SÍNTESE ESTATÍSTICA BIMESTRAL ATIVIDADE OPERATIVA DA DGRS

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Transcrição:

SÍNTESE ESTATÍSTICA BIMESTRAL ATIVIDADE OPERATIVA DA DGRS DSEP setembro 2012

Índice Índice... 1 1. Síntese de Pedidos recebidos... 2 2. Relatórios e Audições... 3 2. 1. Relatórios e audições no âmbito penal... 4 2. 2. Relatórios e audições no âmbito tutelar educativo... 5 3. Execução de Penas e Medidas... 6 3. 1. Penas e medidas no âmbito penal... 7 3.1.1. Penas e Medidas Fiscalizadas por Vigilância Eletrónica... 8 3. 2. Medidas no âmbito tutelar educativo... 9 3.2.1. Jovens Internados em Centro Educativo... 10 Índice de Quadros Quadro 1 Síntese de pedidos recebidos pela DGRS... 2 Quadro 2 Número de pessoas alvo de pedidos recebidos pela DGRS... 2 Quadro 3 Pedidos de relatórios e audições recebidos e executados... 3 Quadro 4 Pedidos de relatórios recebidos e executados no âmbito penal e taxa de execução... 4 Quadro 5 Pedidos de relatórios recebidos e executados no âmbito tutelar educativo e taxa de execução... 5 Quadro 6 Execução de penas e medidas... 6 Quadro 7 Execução de penas e medidas em 2012... 7 Quadro 8 Execução de penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica... 8 Quadro 9 Execução de medidas no âmbito tutelar educativo... 9 Quadro 10 Jovens internados em centro educativo... 10 Índice de Gráficos Gráfico 1 Pedidos de relatórios e audições recebidos por pessoa... 3 Gráfico 2 Evolução mensal do número de pessoas com penas e medidas em execução em 2012... 6 Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 1

1. Síntese de Pedidos recebidos 1 De Janeiro a agosto de 2012, a DGRS recebeu das entidades judiciais um total de 72.297 pedidos dos quais, 67.160 (93%) no âmbito penal e 5.137 (7%) no âmbito tutelar educativo. Comparativamente com igual período de 2011, o total de pedidos recebidos aumentou 14%. No âmbito penal o total de pedidos recebidos aumentou 17% e no âmbito tutelar educativo sofreu uma diminuição de 9% (ver Quadro 1). Quadro 1 Síntese de pedidos recebidos pela DGRS Relatórios e audições âmbito penal Penas e medidas Tx. Cresc. Relatórios e audições âmbito tutelar educativo geral Medidas Tx. Cresc. Tx. Cresc. 2012 46.255 20.905 67.160 3.614 1.523 5.137 72.297 17% -9% 2011 40.264 17.373 57.637 4.029 1.599 5.628 63.265 14% O total de 72.297 pedidos recebidos correspondeu a 47.466 pessoas das quais, 44.182 (93%) alvo de processos no âmbito penal e 42.382 (89%) do género masculino (ver Quadro 2). Quadro 2 Número de pessoas alvo de pedidos recebidos pela DGRS de Pessoas Masculino Feminino % % Penal 44.182 39.621 90% 4.537 10% Tutelar Educativo 3.284 2.761 84% 516 16% 47.466 42.382 89% 5.053 11% Não foi possível apurar a informação por género relativa a 24 pessoas no âmbito penal e 7 no âmbito tutelar educativo. 1 Por síntese de pedidos recebidos entende-se todos os pedidos de relatórios e audições e de execução de penas e medidas no âmbito da jurisdição penal e tutelar educativa que são alvo de registo próprio no sistema estatístico da DGRS. Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 2

2. Relatórios e Audições 2 No âmbito dos pedidos de relatórios e audições, no período compreendido entre Janeiro e agosto de 2012, a DGRS recebeu um total de 49.869 solicitações das quais, 46.255 (93%) no âmbito penal e 3.614 (7%) no âmbito tutelar educativo. A taxa de execução relativa aos pedidos de relatórios recebidos foi de 89% (ver Quadro 3). Quadro 3 Pedidos de relatórios e audições recebidos e executados âmbito penal âmbito tutelar educativo Pedidos recebidos 46.255 3.614 49.869 Pedidos executados 41.270 3.541 44.811 Taxa de exec. 89% O total de 49.869 pedidos de relatórios recebidos respeitou a 40.209 pessoas. Cerca de 19% das pessoas foram alvo de mais de um pedido de relatório. A média de pedidos de relatórios por pessoa foi de 1,24 (ver Gráfico 1). Gráfico 1 Pedidos de relatórios e audições recebidos por pessoa 40000 35000 32.697 81% 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 6.008 15% 1.093 3% 411 1% 1 pedido 2 pedidos 3 pedidos + de 4 pedidos 2 Por relatórios e audições entendem-se todos os pedidos de assessoria técnica à tomada de decisão judicial e todos os documentos produzidos no âmbito da execução de penas e medidas que são alvo de registo próprio no sistema estatístico da DGRS. Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 3

2. 1. Relatórios e audições no âmbito penal De Janeiro a Agosto de 2012, a DGRS recebeu no âmbito penal um total de 46.255 pedidos de assessoria técnica à tomada de decisão judicial e outros documentos no âmbito da execução de penas e medidas. Destacaram-se, por tipo, os relatórios sociais (61%) e, por capítulo, os Relatórios Sociais para Determinação da Sanção na fase pré-sentencial (29%). Relativamente às execuções, foram executados um total de 41.270 relatórios, o que resultou numa taxa de execução de 89% (ver Quadro 4). Quadro 4 Pedidos de relatórios recebidos e executados no âmbito penal e taxa de execução Fase Pré Sentencial Fase Pós Sentencial Taxa de exec. Pedidos recebidos 19.571 26.684 46.255 Pedidos executados 16.634 24.638 41.272 89% Legenda Os relatórios e audições no âmbito penal incluem: Relatório Social Informação sobre a inserção familiar e socioprofissional do arguido e, eventualmente da vítima, elaborada por serviços de reinserção social, com o objetivo de auxiliar o tribunal ou o juiz no conhecimento da personalidade do arguido (alínea g, art. 1º e art. 370º - Código Processo Penal). Informação social Resposta a solicitações concretas sobre a situação pessoal, familiar, escolar, laboral ou social do arguido e, eventualmente, da vítima, elaborada pelos serviços de reinserção social, com o objetivo de auxiliar o tribunal ou o juiz no conhecimento da personalidade do arguido (alínea h, art. 1º e art. 370º - CPP). Relatório de Perícia sobre Personalidade Para efeito de avaliação da personalidade e da perigosidade do arguido pode haver lugar a perícia sobre as suas características psíquicas, independentes de causas patológicas, bem como sobre o seu grau de socialização. A perícia pode relevar, nomeadamente para a decisão sobre a revogação da prisão preventiva, a culpa do agente e a determinação da sanção. Deve ser deferida a serviços especializados, incluindo os serviços de reinserção social, ou, quando não for possível ou conveniente, a especialistas em criminologia, em psicologia, sociologia ou psiquiatria (art. 160º CPP). Plano de Reinserção Social Contém os objetivos de ressocialização a atingir pelo condenado, as atividades que este deve desenvolver, o respetivo faseamento e as medidas de apoio e vigilância a adotar pelos serviços de reinserção social (art. 54º Código Penal). Audição de TSRS O Tribunal pode solicitar a audição, sem ajuramentação, dos técnicos de reinserção social com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre o relatório social elaborado. Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 4

2. 2. Relatórios e audições no âmbito tutelar educativo No âmbito tutelar educativo foram recebidos um total de 3.614 pedidos de relatórios e audições destacando-se igualmente, por tipo, os relatórios sociais com vista à decisão da medida a aplicar que representaram cerca de 60% do total de pedidos de assessoria recebidos. A taxa de execução relativa aos relatórios e audições no âmbito tutelar educativo foi de 98% (ver Quadro 5). Quadro 5 Pedidos de relatórios recebidos e executados no âmbito tutelar educativo e taxa de execução Fase Pré- Sentença Fase Pós- Sentença Taxa de exec. Pedidos recebidos 2.731 883 3.614 Pedidos executados 2.620 921 3.541 98% Legenda Os relatórios e audições no âmbito tutelar educativo incluem: Relatório Social: Tem como finalidade auxiliar a autoridade judiciária no conhecimento da personalidade do menor, incluída a sua conduta e inserção socioeconómica, educativa e familiar. É ordenado pela autoridade judiciária e solicitado aos serviços de reinserção social, devendo ser apresentado no prazo máximo de 30 dias (ponto 2 e 4, art. 71º LTE). Informação Social: Tem como finalidade auxiliar a autoridade judiciária no conhecimento da personalidade do menor, incluída a sua conduta e inserção socioeconómica, educativa e familiar. É ordenada pela autoridade judiciária e pode ser solicitada aos serviços de reinserção social, ou a outros serviços públicos ou entidades privadas, devendo ser apresentada no prazo de 15 dias (ponto 2 e 3, art. 71º LTE); Relatório Social com Avaliação Psicológica: A sua elaboração é obrigatória quando for de aplicar medida de internamento em regime aberto ou semiaberto (ponto 5, art. 71º LTE). Relatório de Perícia sobre a Personalidade: Quando for de aplicar medida de internamento em regime fechado a autoridade judiciária ordena aos serviços de reinserção social a realização de perícia sobre a personalidade (art. 69º LTE). Projeto Educativo Pessoal (PEP): Para cada menor em execução das medidas tutelares de acompanhamento educativo e internamento em centro educativo é elaborado um projeto educativo pessoal, tendo em conta o regime e duração da medida, bem como as suas particulares motivações, necessidades educativas e de reinserção social. O projeto educativo pessoal deve especificar os objetivos a alcançar durante o tratamento, sua duração, fases, prazos e meios de realização, nomeadamente os necessários ao acompanhamento psicológico, para que o menor possa facilmente aperceber-se da sua evolução e que o centro educativo em que está internado possa avaliá-lo. Audição de Técnico em Tribunal: A autoridade judiciária pode solicitar a audição, sem ajuramentação, dos técnicos de reinserção social com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre o relatório social elaborado (ponto 4, art. 71º LTE). Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 5

3. Execução de Penas e Medidas No âmbito da execução de penas e medidas, a DGRS recebeu, no período de Janeiro a Agosto de 2012, um total de 22.428 pedidos dos quais, 93% no âmbito penal. O total de intervenções foi de 40.637 e a 31 de agosto encontravam-se em execução 24.085 penas e medidas (ver Quadro 6). Quadro 6 Execução de penas e medidas âmbito penal âmbito tutelar educativo Pedidos Recebidos 20.905 1.523 22.428 de Intervenções 37.573 3.064 40.637 Em Execução a 31 agosto 22.289 1.796 24.085 As 24.085 penas e medidas em execução a 31 de agosto de 2012 corresponderam a 23.456 pessoas (ver Gráfico 2). Gráfico 2 Evolução mensal do número de pessoas com penas e medidas em execução em 2012 25.500 25.000 24.500 24.000 23.500 23.593 24.026 24.511 24.402 24.952 24.692 24.727 23.456 23.000 22.500 22.422 22.000 21.500 21.000 Dez jan fev mar abr mai jun jul ago 2011 2012 Os valores referem-se ao número de pessoas com penas e medidas em execução no último dia do mês. Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 6

3. 1. Penas e medidas no âmbito penal No âmbito da execução de penas e medidas no âmbito penal, destacaram-se a Suspensão da Execução da Pena de Prisão e as medidas de Trabalho a Favor da Comunidade que representaram cerca de 66% do total de intervenções (ver Quadro 7). Quadro 7 Execução de penas e medidas em 2012 Suspensão Provisória do Processo Trabalho a Favor da Comunidade Suspensão da Execução da Pena de Prisão Liberdade Condicional Medidas de Segurança relativas a Inimputáveis Penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica Pedidos Recebidos 5.980 8.090 5.269 823 87 568 88 20.905 de Intervenções 7.438 11.636 13.176 3.450 433 1.238 202 37.573 Em Execução a 31 agosto 3.120 5.449 9.926 2.570 357 723 144 22.289 Outras Legenda Suspensão Provisória do Processo: Se o crime for punível com pena de prisão não superior a 5 anos ou com sanção diferente da prisão, o Ministério Público, oficiosamente ou a requerimento do arguido ou do assistente, determina, com a concordância do juiz de instrução, a suspensão do processo, mediante a imposição ao arguido de injunções e regras de conduta, sempre que se verifiquem os seguintes pressupostos: a) Concordância do arguido e do assistente, b) Ausência de condenação anterior por crime da mesma natureza, c) Ausência de aplicação anterior de suspensão provisória de processo por crime da mesma natureza, d) Não haver lugar a medida de segurança de internamento, e) Ausência de um grau de culpa elevado, f) e ser de prever que o cumprimento das injunções e regras de conduta responda suficientemente às exigências de prevenção que no caso se façam sentir (art. 281º - CPP). O Trabalho a favor da Comunidade inclui: Prestação de Trabalho a Favor da Comunidade: Se ao agente dever ser aplicada pena de prisão não superior a dois anos, o tribunal substitui-a por prestação de trabalho a favor da comunidade sempre que concluir que por este meio se realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição. Consiste na prestação de serviços gratuitos ao Estado, a outras pessoas coletivas de direito público ou a entidades privadas cujos fins o tribunal considere de interesse para a comunidade (art. 58º - Código Penal). Substituição da Multa por Trabalho: A requerimento do condenado, o Tribunal pode ordenar que a pena de multa fixada seja total ou parcialmente substituída por dias de trabalho em estabelecimentos, oficinas ou obras do Estado ou de outras pessoas coletivas de direito público, ou ainda de instituições particulares de solidariedade social, quando concluir que esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punição (art. 48º - CP). Suspensão da Execução da Pena de Prisão: O Tribunal suspende a execução da pena de prisão aplicada em medida não superior a 5 anos se, atendendo à personalidade do agente, às condições da sua vida, à sua conduta anterior e posterior ao crime e às circunstâncias deste, concluir que a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição. A Suspensão da execução da pena de prisão pode ser subordinada ao cumprimento de deveres, regras de conduta e acompanhada de regime de prova que assenta num plano de reinserção social, executado com vigilância e apoio dos serviços de reinserção social (art. 50º - CP). Liberdade Condicional: O tribunal coloca o condenado a prisão em liberdade condicional quando se encontrar cumprida metade da pena e no mínimo seis meses se: a) For de esperar que o condenado, uma vez em liberdade, conduzirá a sua vida de modo socialmente responsável, sem cometer crimes; b) A libertação se mostrar compatível com a defesa da ordem e da paz social. O tribunal pode ainda colocar o condenado a prisão em liberdade condicional quando se encontrarem cumpridos dois terços da pena e no mínimo seis meses, desde que se revele preenchido o requisito constante na alínea a) anterior. O condenado a pena de prisão superior a seis anos é colocado em liberdade condicional logo que houver cumprido cinco sextos da pena. Em qualquer das modalidades, a liberdade condicional tem uma duração igual ao tempo de prisão que falte cumprir, até ao máximo de cinco anos, considerando-se então extinto o excedente da pena e a sua aplicação depende sempre do consentimento do condenado (art. 61º - CP). Medidas de Segurança /internamento de Inimputáveis: Quem tiver praticado um facto ilícito típico e for considerado inimputável, nos termos do artigo 20º do C.P., é mandado internar pelo tribunal em estabelecimento de cura, tratamento ou segurança, sempre que, por virtude da anomalia psíquica e da gravidade do facto praticado, houver fundado receio de que venha a cometer outros factos da mesma espécie (art. 91º - CP). Se da revisão referida no artigo anterior (revisão da situação do internado - cessação do internamento) resultar que há razões para esperar que a finalidade da medida possa ser alcançada em meio aberto, o tribunal coloca o internado em liberdade para prova (art.94º - CP e art. 504º - CPP). O tribunal que ordenar o internamento pode ainda determinar, em vez dele, a suspensão da sua execução (suspensão da execução do internamento) se for razoavelmente de esperar que com a suspensão se alcance a finalidade da medida (art. 98º - CP). O agente a quem for suspensa a execução do internamento é colocado sob vigilância tutelar dos serviços de reinserção social. É correspondentemente aplicável o disposto nos artigos 53º e 54º do CP Suspensão da execução da pena e plano de reinserção social. Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 7

3.1.1. Penas e Medidas Fiscalizadas por Vigilância Eletrónica No período de Janeiro a Agosto de 2012, a DGRS iniciou a execução de 568 penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica, tendo sido o total de intervenções de 1.238. Continuou a destacar-se a Medida de Coação de Obrigação de Permanência na Habitação que representou 71% do total de intervenções (ver Quadro 8). Quadro 8 Execução de penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica Medida de Coacção de OPHVE Pena de Prisão na Habitação Adaptação à Liberdade Condicional VE em contexto de violência doméstica Modificação da Pena de Prisão Pedidos Recebidos 356 77 31 99 5 568 de Intervenções 876 155 48 150 9 1.238 Em Execução a 31 agosto 499 93 22 101 8 723 Legenda Medida de Coação de Obrigação de Permanência na Habitação com Vigilância Eletrónica O juiz pode impor ao arguido a obrigação de não se ausentar, ou de não se ausentar sem autorização, da habitação própria ou de outra em que de momento resida, se houver fortes indícios de prática de crime doloso punível com pena de prisão de máximo superior a 3 anos. Para fiscalização do cumprimento das obrigações referidas nos números anteriores podem ser utilizados meios técnicos de controlo à distância, nos termos previstos na lei. A vigilância eletrónica é executada através de meios técnicos que permitam, no respeito pela dignidade pessoal do arguido, detetar à distância a sua presença ou ausência em determinado local, durante os períodos de tempo fixados pelo juiz (artigo 201º, Código Processo Penal, regulado pela Lei n.º 122/99). Pena de Prisão na Habitação Se o condenado consentir, podem ser executados em regime de permanência na habitação, com fiscalização por meios técnicos de controlo à distância, sempre que o tribunal concluir que esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punição a pena de prisão aplicada em medida não superior a 1 ano, o remanescente não superior a um ano da pena de prisão efetiva que exceder o tempo da liberdade a que o arguido esteve sujeito em regime de detenção, prisão preventiva ou obrigação de permanência na habitação. O limite máximo previsto no número anterior pode ser elevado para dois anos quando se verifiquem, à data da condenação, circunstâncias de natureza pessoal ou familiar do condenado que desaconselham a privação da liberdade em estabelecimento prisional (artigo 44º - CP e artigo 487º - CPP) Adaptação à Liberdade Condicional Para efeito de adaptação à liberdade condicional e verificados os pressupostos previstos para a aplicação da liberdade condicional, a colocação em liberdade condicional pode ser antecipada pelo tribunal, por um período máximo de um ano, ficando o condenado obrigado durante o período da antecipação, ao regime de permanência na habitação, com fiscalização por meios técnicos de controlo à distância. (artigo 62º - CP, artigo 484º, 485º e 487º CPP). Vigilância Eletrónica em contexto de Violência Doméstica O tribunal, com vista à aplicação das medidas e penas previstas nos artigos 52º e 152º do Código Penal, referentes, respetivamente, à suspensão da execução da pena de prisão e crime de violência doméstica, no artigo 281º do Código do processo Penal, referente à Suspensão Provisória do Processo e ao artigo 31º, Lei 112/2009, referente às medidas de coação urgentes relativas ao crime de violência doméstica, pode, sempre que tal se mostre imprescindível para a proteção da vítima, determinar que o cumprimento daquelas medidas seja fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância (artigo 31 e 35, Lei 112/2009, de 16 de setembro). Modificação da Execução da Pena de Prisão A modificação da execução da pena pode revestir a modalidade de de permanência na habitação podendo o tribunal, se entender necessário, decidir-se pela fiscalização por meios técnicos de controlo à distância, com base em parecer médico e dos serviços de reinserção social (artigo 120º - Lei n.º 115/2009). Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 8

3. 2. Medidas no âmbito tutelar educativo No âmbito da jurisdição tutelar educativa foram registadas 3.064 intervenções tendo-se destacado as medidas de Acompanhamento Educativo e Frequência de programas formativos (32%) e a Imposição de Obrigações e Regras de Conduta (22%). As medidas de internamento em centro educativo representaram 19% do total de intervenções (ver Quadro 9). Quadro 9 Execução de medidas no âmbito tutelar educativo Suspensão do Processo com e sem Mediação Reparação ao Ofendido Tarefas e Prestações Económicas a Favor da Comunidade Obrigações e Regras de Conduta Acompanha mento Educativo e Programas Formativos Medidas de Internament o em Centro Educativo Outras Pedidos Recebidos 139 2 451 215 393 319 4 1.523 de Intervenções 159 3 657 678 981 577 9 3.064 Em Execução a 31 agosto 68 1 239 431 729 325 3 1.796 Legenda: Suspensão do Processo: Jovens que, a 31 de dezembro, se encontram com o processo suspenso, mediante a apresentação e cumprimento de um plano de conduta que evidencie que o jovem está disposto a evitar, no futuro, a prática de factos qualificados na lei como crime, sob acompanhamento da DGRS (art. 84º Lei Tutelar Educativa - LTE). Reparação ao Ofendido: Consiste no exercício de uma atividade em benefício do ofendido, sob acompanhamento da DGRS (art. 11º - LTE). Realização de Prestações Económicas a Favor da Comunidade: Consiste na entrega de determinada quantia em benefício de entidade pública ou privada, de fim não lucrativo, sob acompanhamento da DGRS (art. 12º - LTE). Realização de Tarefas a Favor da Comunidade: Consiste no exercício de uma atividade em benefício de entidade pública ou privada, de fim não lucrativo, sob acompanhamento da DGRS (art. 12º - LTE). Imposição de Regras de Conduta: Tem por objetivo criar ou fortalecer condições para que o comportamento do jovem se adeque às normas e valores jurídicos essenciais da vida em sociedade. Consiste na imposição de determinadas regras de comportamento que o jovem tem que cumprir, sob acompanhamento da DGRS (art. 13º - LTE) Imposição de Obrigações: Consiste na obrigatoriedade de frequência de determinadas atividades ou programas que visem o melhor aproveitamento na escolaridade ou na formação profissional e o fortalecimento de condições psicobiológicas necessárias ao desenvolvimento da personalidade do jovem sob acompanhamento da DGRS (art. 14º - LTE). Frequência de Programas Formativos: Consiste na participação em programas formativos como a ocupação de tempos livres, educação sexual, educação rodoviária, programas desportivos, de orientação e despiste profissional, de orientação psicopedagógica, etc. sob acompanhamento da DGRS (art. 15º LTE). Acompanhamento Educativo: Consiste na execução de um projeto educativo pessoal que abranja as áreas fixadas pelo Tribunal na comunidade sob acompanhamento da DGRS (art. 16º - LTE). Internamento em Centro Educativo: A medida de internamento visa proporcionar ao menor, por via do afastamento temporário do seu meio habitual e da utilização de programas e métodos pedagógicos, a interiorização de valores conformes ao direito e a aquisição de recursos que lhe permitam, no futuro, conduzir a sua vida de modo social e juridicamente responsável (art. 17º - LTE). Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 9

3.2.1. Jovens Internados em Centro Educativo Em 31 de agosto de 2012 encontravam-se internados em centro educativo com medidas em execução um total de 286 jovens dos quais, 253 (88%) do sexo masculino. Deste total, 10 jovens encontravam-se em ausência não autorizada, o que correspondeu a 276 jovens efetivamente presentes em centro educativo. Predominou o regime Semiaberto (74%) e quanto à situação jurídica, a Medida de Internamento em Centro Educativo (91%) (ver Quadro 10). de jovens Quadro 10 Jovens internados em centro educativo Internamento para perícia Semiaberto Fechado Medida Cautelar de Guarda Semiaberto Fechado Aberto Medida de Internamento Semiaberto Subtotal Masculino 253 1 2 14 4 32 168 32 Subtotal Feminino 33 0 0 2 2 3 26 0 TOTAL 286 1 2 16 6 35 194 32 Fechado Não estão incluídos os jovens internados em regime de fim-de-semana pela sua curta duração, um a quatro fins-de-semana (art. 148º LTE). Fonte: Sistema Integrado de Reinserção Social (SIRS) Legenda Aberto, Semiaberto ou Fechado: A medida de internamento pode ser executada em regime aberto, semiaberto ou fechado consoante o grau de abertura ao exterior (n.º 2, 3 e 4 do art. 17º da Lei Tutelar Educativa). Internamento para Perícia: Internamento para realização de perícia sobre a personalidade (art. 68º e 69º da LTE). Para decisão sobre a aplicação da medida de internamento em regime fechado, a autoridade judiciária ordena aos serviços de reinserção social a realização de perícia. Esta pode ser efetuada em ambulatório ou em internamento, em regime semiaberto ou fechado. Medida Cautelar de Guarda: Colocação em centro educativo em medida cautelar de guarda, (alínea c) do art. 57º da LTE). Pressupõe a existência fundada de perigo ou fuga ou cometimento de outros atos qualificados pela lei como crime e a previsibilidade de aplicação de medida tutelar. Pode ser cumprida em regime semiaberto ou fechado. Medida de Internamento: Cumprimento de medida tutelar de internamento em centro educativo (art. 17º da LTE). Visa proporcionar ao jovem, por via do afastamento temporário do seu meio habitual e da utilização de programas e métodos pedagógicos, a interiorização de valores conformes ao direito e á aquisição de recursos que lhe permitam, no futuro, conduzir a sua vida de modo social e juridicamente responsável. Síntese Estatística Bimestral Atividade Operativa da DGRS Agosto 2012 10