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Transcrição:

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Trata-se de proposta de texto para alteração da Norma Regulamentadora n.º 15 (Atividades e Operações Insalubres) divulgada para Consulta Pública pela Portaria SIT n.º 332, de 28/08/2012 para coleta de sugestões da sociedade, em conformidade com a Portaria MTE n.º 1.127, de 02 de outubro de 2003. As sugestões podem ser encaminhadas ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho - DSST, até o dia 29 de outubro de 2012, das seguintes formas: a) via e-mail: normatizacao.sit@mte.gov.br b) via correio: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho - DSST Coordenação-Geral de Normatização e Programas - CGNOR Esplanada dos Ministérios - Bloco F - Anexo B - 1º Andar - Sala 107 - CEP 70059-900 - Brasília - DF NR-15 DIRETRIZES E CRITÉRIOS PARA CARACTERIZAÇÃO, CONTROLE E ELIMINAÇÃO DE RISCOS À SAÚDE DEVIDO À EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS (Proposta de Texto) 15.1 Objetivos 15.1.1 Este regulamento e seus respectivos anexos definem diretrizes e critérios para a caracterização da poluição e nocividade do meio ambiente do trabalho e controle dos riscos visando à prevenção de danos ou agravos à saúde dos trabalhadores. 15.1.2 Estabelece o Valor Máximo Transitório - VMT da presença de agentes nocivos no meio ambiente do trabalho e, subsidiariamente, para caracterização de condições de trabalho insalubres com a finalidade de pagamento de adicionais de remuneração, na forma da lei. 15.1.3 O VMT somente será permitido transitoriamente, sem parada da produção, enquanto as medidas de redução e eliminação da presença do agente nocivo no meio ambiente do trabalho estiverem sendo efetivadas e a exposição humana totalmente eliminada.

15.1.4 O VMT e sua finalidade equivalem aos Limites de Tolerância (LT) previstos no Capítulo V, Título II da CLT e demais regulamentos deste Ministério do Trabalho e Emprego. 15.2 Responsabilidades 15.2.1 O empregador deve adotar todos os meios técnicos, organizacionais e administrativos para identificar, avaliar, eliminar ou reduzir a poluição e a presença de agentes nocivos no meio ambiente do trabalho e eliminar totalmente a exposição de forma a prevenir efeitos adversos à saúde dos trabalhadores. 15.2.2 Os empregadores devem garantir o controle dos riscos à saúde ainda na fase de projeto e sempre que ocorrerem modificações nas instalações ou atividades. 15.2.3 A responsabilidade de empregadores é solidária entre tomadores e prestadores de serviços quanto ao cumprimento deste regulamento. 15.2.4 Na aplicação deste regulamento, o empregador deve assegurar que os trabalhadores e suas representações possam apresentar propostas e acompanhar as ações descritas no item 15.2.1 a 15.2.7. 15.2.5 Entendem-se como representações a CIPA, Comissões de Fábrica, o Sistema Único de Representação (SUR), as Centrais Sindicais, as Federações e Confederações, os Sindicatos, as Associações de Trabalhadores, as Universidades e outras entidades que constem em seus estatutos a proteção ao meio ambiente do trabalho e da saúde de Trabalhadores. 15.2.6 O empregador deverá dar publicidade e transparência a todos os documentos e relatórios pertinentes ao meio ambiente do trabalho, publicando no site da empresa via internet e encaminhando cópias aos órgãos representativos da categoria profissional. 15.2.7 As negativas às propostas das representações trabalhistas deverão ser científica e tecnicamente fundamentadas com referência bibliográfica. 15.3 Critérios para prevenção de riscos à saúde 15.3.1 Valor Máximo Transitório - VMT deve ser utilizado como um dos indicadores para avaliação e controle de exposição eventual riscos à saúde dos trabalhadores e seu uso implica obrigatória consideração sobre a necessidade de eliminação da poluição do ambiente de trabalho e da intoxicação de trabalhadores. 15.3.2 O fato de um determinado agente não possuir um VMT estabelecido não implica ausência de riscos à saúde dos expostos. 15.3.3 É obrigatória a realização de uma avaliação de risco ao meio ambiente do trabalho e à saúde humana em prazo não superior a seis meses, subsidiando a tomada de decisão para implantação de medidas de controle.

15.3.4 A avaliação a que se refere o item anterior deve ser realizada em tempo menor que seis meses, conforme a nocividade da substância e por determinação do Ministério do Trabalho e Ministério da Saúde. 15.3.5 As medidas de controle mencionadas no item 15.3.3 devem ser adotadas de acordo com os seguintes critérios: a) devem ser adotadas imediatas medidas de controle quando a avaliação de risco, realizada com base na exposição, nas condições observadas e nas informações disponíveis, indicar risco evidente ou significativo à saúde; b) devem ser realizados estudos mais aprofundados ou complexos que podem incluir a avaliação quali-quantitativa, quando a avaliação de risco, com base na exposição, nas condições observadas e nas informações disponíveis, não for suficiente para permitir uma decisão; c) devem ser adotadas imediatas medidas de controle quando estabelecida a rota de exposição com agentes nocivos de qualquer natureza no meio ambiente do trabalho especialmente em se tratando de substâncias químicas tóxicas, e da eliminação imediata da exposição quando a literatura científica identificar a substância como agente neurotóxico, genotóxico, mutagênico, carcinogênico, teratogênico ou ainda causador de perturbações ou interferências hormonais ou mentais. d) as mesmas medidas devem ser tomadas em caso das substâncias químicas tóxicas serem identificadas pela literatura científica como suspeitas, em qualquer grau, de serem neurotóxicas, genotóxicas, mutagênicas, carcinogênicas, teratogênicas ou ainda causadoras de perturbações ou interferências hormonais ou mentais. 15.3.6 O Auditor-Fiscal do Trabalho deverá determinar que, sejam tomadas as medidas imediatas que se referem os incisos a, b, c e d dos itens 15.3.5, observando que as medidas de proteção coletiva (EPC) devem ser priorizadas em detrimento das medidas individuais (EPI). Utilizando sempre as melhores práticas e tecnologias disponíveis e desenvolvendo novas tecnologias quando as melhores não forem adequadas. 15.3.7 Os empregadores devem dar início à implantação de medidas de prevenção sempre que o resultado da avaliação quali-quantitativa demostrar a presença de agentes nocivos no ambiente de trabalho. 15.3.8 O empregador os órgãos públicos deverão garantir ao trabalhador o DIREITO DE SABER e o de RECUSA, sempre que haja risco de doenças e à vida e integridade física no ambiente de trabalho. 15.4 Caracterização da insalubridade 15.4.1 São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições e métodos de trabalho, causem emissões e exposição a agentes nocivos à saúde em quaisquer concentrações ou intensidades. 15.4.2 O exercício de trabalho em condições insalubres assegura ao trabalhador a

percepção de adicional, incidente sobre a base de cálculo legal, equivalente a 40% sobre salário base do empregado: 15.4.3 A caracterização da condição de trabalho insalubre deve ser registrada em laudo técnico, elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, devendo ficar à disposição do Ministério do Trabalho e Ministério da Saúde, dos trabalhadores e seus representantes legais. 15.4.4 Verificada a insalubridade e aplicando o PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO, o empregador deve adotar medidas para a eliminação ou redução da emissão do agente nocivo e a eliminação total da exposição, atendendo ao estabelecido nos anexos deste Regulamento e nas demais Normas Regulamentadoras do MTE. 15.4.5 O trabalho executado em condições insalubres, ainda que em caráter intermitente, não afasta, por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional. 15.4.6 O eventual pagamento dos adicionais de insalubridade não esgota o dever dos empregadores em controlar os riscos a que estão submetidos os trabalhadores. 15.4.7 A exposição transitória e o risco de exposição eventual são caracterizados respectivamente como dano efetivo e dano potencial, sendo dever dos órgãos públicos e dos empregadores a eliminação da primeira e o controle amplo e efetivo da segunda condição, em ambas as condições o trabalhador perceberá o adicional de insalubridade. 15.4.8 A efetividade das medidas de controle deve ser devidamente comprovada. 15.4.9 A utilização de EPI deve ocorrer apenas em caráter complementar em situação emergencial ou ainda enquanto o EPC estiver sendo implantado. 15.4.10 O fornecimento de EPI ou a instalação do EPC por parte do empregador não caracteriza por si só a eliminação da exposição ao risco. 15.4.11 A eficácia dos EPI em neutralizar a condição insalubre deve considerar, além de sua adequação ao risco, o tempo e a forma de utilização e o conforto do usuário, sendo que a percepção de adicional de insalubridade não está condicionada ao fornecimento ou ao uso do EPI ou instalação do EPC. 15.4.12 No exercício de atividades em condições insalubres não devem ser permitidas quaisquer prorrogações da jornada de trabalho. 15.4.13 No processo de caracterização da condição de trabalho insalubre deve ser considerada a situação de risco de exposição simultânea envolvendo associação de agentes nocivos com possibilidade de sinergismo, sendo possível, caso comprovada, a majoração da insalubridade para o grau máximo e sendo vedadas quaisquer prorrogações da jornada de trabalho, independente de autorização prévia da autoridade regional do MTE.

GLOSSÁRIO Agente nocivo: prejudicial, danoso ou lesivo à saúde. Análise preliminar dos riscos: metodologia que deve contemplar, no mínimo, as seguintes etapas: a) caracterização da atividade (métodos e processos de trabalho); b) identificação de todos os agentes nocivos; c) determinação das fontes, trajetórias e meios de propagação dos agentes; d) descrição das medidas de controle existentes; e) estabelecimento do perfil de exposição e número de trabalhadores expostos; f) sistematização das informações disponíveis na empresa acerca de efeitos à saúde que possam ter relação com o trabalho; g) consulta aos trabalhadores acerca de queixas, impressões, sugestões acerca do seu trabalho; h) levantamento de informações acerca dos potenciais danos e agravos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica. Controle: processo, política, dispositivo, prática ou outras ações que eliminem ou reduzam o risco. Efetividade das medidas de controle: capacidade das medidas de controle de manterem a redução do risco nos níveis exigidos. Exposição ocupacional: exposição a condições ou a agentes presentes no ambiente de trabalho que possam causar danos à saúde do trabalhador. Exposição intermitente: a que é prevista de forma não contínua, cíclica, que se dá pelas exposições rotineiras do trabalhador aos agentes nocivos. Nível de Ação: nível acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas, conforme definido nos respectivos anexos deste Regulamento. Medidas de prevenção: conjunto de medidas planejadas e implantadas para o controle dos riscos de acordo com a sua valoração, em todas as atividades da empresa que envolva exposição a agentes nocivos que necessitam ser eliminados ou minimizados. Riscos evidentes à saúde: riscos facilmente identificados como nocivos nas condições de exposição, sem necessidade de efetuar abordagens mais complexas ou avaliações quantitativas. Riscos significativos: riscos identificados por seu potencial nocivo à saúde, podendo ou não ser evidente, por exemplo, substâncias carcinogênicas.

Rota de exposição: é um processo que permite o contato dos indivíduos com os contaminantes originados em uma fonte de contaminação por poluentes. Não é simplesmente um compartimento ambiental (solo, ar, água, etc.) ou uma via de exposição (inalação, ingestão, contato), pelo contrário, inclui todos os elementos que ligam uma fonte de contaminação com a população receptora. A rota de exposição é composta pelos seguintes cinco elementos: fonte de contaminação, compartimento ambiental e mecanismos de transporte, ponto de exposição, via de exposição e população receptora. Esses elementos podem ocorrer no presente, no passado ou no futuro. Trabalho Insalubre O trabalho insalubre é caracterizado pelo risco potencial de haver o estabelecimento de uma rota de exposição, é a convivência constante do trabalhador com o perigo de contato com o agente nocivo no meio ambiente do trabalho. Transitório Para fins desta NR o transitório deve ser entendido como o menor tempo possível, não superior a um ano, considerando o imediato trabalho efetivo para eliminação da exposição humana no meio ambiente do trabalho. Valor Máximo Transitório VMT: concentração ou intensidade relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente nocivo e a sua utilização deve considerar, no mínimo, as seguintes limitações intrínsecas: a) não deve ser utilizado como parâmetro único para decisões quanto a exposições e quanto à aceitabilidade das situações de risco aos trabalhadores; b) não garante a prevenção de efeitos adversos a saúde de todos os expostos em decorrência da interação, sinergia e potencialização entre substâncias eventualmente presentes no organismo e de susceptibilidades individuais; c) não garante a prevenção de efeitos adversos a saúde para tempos de exposições que extrapolem os previstos em sua definição e/ou em atividades que aumentem a demanda cardiopulmonar dos trabalhadores; d) não considera todos os possíveis efeitos à saúde dos trabalhadores; e) em geral não considera a exposição concomitante a múltiplos agentes e possíveis efeitos sinérgicos; f) mesmo quando dentro dos limites máximos de exposição não deve ser utilizado isoladamente como elemento de contestação do nexo causal de agravo à saúde com o trabalho. Observações Importantes 1. Conforme deliberado pela Comissão Tripartite Paritária Permanente - CTPP, este texto restringe-se a abranger somente o texto geral da NR. 2. Os Anexos da NR serão tratados de forma idêntica posteriormente, ou seja, haverá uma proposta básica para cada anexo com respectivos e específicos períodos de consulta pública.

A presente proposta foi construída e aprovada durante o Seminário de Saúde Socioambiental - A Poluição e a Saúde no Meio Ambiente do Trabalho: a NR15 e a insustentabilidade da exposição dos trabalhadores aos agentes nocivos, organizado e realizado no dia 27 de outubro de 2012, pelo Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Saúde Socioambiental (NEPSSA) e pelo Centro de Referencia em Direitos Humanos da UNIFESP-BS (CRDH-BS). O Evento contou como apoio das seguintes Entidades: ACPO - Associação de Combate aos Poluentes; AEIMM- Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico; ABREA - Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto.; ATESQ Associação dos Trabalhadores Expostos a Substancias Químicas; TOXISPHERA Associação de Saúde Ambiental; AVICCA Associação das Vítimas da Contaminação por Chumbo, Cádmio, Mercúrio e outros Elementos Químicos; AMAR - Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária; APROMAC - Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte; MovSAM - Movimento pelas Serras e Águas de Minas; REBLIT Rede por um Brasil Livre de Substâncias Químicas Tóxicas. IPEN Intenational POPs Elimination Network; Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco, Vinhedo e Região; Sindicato dos Químicos de São Paulo; SINDIPETRO BA; SINDIPETRO LP; Sindicato dos Petroleiros (RECAP), Secretaria de Meio Ambiente de Guarujá/SP e membros da Universidade Santa Cecília (UNISANTA); SRT da Capital; APEOESP; CEREST/Cubatão; UNIFESP-BS; Alino e Roberto Advogados; Instituto do Mar UNIFESP e membros de Comunidades.