CUIDADO É FUNDAMENTAL

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Transcrição:

R E V I S T A O N L I N E D E P E S Q U I S A CUIDADO É FUNDAMENTAL Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Anais do VII fórum nacional de mestrados profissionais em enfermagem RESUMO Construção de instrumento para consulta de enfermagem à idosa com incontinência urinária de um serviço ambulatorial Ana Mabel Sulpino Felisberto 1 ; Greicy Kelly Gouveia Dias Bittencourt 2 Linha de Pesquisa: Envelhecimento e Tecnologias Inovadoras para o Cuidado à Pessoa Idosa Introdução: O Brasil é um país que envelhece de modo importante e acelerado, segundo o Censo de 2010, a população brasileira é de cerca de 190 milhões de pessoas, sendo 20 milhões com 60 anos ou mais, o que corresponde a 10,8% da população 1. Dentro dessa composição, os dados recenseados destacam o processo de feminização da velhice. As mulheres representam 55,5% da população idosa brasileira e 61% do contingente de idosos acima de 80 anos 2. Essa maior porcentagem de representação feminina resulta da maior expectativa de vida das mulheres que, em média, vivem 8 anos a mais que os homens. As mulheres acumulam, no decorrer da vida, desvantagens, como violência, discriminação, salários inferiores aos dos homens, dupla jornada, baixa escolaridade, solidão pela viuvez e apresentam as piores condições de saúde 1. Sabe-se que o processo de envelhecimento é inerente à natureza humana, todos os órgãos ou sistemas envelhecem de forma diferenciada e complexa, onde ocorrem modificações tanto morfológicas, funcionais, bioquímicas 1 Enfermeira; Mestranda do Programa de Mestrado Profissional da Universidade da Paraíba UFPB; Grupo Internacional de Pesquisas em Envelhecimento e Representações Sociais- GIEPERS; email: anamabel40@gmail.com. 2 Enfermeira; Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS; Vinculada ao Grupo Internacional de Estudos e Pesquisa sobre Envelhecimento e Representações Sociais GIEPERS; email: greicykel@gmail.com. 151

como psicológicas que determinam a perda progressiva da capacitação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos 3. Entre esses processos encontramos os distúrbios urológicos e dentre estes, a incontinência urinária-iu como causa mais comum nos idosos, principalmente nas mulheres. Estudos revelam que a incontinência urinaria é considerada uma das mais importantes e recorrentes síndromes geriátricas, devido às alterações física, biológicas, psíquicas e sociais que ocorrem no processo de envelhecimento, considerada um problema de saúde significante na sociedade moderna, atingindo, no mundo, mais de cinquenta milhões de pessoas, afetando, sobretudo as mulheres, numa proporção de duas para cada homem 4. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) classifica quatro tipos de incontinência urinária (UI), quando há perda constante de urina; paradoxal ou por transbordamento, quando a bexiga fica muito cheia, por incapacidade de ser esvaziada, quando transborda e goteja pela uretra, por urgência, onde está associada a um desejo forte, súbito e inadiável de urinar, não dando tempo de chegar ao banheiro, sendo chamada também de urge-incontinência e a de esforço ou estresse, quando há perda de urina ao tossir, espirrar ou aos esforços 5. Em relação ao tratamento da IU, com os avanços tecnológicos, existem condições de se definir a melhor forma de tratamento da IU. Logo, é pertinente ressaltar a importância do estudo urodinâmico, exame útil para confirmação diagnóstica, orientação terapêutica e acompanhamento das pacientes, sendo considerado um exame obrigatório antes do tratamento cirúrgico da incontinência urinária. O tratamento da mulher idosa com IU deve ser realizado pela equipe de saúde com a participação da paciente e das pessoas que lhes prestam cuidados. Cabe ressaltar o importante papel da enfermagem no planejamento do cuidado e tratamento a estas pacientes, proporcionando um cuidar sistematizado através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 6, por meio da aplicação do processo de enfermagem que favorece o desenvolvimento de ações visando modificar o estado de saúde doença dos indivíduos. Entretanto, a Sistematização da Assistência de enfermagem ainda não é uma rotina implementada no ambulatorial de urologia, observa-se a inexistência do instrumento de trabalho para um registro das ações de enfermagem no cuidar as pacientes atendidas no citado ambulatório. É necessário oportunizar uma assistência qualificada por meio do registro da consulta de enfermagem, conforme preconiza a Resolução COFEN 429/2012 7, que dispõe sobre o registro das ações profissionais, no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte tradicional ou eletrônico, bem como a Resolução COFEN 358/2009 8. Que 152

dispõe a Sistematização da Assistência de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorrem os cuidados profissionais de enfermagem e, quando, em instituições prestadoras de serviço ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, corresponde ao usualmente de consulta de enfermagem. Objetivo: Construir um instrumento para consulta de enfermagem à idosa com incontinência urinária para sistematizar a assistência de enfermagem. Método: Trata-se de um estudo metodológico com abordagem qualitativa, com a finalidade de construir um instrumento para aplicação da consulta de enfermagem para mulheres idosas que irão se submeter ao estudo urodinâmico em atendimento ambulatorial. Na Pesquisa metodológica remete-se às investigações dos métodos de obtenção, organização e análise dos dados, tratando da elaboração, validação e avaliação de instrumentos e técnicas da pesquisa 9. A meta é a elaboração de um instrumento que seja confiável, preciso e utilizável para que possa ser empregado por outros pesquisadores. A pesquisa será realizada no ambulatório de urologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de João Pessoa PB. Participarão da pesquisa quatro enfermeiros atuantes no ambulatório de urologia e ginecologia do HULW/UFPB. O estudo será constituído de três etapas descritas a seguir: Primeira etapa planejamento de uma revisão integrativa da literatura acerca das respostas adaptativas da mulher idosa com incontinência urinária, visando à identificação de indicadores empíricos que constituirão o instrumento para consulta de Enfermagem à idosa com incontinência urinária assistida em um serviço ambulatorial. Segunda etapa Avaliação dos indicadores empíricos pelos enfermeiros da área de uroginecologia para construção do instrumento de consulta de Enfermagem à idosa com incontinência urinária assistida em um serviço ambulatorial. Os indicadores empíricos serão incluídos, num formulário, e submetidos ao processo de validação por consenso por quatro enfermeiros da área de uroginecologia. Terceira etapa construção e apreciação do instrumento de consulta de enfermagem para a mulher idosa com incontinência urinária com indicadores empíricos validados por enfermeiros. Ressalta-se que os profissionais de Enfermagem de nível superior participantes do estudo serão informados sobre os seguintes aspectos: objetivos do estudo, justificativa, procedimento, contribuição, garantia do anonimato, fidedignidade na análise dos dados e o direito à liberdade de participar ou declinar do estudo em qualquer momento do processo da pesquisa. Os mesmos assinarão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme preconizado na Resolução Nº. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Será solicitado que eles marquem se concordam ou discordam 153

com a utilidade dos indicadores empíricos para a construção do instrumento de consulta de enfermagem para a mulher idosa com incontinência urinária num serviço ambulatorial, podendo acrescentar sugestões nas definições dos indicadores empíricos. O projeto de pesquisa faz parte de um projeto maior intitulado Políticas, práticas e tecnologias inovadoras para o cuidado na atenção à saúde da pessoa idosa. A proposta da construção de um instrumento para consulta de enfermagem a idosa com incontinência urinária de um serviço ambulatorial proporcionará uma assistência planejada a partir de fatos reais que serão relacionados por meio do raciocínio clínico, culminando em ações eficazes na resolução dos problemas identificados, desta forma, fornecendo subsídios para implementação de um cuidado clínico qualificada, contribuindo para promover a adaptação às novas condições de saúde e de doença do paciente. Este estudo utilizará como modelo norteador a teoria da adaptação de Callista Roy, pois a mesma considera os problemas da adaptação da pessoa em seu ambiente, um eixo norteador para o avanço das ações de enfermagem. Resultados e Discussão: obteve-se como resultado preliminar o início de uma revisão integrativa. Este método de pesquisa permite a síntese de múltiplos estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo. O estudo foi conduzido a partir do seguinte questionamento: que indicadores empíricos caracterizam padrões de comportamento da mulher idosa com incontinência urinária encontrados na literatura? A estratégia de busca ocorreu no mês de março de 2017. Para seleção dos artigos foram utilizadas as seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que abrange Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE), Banco de dados em Enfermagem (BDENF). Utilizaram-se descritores em Ciências da Saúde (DeCS), com auxílio do operador booleano AND: Incontinência urinaria AND saúde da mulher AND idoso. Inicialmente foram identificados 142 artigos, considerando os seguintes filtros: artigos publicados em texto completo e em língua portuguesa; disponível na integra na internet. Como critérios de inclusão optou-se pelos artigos que apresentassem os seguintes descritores previamente definidos como palavraschave do resumo: Incontinência urinaria, saúde da mulher, idoso. E como critérios de exclusão foram definidos: publicações repetidas ou ainda manuscritos como cartas ao editor, título que não correspondesse a questão norteadora, teses, dissertações, monografias, livros, capítulos de livros, manuais e resumos. Selecionaram-se 12 publicações pertinentes à temática investigada, após leitura criteriosa dos mesmos, 8 publicações se enquadraram nos critérios estabelecidos, sendo assim distribuídos: 154

LILACS = 7, BDENF 1, SCIELO = 0, MEDLINE = 0. Após uma leitura minuciosa, os resultados da RI serão agrupados de acordo com o objetivo proposto para o estudo. A investigação permitirá caracterizar os indicadores empíricos apresentados nas produções científicas. Conclusão: A presente proposta decorre de uma pesquisa que tem como objetivo construir um instrumento para consulta de Enfermagem a idosa com incontinência urinária assistida em um serviço ambulatorial. Essa pesquisa foi motivada pela necessidade de uma ferramenta que facilite o registro da prática profissional, evidenciando desta forma a contribuição da enfermagem no cuidar da paciente com incontinência urinaria. Acredita-se que a elaboração do instrumento pode fomentar futuras investigações e ser utilizado na prática assistencial em caráter experimental, bem como agregar conhecimento acerca da documentação profissional, evidenciando a Enfermagem enquanto profissão e ciência. Referências 1. Küchemann, B.A. Envelhecimento populacional, cuidado e cidadania: velhos dilemas e novos desafios. Revista Sociedade e Estado.2012. v.27 (1). 2. Almeida AV et al. A Feminização da Velhice: em foco as características socioeconômicas, pessoais e familiares das idosas e o risco social, Textos & Contextos.2015.v.14 (1): p.115-131 3. Henriques, GMNR. Condições de saúde e direitos de idosos em João Pessoa-PB. João Pessoa, 2012. 116 fls. 4. Loureiro LSN et al. Incontinência urinária em mulheres idosas: determinantes, consequências e diagnósticos de enfermagem. Rev Rene. 2011.12(2):417 5. Sociedade brasileira de urologia. Alerta sobre incontinência urinária -Disponível em: http://www.sbu.org.br - Acesso em 24 / 01/2016 6. Santos, RP, ROCHA, DL. B. Sistematização da assistência de enfermagem ao idoso, portador de insuficiência renal crônica, hospitalizado. Revista Kairós Gerontologia, São Paulo, v.16, n.3, set. 2013. p.237-253. 7. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 358, de 15 de outubro de 2009.Dispõe sobre a sistematização de assistência de Enfermagem SAE em ambientes públicos e privados em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá outras providências. Brasília (DF), 15 out. 2009. Disponível em: http:// www.portalcofen.com.br, acesso em 26/01/2016. 8. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 429/2012, de 30 de maio de 2012. Dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte - 155

tradicional ou eletrônico. Brasília (DF), 30 de maio de 2012. Disponível em: http:// www.portalcofen.com.br. Acesso em 21/11/2016 9. Polit DF, Beck CT, Hungler, BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática de enfermagem. Porto Alegre: Artmed; 2011 156