ADSORÇÃO DE AZO CORANTES ACID RED USANDO RESÍDUO CELULÓSICO, CARVÃO ATIVADO E MATERIAL MESOPOROSO COMO ADSORVENTES

Documentos relacionados
ADSORÇÃO DE FENOL E NITROFENÓIS EM SOLUÇÃO AQUOSA USANDO BAGAÇO DE COCO (cocos nucifera L.) COMO ADSORVENTE

Eixo Temático ET Tratamento de Efluentes Sanitários e Industriais

O EFEITO DA ADIÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO NO COMPORTAMENTO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE CORANTE AZUL REATIVO BF-5G EM CARVÃO ATIVADO DE OSSO

BIOSSORÇÃO EM EFLUENTES TÊXTEIS UTILIZANDO-SE CASCAS DE MARACUJÁ MODIFICADAS EMPREGANDO PLANEJAMENTO FATORIAL

Resumo. Luciana de Jesus Barros; Layne Sousa dos Santos. Orientadores: Elba Gomes dos Santos, Luiz Antônio Magalhães Pontes

Utilização de lama vermelha tratada com peróxido de BLUE 19

USO DE RESÍDUOS TRATADOS PARA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL BRILHANTE REMAZOL EM EFLUENTE SINTÉTICO

CORANTE REATIVO VERMELHO REMAZOL RGB EM CARVÃO ATIVADO COMERCIAL E LODO GASEIFICADO PROVENIENTE DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL

EFICIÊNCIA DO CARVÃO ATIVADO DE BABAÇU NA REMOÇÃO DO CORANTE AMARELO TARTRAZINA EM SOLUÇÃO AQUOSA

ESTUDO DA VIABILIDADE DE USO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA COMO ADSORVENTE ALTERNATIVO

EFEITO DA TEMPERATURA DE GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA NA ADSORÇÃO DE CORANTE REATIVO

CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE CARBONO ATIVADO NA REMOÇÃO DE CORANTES ANIÔNICOS.

ADSORÇÃO DOS CORANTES AZUL REATIVO CI 222 E AZUL ÁCIDO CI 260 COM RESÍDUOS SÓLIDOS AGRÍCOLAS E LODO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES.

UTILIZAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA NATURAL PARA TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL

UTILIZAÇÃO DE SEMENTES DE LARANJA COMO ADSOVENTE NA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO

ESTUDO ADSORTIVO DO CORANTE ALARANJADO DE METILA EM CARVÕES ATIVADOS OBTIDOS A PARTIR DE RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA RESUMO

ESTUDO DA ADSORÇÃO E DESSORÇÃO DO CORANTE AZUL REATIVO BF-5G EM CARVÃO ATIVADO DE OSSO

ESTUDO DA CINÉTICA E DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE U PELO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE CARGA ZERO DE ADSORVENTES UTILIZADOS NA REMOÇÃO DE CONTAMINANTES EM SOLUÇÃOES AQUOSAS.

BIOSSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL AZUL 5G UTILIZANDO O BAGAÇO DE MALTE

ESTUDO TERMODINÂMICO DA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL 5G POR ARGILA BENTONITA SÓDICA NATURAL

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1Comprimento de onda do corante Telon Violet

ESTUDO DA RETENÇÃO DO CORANTE VIOLETA CRISTAL EM QUITOSANA

REMOÇÃO DE METAIS PESADOS EM ÁGUA ATRAVÉS DE BIOPOLÍMEROS MODIFICADOS 1 INTRODUÇÃO

ESTUDO AVALIATIVO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DO METAL PESADO CHUMBO (II) EM VERMICULITA REVESTIDA COM QUITOSANA

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ADSORTIVA DA SÍLICA DERIVADA DA CASCA DE ARROZ UTILIZANDO O CORANTE AZUL DE METILENO

COMPARAÇÃO DO PROCESSO DE ADSORÇÃO DO CORANTE REATIVO PRETO 5 UTILIZANDO CARVÃO COMERCIAL DE CASCA DE COCO E LODO ATIVADO GASEIFICADO

ADSORÇÃO DE CORANTES REATIVOS REMAZOL PRETO 5 E REMAZOL VERMELHO RGB UTILIZANDO CARVÃO COMERCIAL DE CASCA DE COCO COMERCIAL E ATIVADO COM CH 3 COOH

Adsorção do corante Rodamina B de soluções aquosas por zeólita sintética de cinzas pesadas de carvão

Patricia Cunico, Carina P. Magdalena, Terezinha E. M. de Carvalho,

SÍNTESE DE CARBONIZADO MAGNÉTICO DE AÇÚCAR MASCAVO EM UMA ETAPA PARA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO.

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE BÁSICO AZUL DE METILENO POR CASCAS DE Eucalyptus grandis LIXIVIADAS

INTERFACE SÓLIDO - LÍQUIDO

INFLUÊNCIA DO ph NA SORÇÃO DE ÍONS METÁLICOS EM SÍLICA GEL

ESTUDO DA DESSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL REATIVO AZUL 5G ADSORVIDO EM BAGAÇO DE MALTE

PÓ DE ACIARIA MODIFICADO UTILIZADO EM PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DO BAGAÇO DE CANA-DEAÇÚCAR

ESTUDO DA REMOÇÃO DO CORANTE LARANJA REATIVO 3R MR UTILIZANDO SEMENTES DE MELÃO (Cucumis melo L.) COMO ADSORVENTE VIA PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

DESSORÇÃO DO CORANTE COMERCIAL AZUL 5G A PARTIR DO ADSORVENTE CASCA DE SOJA

Uso de vermiculita revestida com quitosana como agente adsorvente dos íons sintéticos de chumbo (Pb ++ )

AVALIAÇÃO DO USO DOS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO DE POLPA DE CAJÁ COMO BISSORVENTES PARA ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO

II-090 UTILIZAÇÃO DE PÓ DE CASCA DE COCO COMO BIOADSORVENTE PARA REMOÇÃO DOS CORANTES VERMELHO CONGO E AZUL DIRETO DE EFLUENTES

4. Materiais e métodos

APLICAÇÃO DA FLOCULAÇÃO MICELAR ADSORTIVA PARA REMOÇÃO DO CORANTE DIRECT YELLOW 27

SCIENTIA PLENA VOL. 6, NUM

Física Aplicada 2016/17 MICF FFUP ADSORÇÃO DE LÍQUIDOS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS

II-311 DESTRUIÇÃO DE AZO-CORANTES COMERCIAIS EM EFLUENTES TÊXTEIS POR PROCESSO FOTOCATALÍTICO

UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR COMO MATERIAL ADSORVENTE DO METAL NÍQUEL

1017 Acoplamento Azo do cloreto de benzenodiazônio com 2- naftol, originando 1-fenilazo-2-naftol

UTILIZAÇÃO DA LAMA VERMELHA PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS COM ELEVADA CARGA DE CORANTE REATIVO

ESTUDO DE ADSORÇÃO DE COBRE II UTILIZANDO CASCA DE ABACAXI COMO BIOMASSA ADSORVENTE

ADSORÇÃO DE AZUL DE METILENO SOBRE CARVÃO ATIVO

Adsorção do corante têxtil turquesa remazol utilizando a eichornia azurea (raiz, caule e folha) como bioadsorvente

INVESTIGAÇÃO DOS POSSÍVEIS SÍTIOS DE ADSORÇÃO DE Cd +2 E Hg +2 EM SOLUÇÃO AQUOSA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO ph NA ADSORÇÃO DE CROMO (VI) EM CARVÃO ATIVADO GRANULAR

SÍNTESE DE CARVÃO ATIVADO FISICAMENTE COM VAPOR DE ÁGUA VISANDO TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS PARA FINS DE REÚSO

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO CARVÃO VEGETAL NA ADSORÇÃO DE PETRÓLEO EM TOLUENO

SÍNTESE DA PENEIRA MOLECULAR MCM-41 E SUA UTILIZAÇÃO COMO ADSORVENTE NA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL REATIVO BF-5G

II CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DO CORANTE REATIVO AZUL 5G EM CASCA DE ARROZ E CASCA DE SOJA COMO BIOSSORVENTES

UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DA CANA DE AÇÚCAR COMO ADSORVENTE PARA REMOÇÃO DO ÓLEO DA ÁGUA PRODUZIDA

ESTUDO DA ADSORÇÃO DE CHUMBO UTILIZANDO COMO ADSORVENTE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ATIVADO

REMOÇÃO DE COR DE SOLUÇÃO AQUOSA POR ADSORÇÃO UTILIZANDO PÓ DE SERRAGEM DE PINUS sp.

Adsorção de Ácido Laranja 8 de solução aquosa sobre zeólitas sintetizadas a partir de cinzas leves de carvão modificadas por surfactante

REMOÇÃO DO CORANTE TÊXTIL VIOLETA REATIVO 5 DE SOLUÇÕES AQUOSAS UTILIZANDO FIBRA DE COCO NAS FORMAS BRUTA E ATIVADA

Remoção de Cr(VI) de soluções aquosas pelo filme de óxido de ferro/nanotubo de carbono/quitosana reticulada

ADSORÇÃO DE AZUL DE METILENO DE SOLUÇÃO AQUOSA COM UTILIZAÇÃO DE PÓ DE SERRAGEM DE MDF E MADEIRITE E CARVÃO ATIVADO GRANULAR

UTILIZAÇÃO DE ADSORVENTE ALTERNATIVO DE BAIXO CUSTO PARA REMOÇÃO DO CORANTE TARTRAZINA

Avaliação da purificação do biodiesel de óleo de milho neutro utilizando cinza de caldeira

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA LAMA VERMELHA TRATADA TERMICAMENTE A 400ºC NA ADSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL REATIVO BLUE 19.

ESTUDO DE ADSORÇÃO DO CORANTE ALIMENTÍCIO SINTÉTICO, AMARELO CREPÚSCULO, DE SOLUÇÕES AQUOSAS COM O USO DE MATERIAIS DE BAIXO CUSTO

Cinética e Equilíbrio da Sorção de Corante Direto Preto Krom KJR em Carvão Ativado de Ossos

O uso de Lama Vermelha ativada a diferentes temperaturas como meio adsorvedor de baixo custo para corante reativo

REMOÇÃO DO CORANTE INDOSOL AZUL TURQUESA UTILIZANDO COMO BIOSSORVENTES CONCHAS DE

DESSULFURIZAÇÃO ADSORTIVA DO CONDENSADO ORIUNDO DA PIRÓLISE DE PNEUS INSERVÍVEIS

INFLUÊNCIA DA AGITAÇÃO NO MÉTODO HIDROTÉRMICO DA PENEIRA MOLECULAR MCM-41

AVALIAÇÃO DA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL REATIVO CI 222 COM ADSORVENTE DE RESÍDUO SÓLIDO INDUSTRIAL SECO E ATIVADO QUIMICAMENTE COM H 2 SO 4

Universidade Estadual de Maringá / Centro de Tecnologia /Maringá, PR. Centro de Tecnologia/Departamento de Engenharia de Alimentos

ADSORÇÃO DE ÍNDIGO CARMINE UTILIZANDO MICROESFERAS DE ALGINATO (AL) E QUITOSANA (QT) PURAS E DOPADAS COM NÍQUEL E FERRO

UTILIZAÇÃO DO PÓ DE SERRAGEM COMO ADSORVENTE ALTERNATIVO NA REMOÇÃO DE VERDE DE MALAQUITA

Obtenção das curvas de ruptura de adsorção do corante reativo Azul 5G utilizando escamas do peixe Oreochromis niloticus

ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE PROCESSO ADSORTIVO UTILIZANDO A CFN NA REMOÇÃO DE FERRO E MANGANÊS

UTILIZAÇÃO DA FARINHA DA CASCA DE LARANJA COMO BIOADSORVENTE EM EFLUENTES TÊXTEIS

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

PRODUÇÃO DE CARVÃO ATIVADO A PARTIR DA CASCA DE CAFÉ

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO POR PALHA DE AZEVÉM (Lolium multiflorum Lam.) TRATADA COM NaOH

DESENVOLVIMENTO DE BIOADSORVENTE A PARTIR DA VAGEM SECA DO FEIJÃO

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE INDÚSTRIA DE CUIA COMO UM ADSORVENTE PARA A REMOÇÃO DE CORANTE ORGÂNICO EM SOLUÇÃO AQUOSA

Potencial de adsorção do pseudofruto in natura de uva-do-japão em azul de metileno

ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO EM RESÍDUOS DE BABAÇU: UMA ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DA ÁGUA

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DA CASCA DE ARROZ

Rem: Revista Escola de Minas ISSN: Escola de Minas Brasil

I Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente Progresso, Consumo e Natureza Desafios ao Homem

APLICAÇÃO DE MISTURA DE ARGILA MODIFICADA COM CARVÃO ATIVADO P.A COMO ADSORVENTE DE ÍNDIGO CARMIM

ESTUDO DA REMOÇÃO DO CORANTE TURQUESA REATIVO ATRAVÉS DE DIFERENTES MATERIAIS ADSORVENTES

APLICAÇÃO DA FIBRA DE BAMBU IN NATURA E CARVÃO ATIVADO ÓSSEO COMO ADSORVENTE NA REMOÇÃO DE CORANTE AZUL DE METILENO

Bodocongó, Campina Grande-PB, Brasil,

PQI-2321 Tópicos de Química para Engenharia Ambiental I

OBTENÇÃO DE NANOPARTÍCULAS HÍBRIDAS DE SÍLICA EM SISTEMAS MICELARES.

Adsorção em interfaces sólido/solução

Transcrição:

ADSORÇÃO DE AZO CORANTES ACID RED USANDO RESÍDUO CELULÓSICO, CARVÃO ATIVADO E MATERIAL MESOPOROSO COMO ADSORVENTES Ygor Dantas Furtado¹, Mayara de Sousa Oliveira 2, Maria Ionete Chaves Nogueira³, Glória Maria Marinho Silva 4, Kelly de Araujo Rodrigues Pessoa 4, Rinaldo dos Santos Araújo 4 1 Graduando em Tecnologia em Processos Químicos IFCE. e-mail: ygord.furtado@gmail.com. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão Ambiental PGTGA/IFCE. e-mail: mayara@ifce.edu.br 3 Doutora em Saneamento Ambiental, Embrapa Agroindústria Tropical. e-mail: ionetenogueira@yahoo.com.br 4 Professores Doutores do Instituto Federal do Ceará - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão Ambiental IFCE/PGTGA. e- mail: gloriamarinho@ifce.edu.br, Kelly@ifce.edu.br, rinaldo@ifce.edu.br. Resumo: Neste trabalho a adsorção em batelada foi utilizada como o processo de tratamento para remoção em meio aquoso dos azo corantes Acid Red 18, 27, 66 e 151 usando como adsorventes o pó do bagaço de coco tratado (BC), o carvão ativado comercial (CA) e um material mesoporoso tipo Al- MCM-41. O estudo de foi executado a temperatura ambiente (30 C), ph natural (6,0) e sob agitação de 150 rpm. Os dados de equilíbrio de adsorção foram modelados segundo as isotermas e. A adsorção a 30 o C para todos os corantes foi mais promissora para o material mesoporoso Al-MCM-41 apresentando valores de capacidade máxima de adsorção (q máx = 160,3 mg/g) superiores aos obtidos com o carvão ativado (q máx = 100,2 mg/g) e com o resíduo de celulose (q máx = 23,2 mg/g). Para o mesmo adsorvente a capacidade adsortiva dos corantes aumentou na ordem: AR 151 > AR 66 > AR 27 > 18. Palavras chave: adsorção, azo corantes, pó do bagaço de coco, carvão ativado, Al-MCM-41 1. INTRODUÇÃO No atual cenário nacional a indústria têxtil representa uma parcela importante da economia, porém, esse setor é responsável pela produção muito elevada de efluentes que contém substâncias nocivas ao homem e ao meio ambiente, como os corantes, que apresentam um alto potencial carcinogênico, além de prejudicar a atividade fotossintética aquática através do bloqueio da luz solar (OZCAN e OZCAN, 2005; RU et al., 2009). Hoje, mais de 50 dos corantes utilizados no setor têxtil são do tipo azo, esses são caracterizados por uma ligação -N=N-, uma complexa composição, extrema toxicidade, elevada recalcitrância e alta solubilidade em água, além de apresentarem uma elevada estabilidade a luz, calor e agentes oxidantes (QU et al., 2008; OZCAN e OZCAN, 2005). Devido a essas características citadas, os azo corantes são fortes complicadores dos sistemas convencionais de tratamento de efluentes têxteis. Com o objetivo de sanar os problemas relacionados à remoção de corantes nos efluentes aquosos despontam os processos de adsorção, os quais se apresentam como uma opção eficiente e às vezes economicamente viável de execução (ELKADY et al., 2011). Na prática, o carvão ativado é o adsorvente mais utilizado em processos de adsorção, entretanto apresenta algumas desvantagens quando se leva em consideração o fator econômico, pois é um adsorvente relativamente caro (BULUT et al.,2008). Em busca de adsorventes de baixo custo que possam ser utilizados na remoção de poluentes em solução aquosa, destaca-se o emprego dos resíduos celulósicos e de mesoporosos, que se destacam como promissores suportes catalíticos (SAYARI, 1996, TAGUCHI e SCHUTH, 2005 e HARTMANN, 2005). Na literatura adsorventes celulósicos já vêm sendo utilizados em diferentes processos adsortivos, como é o caso da casca do arroz e do bagaço da cana-de-açúcar (GUPTA et al., 2002, RODRIGUES et al., 2006). O coco in natura (Cocos nucifera) de enorme incidência no Brasil apresenta em sua casca uma grande quantidade de material celulósico com grande potencial adsorvente.

Por outro lado, na adsorção com uso de nanotecnologia é promissor o uso dos materiais ditos mesoporosos (BECK et al., 1992), com destaque neste caso para o material Al-MCM-41 que apresenta elevada densidade de carga elétrica superficial, principalmente grupos Si-O-Si e SiOH (silanóis), que interagem fortemente com a carga iônica ou dipolos da estrutura molecular dos corante (IMAI e MUTO, 2006). Neste contexto, o presente trabalho visa avaliar a adsorção em solução aquosa e em batelada dos azos corantes Acid Red 18, Acid Red 27, Acid Red 66 e Acid Red 151 sobre pó de bagaço de coco (material celulósico), carvão ativado e material mesoporoso Al-MCM-41(10). 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Adsorventes O bagaço de coco utilizado foi obtido após processamento físico e químico. Conforme Rosa et al. (2004), no processo físico, as cascas de coco verde (Cocos nucifera) foram tratadas em três etapas de beneficiamento para obtenção do pó e da fibra de coco. Na primeira etapa, a casca de coco é cortada e triturada por um rolo de facas fixas. Na segunda etapa ocorre extração da umidade, cerca de 85, via compressão mecânica, e na terceira etapa são separadas as fibras do pó em uma máquina selecionadora, equipada com um rolo de facas fixas e uma chapa perfurada. O material é turbilhonado ao longo do eixo da máquina, o que faz com que o pó caia pela chapa perfurada e a fibra saia no fim do percurso. No final do processamento, obtém-se um rendimento de 15 em pó e 7,5 em fibra, em relação à matéria-prima. O pó bruto é então lavado com água, seco ao sol e peneirado. A fração retida após peneiramento e correspondente à faixa granulométrica entre 32-60 mesh (0,500-0,250 mm) foi designada de pó do bagaço da casca de coco in natura. No tratamento químico o pó do bagaço da casca de coco in natura foi tratado com solução de HCl 1 mol/l (para modificação/ativação da superfície celulósica). Durante o tratamento, 15,0 g de pó de bagaço foram deixadas em contato com 300 ml da solução modificadora ácida, sob agitação constante (120 rpm), durante um período de 24 horas. Em seguida, a amostra foi filtrada a vácuo, lavada com 180 ml de água destilada e posteriormente com 120 ml de solução tampão acetato de sódio/ácido acético (ph = 5,0) e deixada para secar ao sol. A fração obtida após peneiramento e correspondente à faixa granulométrica entre 0,500-0,250 mm foi designada genericamente de pó do bagaço da casca de coco tratado quimicamente e usada como adsorvente nos estudos posteriores de adsorção. O carvão ativado comercial foi fornecido pela REAGEN enquanto o material mesoporoso Al- MCM-41 utilizado foi gentilmente cedido por Araújo e Colaboradores. O material foi sintetizado usando a seguinte composição molar: 1TEOS. 0,10 Al-Isopropóxido: 0,30 C 12 H 25 N + Cl - : 5,20 Etanol: 23 H 2 O. A reação foi conduzida a temperatura ambiente segundo o método sol-gel em duas etapas hidrolíticas: ácida (ph = 3,0) + alcalina (ph = 10) seguida de envelhecimento prolongado no licor de síntese (20 h). O material Al-MCM-41 (Si/Al = 10) obtido nesta condição foi caracterizado segundo as técnicas de difração de raios-x (XRD), área superficial (S BET ) e acidez superficial por dessorção termoprogramada de amônia (TPD-NH 3 ). Antes de cada ensaio adsortivo o adsorvente foi previamente aquecido por 2 h com finalidade de eliminar possíveis quantidades de umidade superficial. Detalhes da síntese e caracterização podem ser encontrados em Araújo et al., (2008). 2.2 Adsorbatos Experimentalmente para os estudos de equilíbrio de adsorção foram preparadas soluções aquosas com concentrações entre 5 e 100 mg/l de uma série de corantes Acid Red (AR) representadas pelas moléculas de AR 18, AR 27, AR 66 e AR 151. Na Figura 1 abaixo estão apresentadas as estruturas moleculares dos corantes utilizados neste estudo.

Figura 1 - Estruturas moleculares dos azo corantes: (A) AR 18, (B) AR 27, (C) AR 66 e (D) AR 151. 2.3 Ensaios adsortivos A adsorção dos corantes Acid Red (AR) foi realizada segundo a técnica do banho finito de líquido, relatada por Everett (1986). Para cada adsorvente foram utilizadas massas distintas, sendo as mesma de aproximadamente 0,1 g para o material celulósico; 0,04 g para o carvão ativado e 0,02 g para o Al-MCM-41. O adsorvente foi adicionado a um erlenmeyer de 125 ml contendo 40 ml da solução de cada corante. As concentrações empregadas variaram entre 5 e 100 mg/l e foi utilizada água destilada como solvente. A mistura foi agitada durante 2 horas, período que se mostrou eficiente para se atingir o equilíbrio de adsorção, em um shaker com rotação de 150 rpm e sob a temperatura de 30ºC. A concentração residual do adsorbato foi monitorada em espectrofotômetro UV-Visível (Genesys 10UV da Thermo Corp.) usando comprimento de onda de 505 nm para o AR 18, 520 nm para o AR 27, e 510 nm para os azo corantes AR 66 e 151. A capacidade de adsorção (q) do corante foi calculada usando a relação: V C q (Eq. 01) m Onde: V é o volume da solução do corante, m é a massa de adsorvente utilizada e ΔC é a diferença entre as concentrações inicial e final dos corantes em solução. Para a modelagem do equilíbrio foram aplicados as isotermas clássicas de e. O modelo de está representado pela equação 02 descrita a seguir: q KC K C máx e q (Eq. 02) 1 Onde: q (mg/g) representa a capacidade de adsorção ou adsortiva, C e (mg/l) é a concentração do adsorbato na fase fluida, q max (mg/g) é a capacidade máxima de adsorção ou quantidade máxima de adsorbato que pode ser retida no adsorvente e K L é a constante de. O modelo de por sua vez está representado pela equação 03: L e q 1/ n K F C e (Eq. 03) Onde: K F é a constante de da adsorção e 1/n é a constante de heterogeneidade superficial relacionada à intensidade da adsorção (LI et al., 2010).

q (mg/g) q (mg/g) 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da análise elementar e da análise imediata (percentuais de umidade, materiais voláteis, cinzas e carbono fixo) para o adsorvente celulósico tratado, estão apresentados na Tabela1 a seguir. Tabela 1 - Caracterização físico-química do adsorvente celulósico (pó do bagaço de coco tratado). Análise imediata Análise elementar Parâmetros Umidade Materiais voláteis Carbono fixo Cinzas C H N O Valores 5,78 72,6 20,8 0,72 44,2 4,84 0,85 50,1 As principais propriedades físico-químicas e texturais do material mesoporoso Al-MCM-41 estão apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 - Caracterização físico-química e textural para o adsorvente mesoporoso Al-MCM-41. S Parâmetros Si/Al BET Acidez superficial a (m²/g) 0 (Å) d poro (Å) (mmol NH 3 /g) Valor 10 569,3 33,4 32,4 0,45 Os dados obtidos nos estudos de equilíbrio para os diversos sistemas em estudo relativos a adsorção dos azo corantes Acid Red estão apresentadas na Figura 2 a seguir. 22 20 18 16 14 12 10 8 Pó do bagaço de coco AR 18 AR 27 AR 66 AR 151 6 4 2 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 C e (mg/l) (a) 110 100 90 80 70 60 Carvão Ativado AR 18 AR 27 AR 66 AR 151 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 C e (mg/l) (b)

q (mg/g) 180 160 140 120 100 80 Al-MCM-41 (10) AR 18 60 AR 27 40 AR 66 AR 151 20 0 0 2 4 6 8 C e (mg/l) (c) Figura 2 Isotermas de equilíbrio a 30 o C para os azo corantes AR 18, AR 27, AR 66 e AR 151 nos adsorventes selecionados: (a) pó da casca de coco, (b) carvão ativado e (c) material Al-MCM-41. A Tabela 3 apresenta os correspondentes parâmetros de equilíbrio a 30 ºC obtidos a partir das isotermas de adsorção dos corantes sobre os adsorventes: pó do bagaço de coco (resíduo celulósico), carvão ativado comercial e material mesoporoso Al-MCM-41(Si/Al =10). Tabela 3 Parâmetros da isoterma de e para a adsorção a 30 ºC dos azo corantes Acid Red sobre os diferentes adsorventes em estudo. Adsorvente Pó do bagaço de coco Carvão Ativado Al-MCM-41 Corante q máx (mg/g) K L (L/g) R² K F 1/n (L/g) AR 18 0,73 0,024 0,997 0,03 0,652 0,975 AR 27 2,46 0,031 0,995 0,13 0,611 0,941 AR 66 6,29 0,067 0,996 0,70 0,501 0,935 AR 151 23,2 0,129 0,999 3,03 0,561 0,932 AR 18 30,3 0,20 0,987 5,92 0,441 0,935 AR 27 40,1 0,28 0,999 8,88 0,445 0,920 AR 66 89,3 1,81 0,919 50,1 0,54 0,728 AR 151 100,2 2,30 0,940 27,9 0,678 0,828 AR 18 140,8 1,99 0,933 87,9 0,368 0,884 AR 27 142,4 2,95 0,998 96,4 0,519 0,918 AR 66 149,3 2,99 0,974 98,1 0,307 0,897 AR 151 160,3 3,79 0,950 103,1 0,587 0,861 R² A análise Tabela 1 mostrar que ambos os modelos apresentaram boas correlações, sendo o de o mais adequado para a representação do equilíbrio de adsorção, com coeficientes de correlação superiores a 0,91, o que, em termos, permite inferir que a adsorção acontece prioritariamente em sítios específicos na superfície do adsorvente e apenas uma molécula de corante pode ser adsorvida por cada sítio (Dotto et al., 2011). A modelagem da isoterma de para a adsorção dos corantes foi mais promissora para o sistema Al-MCM-41/Ar 151, correspondente a valores de capacidade máxima de adsorção (q máx ) de 160,3 mg/g, superiores aos obtidos com o carvão ativado (q máx = 100,2 mg/g) e com o resíduo celulósico (q máx = 23,2 mg/g).

Em geral, o parâmetro de 1/n foi sempre menor que a unidade, o que mostra que todos os sistemas adsortivos (corantes/adsorventes) são favoráveis à adsorção. Para todos os adsorventes as capacidades adsortivas dos corantes obedeceram à seguinte ordem: AR 151 > AR 66 > AR 27 > 18. Estes resultados confirmam uma adsorção controlada pelas características de acidez e largos poros do adsorvente e pela hidrofobicidade da estrutura molecular do poluente. 6. CONCLUSÕES Os materiais empregados mostraram-se adsorventes eficientes na remoção em meio aquoso de poluentes orgânicos do tipo corantes industriais, com exceção do pó do bagaço de coco tratado que alcançou baixos valores de capacidade máxima adsorvida, provavelmente em decorrência das baixas forças de atração covalentes entre os grupos polares do adsorbato (-N=N-, -SO 3 - e -C=C-) e as cadeias oxigenadas da celulose que predominam na composição do adsorvente. Apesar disso é importante considerar os aspectos de sustentabilidade ambiental associado ao seu uso. Em geral pode-se destacar que o uso de materiais mesoporosos como adsorvente mostrou-se promissor e deve ser amplamente estudado, de modo a otimizar processos de remoção dos corantes industriais para aplicações futuras. A adsorção a temperatura ambiente mostrou a seguinte ordem de eficiência: AR 151 > AR 66 > AR 27 > 18, o que confirma uma adsorção controlada pelas características de acidez, dimensão de poros do adsorvente e pela hidrofobicidade da estrutura da molécula corante. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) e Tecnológico e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo auxílio financeiro concedido durante a execução do trabalho. REFERÊNCIAS ARAÚJO, R. S.; AZEVEDO, D. C. S.; CAVALCANTE Jr. C. L.; JIMÉNEZ-LÓPEZ, A.; RODRÍGUEZ-CASTELLÓN, E. Adsorption of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) from isooctane solutions by mesoporous molecular sieves: Influence of the surface acidity. Microporous and Mesoporous Materials, v.108, p. 213-222, 2008. BECK, J. S.; VARTULI, J. C.; ROTH, W. J.; LEONOWICZ, M. E.; KRESGE, C. T.; SCHMITT, K. D.; CHU, C. T. W.; OLSON, D. H.; SHEPPARD,E. W.; MCCULLEN, S. B.; HIGGINS, J. B.; SCHLENKER, J. L. A new family of mesoporous molecular sieves prepared with liquid crystal templates. Journal of the American Chemical Society, v. 114, p. 10834 10843, 1992. BULUT, E.; OZACAR, M.; ŞENGIL, A. Adsorption of malachite green onto bentonite: Equilibrium and kinetic studies and process design. Microporous and Mesoporous Materials, v. 115, p. 234 246, 2008. DOTTO, G. L.; VIEIRA, M. L. G.; GONÇALVES, J. O.; PINTO, L. A. A. Remoção dos corantes azul brilhante, amarelo crepúsculo e amarelo tartrazina de soluções aquosas utilizando carvão ativado, terra ativada, terra diatomácea, quitina e quitosana: estudos de equilíbrio e termodinâmica. Química Nova, v. 34, p. 1193-1199, 2011. ELKADY, M. F.; IBRAHIM, A. M.; ABD EL-LATIF, M. M. Assessment of the adsorption kinetics, equilibrium and thermodynamic for the potential removal of reactive red dye using egg shell biocomposite beads. Desalination, v. 278, p. 412 423, 2011. GUPTA, V. K.; ALI, I. Utilisation of bagasse fly ash (a sugar industry waste) for the removal of copper and zinc from wastewater. Separation and Purification Technology, v. 18, p. 131-140, 2002.

HARTMANN, M. Ordered Mesoporous Materials for Bioadsorption and Biocatalysis. Chemistry of Materials. 17, 4577-4593, 2005. IMAI, H.; MUTO, S. Relationship between mesostructures and ph conditions for the formation of silica-cations surfactant complexes. Microporous and Mesoporous Materials, v. 95 p. 200-205, 2006. LI, Q.;YUE, Q. Y,; SU, Y.; GAO, B. Y., SUN, H. J. Equilibrium, thermodynamics and process design to minimize adsorbent amount for the adsorption of acid dyes onto cationic polymer-loaded bentonite. Chemical Engineering Journal, v. 158, p. 289-497, 2010. OZCAN, A.; OZCAN, S. Adsorption of Acid Red 57 from aqueous solutions onto surfactantmodified sepiolite. Journal of Hazardous Materials, v. 125, p. 252 259, 2005. QU, B.; ZHOU J.; XIANG, X.; ZHENG, C.; ZHAO, H.; ZHOU X. Adsorption behavior of Azo Dye C. I. Acid Red 14 in aqueous solution on surface soils. Journal of Environmental Sciences, v. 20, p. 704 709, 2008. RODRIGUES, R. F.; TREVENZOLI, R. L.; SANTOS, L. R. G.; LEÃO, V. A.; BOTARO, V. R. Adsorção de metais pesados em serragem de madeira tratada com ácido cítrico. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 11, p. 21-26, 2006. ROSA, M. F; SANTOS, F. J. S.; MONTENEGRO, A. A. T.; ABREU, F. A. P.; CORREIA, D; ARAUJO, F. B. S.; NORÕES, E. R. V. Caracterização do pó da casca de coco verde usado como substrato agrícola. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical (Comunicado Técnico), p. 6, 2001. RU, J; HUAYUE, Z; XIAODONG, L; Ling, X. Visible light photocatalytic decolourization of C. I. Acid Red 66 by chitosan capped CdS composite nanoparticles. Chemical Engineering Journal, v. 152, p. 537 542, 2009. SAYARI, A. Catalysis by Crystalline Mesoporous Molecular Sieves. Chemistry of Materials. 8, 1840 1852, 1996. TAGUCHI, A.; SCHUTH, F. Ordered mesoporous materials in catalysis, Microporous and Mesoporous Materials. 77, 1-45, 2005.