Eduardo Magalhães/BA - Agosto/2016

Documentos relacionados
WORKSHOP DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE PESQUISAS SAFRA 2014/2015 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES NO CERRADO DA BAHIA RESULTADOS - SAFRA 2014/2015

Eduardo Magalhães/BA - Setembro/2017

AVALIAÇÕES DE CULTIVARES EFETUADAS PELAS ASSOCIAÇÕES ESTADUAIS

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

CULTIVARES DE SOJA RECOMENDADAS PARA O OESTE DA BAHIA

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

Documentos. ISSN Junho, Comportamento de Linhagens de Algodoeiro no Cerrado Baiano - Safra 2014/2015

Documentos. ISSN Junho, Linhagens de Algodoeiro Desenvolvidas para o Cerrado do Estado da Bahia, Safra 2015/2016

Comunicado Técnico 144

CAUSAS DA PRODUÇÃO DE FIBRAS CURTAS NAS FAZENDAS

METODOLOGIA PARTICIPATIVA PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES NO CERRADO BRASILEIRO

Cultivares desenvolvidas pelo IMAmt Márcio de Souza Coordenador de Projetos e Difusão de Tecnologias

PLANEJAMENTO E MANEJO DE LAVOURAS TRANSGÊNICAS DE ALGODÃO NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

CIRCULAR TÉCNICA. Patricia M. C. de Andrade Vilela 1 ; Jean Louis Belot 1 Nº22 / 2015

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1311

CIRCULAR TÉCNICA. Jean Louis Belot 1, Sergio Gonçalves Dutra 2

NOTA TÉCNICA N 01/2012

CULTIVARES DE ALGODÃO TMG. Eduardo M. Kawakami

Ações e atuação da Abapa 2016

AUMENTO DOS PROBLEMAS COM DOENÇAS NO CERRADO DO BRASIL

Capulhos com fibra em plantação de algodão. (Foto: José Medeiros)

MELHORES PRATICAS DE MANEJO DO ALGODÃO NO BRASIL

É POSSÍVEL TER SUCESSO NA PRODUÇÃO DO ALGODÃO NÃO BT? Eng.º Agr.º Ezelino Carvalho GBCA / EQUIPE Consultoria Agronômica

BRS 336 CULTIVAR DE ALGODÃO COM ALTA QUALIDADE DE FIBRA PARA CULTIVO NO CERRADO E SEMI-ÁRIDO DO BRASIL. 1 INTRODUÇÃO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1740

Tabela 1. Dados comparativos da safra anterior em relação à atual.

ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA O CONTROLE DE BICUDO NA BAHIA Programa Fitossanitário da Abapa

Híbrido simples de Milho BRS 1010

POPULAÇÃO DE PLANTIO DE ALGODÃO PARA O OESTE BAIANO

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DO ALGODOEIRO NO NORDESTE BRASILEIRO: QUADRO ATUAL E PERSPECTIVAS

FiberMax. Mais que um detalhe: uma genética de fibra.

CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO RECOMENDADAS PARA OS CERRADOS DO MEIO- NORTE DO BRASIL

Boas Práticas Agrícolas no MS. Eng. Agrônomo Rubem Cesar Staudt. Astecplan Ltda

BENEFICIAMENTO DE ALGODÃO ORGÂNICO NO AGRESTE PARAIBANO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Manejo de cultivos transgênicos

MANEJO DA MANCHA DE RAMULÁRIA E MOFO BRANCO

CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO INDICADAS PARA SEMEIO NA SAFRA 2009/10 EM RORAIMA

Comunicado Técnico 170

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUDOESTE PIAUIENSE

CULTIVARES DE ALGODÃO DESENVOLVIDAS PELA DELTAPINE/MONSANTO. Rinaldo Grassi Gerente Técnico J&H Sementes

ENSAIOS REGIONAIS DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DO CERRADO CONDUZIDOS NO MATO GROSSO NA SAFRA 2004/2005.

V CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO - 29 DE AGOSTO A 01 DE SETEMBRO DE 2005

BRS 1035 Híbrido Simples de Milho

Desafios técnicos para máxima produtividade do algodoeiro no sul do MA e sudoeste do PI

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA PORTARIA Nº 119, DE 12 DE JULHO DE 2013

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ALGODÃO NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

VIABILIDADE FITOTÉCNICA DO ALGODÃO ADENSADO. Valdinei Sofiatti Pesquisador da Embrapa Algodão

Plantio de Algodão Ultra-Estreito - : Experiência do Grupo Itaquerê Engº Agrônomo Eurico Brunetta Dir. Agroindustrial Grupo Itaquerê

ENSAIOS DE ALGODOEIROS DE FIBRAS COLORIDAS NO VALE DO IUIU 1 INTRODUÇÃO

BRS Ponta Negra Variedade de Sorgo Forrageiro

BRS 1031 Híbrido Simples de Milho

ADUBAÇÃO DO ALGODOEIRO: Resultados obtidos em Goiás. Ana Luiza Dias Coelho Borin D.Sc. Ciência do Solo Pesquisadora da Embrapa Algodão

Relatório mensal, por Núcleo Regional, referente ao desenvolvimento das lavouras de Goiás safra 2013/2014 levantamento divulgado em Setembro/2014.

Mini-curso - Análise e melhoria da qualidade operacional nas fazendas e algodoeiras.

Variedade IMA 8405GLT antes da colheita (Foto: Jean Louis Belot)

AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DA BAHIA DIRETORIA DE DEFESA SANITÁRIA VEGETAL DDSV. Luís Eduardo Magalhães, BA 30 de Julho de 2013

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1815

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

HERBICIDAS NA CULTURA DO ALGODÃO NO BRASIL

Produção de Semente Genética de Soja na Embrapa Trigo em 2009/10

Programa de Qualidade da Fibra de Algodão no Estado de Mato Grosso

Avaliação de diferentes espaçamentos, densidade e arranjo de plantas sobre a produtividade do algodão safra 2002/2003

GASTOS COM INSETICIDAS, FUNGICIDAS E HERBICIDAS NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA, BRASIL,

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ (ALABAMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. Daniele Romano 1 ; Paulo Bettini 2.

Estimativa do Custo de Produção de Trigo, Safra 2011, para Mato Grosso do Sul

Estimativa do Custo de Produção de Soja no Sistema Plantio Direto, Safra 2010/2011, para Mato Grosso do Sul

CIRCULAR TÉCNICA. Destruição química da soqueira em variedades de algodoeiro resistentes ao glifosato

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DO NÚMERO DE APLICAÇÕES DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE RAMULÁRIA EM DUAS CULTIVARES DE ALGODOEIRO, EM CAMPO VERDE MT

Núcleo 1 Chapadão do Sul

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Algodão. Volume 1

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Ministério da Agricultura

Avaliação de Cultivares de Milho na Região de Sete Lagoas, MG

CULTIVARES DE SOJA. BAHIA Safra 2011/12. Soja. Transferência de Tecnologia

PREÇO DO ALGODÃO EM MT SUPERA DESEMBOLSO DA SAFRA 15/16

Lançamento Soja marca Pioneer no Sul do Brasil. Ricardo B. Zottis Ger. Produto RS/SC

Estimativa do Custo de Produção de Arroz Irrigado e de Terras Altas, para a Safra 2008/09, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso

SISTEMA DE PLANTIO E PRODUTIVIDADE DA MAMONEIRA CULTIVADA EM ÁREA DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE CASA NOVA-BA

EFEITO DE DOSES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DO ALGODOEIRO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO EM MATO GROSSO DO SUL (*)

IRRIGAÇÃO DA CULTURA DE ALGODÃO NO CENTRO OESTE. Ewerton Osipe 4

Melhoramento do Algodoeiro no Setor Público: Contribuições, Desafios e Perspectiva

Alerta para a presença de Corynespora cassiicola em folhas de algodoeiro

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE CULTIVO DE MILHO SAFRINHA

Palavras-chave: manejo cultural, semi-árido, estresse hídrico. INTRODUÇÃO

ARRANJOS ESPACIAIS NO CONSÓRCIO DA MANDIOCA COM MILHO E CAUPI EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES, BAHIA INTRODUÇÃO

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

O produtor pergunta, a Embrapa responde. Editores Técnicos Luís Fernando Stone José Aloísio Alves Moreira Raimundo Ricardo Rabelo Marina Biava

Estimativa de custos de produção de soja em Rondônia - safra 2001/2002

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1751

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO CERRADO MATOGROSSENSE *

DESEMPENHO DE VARIEDADES COMERCIAIS DE ALGODÃO SUMETIDAS A DIFERENTE NIVEIS DE ADUBAÇÃO NO OESTE DA BAHIA, SAFRA 2004/2005

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos ALGODÃO JUNHO DE 2017

Transcrição:

01 Luís Eduardo Magalhães/BA - Agosto/2016 Circular Técnica Autores Eleusio Curvelo Freire Engº. Agron. Cotton Consultoria Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia 1 Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 1. INTRODUÇÃO O grande número de cultivares convencionais e transgênicas, disponibilizadas pelas empresas obtentoras e seus licenciados, no mercado do cerrado brasileiro poderá trazer problemas como mistura nas algodoeiras de fibras com característica intrínsecas diferentes, danos na imagem de algodão de alta qualidade conseguida pelos produtores do cerrado da Bahia e, perda de rentabilidade e sustentabilidade da cultura, pelos altos valores cobrados de royalties sobre algumas cultivares, sem o correspondente retorno esperado. Por outro lado, os produtores não podem ficar alheios aos novos lançamentos de cultivares, pelo risco de passarem a usar tecnologias obsoletas. Para obter informações independentes e livres do viés do marketing das empresas obtentoras, a Associação Baiana dos produtores de algodão - Abapa decidiu encomendar a Fundação Bahia, a condução de um projeto para avaliação de novas cultivares de algodoeiro, com a participação de pesquisadores das empresas obtentoras, consultores, agrônomos das fazendas e produtores. Este projeto foi financiado pelo Instituto Brasileiro do Algodão - IBA e foi Murilo Barros Pedrosa Pesquisador Fundação Bahia Milton Akio Ide Engº. Agron. Ide Consultoria Marcio Pereira Ribeiro Engº. Agron. Ide Consultoria Valmor dos Santos Engº. Agron. Inovação Agrícola André Singer Engº. Agron. Inovação Agrícola Pedro Brugnera Engº. Agron. Consultoria Circulo Verde Celito Breda Engº. Agron. Consultoria Circulo Verde Mônica C. Martins Engº. Agron. Consultoria Circulo Verde Genivaldo Batista dos Santos Engº. Agron. Consultoria Circulo Verde Ezelino Carvalho Engº. Agron. Equipe Consultoria Joni Robson Mariano Tec. Agrícola Equipe Consultoria Nelson Dias Suassuna Pesquisador Embrapa Algodão Camilo de Lelis Morello Pesquisador Embrapa Algodão Fabiano José Perina Pesquisador Embrapa Algodão Geraldo Pereira Engº. Agron. Equipe Consultoria Nilson Gonçalves Vicente Engº. Agron. Fundação Bahia Tiago Tezotto Técnico agrícola Ide Consultoria

Pág. 02 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 conduzido no cerrado da Bahia, durante as safras 2014/15 e 2015/16, com o objetivo de avaliar e recomendar um número mínimo de cultivares que possam agregar tecnologia e rentabilidade aos sistemas de produção em uso. Aqui são apresentados os resultados obtidos nas avaliações efetuadas durante as safras 2014/15 e 2015/16. 2. MATERIAL E MÉTODOS Em cada uma das safras foram conduzidas seis unidades demonstrativas UD s. Para as avaliações foi usada sempre uma equipe mista constituída por pesquisadores, consultores e produtores, que variou em número de avaliadores para cada unidade ou época. O número de avaliadores variou de 3 a 15 e, para uniformizar os critérios dos avaliadores, foram usadas fichas especificas elaboradas pela Cotton Consultoria, cujo conteúdo variou com o estágio da cultura, das pragas e doenças principais e do stress hídrico ocorrido. As avaliações de pragas (lagartas) e doenças (ramularia, mancha alvo e apodrecimento de maças) foram realizadas atribuindo-se os seguintes conceitos: R - resistentes, T tolerante e S susceptível; enquanto que a precocidade foi avaliada como P ciclo precoce, M ciclo médio e T ciclo tardio. Já o apodrecimento de maçã recebeu notas variando de 1 a 5, em que, os materiais mais sadios receberam as notas mais baixas. Os conceitos de produtividade e conceito final da cultivar, também foram avaliados com notas, onde as notas mais elevadas, foram atribuídas aos materiais mais produtivos e mais equilibrados, no conjunto de todas as características. Os resultados das avaliações foram consolidados e apresentados aos produtores, agrônomos e consultores por ocasião das visitas técnicas. Para identificar as cultivares com rentabilidade mais elevada, após colheita e beneficiamento da produção, foram efetuados os seguintes ajustes: A Produção de fibra obtida teve ajuste de rendimento para as cultivares FM 940GLT e FM 980GLT por ter sido recomendado seu beneficiamento com passagem no limpa plumas; Os preços dos insumos foram ajustados para as cultivares resistentes à ramularia ( 50% custo controle de doenças); adicionado o preço da tecnologia transgênica e ajustado preço do controle de lagartas e ervas daninhas. Os preços médios de custos reais/ha foram obtidos pela média obtida de diversas fazendas do oeste baiano. Para a receita líquida, foi usado o preço FOB algodão de R$5,60/kg no porto; dólar de R$3,50 e considerada a receita do caroço a R$450,00/ ton, beneficiado em algodoeira própria. Para os produtores sem algodoeira, como no caso da faz. São Marcos, as cultivares DP 1240 BGIIRF e BRS 368 RF teriam rentabilidade negativa. Nas UD s conduzidas pela IDE Consultoria e pela Circulo Verde foram promovidas visitas técnicas para produtores, consultores e agrônomos, estes realizaram suas próprias avaliações e acompanhamento do desenvolvimento das cultivares, de maneira comparativa, pelo fato de todas as cultivares estarem plantadas na mesma área e com mesmo tamanho de área. O número de cultivares avaliadas variou entre as consultorias, de 3 a 19 cultivares na safra 2014/15 e de 11 a 24 cultivares na safra 2015/16. As melhores cultivares avaliadas na safra 2014/15 foram recomendadas para uso pelos produtores e mantidas nas UD s da safra 2015/16, acrescentando-se, na nova safra, os últimos lançamentos de cultivares disponibilizados ao mercado. 3. RESULTADOS E DISCURSÃO 3.1 - RESULTADOS DA SAFRA 2014/15 A seguir serão apresentados resumidamente os principais resultados obtidos em duas UD s conduzidas em diferentes localidades. UD CONDUZIDA PELA CONSULTORIA CÍRCULO VERDE A análise da pluviometria e das irrigações efetuadas na UD conduzida na Faz. Harmonia com irrigação complementar em pivô, permitiu constatar que, o excesso de precipitação ocorrida no mês de abril, quando muitas cultivares já tinham a maioria dos capulhos abertos, resultou em surtos de cavitação, mancha alvo, alternária, mofo branco, ramulária e apodrecimentos de maçãs. O número de maçãs podres por cultivar foi avaliado e está apresentado na Figura 1. Nesta figura pode ser observado que as cultivares resistentes à ramulária e as mais precoces tiveram um número menor de maçãs podres/m. Figura 1 Número médio de maçãs podres por cultivar, verificado na Faz. Harmonia. Safra 2014/15

Pág. 03 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Os resultados das avaliações efetuadas pelas equipes de avaliadores, na fase de pré-desfolha estão apresentados na Tabela 1. Os resultados das avaliações de estande, produção de algodão em caroço (PAC) e pluma (PAP) em @/ha e rendimento de pluma obtidos na Faz. Harmonia, estão apresentados na Figura 2. Pode ser observado que 8 cultivares se destacaram para produtividade de algodão em caroço com médias acima de 329@/ha e destas, apenas 4 cultivares (DP 555BGRR, FM 940 GLT, FM 975 WS e TMG 81 WS) Tabela 1 - Resultados médios das avaliações efetuadas na UD localizada na Fazenda Harmonia. Luís Eduardo Magalhães, BA. Avaliação efetuada na fase de pré-desfolha. 09.06.2015 1 - Doença avaliada - Ramularia; praga avaliada - lagartas; P-precoce, M-medio, T-tardio. Apodrecimento quanto maior a nota pior. Produtividade e conceito - quanto maior a nota melhor Figura 2 Produtividade de algodão em caroço e em pluma, em @/ha obtida na UD demonstrativa da Fazenda Harmonia Safra 2014/15

Pág. 04 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Tabela 3 Resultados das avaliações finais das cultivares avaliadas na Faz. Harmonia, Safra 2014/15. confirmaram a alta produtividade de fibras, com médias acima de 144 @/ha de fibras. Os Resultados das avaliações finais das cultivares na Faz. Harmonia, considerando todas as avaliações, conceitos obtidos, a produtividade de fibras ajustada para os rendimentos industriais e os custos ajustados, considerando os preços e manejos diferenciados para cada cultivar com sua tecnologia transgênica e a receita liquida obtida em US$/há estão apresentados na Tabela 3, como relatado no Workshop de apresentação dos resultados da ABAPA/ FBA de 2015. Pela análise desta tabela conclui-se que: - As melhores variedades para uso no refúgio foram: BRS 336; BRS 371 RF; FM 944 GL, FM 982 GL; - As melhores variedades para uso na maioria das áreas foram: FM 975 WS; FM 913 GLT; FM 940 GLT; TMG 42 WS; TMG 82 WS; DP 555 BGRR; TMG 81 WS. UD CONDUZIDA PELA IDE CONSULTORIA Da análise da pluviometria medida na Faz. Mizote Sede, onde foi conduzida a UD, foi possivel observar um excesso de chuvas nos meses de março e abril, período onde ocorreu a abertura de capulhos de algumas cultivares, resultando em apodrecimento destes. Os resultados médios das avaliações efetuadas na UD localizada na Faz. Mizote sede, na fase de pré-desfolha em 10.06.2015, estão apresentados na Tabela 4, onde pode ser observado que as cultivares FM 975 WS, DP 1240 BGIIRF, FM 980GLT, FM 944GL, TMG 82 WS e TMG 42 WS tiveram maiores níveis de apodrecimento de capulhos. Em termos de conceito geral as melhores cultivares avaliadas foram FM 944 GL, TMG 81 WS, TMG 82 WS, BRS 371 RF, BRS 368 RF, FM 975 WS e TMG 42 WS. Outras observações importantes sobre as cultivares foram as seguintes: - A Variedade TMG 42 WS tem sensibilidade maior ao herbicida glufosinato, exigindo maior atenção em relação à dose, estádio de aplicação e condições climáticas (evitar orvalho e solo úmido). Esta mostrou- -se resistente à mancha de ramulária; - As Variedades TMG 81 WS, BRS 368 RF, BRS 371 RF e FM 975 WS necessitaram de maiores doses de regulador de crescimento; - As Variedades FM 980 GLT, FM 940 GLT, FM 975 WS, FM 982 GL e FM 944 GL apresentaram maior pressão de mancha alvo e maior cavitação do que as outras variedades; - As Variedades FM 980 GLT e 940 GLT apresentaram ataques de Spodoptera sp em níveis que não necessitaram de controles químicos. As produtividades obtidas de algodão em caroço e algodão em pluma, na faz. Mizote sede, estão apresentados nas Figura 3. Os resultados das avaliações finais das cultivares ava-

Pág. 05 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Tabela 4 Resultados médios das avaliações efetuadas na UD localizada na Faz. Mizote sede. São Desidério, BA. Avaliação efetuada na fase de pré-desfolha. 10.06.2015 1 - Doença avaliada - Ramulária; praga - avaliada lagartas; P-precoce, M-medio, T-tardio. Apodrecimento quanto maior a nota pior. Produtividade e conceito - quanto maior a nota melhor Figura 3 Produtividade de algodão em caroço e em pluma, em @/ha obtida na UD da faz. Mizote Sede. Safra 2014/15 liadas na Faz. Mizote Sede, considerando todas as avaliações, conceitos obtidos, produtividade de fibras, custos e receita liquida em US$/ha, estão apresentados na Tabela 5. Desta tabela pode-se concluir que: - Pelo equilíbrio de todas as características, incluindo características de fibras, produtividade e rentabilidade são recomendadas as cultivares FM 982 GL e BRS 371 RF para os 20% de refúgio; - Para os 80% de área restante, recomenda-se as cultivares FM 975 WS; TMG 81 WS e TMG 82 WS. - As cultivares FM 940 GLT e 980 GLT apresentaram problemas de seed coat, causando problemas nas algodoeiras e fiações e por isso não foram recomendadas.

Pág. 06 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Tabela 5 - Resultados das avaliações finais das cultivares avaliadas na Faz. Mizote Sede, Safra 2014/15. 3.2 RESULTADOS DA SAFRA 2015/16 UD CONDUZIDA PELA IDE CONSULTORIA A UD conduzida em sequeiro na Faz. Warpol pela Consultoria IDE, passou por um veranico de 3 semanas em fevereiro e durante todo os meses de abril e maio, tendo pequeno prejuízo na formação do ponteiro. Os resultados das principais avaliações efetuadas constam das Tabelas 6 e 7 e Figura 4, onde são apresentados os valores obtidos para produção de algodão em caroço (PAC) e em pluma (PAP), em @/ha. Onde observa-se média geral de PAC de 253@/ha e 106@/ha de PAP, sendo que algumas cultivares superaram essas médias. Figura 4 Avaliação da produtividade de algodão em caroço e em pluma, em @/ha das cultivares na UD conduzida na Faz. Warpol pela Ide Consultoria. Safra 2015/16

Pág. 07 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Tabela 6 Avaliações efetuadas na UD da Faz. Warpol, conduzida pela IDE Consultoria. A UD estava com 150 DAE e tinha passado por veranico em fevereiro, chovido bem em março e ficou sem chuvas em abril e maio. Média 3 avaliadores. 08/06/16 Notas para aderência, tombamento e aborto de sementes, quanto mais baixas melhores já para produtividade e conceito final as notas mais altas identificam as cultivares melhores. Tabela 7 - Resultados das avaliações finais das cultivares avaliadas na Faz. Warpol, considerando os conceitos finais obtidos, produtividade de fibras ajustada, custos e receita líquida em US$/ha Cotação dólar R$3,25 ; arroba de pluma R$82,67 ; arroba de pluma da CNPA 33 ajustada em +10%

Pág. 08 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 UD CONDUZIDA PELA CONSULTORIA CIRCULO VERDE Duas UDs foram conduzidas na Faz. Harmonia pela Consultoria Circulo Verde, sendo uma em faixas e outra em parcelinhas, sob condições de irrigação complementar e, portanto, não sofreram com os veranicos ocorridos na região. Os resultados das avaliações efetuadas nestas UDs estão apresentadas nas Tabelas 8 e 9 e na Figuras 5 e 6. Tabela 8 Avaliações efetuadas na na Faz. Harmonia, conduzida sob irrigação. A UD estava com 160 DAE. Média de 3 avaliadores participaram da avaliação realizada em 08.06.2016 Figura 5 Avaliação da produtividade de algodão em caroço e em pluma, em @/ha obtidas no ensaio em parcelas pequenas, na UD conduzida na Fazenda Harmonia. Safra 2015/16

Pág. 09 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Figura 6 Produtividade de algodão em caroço e de pluma e rendimento de fibras obtido no ensaio em faixas na Faz. Harmonia, conduzida pela Consultoria Circulo Verde. Safra 2015/16 Tabela 09 - Resultados das avaliações finais das cultivares avaliadas na faz. Harmonia, considerando os conceitos finais obtidos, produtividade de fibras ajustada, custos e receita liquida em US$/ha Cotação dólar R$3,25 ; arroba de pluma R$82,67 ; arroba de pluma da CNPA 33 ajustada em +10%

Pág. 10 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 4.2 CONCLUSÕES DA SAFRA 2015/16 4.1 CONCLUSÕES DA SAFRA 2014/15 Para um ano em que o veranico nas principais áreas de algodão da Bahia, variou de 60 a 90 dias, nas fases de florescimento, frutificação e abertura de capulhos, as cultivares que pelo conjunto das suas características apresentaram-se mais rentáveis e equilibradas foram: - Condições de sequeiro, no nível dos veranicos ocorridos na Faz. Warpol: Cultivares para refúgio : FM 944 GL e BRS 371 RF; Cultivares para maioria das áreas: DP1536 B2RF; TMG 45 B2RF; TMG 46 B2RF; TMG 81 WS, TMG 42 WS; FM 975 WS; FM 954 BG2RF, CNPA 2014-33 B2RF. - Condições de irrigação complementar, como foram conduzidas na Faz. Harmonia: Cultivares para refugio : FM 982 GL e BRS 371 RF; Cultivares para maioria das áreas: DP 555BGRR; TMG 81 WS; FM 975 WS; DP1536 B2RF ; TMG 45 B2RF; TMG 46 B2RF; FM 913 GLT; CNPA 2014-33 B2RF. - Condições de sequeiro com veranicos extremos como ocorrido na Faz. Carvalho. - Cultivares mais resistentes a seca : BRS 371 RF, TMG 45 B2RF e DP 555BGRR; - Cultivares com produtividade de algodão em caroço acima de 70@/ha e rentabilidade acima de R$800,00/ ha: DP 555BGRR, TMG 45 B2RF, BRS 371 RF e DP 1536 B2RF Pelos resultados obtidos podem ser tiradas as seguintes conclusões: - Em uma safra com muita chuva na colheita, ocorreu alto percentual de apodrecimento de capulhos, variando de 13 a 39% de perda de produção. As cultivares de ciclo mais precoce foram as mais prejudicadas e menos produtivas, nestas condições climáticas. - Em condições de manejo de sequeiro com uso de alta tecnologia as cultivares mais produtivas e de melhor rentabilidade foram as seguintes: - Pelo equilíbrio de todas as características, incluindo características de fibras, produtividade e rentabilidade são recomendadas as cultivares FM 982 GL e BRS 371 RF para os 20% de refúgio; - Para os 80% de área restante, recomenda-se as cultivares FM 975 WS; TMG 81 WS e TMG 82 WS. - Em condições irrigadas, com uso de alta tecnologia as cultivares mais produtivas e de melhor rentabilidade foram as seguintes: - As melhores variedades para uso no refúgio foram: BRS 336; BRS 371 RF; FM 944 GL, FM 982 GL; - As melhores variedades para uso na maioria das áreas (80% dos lotes das fazendas) foram: FM 975 WS; FM 913 GLT; TMG 42 WS; TMG 82 WS; DP 555 BGRR; TMG 81 WS.

Pág. 11 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16

Pág. 12 Avaliações de Cultivares de Algodão no Cerrado da Bahia - Resultados das Safras 2014/15 e 2015/16 Realização: Comunicado Técnico 01 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na Fundação Bahia Rod BR 020/242, Km 50,7 - S/N Cx. P. 853 Zona Rural Luís Eduardo Magalhães-BA - Cep: 47.850-000 Fone: (77) 3639-3131/3639-3132 Home page: www.fundacaoba.com.br 1 Publicação referente ao Projeto Adoção de Novas Cultivares de Algodão para o Cerrado da Bahia, financiado pelo Instituto Brasileiro do Algodão - IBA Expediente Conselho Editorial: Editoração eletrônica: Fabiano Perina Millena Oliveira Murilo Pedrosa Eduardo Lena 1ª edição 1ª impressão 08/2016 Tiragem: 1.000 exemplares Impressão: Gráfica Irmãos Ribeiro