5º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

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5º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS TÍTULO DO TRABALHO: Produção de hidrogênio, gás de síntese pelo processo de reforma seca do metano desenvolvido em reator de leito fixo com membrana AUTORES: Diego Cavalcanti Perrelli 1, Mohand Benachour, 1 Graduando em Engenharia Química da UFPE, bolsista PRH 8-ANP/MCT, diegoperrelli@hotmail.com Professor do Departamento de Engenharia Química da UFPE. mbena@ufpe.br INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Produção de hidrogênio, gás de síntese pelo processo de reforma seca do metano desenvolvido em reator de leito fixo com membrana Abstract The development of the reform process of methane with carbon dioxide addressed in this study, use the action of the catalyst at 3.31% nickel by weight supported on gamma-alumina, prepared in the fixed bed reactor with inorganic membrane of Pd-Ag, for selective permeation of hydrogen. Operations in the reactor, the line's development process, with g of catalyst, using a mixture of reagents in CH 4 /CO /Ar reasons molars (4.5% / 14.% / 45.5%), with a fixed total flow of 11 ml / min, according to the temperatures of 773.15 K, 83.15 K and 873.15 K, pressure of 1. bar. At the temperature of 873.15 K and 1 bar pressure, operating conditions, higher conversions of methane and hydrogen yields, the permeation system converted 34% methane and produced 47% hydrogen, with increases in conversion 7% methane and hydrogen yield of 14% compared to operations without permeation. Keywords: membrane reactor, reform dry. Introdução O interesse pelo processo de reforma seca do metano tem aumentado durante os últimos anos em razão das preocupações ambientais e energéticas (TOPALIDIS et al., 7). ARMORO (1999) levantou previsões de que o hidrogênio iria se tornar uma das maiores fontes de energia do mundo. De fato, o hidrogênio se revela a cada vez mais importante como fonte de produção de derivados do gás de síntese, e constitui um combustível alternativo limpo. A produção do gás de síntese pelo processo de reforma seca do metano apresenta-se como uma reação endotérmica que gera uma mistura gasosa com uma baixa relação molar H /CO. Esta reação se tornou mais atraente nos últimos anos, considerando a crescente disponibilidade de CO. As principais reações envolvidas no processo de reforma do metano com dióxido de carbono são as seguintes : CH 4 + CO CO + H, H 98 k = +47,4KJ / mol (1) CO + H CO + H O, reação reversa água-gás -shift H 98 k = 41,1 KJ / mol () CO + 4 H CH 4 + H O, metanação H98 k = 165KJ / mol (3) incluindo outras duas reações que podem ocorrer, produzindo depósitos de carbono, CH 4 H + C, decomposição do metano H k = KJ / mol 98 +75 (4) CO CO + C, reação de Boudouard H 98 k = 173KJ / mol (5) Limitações termodinâmicas inerentes as principais etapas reacionais do processo, associadas às atividades do sistema catalítico, limitam a conversão dos reagentes e produção dos compotos hidrogênio e monóxido de carbono. Visando a possibilidade de maximização da atividade do catalisador Ni/Al O 3 previamente sintetizado no laboratório e caracterizado, o presente trabalho de pesquisa teve como objetivo a

avaliação do deslocamento de equilíbrios de etapas que envolvem a participação do hidrogênio na reforma seca do metano, recorrendo à utilização de um reator de leito fixo com membrana seletiva associada à permeação do hidrogênio, com quantificação das conversões do metano e rendimentos em hidrogênio alcançados operando em leito fixo e leito fixo com membrana. Metodologia Preparação e Caracterização do Catalisador Ni/ γ Al O 3 O catalisador foi inicialmente impregnado no suporte catalítico, pelo método de impregnação via úmida, por uma solução de nitrato de níquel hexahidratado, com o intuito de formular um catalisador de níquel (5% em massa) suportado em gama-alumina, para tanto, utilizou-se uma massa do referido sal, devidamente calculada de modo a se preparar 4, g do catalisador, levando em consideração uma margem de erro de cerca 1%. Depois, de impregnado, o catalisador foi secado overnight, á 393,15K, numa estufa. Em seguida, iniciou-se a etapa de calcinação, no qual foi realizada num forno Lindberg Blue-M, a uma temperatura fixa de 873,15K, por 5 horas, sob um fluxo fixo argônio de 5mL/min. E reduzido in-situ, a uma temperatura fixa de 973,15K, por 3 horas, sob um fluxo de hidrogênio de 5 ml/min. O catalisador Ni/ γ Al O 3, foi caracterizado por difração de raio-x, num difratometro (Cu Kα radiation, Siemens D5), após a redução e os teste reacionais, foi também, determinada a área superficial especifica pelo método de BET, após a redução in-situ, e analisado por absorção atômica, com a finalidade de se identificar o valor exato do teor total de níquel metálico impregnado no suporte. Teste de Permeação Para o teste de permeabilidade da membrana de Pd-Ag, foi usada uma mistura de H /Ar, com fluxo total fixo de 5mL/min, todos os gases com pureza > 99,995 %, variando-se as frações das mesmas, como também, sua temperatura (73,15K, 773,15K e 83,15K), para se obter um comportamento do tipo de Knudsen, cujo coeficiente de difusão tem dependência da temperatura segundo uma lei do tipo Arrhenius. A taxa de hidrogênio permeado pela membrana Pd-Ag, é descrita pela equação de Sievert s, E D RT r J = J e ( P H P p ) H (6) na qual, J e E D são, respectivamente, fator pré-exponencial e a energia de ativação de difusão na permeação. P H r e P H p representam as variáveis das pressões parciais do hidrogênio na zona de reação e zona de permeação. Teste de Reação O sistema consiste de um reator de membrana, sendo o esquema apresentado pela Figura 1, fornecido pela REB Research & Consulting, de diâmetro externo de 1,66 mm e altura de 457, mm, acoplado com uma membrana Pd-Ag, de alta permeabilidade de hidrogênio, comprimento 19,5 mm e diâmetro interno de 3,18 mm. Controladores de fluxo mássicos da Alborg DFC, com faixa de vazão de -5mL/min. Cromatógrafo à gás (Trace GC ultra), equipado com uma coluna empacotada Porapak Q, com detector de condutividade térmica, tendo o argônio como gás de arraste cromatográfico, foi utilizado para análises dos reagentes e produtos dos processos reacionais estudados. O reator foi carregado com g de catalisador, utilizado nas temperaturas (773,15K- 83,15K- 873,15K), monitorados por 3 Termopares, inseridos em três pontos diferentes no forno do reator. O

sistema é alimentado por uma mistura de CH 4 /CO /Ar de razão molar de 4,5%/14,%/45,5% e uma vazão volumétrica de 11 ml/min. Figura 1: Representação esquemática do reator de membrana catalítico. O reator operando a pressão atmosférica foi conectado a uma bomba turbomolecular de alto vácuo (,Pa), com a finalidade de gerar um gradiente de pressão entre a zona de permeação do hidrogênio e a zona de reação. Para validar o efeito da permeação, em cada corrida, nos testes reacionais, foi utilizado primeiro sem permeação do hidrogênio, até atingir estado estacionário, e depois, com permeação do hidrogênio. Resultados e Discussão Caracterização do Catalisador Difração de Raio-X Intensity (A.U) 7 6 5 4 3 (a) Catalyst after reduction (973,15K) Intensity (A.U) 7 6 5 4 3 (b) Catalyst after reaction (773,15K) A lum ina NiAl O 4 N i 1 1 7 6 1 3 4 5 6 7 8 θ (c) Catalyst after reaction (83,15K) 7 6 1 3 4 5 6 7 8 (d) Catalyst after reaction (873,15K) θ Intensity (A.U) 5 4 3 Intensity (A.U) 5 4 3 1 1 1 3 4 5 6 7 8 1 3 4 5 6 7 8 θ θ Figura : Difratogramas de Raio-X do catalisador de Ni (3,31% em massa)/gama-alumina. (a) Catalisador após a redução in-situ em reator de membrana. (b) Catalisador após a reação de reforma seca do metano com dióxido de carbono em reator membrana a 773,15K. (c) Catalisador após a reação de reforma seca do metano com dióxido de carbono em reator membrana á 83,15K e (d) Catalisador após a reação de reforma seca do metano com dióxido de carbono em reator membrana á 873,15K.

A Figura, mostra os Difratogramas de Raio-X, do Catalisador de Ni (3,31% em massa)/ γ Al O 3, após a redução in-situ, e os testes reacionais, nas três temperaturas aplicadas. Nos quais, destacam a ocorrência da formação de espinélio de aluminato de níquel θ = 3, nas três etapas. Picos em θ = 19, 45, 66, indicam a ocorrência de alumina. Em θ = 37, 51, 6 destacam-se as fases cristalinas do catalisador de níquel. Durante as etapas reacionais, o fenômeno da formação do NiAl O 4 está associado à própria estrutura da gama alumina que usualmente é descrita como um espinélio defeituoso, com estrutura cúbica representada pelo MgAl O 4, com átomos de alumínio ocupando posições octaedral e Mg ocupando posições tetraedrais intersticiais aos átomos de oxigênio de um cubo cristalino de face centrada, contendo 3 átomos de oxigênio, 16 átomos de alumínio (octraedral) e 8 átomos de Mg (tetraedral). A substituição direta dos sítios de Mg por átomos adicionais de alumínio resulta numa estequiometria catiônica do tipo Al 3 O 4, de modo que é possível que ocorra uma remoção de dois terços dos 4 átomos de alumínio disponíveis na célula unitária, no presente processo reacional. Esse fenômeno ocorre com a substituição dos átomos de alumínio por átomos de níquel, resultando na formação do espinélio de aluminato de níquel. Análise por Absorção Atômica A análise da absorção atômica do catalisador preparado e reduzido de Ni (3,31%)/ γ Al O3, para a sua utilização nas reações de reforma seca do metano, em reator de membrana, resultou em teor do metal de 3,31% em massa. Determinação da área superficial específica (BET) A área superficial foi medida pelo método BET, para a alumina e para o catalisador após a redução. Os resultados das análises indicaram uma diminuição de 64% da área superficial da alumina (Sp=6,1 m /g) para a área do catalisador reduzido (Sp=144,85 m /g). A introdução de cerca de 3,31 % em massa de níquel, com volumes de poros de,589 cm 3 /g e recobrimento de parte da superfície, deve justificar tal decrescimento de área superficial. Testes de permeação H Permeation rate (mol STP/m.s),5,4,3,,1 T=73,15K T=773,15K T=83,15K Fit, 5 1 15 Membrane pressure difference P H r -P H p (Pa.5 ) Figura 3: Fluxo de permeação em função da diferença de pressão no meio de permeação. Aplicação da Equação de Sievert s. Pressões na zona de reação P H = 11. Pa ep H, p =, Pa na zona de permeação.

A análise da Figura 3 permite constatar que, com o aumento da temperatura eleva-se o fluxo de permeação do hidrogênio pela membrana, na qual também, este se eleva linearmente com o aumento da diferença de pressão através da membrana, resultado do aumento da fração do hidrogênio na mistura H /Ar, de acordo com mecanismo de Knudsen. Este resultado do aumento do fluxo de hidrogênio é devido a duas contribuições: A permeação através dos poros da membrana, o qual segue o mecanismo de Knudsen (este diminui com o aumento da temperatura), e a permeação através da matrix Pd-Ag, o qual depende da temperatura, seguindo a expressão de Arrhenius. O efeito total é o aumento do fluxo de permeação do H, com o aumento da temperatura. Com ajuda do software MATLAB foi possível estimar as seguintes ordens de grandeza para os parâmetros, pela equação de Sievert s: J = 1,544 x 1-4 mol/m.s. Pa.5 ; E D = 5,5 kj/mol. Teste de reação O processo de reforma seca do metano foi realizado em duas etapas de modo a se atingir estados estacionários da composição da mistura efluente do reator: A primeira sem permeação do hidrogênio e a segunda com permeação do hidrogênio. Segundo, constatações experimentais (PACIFICO, 4; SILVA, 9), o processo de reforma seca do metano segue três etapas independentes: CH C + (Etapa 1) (4) 4 H CO + H CO + H O (Etapa ) () CO + C CO (Etapa 3, reação reversa de Boudouard) (7) Foram realizados testes de reação, em três diferentes temperaturas, evidenciando elevações da conversão do metano, na etapa com permeação. A Figura 4 evidencia nitidamente que quando iniciada a remoção do hidrogênio por permeação, as conversões do metano se elevaram de forma significante. 6 with permeation 5 144min (773,15K) (83,15K) (873,15K) CH 4 Conversion (%) 4 3 no permeation 16 min 144 min 1 5 1 15 5 3 35 Time on stream (min) Figura 4: Evoluções das conversões do metano, em reator de membrana. Condições m cat = g, P = 1 bar, razão molar CO /CH 4 =.35, τ =14.8 kg.s/m 3, às temperaturas 773,15 K, 83,15 K e 873,15 K. Nas seqüências, após os inícios das etapas de permeação, as conversões do metano decresceram, atingindo patamares estacionários de concentração em níveis inferiores, mas ainda

superiores àqueles obtidos nas etapas de operação sem permeação. È possível os citados decrescimentos tenham ocorridos devido à desativação do catalisador, o que poderia ser atribuída à excessiva decomposição do metano (etapa 1), gerando maior deposição de carbono na superfície do material. Adicionalmente, deve-se considerar que em processos de reforma que operam na ausência de vapor de água pode ocorrer dificuldade de regeneração do catalisador durante a operação. As evoluções quantificadas da conversão do metano nas três temperaturas aplicadas possibilitam constatar que: na etapa sem permeação à 773,15 K, atingiu-se uma conversão do metano de cerca de 3,3%; na etapa seguinte, com permeação, a referida conversão elevou-se para 14%, e decaiu para 7,7 % no estado estacionário; na temperatura de 83,15 K, atingiu-se 11% de conversão do metano sem permeação, elevando-se para 3%, com permeação, mantendo-se em um patamar de 14,3% no estado estacionário; na temperatura de 873,15 K, em regime praticamente estacionário, atingiu-se a quase % de conversão do metano, sem permeação; na seqüência a conversão elevou-se para quase 6%, com permeação, mantendo-se em aproximadamente 34%, em estado estacionário. with permeation 5 144 min H yield (%) 4 3 no permeation 144 min 16mmin (773,15K) (83,15K) (873,15K) 1 5 1 15 5 3 Time on stream (min) Figura 5: Evoluções dos rendimentos do hidrogênio, em reator de membrana. Condições m cat = g, P = 1 bar, razão molar CO /CH 4 =.35, τ =14.8 kg.s/m 3, às temperaturas 773,15 K, 83,15 K e 873,15 K. O hidrogênio é produzido pela reação de decomposição do metano (Etapa 1) e consumido pela reação reversa água-gás shift (Etapa ), sendo os seus rendimentos apresentados na Figura 5. Nela evidencia-se um perfil semelhante ao da conversão do metano. Na temperatura de 773,15 K, operando-se sem permeação, o rendimento de hidrogênio estaciona-se em quase 8%, elevando-se para 18% e estabilizando-se em 9%, com permeação. Na temperatura de 83,15 K, sem permeação, o rendimento em hidrogênio estaciona-se em 14 %, elevando-se para 8% com permeação e estacionando-se em 1%. E na temperatura de 873,15 K, sem permeação, o rendimento em hidrogênio estaciona-se em 3%, elevando-se para 5% com permeação e atingindo-se o valor de 47% no final do tempo reacional.

Conclusões O presente trabalho foi focado sobre o desenvolvimento do processo de reforma seca do metano com dióxido de carbono, em reator de leito fixo com membrana associada, na presença do catalisador níquel suportado em gama-alumina, gerando resultados relativos aos comportamentos cinéticos e operacionais das reações envolvidas, os quais foram constatados experimentalmente e submetidos a predições segundo modelagem e simulação do referido processo. Recorrente à metodologia da engenharia dos processos catalíticos, sintetizou-se um catalisador de níquel com 3,31 % em massa, suportado sobre gama-alumina, o qual foi caracterizado, evidenciando-se a presença da fase níquel e de outros componentes (NiAl O 4 ) em reduzidos teores. O processo de reforma seca do metano com dióxido de carbono foi operado em reator de leito fixo de membrana com permeação de hidrogênio, obtendo-se uma importante conversão do metano com um rendimento em hidrogênio elevado. Na temperatura de 873,15 K e 1 bar de pressão, condições operacionais de maiores conversões de metano e rendimentos em hidrogênio, no sistema com permeação converteu-se 34% de metano e produziu-se 47% de hidrogênio, com aumentos de conversão em metano de 7 % e de rendimento em hidrogênio de 14%, em relação às operações sem permeação. Agradecimentos PRH-8/ANP/MCT, LPC (Laboratório de Processos Catalíticos)/UFPE Referências Bibliográficas ARMORO, J.N., The Multiple Roles for Catalysis in production of H. Applied Catalysis A., General, v.176(), p.159-176,1999. PACIFICO.J.A.. Cinética do processo de reforma catalítica do metano com dióxido de carbono. Aplicação á modelagem e simulação da operação em reator de leito fluidizado. Dissertação de Mestrado/UFPE, 4. SILVA, F. S. A.. Avaliação do processo de reforma seca do metano em reator de membrana. Dissertação de Mestrado/UFPE, 9. TOPALIDIS, A., PETRAKIS, D.E., LADAVOS, A.,LOUKATZIKOU, L.,POMONIS, P.J.. A kinetic study of methane and carbon dioxide interconversion over.3,31%pt/srtio3 catalysts. Catalysis Today.39-41.7.