas e das moedas; V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 5

VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras; VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal; VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover: - recuperação e fertilização do solo; - reflorestamento; - combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais; - eletrificação rural; - mecanização; - irrigação; - investimento indispensáveis às atividades agropecuárias; X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras; XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 6

XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar, podendo este: a) adotar percentagens diferentes em função; - das regiões geo-econômicas; - das prioridades que atribuir às aplicações; - da natureza das instituições financeiras; b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior; XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês subsequente, relatório e mapas demonstrativos da aplicação dos recolhimentos compulsórios, XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária; XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 7

XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado; XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades de economia mista e empresas do Estado; XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual os excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer; XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta (30) dias; XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e diretores, cabendo ao Presidente deste apresentar as respectivas propostas; XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil; XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 8

seus resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer - se; XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Constituição Federal; XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei. XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições. XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas. Este Conselho já teve a sua formação alterada inúmeras vezes. A última alteração ocorreu em 1.995 com a Lei 9.069/95 (Lei do Plano Real). Esta estabelece que o Conselho Monetário Nacional será composto de apenas três membros, quais sejam: Ministro da Fazenda Presidente Ministro do Planejamento Presidente do Banco Central A Lei ainda coloca as seguintes disposições: Art. 8º - O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4595, de 31 de dezembro de 1964, passa a ser integrado pelos seguintes membros: Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 9

I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente; II - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; III - Presidente do Banco Central do Brasil. 1º O Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, "ad referendum" dos demais membros. 2º Quando deliberar "ad referendum" do Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao colegiado, na primeira reunião que se segui àquela deliberação. 3º O Presidente do Conselho poderá convidar Ministros de Estado, bem como representantes de entidades públicas ou privadas, para participar das reuniões não lhes sendo permitido o direito de voto. 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que for convocado por seu Presidente. 5º O Banco Central do Brasil funcionará como Secretaria Executiva do Conselho. 6º O Regimento Interno do Conselho Monetário Nacional será aprovado por decreto do Presidente da República, no prazo máximo de trinta dias, contados da publicação desta Lei. 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos os mandatos de membros do Conselho Monetário Nacional nomeados até aquela data. Observe que a Legislação determina que o Conselho Monetário Nacional irá se reunir mensalmente 2 de forma ordinária e extraordinariamente sempre que convocado por seu Presidente. Após a reunião fará a sua deliberação por meio da edição de Resoluções. Caso exista um assunto 2 Não confunda o CMN com o COPOM. As reuniões do CMN são mensais enquanto que o COPOM se reúne a cada 45 dias. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 10

que seja urgente e relevante, o Presidente do CMN (Ministro da Fazenda) poderá deliberar de forma monocrática 3 e, posteriormente, terá que submeter sua decisão ao colegiado, para aprovação na reunião subsequente. Portanto, o normativo a ser expedido pelo CMN são as Resoluções. Entretanto, como a Secretaria do CMN é atividade do Banco Central, cabe a esta autarquia dar publicidade ao ato e, por este motivo que as Resoluções são encontradas no sítio do Banco Central e com a assinatura de seu Presidente. No entanto, guarde que Resoluções são do CMN e as normas do BACEN são as Circulares. Já sei. Você não entendeu bem o que é fazer o serviço de Secretaria, certo? Pois é, como o CMN é, na verdade, uma reunião. Quando os ministros chegam nesta reunião, eles precisam ter vários papéis em cima da mesa, xerocados para que ela tenha início. Essa reunião precisa ser convocada. Os itens a serem discutidos precisam ser enviados para o corpo técnico de cada um dos órgãos cujos titulares participam da reunião, pois deverá haver uma análise prévia do assunto para que os ministros saibam exatamente aquilo que está sendo proposto. Ou seja, imagine que o Banco Central esteja querendo propor a votação de determinado assunto no CMN. Ele deve enviar um voto para a Secretaria do CMN com uma certa antecedência (em geral, uma semana). Essa Secretaria 4 irá distribuir esse voto para as pessoas indicadas pelo Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento. Dentro desses Ministérios, o corpo técnico que trata daquele assunto específico será chamado para dar sua opinião acerca do assunto em questão. Essa opinião é sintetizada em um documento que irá para o Chefe da pasta (Ministro). Dessa forma, esse item é discutido no CMN após as possíveis arestas terem sido aparadas pelo corpo técnico. 3 Apesar de existir essa regra, não me lembro nenhum normativo em que ela tenha sido utilizada. O normal é a convocação de uma reunião extraordinária mesmo que seja pelo telefone. 4 No Banco Central, a Secretaria do CMN funciona como se fosse um Departamento do BACEN. Estando ela ligada, diretamente, ao Secretário-Executivo da instituição. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 11

SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO 3. Organograma Completo do Sistema Financeiro Nacional Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 12

Entende-se como órgãos reguladores os Conselhos, ou seja, o Conselho Monetário Nacional, o Conselho Nacional de Seguros Privados e o Conselho Nacional de Previdência Complementar. Entende-se como entidades supervisoras o Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e Superintendência de Previdência Complementar. Por sua vez, os Conselhos ou Câmaras de Recursos são os órgãos recursais de última instância da esfera administrativa. Tanto os órgãos reguladores quanto as entidades supervisoras fazem parte daquilo que é denominado subsistema normativo. Essas entidades supervisoras são as responsáveis pela fiscalização dos produtos em seus mercados. Esses produtos são comercializados pelos agentes que fazem parte do subsistema de intermediação ou subsistema de distribuição. São utilizadas essas duas nomenclaturas. 4. Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP O Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP foi criado pelo Decreto-Lei n o 73/66 e é o principal órgão normativo das atividades de seguros no País. Na época de sua criação tinha como objetivo básico fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Títulos de Capitalização. Entretanto, a partir de 1977 suas atribuições foram estendidas à Previdência Privada Aberta. Assim como o Conselho Monetário Nacional, ao longo dos anos sua composição foi sendo alterada. Atualmente, o CNSP tem possui seis membros, quais sejam: Ministro de Estado da Fazenda ou seu representante Presidente; Superintendente da Superintendência de Seguros Privados Vice- Presidente; Representante do Banco Central; Representante da Comissão de Valores Mobiliários; Representante do Ministério da Previdência Social; Representante do Ministério da Justiça. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 13

Sei que não é tão simples memorizar as pessoas que fazem parte do CNSP mas aí vai uma dica valiosa. Dois dos seis cargos são de pessoas específicas, ou seja, um cargo é ocupado pelo Ministro da Fazenda (mas pode mandar representante) e o outro cargo é ocupado pelo Superintendente da SUSEP. Observe que a estrutura do CNSP está sob o comando do Ministério da Fazenda, logo, o Ministro é o Presidente. E como o órgão fiscalizador das normas emanadas pelo CNSP é a SUSEP, seu superintendente (cargo mais alto na instituição) é o vice-presidente. Os outros quatro cargos são ocupados por representantes de órgãos importantes. Lembre-se que tanto o mercado de seguro quanto o mercado de previdência privada arrecadam, anualmente, um montante enorme de recursos. Esses recursos fazem parte da poupança popular e, nos dois casos, serão aplicados e guardados pelas instituições que gerenciam os contratos para uma possível futura devolução ou indenização, dependendo da natureza. Portanto, há uma quantidade muito grande de recursos que invadem o mercado financeiro. Dessa forma, representantes do Banco Central BACEN e Comissão de Valores Mobiliários CVM são importantes para auxiliar na normatização. Tendo em vista o fato de o CNSP regular o mercado de Previdência Privada Aberta, há também um representante do Ministério da Previdência Social. Além desses representantes ainda há um do Ministério da Justiça. Acredito que essa seja a forma mais simples de memorizar a composição do CNSP. O mesmo Decreto-Lei que cria o CNSP também institui o Sistema Nacional de Seguros Privados SNSP e determina que ele será constituído pelos seguintes integrantes: Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP; Superintendência de Seguros Privados SUSEP; Resseguradores; Sociedades autorizadas a operar em Seguros Privados; e Corretores habilitados Segundo a Legislação, compete privativamente ao CNSP: I - Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 14

II - Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a êste Decreto-Lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; III - Estipular índices e demais condições técnicas sôbre tarifas, investimentos e outras relações patrimoniais a serem observadas pelas Sociedades Seguradoras; IV - Fixar as características gerais dos contratos de seguros; V - Fixar normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas Sociedades Seguradoras; VI - delimitar o capital das sociedades seguradoras e dos resseguradores; VII - Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; VIII - disciplinar as operações de co-seguro; IX - (Revogado pela Lei Complementar nº 126, de 2007) X - Aplicar às Sociedades Seguradoras estrangeiras autorizadas a funcionar no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes às que vigorarem nos países da matriz, em relação às Sociedades Seguradoras brasileiras ali instaladas ou que nêles desejem estabelecer-se; XI - Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, com fixação dos limites legais e técnicos das operações de seguro; XII - Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor; XIII - (Revogado pela Lei Complementar nº 126, de 2007) Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 15

XIV - Decidir sôbre sua própria organização, elaborando o respectivo Regimento Interno; XV - Regular a organização, a composição e o funcionamento de suas Comissões Consultivas; XVI - Regular a instalação e o funcionamento das Bolsas de Seguro. XVII - fixar as condições de constituição e extinção de entidades autorreguladoras do mercado de corretagem, sua forma jurídica, seus órgãos de administração e a forma de preenchimento de cargos administrativos; XVIII - regular o exercício do poder disciplinar das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros, inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros; XIX - disciplinar a administração das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem e a fixação de emolumentos, comissões e quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades, quando for o caso. Por outro lado, o sítio da Superintendência de Seguros Privados informa que são atribuições do CNSP: Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas; Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB; Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 16

Juntamente com o CNSP, assim como no CMN, funcionarão Câmaras Consultivas. Veja o que determina a Legislação: Art 34. Com audiência obrigatória nas deliberações relativas às respectivas finalidades específicas, funcionarão junto ao CNSP as seguintes Comissões Consultivas: grifo meu I - de Saúde; II - do Trabalho; III - de Transporte; IV - Mobiliária e de Habitação; V - Rural; VI - Aeronáutica; VII - de Crédito; VIII - de Corretores. 1º - O CNSP poderá criar outras Comissões Consultivas, desde que ocorra justificada necessidade. 2º - A organização, a composição e o funcionamento das Comissões Consultivas serão regulados pelo CNSP, cabendo ao seu Presidente designar os representantes que as integrarão, mediante indicação das entidades participantes delas. 5. Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC Em 2009, a Lei 12.154/09 determinou que o Conselho de Gestão de Previdência Complementar que era um órgão integrante do Ministério da Previdência passaria a se chamar Conselho Nacional de Previdência Complementar, continuaria a ser um órgão integrante da estrutura básica do Ministério e exerceria a função de órgão regulador do regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 17

A Lei define que o CNPC possui 8 integrantes com direito a voto, sendo que cada um tem dois anos de mandato e é possível a recondução ao cargo. São integrantes do CNPC: 5 integrantes do poder público; 3 indicados, respectivamente: a) pelas entidades fechadas de Previdência Complementar; b) pelos patrocinadores ou instituidores; c) pelos participantes e assistidos. Além destes oito integrantes, a Lei determina que o Ministro de Estado da Previdência Social será o Presidente do Conselho de Previdência Complementar. No entanto, o Decreto que regulamenta a Lei nomina os outros 8 representantes do Conselho que pela Legislação em vigor são: Art. 6 o O CNPC será integrado pelo Ministro de Estado da Previdência Social, que o presidirá, e por um representante de cada um dos seguintes indicados, todos com direito a voto: I - Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc; II - Secretaria de Políticas de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social; III - Casa Civil da Presidência da República; IV - Ministério da Fazenda; V - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; VI - entidades fechadas de previdência complementar; VII - patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar; e VIII - participantes e assistidos de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar. 1 o O Presidente do CNPC exercerá, além do voto ordinário, o voto de qualidade no caso de empate. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 18

2 o O CNPC deliberará por maioria simples, presentes pelo menos cinco dos seus membros. 3 o Na qualidade de Presidente do CNPC, o Ministro de Estado da Previdência Social terá como suplente, pela ordem, o Secretário- Executivo do Ministério, o Secretário de Políticas de Previdência Complementar e um dos demais dirigentes da respectiva Secretaria expressamente designado pelo Ministro. 4 o Os representantes referidos nos incisos I a VIII do caput e seus suplentes serão designados pelo Ministro de Estado da Previdência Social, por indicação: I - dos respectivos Ministros de Estado, nos casos dos incisos I a V do caput; II - da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar - Abrapp, no caso do inciso VI do caput; III - dos patrocinadores e instituidores, na forma disciplinada pelo Ministério da Previdência Social, no caso do inciso VII do caput; e IV - da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão - Anapar, no caso do inciso VIII do caput. É importante ressaltar alguns aspectos acerca desse Conselho. Ele possui nove membros e não oito como alguns podem ter pensado. Observe que o Presidente do CNPC, ou seja, o Ministro de Estado da Previdência Social além de participar da votação ordinária exercerá o voto de qualidade (voto de desempate) caso haja necessidade. Lembre-se que os membros do CNPC possuem, diferentemente dos outros Conselhos do SFN, mandato de dois anos, sendo permitida uma recondução. Entretanto, nem o Presidente da PREVIC possui vaga cativa neste Conselho. O único que está sempre presente é o Ministro de Estado da Previdência Social. Este Ministro também é o responsável por designar os participantes do Conselho após indicação dos Ministros de Estados das pastas que possuem vaga. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 19

Existem algumas situações que o Decreto prevê a perda de mandato para o membro titular do Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC. Abaixo segue a transcrição do artigo do Decreto que define esses casos: Art. 10. Compete ao Ministro de Estado da Previdência Social, sem prejuízo dos demais procedimentos e cominações legais, atendendo a solicitação fundamentada do Presidente do CNPC ou da CRPC, após regular apuração, decretar a perda do mandato do membro, titular ou suplente, nas hipóteses em que: I - retiver em seu poder injustificadamente, além dos prazos estabelecidos, os autos de processos que lhe foram distribuídos ou que estejam sob sua responsabilidade; II - deixar de comparecer injustificadamente, e sem que compareça o suplente, a três sessões consecutivas ou a cinco não consecutivas; III - demonstrar insuficiência de desempenho quanto aos aspectos quantitativo ou qualitativo; IV - entrar em exercício em qualquer cargo, emprego ou função pública, inclusive mandato eletivo, que seja incompatível com o exercício da função de membro do CNPC ou da CRPC, desde que tenha deixado de renunciar ao mandato nestes colegiados; V - exercer atividades na iniciativa privada consideradas incompatíveis com a função de membro do CNPC ou da CRPC, desde que tenha deixado de renunciar ao mandato; ou VI - incorrer em falta disciplinar, apurada por sindicância ou processo administrativo disciplinar, pelas seguintes condutas: a) retardar, sem motivo justificado, o julgamento ou outros atos processuais; b) praticar, no exercício da função, quaisquer atos de comprovado favorecimento; c) apresentar, durante o exercício do mandato, conduta incompatível com o decoro da função, mediante ações ou omissões; ou d) praticar outra conduta legalmente descrita como ilícito administrativo, à qual seja aplicada a penalidade de suspensão ou mais gravosa. 1 o O membro do CNPC ou da CRPC afastado por qualquer das razões previstas neste artigo não poderá ser novamente designado Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 20

para qualquer desses colegiados pelo prazo de cinco anos, contado da publicação oficial do ato que decretar a perda do mandato. 2 o Na apuração de faltas disciplinares ou ilícitos administrativos aplicam-se, no que couber, as disposições da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Art. 11. Em caso de encerramento, renúncia, perda ou cessação do mandato, será designado novo membro, titular ou suplente, conforme o caso, para o cumprimento do tempo restante do mandato. 1 o Ocorrendo a cessação do mandato de representante titular referido nos incisos I a VIII do caput do art. 6 o ou no inciso II do caput do art. 7 o, qualquer que seja o motivo, cessa concomitantemente o mandato do respectivo suplente. 2 o Nas hipóteses de término do mandato previstas no caput e no 1 o ou no caso de seu cumprimento sem que haja recondução, deverão ser restituídos ao respectivo órgão colegiado todos os processos e expedientes que estejam sob a responsabilidade do membro do CNPC ou da CRPC em virtude da função, no prazo máximo de cinco dias úteis. Não poderá ser designado ou reconduzido como membro do CNPC pessoa que mantenha vínculo matrimonial, de companheirismo ou de parentesco até o terceiro grau com membros participantes do Conselho Nacional de Previdência Complementar ou da Câmara de Recursos de Previdência Complementar. Se determinada pessoa foi membro do CNPC por dois mandatos consecutivos, mesmo que não tenha cumprido o prazo integralmente, seja como titular ou suplente, não poderá participar desse órgão novamente até que se complete dois anos do prazo de encerramento do seu último mandato. Importante ressaltar que diferentemente dos Conselhos Fiscais que vários funcionários do Tesouro Nacional ou de outros Ministérios fazem parte, a participação no CNPC não enseja qualquer tipo de remuneração mas será considerado serviço público relevante e se for necessário que o membro Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 21

dedique tempo integral aos trabalhos do colegiado, ele não terá prejuízos de seus direitos e vantagens que possa vir a ter no seu respectivo cargo. As deliberações do CNPC ocorrem por meio de Resoluções ou recomendações. São atribuições do Presidente do CNPC: I - orientar as atividades do respectivo colegiado; II - aprovar o calendário das sessões ordinárias; III - aprovar a pauta e convocar, instalar e presidir as sessões ordinárias e extraordinárias; IV - apreciar: a) no âmbito do CNPC, pedidos de deliberação sobre matéria não relacionada na pauta, de preferência para a inclusão de matéria na pauta da sessão seguinte ou de adiamento da deliberação sobre matéria incluída na pauta; ou b) no âmbito da CRPC, pedidos de preferência ou de adiamento de julgamento de processo incluído na pauta; V - comunicar ao Ministro de Estado da Previdência Social a ocorrência de casos que impliquem término do mandato e encaminhar representação sobre quaisquer irregularidades praticadas no âmbito do colegiado, propondo, quando for o caso, a efetivação das medidas cabíveis; VI - representar o colegiado perante autoridades e entidades públicas e privadas; e VII - exercer outras atribuições estabelecidas em regimento interno. 1 o O Presidente do CNPC poderá constituir comissões temáticas ou grupos de trabalho para atender a necessidades específicas do Conselho. São atribuições dos demais membros do CNPC: Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 22

I - participar das sessões ordinárias e extraordinárias; II - manifestar-se a respeito das matérias ou processos em discussão; III - apresentar moção ou proposição sobre assunto de interesse do regime fechado de previdência complementar; IV - apresentar, por escrito, relatório, voto ou parecer sobre processo ou matéria cuja apreciação esteja sob sua responsabilidade; V - pedir vista para exame de matéria ou processo submetido ao colegiado, devendo apresentar seu parecer ou voto na sessão ordinária subsequente; e VI - solicitar à Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social, por intermédio do Presidente, parecer sobre questão jurídica relativa ao processo em apreciação, quando necessário. O CNPC terá uma reunião ordinária trimestral caso não haja matéria para ser incluída na pauta. No entanto, poderão ser convocadas reuniões extraordinárias a qualquer momento para o exame de matérias ou questões urgentes, a juízo do Presidente ou da maioria dos membros do colegiado. As convocações para essas reuniões extraordinárias devem ser expedidas com, no mínimo, três dias úteis de antecedência. As reuniões ordinárias ocorrem nos dias estabelecidos no calendário das sessões ordinárias. Caso haja alteração de data, local ou horário, há a necessidade de deliberação do Presidente. O Decreto não estabelece limite mínimo de tempo para a alteração de local ou horário, no entanto, determina que mudanças na data devem ensejar convocações com prazo mínimo de cinco dias úteis de antecedência. No ato de convocação, seja para as reuniões ordinárias ou extraordinárias, constará a pauta da sessão e quando estiver prevista a apreciação de proposta de resolução ou recomendação, será enviado juntamente com a convocação, a minuta a ser votada, a exposição de motivos e parecer jurídico. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 23

Os suplentes aos cargos do CNPC poderão acompanhar os titulares nas sessões, poderão ter o direito a voz, ou seja, poderão expor suas opiniões e discutir os assuntos da pauta, mas não terão direito a voto. As propostas de resoluções ou recomendações não poderão ser propostas por qualquer um dos membros do CNPC. Este fato se deve, provavelmente, pelo fato de este ser o único Conselho que possui agentes do setor privado e agentes regulados fazendo parte do mesmo. Portanto, essas propostas deverão ser formuladas: pelo Ministro de Estado da Previdência Social; pelo Secretário de Políticas de Previdência Complementar; pela Diretoria Colegiada da Previc; ou por, no mínimo, três membros do Conselho. Observe que a única hipótese de uma proposta ser formulada pelos participantes privados do Conselho, ocorre no caso em que, os três membros fazem conjuntamente. Na verdade, existe a possibilidade de a proposta ser formulada com participação privada, mas inteiramente privada, apenas com a participação de todos os membros. Como as necessidades dos membros privados são antagônicas, se houver uma situação em que os três participantes privados efetuem uma proposta, possivelmente, ela será interessante e importante para o sistema como um todo. O Decreto ainda determina: Art. 24. As propostas de resoluções ou recomendações do CNPC serão formuladas: I - pelo Ministro de Estado da Previdência Social; II - pelo Secretário de Políticas de Previdência Complementar; III - pela Diretoria Colegiada da Previc; ou IV - por, no mínimo, três membros do Conselho. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 24

1 o Antes da deliberação colegiada, as propostas serão submetidas à análise jurídica da Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social. 2 o Na elaboração da pauta observar-se-á a ordem cronológica de recebimento das matérias pela Secretaria-Executiva do CNPC. 3 o A votação dar-se-á na ordem inversa da enumeração do art. 6o, cabendo ao presidente o proferimento do seu voto ao final, inclusive o de qualidade se necessário. Art. 25. O CNPC poderá solicitar parecer ou informações à Previc sobre matéria em exame. Art. 26. As sessões do CNPC serão abertas ao público, salvo quando se tratar de apreciação de matéria sigilosa, nos termos da lei, mediante deliberação justificada do colegiado. Importante ressaltar que o artigo 6 do referido Decreto expõe a seguinte ordem: Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc; Secretaria de Políticas de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social; Casa Civil da Presidência da República; Ministério da Fazenda; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; entidades fechadas de previdência complementar; patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar; e participantes e assistidos de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar. Como a ordem de votação é a inversa a essa, em primeiro lugar votam os agentes privados e depois os públicos. Dentro de cada um dos agentes, votam primeiro aqueles que possuem menor importância no âmbito do Ministério da Previdência e/ou na hierarquia do Governo quando se tratar de outros Ministérios. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 25

Ou seja, a ordem de votação é agentes Privados, depois agentes públicos de outros Ministérios e agentes públicos do Ministério da Previdência Social. 6. Banco Central do Brasil BACEN O Banco Central do Brasil é uma autarquia que foi criada pela Lei 4.595/64 com o intuito de substituir a Superintendência da Moeda e do Crédito SUMOC no que tange à fiscalização do sistema financeiro e também nas medidas de políticas monetárias. É importante relembrar que o Banco Central do Brasil foi a primeira instituição fiscalizadora do Sistema Financeiro Nacional SFN criada no Brasil. Seu papel anteriormente era exercido pela SUMOC e pelo Banco do Brasil. Observe que a criação da SUSEP ocorre com o Decreto-Lei 73/66, a criação da CVM ocorre com a Lei 6.385/76 e, por fim, a criação da PREVIC ocorreu com a Lei 12.154/09. Portanto, é importante entendermos o contexto histórico existente como pano de fundo da Lei que criou o Banco Central. Naquela ocasião, quando de sua criação, a autarquia desenvolvia trabalhos que depois foram repassados aos outros órgãos fiscalizadores e alguns deles sem que houvesse uma manifestação revogação expressa dos artigos presentes na Lei. Após a criação da instituição, esta foi dotada de mecanismos para desempenhar o papel de banco dos bancos. Em 1985, foi feita a separação das contas e funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em março de 1986 foi extinta a conta movimento e o Banco do Brasil passou a ter as mesmas prerrogativas de todos os outros bancos, deixando de ser autoridade monetária. Em 1988, a Constituição Federal estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central do Brasil. O Artigo 164 da Constituição Federal dispõe: Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 26

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. No Caput do artigo, o Legislador dispõe que somente o Banco Central do Brasil terá o poder de emitir moeda. Você já deve estar se perguntando se não seria a Casa da Moeda que faz essa emissão, certo? Na verdade, existe uma grande diferença entre fabricar e emitir. Fabricar moeda é função da Casa da Moeda e isso consiste em dar forma e cor a um pedaço de papel que, em princípio, não teria valor algum. Na verdade, a Casa da Moeda trabalha com a confecção de dispositivos de segurança com o objetivo de transformar um papel comum em especial, para com isso ter possibilidade de imprimir naquele papel a moeda que será usado pelos brasileiros, dificultando sua falsificação. No entanto, aquele papel colorido quando sai da Casa da Moeda, apesar de estar idêntico às notas que temos em nossos bolsos, ainda não tem nenhum valor. O valor à moeda só é dado a partir do momento em que o Banco Central do Brasil a emite. E emitir moeda, a grosso modo, nada mais é do que colocar o papel-moeda em circulação. Isso significa que se um carregamento de moeda sair da Casa da Moeda e enquanto estiver indo para o Banco Central for furtado por ladrões, esses meliantes não terão roubado nada de valor, apenas pedaços de papéis coloridos e sem valor. No entanto, se tentarem passar para frente em lojas, estabelecimentos comerciais podem ter algum êxito, mas se depositarem os recursos em um banco, com toda certeza a Polícia Federal efetuará a prisão uma vez que as notas ainda estão em ordem e seria possível controlar a numeração roubada. Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 27

Portanto, gravem, o dinheiro só tem valor depois de emitido e a emissão dos recursos é feita pelo Banco Central do Brasil quando disponibiliza os papéismoeda para o público. O parágrafo primeiro do artigo 164 diz que o Banco Central do Brasil só pode emprestar para instituições financeiras e nunca poderá fazer empréstimo ao Tesouro Nacional. Esses empréstimos ao Tesouro teriam a finalidade de financiar o Governo Federal com uma simples emissão de moeda. Tal medida tenta conter uma emissão desenfreada uma vez que a nossa autoridade monetária ainda é controlada pelo Poder Executivo. Controlada no sentido de não ter uma independência formal apesar de ter tido nos últimos anos uma independência de fato. Por fim, o parágrafo segundo informa que o Banco Central pode comprar e vender títulos do Tesouro com o objetivo de fazer política monetária, de controlar a quantidade de recursos que tem na economia. Em princípio as pessoas pensam que os dois parágrafos do artigo estão conflitantes, mas isso não é verdade. Resumindo o que os dois parágrafos dizem, podemos dizer que o Banco Central do Brasil não pode comprar títulos públicos federais no mercado primário pois estariam financiando o Governo Federal, mas podem adquirir esses títulos no mercado secundário pois essa é uma forma clássica de efetuar o controle da quantidade de recursos no sistema. A Constituição Federal nos artigos 52 e 84 determina procedimentos necessários para a nomeação do Presidente e Diretores do Banco Central do Brasil, conforme disposto abaixo: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 28

e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; grifo meu Esses artigos, combinados, informam que cabe ao exclusivamente Presidente da República indicar ao Senado Federal as pessoas que ele deseja que exerçam o cargo de Presidente e Diretores do Banco Central. Após essa indicação, os Senadores deverão fazer uma argüição pública, comumente chamada de sabatina, com o intuito de aprovar os nomes. Após a argüição na CAE Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, haverá uma votação SECRETA (votam os membros da comissão) com o intuito de aprovar ou reprovar o nome. Se a pessoa for aprovada na CAE, ela irá para uma votação no plenário (votam todos os 81 senadores). Após a aprovação no plenário do Senado Federal, o nome volta ao Presidente da República para que seja feita a nomeação. Importante ressaltar que se uma pessoa foi indicada para a Diretoria X do Bacen e aprovada no Senado Federal, ele poderá passar a exercer, em momento posterior, a Diretoria Y sem que seja necessária nova sabatina. Entretanto, caso o Diretor seja indicado para o cargo de Presidente do Banco Central, como aconteceu com o ex-diretor Alexandre Tombini, ele deverá ser submetido novamente a todo o processo no Senado Federal. Decreto Presidencial determina que a Diretoria do Banco Central é composta de 9 membros, sendo um Presidente e oito Diretores. Não há a obrigatoriedade de o Banco Central ter todos os cargos da Diretoria ocupados (em poucos momentos isso ocorreu, em geral, há uma diretoria livre). Cabe ao Presidente do Banco Central definir as atribuições aos membros da Diretoria. O Banco Central é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 29

responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional. Sua sede fica em Brasília, capital do País, e tem representações nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. A Lei 4.595/64 dispõe em seu artigo 10º as competências privativas do Banco Central do Brasil, conforme descrito abaixo: Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional; II - Executar os serviços do meio-circulante; III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determinadas, podendo: a) adotar percentagens diferentes em função: 1. das regiões geoeconômicas; 2. das prioridades que atribuir às aplicações; 3. da natureza das instituições financeiras; b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas. IV - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras, nos termos do inciso III e 2º do art. 19. V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º, inciso XIV, letra " b ", e no 4º do Art. 49 desta lei; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 30

VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei; VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: a) funcionar no País; b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; f) alterar seus estatutos. g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional; XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; Prof. César de Oliveira Frade IGEPP 31