Segunda-feira, 21.11.11



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Transcrição:

Segunda-feira, 21.11.11 Veja os destaques de hoje e do fim de semana: 1. Noite dos Corações de Ouro 2. Lançamento da exposição Terra Brasileira, no Centro Cultural Oscar Niemeyer 3. Governador Marconi Perillo condecora ministros do Judiciário 4. Oficinas Educacionais Comunitárias 5. Centro Goiano de Voluntários recebe inscrições para curso de formação de voluntários 6. Atuação de voluntários leva alegria a crianças doentes 7. Sexualidade na adolescência Jornal O Popular, Coluna Arthur Rezende - 20.11.11 1

Jornal Tribuna do Planalto, Coluna Bazar - 20 a 26.11.11 Jornal O Hoje, Coluna Estilo Hoje, Luis Carlos - 20.11.11 2

Jornal O Popular, Coluna Spot, Ana Cláudia Rocha - 19.11.11 Jornal Diário da Manhã, Editoria de Política & Justiça - 19.11.11 3

Site de Notícias: www.noticiasdegoias.go.gov.br - 21.11.11 OVG prepara jovens e adultos ao mercado de trabalho O caminho traçado pela estudante Andréa Gonçalves de Moura, de 24 anos, é diferente do da maioria dos jovens da sua idade. Ela terminou o 3º ano do ensino médio, no lugar do ensino superior, buscou a profissionalização através de uma das oficinas oferecidas pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) pelas Oficinas Educacionais Comunitárias (OECs). Ela é aluna da oficina de Corte e Costura da OEC do Setor Norte Ferroviário e está empolgada com as oportunidades que estão por vir. A OVG mantém três unidades das OECs que atendem a cerca de 500 alunos e oferecem oficinas de corte e costura, higiene e beleza, informática, produtos alimentares, panificação e garçom/garçonete. Além do Setor Norte Ferroviário, os cursos são ministrados nos setores Cândida de Morais e Novo Mundo. Todas as oficinas são gratuitas, duram de dois a quatro meses e são oferecidas nos turnos matutino e vespertino. Para se matricular, o interessado deve comparecer à unidade com os documentos pessoais e passar por uma entrevista feita por assistentes sociais. Os cursos são preferencialmente para jovens de 14 a 29 anos, mas há turmas especiais para adultos com mais de 30 anos. O intuito das OECs é tornar o aluno um profissional qualificado e pronto para o mercado de trabalho. Segundo a gerente da unidade Norte Ferroviário, Rosana Inácio Protásio, o ideal é que após a conclusão das oficinas as pessoas trabalhem formalmente, com carteira assinada, para só depois abrir o próprio negócio. O que a gente percebe é que os alunos, após 2 meses de ter participado das oficinas, voltam aqui para dar testemunhos das confecções ou salões de beleza que abriram, conta Rosana. A contadora e enfermeira Valéria Maria Coelho, de 44 anos, descobriu que quer abrir uma loja de tortas e bolos durante a oficina de produtos alimentares. Valéria diz que sempre recebe elogios pelas comidas que prepara, inclusive sugestões de abrir um restaurante. Sentia que precisava me profissionalizar para poder ser dona de um restaurante, e essa oportunidade que a OVG oferece é de imensa importância para isso, ressalta. Ela destaca como pontos fortes da oficina o reaproveitamento dos alimentos, a criatividade na cozinha e dicas de como lidar com um negócio. 4

O comerciante Albercy Rosa de Oliveira, de 46 anos, sentiu que estava atrasado em relação aos colegas de profissão e resolveu se inscrever na oficina de informática. Soube pelo rádio dessa oportunidade e procurei a OVG para me inserir no mundo digital. Estou correndo atrás do prejuízo, conclui Alberacy. Mais informações: (62) 3201-9700. Site de Notícias: www.noticiasdegoias.go.gov.br - 21.11.11 Boletim das 14 horas OVG prepara jovens e adultos ao mercado de trabalho O caminho traçado pela estudante Andréa Gonçalves de Moura, de 24 anos, é diferente do da maioria dos jovens da sua idade. Ela terminou o 3º ano do ensino médio e, no lugar do ensino superior, buscou a profissionalização através de uma das Oficinas Educacionais Comunitárias (OECs) da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Ela é aluna da oficina de Corte e Costura da OEC do Setor Norte Ferroviário e está empolgada com as oportunidades que estão se abrindo para sua vida profissional. A OVG mantém três unidades das OECs que atendem a cerca de 500 alunos e oferecem oficinas de corte e costura, higiene e beleza, informática, produtos alimentares, panificação e garçom/garçonete. Site de Notícias: www.goiasnet.com - 19.11.11 OVG abre inscrições para formação de voluntários O Centro Goiano de Voluntários (CGV), unidade da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), está com inscrições abertas para quem pretende realizar trabalho voluntário. A capacitação para voluntários é realizada uma vez por mês e as inscrições podem ser feitas pelos telefones (62) 3201-9430/ 9444/ 9486. As entidades sociais interessadas em firmar parceria com a o CGV também devem entrar em contato pelos mesmos telefones ou visitar a sede da OVG na Rua T-38, nº 249, Setor Bueno, Goiânia. Jornal O Hoje, Editoria de Cidades - 20.11.11 Katherine Alexandria Dia de alegria no Araújo Jorge É bom demais ver ele alegre. É assim que se sente a dona de casa Luciana Fereira dos Santos, de 33 anos, depois que o filho João Daniel Ferreira Lopes, de 3 anos, recebe a visita do grupo de voluntários Medicócegas. Era para ser uma tarde comum para ele, que está há um mês internado no Hospital Araújo Jorge, desde que recebeu o diagnóstico de leucemia. Mas bexigas em forma de espada, brincadeiras e muita 5

palhaçada levam alegria às tardes de sábado de pacientes que lutam contra o câncer, de acompanhantes e também dos funcionários da instituição. João Daniel e a mãe são de Novo Brasil, a 204 quilômetros de Goiânia. Ele não tem muita noção do que está acontecendo, mas ama brincar, conta ao observar o filho atento a todos os movimentos do Doutor Locão, o gestor executivo Lucas Rodrigo Souza, de 24 anos. O primeiro contato do paciente com o grupo foi bem diferente do que ocorreu ontem (19), ele disse que não gostava de palhaço. Mas após a primeira brincadeira não resistiu e pediu bis. Eles puxavam a minha cadeira e eu caía no chão. Repetimos até ficar roxo, brinca Lucas. Quando está caracterizado, o Doutor Locão revisita os locais onde também já passou por tratamento há 17 anos. Eu tive câncer de retina e fui o primeiro ex-paciente a retornar participando de um grupo de animação hospitalar. O que motiva o seu trabalho e o faz reservar as tardes de sábado é fazer o bem a quem precisa e recarrecar as energias para a semana. Com isso ele está há oito anos no Medicócegas e também participa de outros trabalhos voluntários. Todos já sabem, minha família, minha mulher; meus sábados são para o hospital. Engana quem pensa ser fácil a tarefa desempenhada pelo grupo fundado em 2000. Os 11 integrantes encontraram ontem, por exemplo, crianças sentindo dores, algumas cansadas, outras sonolentas. O espaço e o tempo dos pacientes é respeitado. Mas assim que começam as músicas é fácil perceber que conseguiram conquistar ao menos um sorriso. Cada dia é diferente, cada criança nos dá um feedback diferente. É uma satisfação muito grande, revela o designer Klaubert da Costa Mamede, de 40 anos, sobre as conquistas e a experiência de dez anos no Medicócegas. Violão é música Nas visitas à ala da pediatria, ele é o Doutor Kurador, que, além de muitas piadas, também carrega o violão e a música. A primeira visita na tarde de ontem foi ao quarto onde repousava Maísa de Sousa Carvalho, de 13 anos, que fez a recepção ao grupo. Ao lado a colega mais jovem não queria muita aproximação e outro companheiro dormia. A música deles é alegria, disse, sorridente. Anteontem ela chegou ao hospital, teve de amputar uma perna, mas segue confiante no tratamento de um sarcoma, tipo de câncer que afeta os ossos, que dura seis meses. 6

Jornal O Popular - 21.11.11 Sexualidade na adolescência Confiança acima da prevenção Por confiança no parceiro, maioria dos jovens utiliza preservativo apenas no começo da relação, aponta pesquisa feita na capital Ana Carolina Ferreira como filho: "Um grande presente", embora não programado (foto: Zuhair Mohamad) Cleomar Almeida O bombardeio de informações sobre a importância do uso de métodos contraceptivos para evitar doenças e gravidez precoce ainda luta contra adolescentes e jovens que se arriscam a desbravar o mundo da sexualidade de forma desprevenida. Em Goiânia, pelo menos 70% de 3 mil estudantes de 12 a 18 anos admitem que usam camisinha - a forma mais eficiente de prevenção, segundo o Ministério da Saúde - apenas nas primeiras relações. O motivo: confiança no parceiro. Esses dados são da pesquisa 7

Concepção de Escolares Adolescentes sobre Sexualidade: Análise em Instituições Públicas de Ensino. O estudo, que aponta o grave comportamento de risco entre adolescentes matriculados em nove escolas públicas municipais e estaduais da capital, está em andamento no Núcleo de Ações Interdisciplinares em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), HIV e Aids (Nuclaids), da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN-UFG). "Eles acreditam que não serão contaminados por algum vírus e, no caso das meninas, terem uma gravidez antes da hora", diz a coordenadora da pesquisa, Márcia Maria de Sousa. De olho nisso, o Ministério da Saúde destinou mais de 8,5 milhões de preservativos masculinos para Goiás (1,4 milhão para Goiânia), desde o início deste ano, conforme dados de distribuição da Secretaria de Vigilância em Saúde. Um dos objetivos seria, além de diminuir os índices de doenças, manter a tendência nacional de queda em quantidade de partos realizados em crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos. Conforme a última pesquisa divulgada, no Estado, em dez anos houve redução de 46,11% no número de tais partos. Mas ele ainda é extremamente elevado: em 2008 chegaram a 11,1 mil. Em uma maternidade de referência de Goiânia, a Nascer Cidadão, na Região Noroeste da capital, ainda são realizados até 40 partos de adolescentes por mês. De acordo com o diretor técnico da unidade, o ginecologista obstetra Jony Rodrigues Barbosa, essas ocorrências representam quase 25% do total registrado e têm se mantido nos últimos dois anos. Busca pelo prazer O aviso do especialista é retratado por Ana Carolina Ferreira, de 18 anos, que correu para a sala de parto quatro dias depois de atingir a maioridade. "Eu pensei que nunca fosse acontecer comigo. Minha mãe sempre me alertou, mas vacilei", afirma, alegando que renunciou à segurança sexual por causa da confiança no companheiro, de 32 anos. A jovem não se arrepende porque considera o filho "um grande presente", que nasceu no último 7 de agosto. Conforme relatou ao POPULAR, Ana Carolina não tem resistência para falar sobre sexualidade com a sua mãe, a vendedora Márcia Ferreira de Almeida, de 44 anos. "Sempre tentei ser presente na vida da minha filha porque nunca tive essa abertura com os meus pais. Explicava sobre a necessidade de tomar remédios e os cuidados que deveria ter ao se relacionar com um rapaz." Ana Carolina concorda com a mãe dela. "Eu poderia ter evitado, mas o impulso atrapalha", diz, reconhecendo o uso de camisinha ou de anticoncepcional como método de prevenção, inclusive do risco de contrair HIV, que também poderia infectar o bebê. "Fiquei com muito medo de pegar alguma doença, mas o prazer faz a gente abrir mão de muita coisa", admite, reconhecendo que, por pouco, não entrou nas estatísticas de adolescentes e gestantes infectadas com o vírus. Estatísticas A Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou pelo menos 108 casos de aids em adolescentes de 13 a 19 anos, de 2000 a 2010, sendo 58 do sexo feminino e 50, masculino. As estatísticas chocam ainda mais se considerada a quantidade de gestantes, inclusive adultas, infectadas na última década: 1.026. Entretanto, conforme frisa a coordenadora estadual de DST/Aids da SES, a enfermeira Adriana de Oliveira Souza, esses números podem ser bem maiores. "Esses índices são apenas estimativas. Muitos adolescentes podem estar contaminados sem saber, porque os sintomas do 8

vírus levam até 10 anos para aparecer. Nesse período, eles podem ter HIV, mas com vida 'saudável', porque o sistema imunológico ainda não está afetado." Segundo a coordenadora, o período que o doente leva para perceber os primeiros sintomas explica o aumento dos índices em populações mais velhas. Na última década, houve 1.706 casos de aids entre pessoas de 20 a 29 anos. No Estado, a doença já provocou a morte de mais de 2,6 mil pessoas, desde 1984. Somente em Goiás, mais de 10, 1 mil pessoas contraíram a doença. Abuso com pílulas de emergência Carla Borges O uso indiscriminado de contraceptivos de emergência, chamados popularmente de Pílula do Dia Seguinte, é visto com preocupação por especialistas da área de saúde, principalmente porque, usado de forma incorreta, ele pode levar à gravidez. O medicamento está disponível em farmácias e também nos postos de saúde, onde é fornecido gratuitamente. O POPULAR conversou com balconistas de farmácias do Centro e do Setor Pedro Ludovico e eles contaram que os jovens são os principais compradores do produto. "As vendas são maiores nos finais de semana e a maior parte dos compradores é de pessoas jovens", contou o atendente de uma farmácia no Centro. "Há uma procura constante desse medicamento", informou o vendedor de outra drogaria. Diretor-geral do Hospital Materno-Infantil (HMI), o ginecologista Cézar Gonçalves Gomes diz que embora não haja pesquisa comprovando, a prática mostra que é cada vez maior o uso indiscriminado e indevido da pílula do dia seguinte. "Há adolescentes tomando a pílula toda semana. Elas vão engravidar", alerta Cézar. Ele explica que o uso deve ser apenas em caso de emergência e que o medicamento não tem a mesma eficácia de um anticoncepcional. Cézar, que, além de dirigir a maior maternidade pública do Estado, faz plantões na Maternidade Nascer Cidadão, na Região Noroeste de Goiânia, diz que é muito difícil convencer as jovens sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. "Geralmente, elas só ouvem os médicos quando têm o segundo filho", relata. Cézar conta que os médicos fazem a orientação das jovens durante o pré-natal e depois que elas têm o primeiro filho, mas a grande maioria não volta para a consulta pós-parto. Diante dos altíssimos índices de abandono dos tratamentos convencionais, com anticoncepcionais de uso oral e injetável, o Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de dispositivo intrauterino (DIU). "Mas a sogra ou a cunhada falam que dá câncer e ela não volta para colocar. Só passa a dar ouvidos aos médicos depois do segundo filho", conta. Esse comportamento faz também com que elas fiquem mais expostas a doenças sexualmente transmissíveis. Presidente da Associação Médica de Goiás, o ginecologista Rui Gilberto Ferreira observa que optar pela pílula do dia seguinte ou outro tipo de contraceptivo, os jovens deixam de usar a camisinha. "Percebe-se que eles respeitam o risco da gravidez, tanto é que as taxas estão caindo, mas não têm medo das DST", avalia. "Aceitam usar para não ter filho, mas não se preocupam com doenças". A solução, acredita Rui Gilberto, é o investimento em ações de educação e saúde e a distribuição mais justa de renda. "É preciso priorizar a educação", enfatiza. A curto prazo, ele entende que as ações devem ser voltadas à divulgação de métodos anticoncepcionais. 9

Falta de diálogo e vergonha Apesar dos números alarmantes e das campanhas educativas, muitos adolescentes e jovens ainda querem romper o que chamam de "medo" para entrar na onda do sexo sem proteção. "Eu quero experimentar uma relação sexual sem usar camisinha. Já tive vontade, mas ainda não fiz porque tenho bastante receio", afirma uma estudante de 17 anos, que pediu para não ser identificada. Ela diz que sente muita vergonha para conversar sobre sexualidade com a mãe dela. "Sou mais reservada em casa, prefiro falar com minhas amigas da escola." A sexualidade na adolescência e o uso de métodos contraceptivos são tabu na casa de Gleiciele Cristina da Silva, de 30 anos, mãe de três filhas - a mais velha é uma adolescente de 13 anos. Ela diz que sempre tenta responder aos questionamentos das garotas, mas tem muita dificuldade porque não sabe como agir. "Fico com muita vergonha de explicar. Para mim, o assunto é constrangedor, as perguntas são uma tortura", assinala. Essa insegurança dos pais é revelada pela pesquisa qualitativa Concepção da Família na Formação do Adolescente para Prevenção de DST, HIV e Aids, desenvolvida pelo Núcleo de Ações Interdisciplinares em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), HIV e Aids (Nuclaids) da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN-UFG). A coordenadora do estudo, Márcia Maria de Sousa, avalia que "a família está terceirizando sua responsabilidade para a escola". Entretanto, os adolescentes continuam imersos em um ciclo de interrogações, já que os professores sofrem com a falta de preparo técnico suficiente para orientá-los, conforme aponta o estudo O Trabalho da Educação Sexual nas Redes Estadual e Municipal de Ensino em Goiânia, produzido pela mesma faculdade. Para atender ao Parâmetro Curricular Nacional (PCN), diretriz instituída na década de 1980 pelo Ministério da Educação para as escolas brasileiras trabalharem temas como ética, cidadania, meio ambiente e educação sexual, ainda existe um abismo entre a teoria e a prática. Em Goiânia, Programa Saúde na Escola (PSE), do governo federal, que visa trabalhar a prevenção à saúde dos alunos, está sendo implantando em apenas 21 escolas da rede pública, segundo Joana Rêgo, integrante do grupo gestor das Secretarias Municipal de Educação (SME) e Saúde (SMS). Sentimento de poder causa dificuldade Os sentimentos de imunidade e poder absoluto, típicos da idade, tornam muito mais difícil fazer com que adolescentes e jovens se convençam da necessidade de adotar cuidados, como o uso de camisinha nas relações sexuais. Eles se consideram imunes a doenças, à morte, a qualquer tipo de situação ameaçadora, como se não acontecessem com pessoas de sua idade. O jovem jamais pensa em morte e doenças, explica o psicólogo Joseleno Vieira dos Santos, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, que trabalha com crianças e adolescentes. Joseleno observa que as campanhas publicitárias, da forma como são feitas esporádicas e sem um apelo direto aos jovens não funcionam. Além disso, pondera, a maioria das escolas discute orientação sexual nas aulas de ciências, mostrando as diferenças entre os órgãos sexuais masculino e feminino e falando sobre gênero. Não é algo incorporado à vida escolar. Por outro lado, a família tem de fazer a educação sexual desde o nascimento, no ambiente familiar, com valores e referências. 10

Necessidade primária A iniciação sexual cada vez mais precoce é vista com preocupação também pelo presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, o professor Edson Lucas Viana. "O sexo é uma necessidade primária. A questão é o momento em que as coisas ocorrem, a precocidade. Quando se queima etapas, compromete-se o desenvolvimento saudável", analisa Viana. "O desafio é não deixar que os adolescentes queimem etapas". Coordenadora geral do Instituto Dom Fernando, da PUC, a psicóloga Maria Luiza Moura de Oliveira, a Malu, entende que é preciso ampliar o foco das ações que envolvem a temática sexo e adolescentes. Em vez de pensar apenas no perigo de crianças e adolescentes como vítimas em potencial da violência sexual, é preciso trabalhar com o direito à sexualidade saudável. Malu ressalta que em sua procura desenfreada, os jovens, às vezes, se lançam muito desprotegidos nas experiências, não apenas física e sexualmente. "Os sentimentos de poder e onipotência dos adolescentes têm de ser relativizados sempre." 11