GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR PREVENIR O SOBREENDIVIDAMENTO EVITAR DÍVIDAS E GASTOS DESNECESSÁRIOS. Porto 24 de Outubro de 2013



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Transcrição:

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR PREVENIR O SOBREENDIVIDAMENTO EVITAR DÍVIDAS E GASTOS DESNECESSÁRIOS Porto 24 de Outubro de 2013 Célia Marques Gabinete Jurídico da UGC 1

ORGANIZAR AS DESPESAS EXISTEM 3 GRANDES CATEGORIAS DE DESPESAS: Correntes: despesas que são inevitáveis, dificilmente reduoveis e de montante variável como por ex. alimentação/higiene, transportes, saúde. Ocasionais: despesas que são evitáveis, suscepoveis de redução e de montante variável, como por ex. vestuário, beleza, férias, viagens, equipamentos, compras pontuais. Fixas: despesas que são inevitáveis, não suscepoveis de redução e de montante definido, de que são ex. habitação, impostos e outras taxas, educação e formação, crédito, energia, telefone, internet. 2

ORGANIZAR AS DESPESAS No início do ano deve determinar: O montante de despesas fixas e dividi- lo por 12 meses O montante dos rendimentos habituais A quan]a a poupar para imprevistos e projectos As despesas de lazer Possíveis alterações nestas despesas 3

ORGANIZAR AS DESPESAS No fim do mês controlar: As despesas Os extractos bancários As prestações regulares as despesas superiores ao previsto 4

ORGANIZAR AS DESPESAS Ao longo de cada mês lembrar de: Fazer contas regularmente com a ajuda de facturas Conservar os extractos bancários Pagar as despesas fixas a tempo Não ultrapassar o montante previsto inicialmente 5

ORGANIZAR AS DESPESAS Deve estar preparado em todo o momento para: Ajustar o orçamento diminuindo as despesas ou aumentando os rendimentos Dirigir- se ao banco em caso de necessidade 6

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR CONSELHOS: Atenção à publicidade! Analise cuidadosamente toda a publicidade e informe- se junto das respec]vas ins]tuições de crédito Pesquise e compare rigorosamente todas as informações para poder planear correctamente a opção que melhor se adequa às suas necessidades de acordo com as suas possibilidades Informe- se sobre os contratos financeiros e termos técnicos que lhes são inerentes: taxas de juro, spreads, TAEG, TAE etc. Calcule os seus inves]mentos de forma realista Crie o seu orçamento familiar (através por exemplo de tabelas mensais) 7

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR Não ceder a desejos que não se consegue pagar Tentar fazer uma poupança para os imprevistos Evitar o recurso ao crédito para despesas correntes Avaliar a relação qualidade/preço dos produtos Mantenha a torneira fechada enquanto lava os dentes ou faz a barba. Reduz o consumo em 50% (e poupa o ambiente). Tome duche em vez de banho de imersão. Num banho de imersão gasta cerca de 150 l de água. Num duche gasta 50 l. Instale redutores de caudal nas torneiras. Subs]tua as lâmpadas incandescentes por lâmpadas economizadoras. São mais caras, mas no longo prazo compensam pelo baixo consumo. Nunca deixe os aparelhos eléctricos em modo repouso (stand by). Desligue- os da tomada. Antes de ir às compras, faça uma lista e siga- a à risca. Opte por comprar marcas brancas. Podem chegar a custar menos 20 a 50% e com a mesma qualidade dos produtos de marca. Não vá as compras com fome. Acaba por comprar mais do que realmente precisa. Compre tudo de uma vez. Várias compras ao mês levam a que compre mais coisas e gaste mais dinheiro em deslocações. Se ]ver condições para almoçar no trabalho, faça- o. Acaba por poupar mais de 150 euros por mês. 8

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR PREVENIR O SOBREENDIVIDAMENTO (CONSELHOS) Só deve recorrer ao crédito ao consumo em situações de estrita necessidade e na justa medida em que preveja poder cumprir integralmente os compromissos financeiros resultantes do crédito; Evite fazer vários contratos de crédito em simultâneo; Nunca contraia créditos para pagar outros créditos; Só deve celebrar o contrato de crédito depois de estar na posse da informação julgada necessária e essencial (Ex. condições gerais do contrato; taxa anual efec]va global, condições de reembolso do crédito, período de reflexão, possibilidade de cumprimento antecipado, possibilidade de renegociação da dívida) Procure comparar previamente, junto de várias en]dades financeiras, as condições de concessão do crédito, por forma a fazer a melhor opção; Leia com atenção as cláusulas contratuais antes de assinar; 9

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR Em caso de insuficiência financeira para cumprir todas as obrigações resultantes do contrato de crédito, procure um acordo com o credor no sen]do de renegociar a dívida Se, de facto, os seus rendimentos não são suficientes para amor]zar todas as suas dívidas, sendo o passivo largamente superior aos rendimentos que aufere, pode pedir a insolvência de pessoa singular O pedido de insolvência pode ser feito com recurso ao apoio judiciário nas modalidades de dispensa de pagamento de taxa de jus]ça e demais encargos com o processo, nomeação e compensação de patrono nomeado ou de pagamento faseado das referidas despesas. 10

SOBRE- ENDIVIDAMENTO RESPOSTAS DOS CONSUMIDORES 11

SOBREENDIVIDAMENTO O fenómeno do sobreendividamento tem vindo a crescer nos úl]mos anos, afectando hoje em dia um número considerável de famílias. Até há poucos anos, o sobreendividamento ]nha origem nos chamados três D: Doença Desemprego Divórcio Hoje o sobreendividamento já não tem só esta origem. A conjuntura de crise que se vive a nível nacional e internacional e as medidas de austeridade que têm sido adoptadas, com aumento de impostos e redução do rendimento disponível das famílias leva a que muitos consumidores se encontrem em sérias dificuldades para cumprir as obrigações assumidas em contratos de crédito (habitação, consumo ect.) mesmo não se encontrando em situação de desemprego ou de doença. Com o objec]vo de prevenir o incumprimento e de promover a regularização das situações de incumprimento já existentes, têm sido adoptadas algumas medidas legisla]vas de que se destacam: 12

SOBREENDIVIDAMENTO Decreto- Lei N.º 227/2012 de 25 de Outubro cria a RACE e o Regime Geral de Incumprimento dos Contratos de Crédito por Par]culares Lei N.º 57/2012 de 9 de Novembro Reembolso do Valor dos PPR para Pagamento de Prestações de Crédito à Habitação Lei N.º 58/2012 de 9 de Novembro - Cria o Regime Extraordinário de Protecção de Devedores de Crédito à Habitação em Situação Económica Muito Divcil Decreto- Lei N.º 58/2013 de 8 de Maio Classificação e Contagem do Prazo das Operações de Crédito, Juros Remuneratórios e Mora do Devedor 13

SOBREENDIVIDAMENTO RISCO DE INCUMPRIMENTO O que é uma situação de risco de incumprimento? Existe risco de incumprimento sempre que seja previsível que o cliente bancário não consiga pagar as prestações rela]vas a um contrato de crédito na data do vencimento Situações que indiciam risco de incumprimento: Incumprimento de outros contratos de crédito Incumprimento de outras obrigações (obrigações fiscais, serviços essenciais ) Atrasos frequentes no pagamento das prestações do crédito Desemprego do cliente bancário ou de um membro do seu agregado familiar A detecção precoce de indícios de risco de incumprimento é determinante para o sucesso de medidas que visem prevenir a sua ocorrência 14

SOBREENDIVIDAMENTO O que fazer em caso de risco de incumprimento? Manter uma a]tude preven]va, antecipando eventuais dificuldades de cumprimento dos compromissos financeiros que assumiu Alertar a ins]tuição de crédito para a possível ocorrência de incumprimento u]lizando os meios por esta indicados para o efeito ( informação que tem de estar disponível nos sí]os da Internet e nos balcões das ins]tuições de crédito) As ins]tuições de crédito têm o dever de acompanhar a execução dos contratos de crédito dos seus clientes no âmbito do PARI (Plano de Acção para o Risco de Incumprimento) Sempre que o cliente alerte para o risco de incumprimento ou que seja detectada a existência desse risco, a insftuição de crédito deve, em conjunto com o cliente, procurar soluções que previnam o incumprimento 15

SOBREENDIVIDAMENTO Qual o papel da RACE (Rede de Apoio ao Consumidor Endividado) nas situações de risco de incumprimento? Aconselhar o cliente bancário a alertar a ins]tuição de crédito para o possível incumprimento, informando- o dos canais disponibilizados pelas ins]tuições de crédito para esse efeito Informar o cliente bancário em risco de incumprimento sobre as diligências a desenvolver pela ins]tuição de crédito após o alerta ou a detecção de situação de risco de incumprimento, bem como sobre os seus direitos e deveres no âmbito dessas diligências Apoiar o cliente bancário na avaliação da sua capacidade financeira e na análise das propostas que vierem a ser apresentadas pelas ins]tuições de crédito Acompanhar o cliente bancário na negociação das propostas apresentadas 16

SOBREENDIVIDAMENTO Quais os direitos do cliente bancário em risco de incumprimento? O cliente bancário que alerte para o risco de incumprimento tem direito a receber um documento com a descrição dos seus direitos e com a indicação dos contactos que poderá u]lizar nas comunicações com a ins]tuição de crédito A ins]tuição de crédito deve proceder à avaliação da capacidade financeira do cliente Caso o consumidor disponha de capacidade financeira para evitar o incumprimento, a ins]tuição de crédito deve apresentar- lhe propostas adequadas à sua situação financeira A ins]tuição de crédito não pode cobrar comissões pela renegociação do contrato O cliente bancário tem o dever de colaborar com a ins]tuição de crédito fornecendo, no prazo de 10 dias, os documentos e as informações que lhe forem pedidas 17

SOBREENDIVIDAMENTO PAPEL DA RACE Funções já atrás descritas de informação sobre os direitos e deveres, de apoio ao cliente bancário na avaliação das sua capacidade financeira e na análise das propostas que lhe vierem a ser apresentadas e de acompanhamento na negociação destas propostas Procurar, em conjunto com o consumidor, caracterizar o incumprimento (]po de contrato de crédito, montante e duração do incumprimento, situação profissional e familiar, rendimentos e despesas, ) Informar o consumidor sobre os procedimentos de regularização do incumprimento previstos na Lei: PERSI Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento e Regime Extraordinário de Protecção de Devedores em Situação Económica Muito Dijcil (Regime Extraordinário) 18

SOBRE- ENDIVIDAMENTO PERSI DL n.º 227/2012, de 25 de Outubro Âmbito: generalidade dos contratos de crédito celebrados com pessoas individuais Iniciafva: do cliente bancário ou da ins]tuição de crédito Acesso: não depende da verificação de condições de aplicabilidade Limite Temporal de Acesso: até à resolução do contrato de crédito Soluções: as que forem acordadas entre o cliente e a ins]tuição de crédito (renegociação, consolidação etc.) Regime Extraordinário Lei n.º 58/2012, de 9 de Novembro Âmbito: contratos de crédito des]nados à aquisição de habitação, construção ou obras em habitação própria permanente Iniciafva: cabe ao cliente bancário apresentar requerimento de acesso Acesso: depende do preenchimento de determinadas condições Limite temporal de acesso: até à venda judicial do imóvel Soluções: plano de reestruturação, medidas complementares, medidas subs]tu]vas 19

SOBRE- ENDIVIDAMENTO PERSI Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento Início com o incumprimento Insftuição de crédito informa o cliente do início do procedimento Avaliação da capacidade financeira e apresentação de propostas pela insftuição de crédito Negociação entre o cliente bancário e a insftuição de crédito 20

SOBRE- ENDIVIDAMENTO GARANTIAS DO CONSUMIDOR DURANTE O PERSI Durante o Persi a ins]tuição bancária não pode: Resolver o contrato de crédito com fundamento em incumprimento Intentar acções judiciais para sa]sfazer o seu crédito Ceder o crédito ou transmi]r a sua posição contratual FIADORES: Os fiadores, enquanto responsáveis pelo pagamento da dívida, também podem ser integrados no PERSI No entanto, o PERSI dos mutuários do crédito e o PERSI dos fiadores são autónomos 21

SOBRE- ENDIVIDAMENTO REGIME EXTRAORDINÁRIO SITUAÇÕES ABRANGIDAS: CONDIÇÕES RELATIVAS AO CONTRATO DE CRÉDITO: Incumprimento do contrato de crédito rela]vo à aquisição, construção ou realização de obras em habitação própria permanente Crédito garan]do por hipoteca sobre imóvel que seja a única habitação do agregado familiar do consumidor Inexistência de outras garan]as reais ou pessoais (excepção: existência de fiadores também eles em situação económica muito divcil) CONDIÇÕES RELATIVAS AO IMÓVEL: O valor tributário do imóvel igual ou inferior a: 1. 90.000 (coeficiente de localização até 1,4) 2. 105.000 (coeficiente de localização entre 1,5 e 2,4) 3. 120.000 (coeficiente de localização entre 2,5 e 3,5) 22

SOBRE- ENDIVIDAMENTO CONDIÇÕES RELATIVAS AO AGREGADO FAMILIAR DO CONSUMIDOR: Situação económica muito dijcil: Desemprego de um dos mutuários, cônjuge ou pessoa com quem viva em união de facto ou redução de 35% ou mais do rendimento anual bruto do agregado familiar nos 12 meses anteriores ao incumprimento Taxa de esforço com o crédito à habitação igual ou superior a 45% (com dependentes) ou 50% (sem dependentes) Património financeiro do agregado familiar inferior a metade do rendimento anual bruto Património imobiliário cons]tuído apenas pela habitação própria e permanente e, eventualmente, por garagem e imóveis não edificáveis até 20.000 Rendimento anual bruto do agregado familiar igual ou inferior a 12 vezes o valor máximo resultante da soma das seguintes parcelas: 1. 100% do salário mínimo nacional por mutuário 2. 70% do salário mínimo nacional por membro adulto do agregado familiar 3. 50% do salário mínimo nacional por membro menor do agregado familiar 23

SOBRE- ENDIVIDAMENTO Medidas de protecção dos devedores Plano de reestruturação das dívidas do crédito à habitação Medidas subsftufvas da execução hipotecária PLANO DE REESTRUTURAÇÃO: Período de carência (12-48 meses), eventualmente com redução de spread Valor residual (máximo de 30% do capital em dívida) Prorrogação do prazo (50 anos de duração do emprés]mo/75 anos de idade do mutuário) Concessão de um emprés]mo adicional para pagamento da dívida Consolidação de créditos A INSTITUIÇÃO DE CRÉDITO NÃO PODE AUMENTAR O SPREAD NEM COBRAR COMISSÕES PELA RENEGOCIAÇÃO DO CONTRATO 24

SOBRE- ENDIVIDAMENTO MEDIDAS SUBSTITUTIVAS DA EXECUÇÃO HIPOTECÁRIA DAÇÃO EM CUMPRIMENTO: entrega do imóvel à ins]tuição de crédito para liquidação da dívida ALIENAÇÃO A UM FIIAH: venda do imóvel a um Fundo de Inves]mento Imobiliário para Arrendamento Habitacional PERMUTA POR IMÓVEL DE VALOR INFERIOR: troca do imóvel hipotecado por outro de valor inferior 25

SOBRE- ENDIVIDAMENTO DIREITOS DO CLIENTE BANCÁRIO DURANTE O PLANO DE REESTRUTURAÇÃO: A ins]tuição de crédito não pode resolver o contrato de crédito A ins]tuição de crédito não pode intentar acções judiciais, declara]vas ou execu]vas, para sa]sfazer o seu crédito DEVERES DO CLIENTE BANCÁRIO DURANTE O PLANO DE REESTRUTURAÇÃO: Durante o Plano de Reestruturação o cliente bancário deve comprovar anualmente a manutenção das condições de acesso ao regime extraordinário, sob pena de a ins]tuição de crédito pôr termo à aplicação do plano de reestruturação ESTE REGIME EXTRAORDINÁRIO VIGORARÁ ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2015 26

SOBRE- ENDIVIDAMENTO LEI N.º 57/2012 DE 9 DE NOVEMBRO Permite que os consumidores possam exigir o reembolso dos PPR em caso de u]lização para pagamento de prestações de crédito à aquisição de habitação própria e permanente 27

SOBRE- ENDIVIDAMENTO DECRETO- LEI N.º 58/2013 DE 8 DE MAIO Classifica os créditos concedidos pelas ins]tuições como de curto, médio e longo prazo Contagem do prazo inicia- se na data em que os fundos são colocados à disposição do beneficiário Em caso de mora do devedor a taxa anual máxima de juros moratórios que as ins]tuições podem cobrar é de 3% a acrescer à taxa de juros remuneratórios aplicável ao contrato Juros moratórios incidem sobre o capital vencido e não pago Com fundamento na mora as ins]tuições estão proibidas de cobrar quaisquer comissões ou outras quan]as, mesmo que como cláusula penal moratória Apenas pode ser cobrada uma comissão pela recuperação de valores em dívida de 4% (máximo) do valor da prestação vencida e não paga Entrada em vigor destas disposições sobre mora 8 de Setembro de 2013 28

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR E SOBRE- ENDIVIDAMENTO A UGC ESTÁ DISPONÍVEL PARA FORNECER INFORMAÇÃO E ACONSELHAMENTO SOBRE ESTAS MATÉRIAS PODEM CONTACTAR- NOS PARA: TEL: 218881185 E 218875230 geral@ugc.pt atendimento@ugc.pt 29

GERIR O ORÇAMENTO FAMILIAR E SOBRE- ENDIVIDAMENTO MUITO OBRIGADA 30