Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

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IMPUGNAÇÃO JUDICIAL LIQUIDAÇÃO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO

2 Não foram apresentadas contra alegações. 4 - Colhidos os vistos legais, cabe decidir.

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IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE TRANSMISSÃO ONEROSA DE IMOVEIS ISENÇÃO FISCAL PRÉDIO URBANO PARTE INDIVISA

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1.1. Terminou a alegação de recurso com as seguintes conclusões:

PRAZO DE ARGUIÇÃO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL FALTA ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ACTO PENHORA

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo I-RELATÓRIO

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1 de :12

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Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: - Relatório -

FORMALIDADE AVISO DE RECEPÇÃO ASSINATURA DO AVISO POR PESSOA DIVERSA DO DESTINATÁRIO

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PORTAGEM COIMA NOTIFICAÇÃO ADMINISTRADOR DA INSOLVENCIA

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Acordam, em conferência, nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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CADUCIDADE DO DIREITO DE IMPUGNAR RECLAMAÇÃO PRÉVIA

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Acordam nesta Secção do Contencioso

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Transcrição:

Acórdãos STA Processo: 0765/10 Data do Acordão: 24-02-2011 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ISABEL MARQUES DA SILVA INDEFERIMENTO LIMINAR DA PETIÇÃO IMPUGNAÇÃO I - O indeferimento liminar da petição deve ser cautelosamente decretado justificando-se, nomeadamente, em casos em que a continuação do processo constitua manifesto desperdício de actividade judicial. II - Ora, impondo-se nos autos a averiguação factual relevante para a decisão, a continuação destes é essencial para se chegar a uma decisão de mérito, pelo que a petição não podia ser liminarmente indeferida Nº Convencional: JSTA000P12637 Nº do Documento: SA2201102240765 Recorrente: A... Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Texto Integral Texto Integral: Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: - Relatório - 1 A, S.A., com os sinais dos autos, recorre para este Supremo Tribunal da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, de 22 de Abril de 2010, que, por manifesta improcedência do pedido, indeferiu liminarmente a petição inicial de impugnação por si deduzida contra a liquidação adicional de Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis (IMT) relativa à aquisição que efectuou em 2007/04/04, no Cartório Notarial de B, em Santo Tirso, de uma parcela de terreno destinada à construção urbana, da freguesia e concelho de Santo Tirso, inscrita na matriz predial sob o artigo 5298 e respectivas benfeitorias,

apresentando para tal as seguintes conclusões: 1 - Foram dados como provados todos os requisitos da simulação do negócio, que conduzem à sua nulidade. 2 A impugnação deveria ter sido julgada procedente. 3 - Porque, atenta a nulidade do negócio, por simulação, inexiste o facto tributário subjacente à liquidação adicional de Imposto do Selo impugnada. 4 - O Estado não pode ser entendido como terceiro na economia do artº 243º do C. Civil. 5 - A protecção prevista no citado artigo dirige-se aos terceiros de boa fé que, em relação ao objecto do negócio simulado (nulo), tenham adquirido direitos incompatíveis com este. 6 - O que não é caso da administração Fiscal que apenas beneficia dos efeitos colaterais (tributários) do negócio simulado. 7 - A Administração Fiscal deve desconsiderar os efeitos jurídico-tributários do negócio nulo. 8 - A nulidade poderia e deveria ter sido declarada neste processo, tanto mais que foram dados como provados todos os requisitos atinentes à simulação, não carecendo qualquer intervenção dos tribunais comuns. 9 - A invocação da simulação não constitui exercício ilegítimo de um direito ou o seu abuso. 10 - Não tem aplicação ao caso o disposto no artigo 10 da LGT porque, tendo em vista a tributação do facto tributário, ainda que ilícito, não se destina àquelas situações em que o facto tributário simplesmente não existe. 11 - Foi violado o disposto nos artigos 99º do CPPT, 10 e 39 da LGT, 243, 286º, e 334. do Código Civil. Termos em que revogando a decisão recorrida e declarada a nulidade do negócio com a consequente destruição dos seus efeitos juridico-tributários, se fará JUSTIÇA. 2 Não foram apresentadas contra-alegações. 3 O Excelentíssimo Procurador-Geral Adjunto junto deste Tribunal emitiu parecer (fls. 142/143) no qual se pronunciou no sentido do não provimento do recurso. Notificadas as partes do parecer do Ministério Público (fls. 158 a 160 dos autos) veio a recorrente responder nos termos de fls. 165 a 167 dos autos. Corridos os vistos legais, cumpre decidir. 4 Questão a decidir É a de saber se, como decidido, havia fundamento para

indeferimento liminar da petição de impugnação por manifesta improcedência do pedido. 5 Na sentença recorrida foram dados como provados os seguintes factos: A) A impugnação alega como fundamento da impugnante a inexistência da dívida de qualquer imposto (fls. 44). -- B) O fundamento da inexistência da dívida do imposto é a alegada nulidade, por simulação, do contrato de compra e venda que está subjacente à transmissão do imóvel que determinou a sua avaliação e consequente liquidação adicional do IMT que deu origem à impugnação judicial (fls. 44). C) A impugnação, anteriormente denominada "C..., Ldª", pessoa colectiva nº, alega que em 2006 era devedora de avultadas quantias e que para criar dificuldades à acção dos seus credores acordou com D a transmissão simulada do referido prédio (fls. 43 e 44).-- D) Em 16/3/2006, no Cartório Notarial do Notário E, em Vila Nova de Famalicão, compareceu a impugnante e D para celebração de escritura de compra e venda, declarando a impugnante vender o aludido prédio urbano a D pelo preço de 600.004,46 e este, por sua vez, declarando comprar o dito prédio (fls. 43 a 45 e 54 a 58). E) Porém, nem a impugnante nem D manifestaram a sua vontade real (fls. 47). -- F) A impugnante nunca teve vontade de vender o prédio em causa, nem D vontade de o comprar (fls. 47). -- G) A impugnante, ao declarar vender, e D, ao declarar comprar, não quiseram concretizar qualquer negócio (fls. 48). H) A outorga da escritura em causa apenas teve como objectivo evitar que credores da oponente executassem o seu património (fls. 48). -- I) A escritura de compra e venda celebrada no dia 16/03/2006 foi simulada, com o intuito de frustrar a execução do património da oponente por parte dos seus credores (fls. 49). -- J) Na petição inicial a impugnante invoca como fundamento da anulação da liquidação adicional a simulação do negócio jurídico e a sua consequente nulidade (fls. 43 a 49). 6 Do indeferimento liminar da petição de impugnação A sentença recorrida, a fls. 84 a 89 dos autos, indeferiu liminarmente, atenta a manifesta improcedência do

pedido, a petição inicial de impugnação oportunamente apresentada pela então impugnante contra o acto de liquidação adicional de Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis (IMT) devido pela aquisição que efectuou em 2007/04/04, no Cartório Notarial de B, em Santo Tirso, de uma parcela de terreno destinada à construção urbana, da freguesia e concelho de Santo Tirso, inscrita na matriz predial sob o artigo 5298 e respectivas benfeitorias. Apesar de ter indeferido liminarmente a petição, o juiz a quo deu como provados, entre outros, os factos seguintes (sublinhados nossos): A) Em 16/3/2006, no Cartório Notarial do Notário E, em Vila Nova de Famalicão, compareceu a impugnante e D para celebração de escritura de compra e venda, declarando a impugnante vender o aludido prédio urbano a D pelo preço de 600.004,46 e este, por sua vez, declarando comprar o dito prédio (fls. 43 a 45 e 54 a 58). B) Porém, nem a impugnante nem D manifestaram a sua vontade real (fls. 47). -- C) A impugnante nunca teve vontade de vender o prédio em causa, nem D vontade de o comprar (fls. 47). -- D) A impugnante, ao declarar vender, e D, ao declarar comprar, não quiseram concretizar qualquer negócio (fls. 48). E) A outorga da escritura em causa apenas teve como objectivo evitar que credores da oponente executassem o seu património (fls. 48). -- F) A escritura de compra e venda celebrada no dia 16/03/2006 foi simulada, com o intuito de frustrar a execução do património da oponente por parte dos seus credores (fls. 49). -- G) Em 16/3/2006, no Cartório Notarial do Notário E, em Vila Nova de Famalicão, compareceu a impugnante e D para celebração de escritura de compra e venda, declarando a impugnante vender o aludido prédio urbano a D pelo preço de 600.004,46 e este, por sua vez, declarando comprar o dito prédio (fls. 43 a 45 e 54 a 58). H) Porém, nem a impugnante nem D manifestaram a sua vontade real (fls. 47). -- I) A impugnante nunca teve vontade de vender o prédio em causa, nem D vontade de o comprar (fls. 47). -- J) A impugnante, ao declarar vender, e D, ao declarar

comprar, não quiseram concretizar qualquer negócio (fls. 48).-- K) A outorga da escritura em causa apenas teve como objectivo evitar que credores da oponente executassem o seu património (fls. 48). -- L) A escritura de compra e venda celebrada no dia 16/03/2006 foi simulada, com o intuito de frustrar a execução do património da oponente por parte dos seus credores (fls. 49). -- Ora, o pedido apresentado pela então impugnante na sua petição inicial de impugnação respeita ao IMT devido pela aquisição que efectuou em 2007/04/04, no Cartório Notarial de B, em Santo Tirso, e não à venda que terá efectuado em 16/3/2006, no Cartório Notarial do Notário E, em Vila Nova de Famalicão, a que se refere o probatório fixado. Compulsada a petição inicial de impugnação (em especial os seus artigos 12.º, 13.º, 22.º, 33.º e 34.º) bem como os documentos autênticos e particulares junto aos autos compreende-se que, afinal, não se realizou apenas a venda simulada a que se refere a alínea D) do probatório, mas também um contrato-promessa e uma nova venda do imóvel à impugnante, sendo esta que motivou a liquidação sindicada nos presentes autos. Deste modo, e à semelhança do que sucedeu no processo n.º 766/10 (decidido por Acórdão deste Supremo Tribunal do passado dia 12 de Janeiro, também subscrito pela relatora, e que tinha por objecto o Imposto do Selo liquidado em razão da mesma transmissão), existe défice instrutório, que este Tribunal não pode suprir por apenas conhecer de direito. E deste modo, como se decidiu naquele outro Acórdão, tem de julgar-se que o indeferimento liminar não é adequado ao caso dos autos, pois que este deve ser cautelosamente decretado justificando-se, nomeadamente, em casos em que a continuação do processo constitua manifesto desperdício da actividade judicial, o que não sucede no caso dos autos, em que se impõe a cuidada averiguação dos factos relevantes para a decisão, pelo que a continuação do processo não pode considerar-se actividade jurisdicional desnecessária. Diga-se, finalmente, que o relatório da sentença recorrida (fls. 84 e 85 dos autos) parece incluir no seu objecto tanto o IMT impugnado nos presentes autos, como o Selo devido pela mesma aquisição mas objecto do processo no

qual foi proferido o nosso Acórdão de 12 de Janeiro de 2011 (rec. n.º 766/10). Trata-se, com certeza, de lapso, mas que importará corrigir, pois que embora ambos os tributos resultem da mesma transmissão, terão sido objecto de autónomas impugnações. Decisão 7 Termos em que, face ao exposto, acordam os juízes da Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo em, com a presente fundamentação, conceder provimento ao recurso, revogando a sentença recorrida, devendo os autos baixar à primeira instância para prosseguirem, se nada mais obstar. Sem custas. Lisboa, 24 de Fevereiro de 2011. - Isabel Marques da Silva (relatora) - António Calhau - Casimiro Gonçalves.