Carlos Henrique da Silva Certório. Simulador MATLAB para Sistemas Ópticos WDM Amplificados



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Transcrição:

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia e Ciências Faculdade de Engenharia Carlos Henrique da Silva Certório Simulador MTLB para Sistemas Ópticos WDM mplificados Rio de Janeiro 9

Carlos Henrique da Silva Certório Simulador MatLab para Sistemas Ópticos WDM mplificados Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Eletrônica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de Concentração: Redes de Telecomunicações. Orientador: Prof. Dr. José Rodolfo Soua Rio de Janeiro 9

CTLOGÇÃO N FONTE UERJ/REDE SIRIUS/CTC/B C418 Certorio, Carlos Henrique da Silva. Simulador MTLB para sistemas WDM amplificados / Carlos Henrique da Silva Certorio. 9. 138 f. : il. Orientador : José Rodolfo Soua. Dissertação Mestrado Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Engenharia. Bibliografia: f.14 1. mplificadores óticos.. Fibras óticas. I. Soua, José Rodolfo. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Engenharia. III. Título. CDU 61.375.1 utorio, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese. ssinatura Data

Carlos Henrique da Silva Certório Simulador MTLB para Sistemas Ópticos WDM mplificados Dissertação apresentada, como requisito para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Eletrônica, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Área de concentração: Redes de Telecomunicações. provado em: Banca Examinadora: Rio de Janeiro 9

DEDICTÓRI À minha esposa, ndrea, pelo amor, paciência e incentivo de todos os dias.

GRDECIMENTOS Deus, por este trabalho ser apenas mais uma de muitas bênçãos, milagres e conquistas na minha vida. o Professor José Rodolfo Soua, que com paciência e sabedoria me ajudou a crescer, como profissional e como pessoa. os meus pais, Carlos lberto e na Lúcia, meu porto seguro, meu espelho de humildade, ética e caridade. Exemplo de amor à Deus, à Igreja e a família. Minha mais sincera e profunda gratidão. Furnas Centrais Elétricas, em especial aos engenheiros José ntônio Paula Motta e Mário César Nunes Torraca, por me dar a oportunidade de me dedicar a este trabalho.

Que cada um cuide do que di. raão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que escolhemos dier. Pe. Fábio de Melo

RESUMO CERTORIO, Carlos Henrique da Silva. Simulador MTLB para Sistemas Ópticos WDM mplificados, 9. 14f. Dissertação Mestrado em Comunicações Ópticas Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 9. Neste trabalho é apresentado um simulador MTLB para sistemas ópticos WDM amplificados baseado na solução das equações não lineares de Schrödinger acopladas, pelo método de Fourier de passo alternado. Este simulador permite o estudo da propagação de pulsos em fibras ópticas, considerando dispersão cromática, efeitos não lineares como automodulação de fase e modulação de fase cruada e atenuação, prevendo também o emprego de amplificadores ópticos a fibra dopada com Érbio EDFs. través de simulações numéricas, foi explorada a técnica de otimiação do posicionamento de um EDF ao longo de um enlace óptico, sem repetidores, que objetiva a redução dos custos de implantação de sistemas ópticos, seja pela diminuição da potência do transmissor ou pela relaxação da exigência de sensibilidade do receptor. lém disto, pode favorecer um aumento na capacidade do sistema, através do aumento do alcance ou da taxa de transmissão. concordância dos resultados obtidos com os disponíveis na literatura confirmam a validade da técnica, bem como a versatilidade e robuste do simulador desenvolvido. Palavras-chave: Simulador numérico. Sistemas WDM mplificados. EDF.

BSTRCT This work presents a MTLB simulator for amplified optical WDM systems. The simulator is based on the numeric solution of coupled nonlinear Schrödinger equations via the Split-Step Fourier Method. This simulator allows the user to study pulse propagation in optical fibers considering chromatic dispersion, nonlinear effects self-phase modulation and cross-phase modulation and fiber loss, foreseeing the use of Erbium-doped fiber amplifier EDF too. By means of numerical simulations, the optimiation of the location of an EDF in repeaterless transmission system was explored, aiming at improving the implementation of optical communication systems by decreasing the transmitter power or the receiver sensitivity requirements. lso, this technique can lead to improved system capacity by increasing fiber either the link length or the bit rate. The results obtained with the simulator agree very well with experimental results presented in the literature, confirming the validity of the technique, as well as the versatility and robustness of the simulator. Keywords: Numerical simulator. mplified WDM systems. EDF.

LIST DE FIGURS Figura 1 - Três processos fundamentais que ocorrem entre os dois estados de energia de um átomo: a absorção; b emissão espontânea; e c emissão estimulada... Figura - Curva de ganho lineariada para um amplificador óptico EDF... 3 Figura 3 - Configuração básica de um amplificador óptico EDF... 4 Figura 4 - Diagrama de blocos do modelo do amplificador óptico EDF... 7 Figura 5 - Figura 6 - Figura 7 - Figura 8 - Figura 9 - Figura 1 - Figura 11 - Figura 1 - Figura 13 - Figura 14 - Figura 15 - Curva real da variação do parâmetro de dispersão com o comprimento de onda para uma fibra óptica monomodo padrão SMF8e Corning [16]... 4 Evolução a temporal e b espectral de um pulso óptico gaussiano com largura T = 1 ps, em uma fibra óptica dispersiva e linear, com = - ps /km e L = L D... 46 Evoluções temporal a e espectral b de um pulso secante hiperbólica com T =1 ps em uma fibra dispersiva e linear, com = ps /km e comprimento L = L D... 47 Evolução temporal de um pulso gaussiano com largura T = 1 ps, em uma fibra óptica dispersiva e linear, com comprimento L = 5L D e parâmetros = ps /km e 3 =,1 ps 3 /km... 48 a Variação temporal e b desvio de frequência instantânea δω para um pulso gaussiano com T = 1 ps e amplitude normaliada... 51 Evoluções a temporal e b espectral de um pulso óptico gaussiano com largura T = 1 ps e potência de pico P = 1 W, em uma fibra óptica sem dispersão, não linear e sem perdas, com γ = 3 W.km -1 e L = 1L NL... 51 Evoluções a temporal e b espectral de um pulso gaussiano no regime de dispersão normal de uma fibra dispersiva, não linear e sem perdas, com T = 1 ps, = ps /km e L = L D... 53 Evoluções a temporal e b espectral de um pulso gaussiano no regime de dispersão normal de uma fibra dispersiva, não linear e sem perdas, com T = 1 ps, = ps /km e L = L D... 54 Evolução temporal a e espectro óptico b de dois pulsos gaussianos copropagantes exibindo alargamento espectral assimétrico devido ao efeito de XPM. Os parâmetros utiliados são: λ 1 = 63nm @ 1 W, λ = 53 nm @ 5 W, T = 1 ps, γ 1 P 1 L = 4, P /P 1 =,5, γ /γ 1 = 1,, τ d =, δ = 5 e L = 5 m... 65 Evolução dos envelopes dos pulsos de teste e de bombeio ao longo da fibra, o chirp de frequência induido no pulso de teste e os espectros dos pulsos ao fim da propagação, onde em a os pulsos são lançados simultaneamente na fibra, em b o pulso de bombeio é lançado com um retardo de ps e em c o pulso de bombeio é lançado com um retardo de 4 ps... 7 Envelope a e espectro b dos pulsos de teste à esquerda e de bombeio à direita na saída da fibra, sob efeito conjunto de GVD, SPM e XPM, utiliando os seguintes parâmetros: L/L D =.4, L D /L W = 1, L D /L NL = 1, P = 8 W... 7

Figura 16 - Diagrama de blocos de um enlace óptico WDM amplificado... 77 Figura 17 - Diagrama de blocos do receptor óptico... 78 Figura 18 - Resposta em frequência do filtro óptico parte real, com largura de banda Bot= GH... 79 Figura 19 - Resposta em frequência do filtro elétrico, com largura de banda Bel =,5 GH... 8 Figura - Figura 1 - Diagrama de olho em um bitslot TB de um sistema solitônico amplificado transmitindo 64 bits a uma taxa B =,5Gbps, com os seguintes parâmetros: T = 1 ps, = - ps /km, α =, db/km, L = 6 km, Lamp = 4 km e Bot = GH. O valor de Bel é a,5b, b,7b, c B e d 1,5B... 81 Parâmetros obtidos a partir de um diagrama de olho, que são utiliados para cálculo da estimativa da taxa de erro de bits dos sistemas simulados... 83 Figura - Diagrama de olho do sinal com potência de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm, no início da fibra... 86 Figura 3 - Figura 4 - Figura 5 - Figura 6 - Figura 7 - Figura 8 - Figura 9 - Figura 3 - Figura 31 - Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do Sistema, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 88 Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do sistema B, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 91 Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do sistema B com amplificador BOOSTER, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 94 Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do sistema C, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 97 Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do sistema C com amplificador BOOSTER, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 1 Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do sistema D, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 13 Diagrama de olho do canal de referência canal = 154,14 nm do sistema D com amplificador BOOSTER, no fim da fibra, com espaçamento entre canais de 1 GH, com potência de entrada de a -8 dbm, b -6 dbm e c -3 dbm... 16 Enlace óptico a ser simulado, para verificação da técnica para otimiação da posição de amplificadores EDF em enlaces ópticos sem repetidores... 19 Curva de ganho lineariada para o amplificador óptico EDF utiliado no simulador, para verificação da técnica de otimiação da posição de EDFs em enlaces ópticos sem repetidores... 111

Figura 3 - Figura 33 - Figura 34 - Figura 35 - Figura 36 - Curvas da taxa de erro de bits BER em função da perda total no enlace, para as configurações 1 a e b... 11 Perda máxima total do enlace para as configurações 1 e em função da localiação do EDF no enlace, em porcentagem da distância ao transmissor. s linhas tracejadas delimitam a região onde os resultados alcançados pelas configurações 1 e se sobrepõem... 113 Diagrama de olho do sinal recebido, no ponto de máximo comprimento do enlace L 1 = 13 km e perda total de 5,14 db, com BER de 1-1... 114 Gráfico da evolução dos níveis de potência óptica na entrada do receptor, para uma BER de 1-1, para as configurações 1 e... 114 Resultados da referência [9]: Curvas da taxa de erro de bits BER em função da perda total, para as configurações 1 a e b; perda máxima total do enlace para as configurações 1 e em função da localiação do EDF no enlace, em porcentagem de distância do transmissor c e evolução dos níveis de potência óptica na entrada do receptor, para uma BER de 1-1, para as configurações 1 e d... 115

LIST DE TBELS Tabela 1 - Tabela - Tabela 3 - Tabela 4 - Tabela 5 - Tabela 6 - Tabela 7 - Tabela 8 - Tabela 9 - Parâmetros utiliados nas simulações dos sistemas WDM com 4 canais, variando o número de amplificadores, tal que o enlace possua em torno de 6 km... 84 Parâmetros de dispersão e não linearidades, calculados pelo simulador para cada canal WDM, considerando parâmetros da fibra óptica DSF: eff = 5 µm, n =,6*1 - m /W, S =,75 ps/nm km e λ = 155 nm... 85 Potência óptica total na entrada e na saída de cada EDF e o ganho correspondente, para o sistema, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 89 Potência óptica total na entrada e na saída de cada EDF e o ganho correspondente, para o sistema B, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 9 Potência óptica total na entrada e na saída do amplificador BOOSTER e demais EDFs e o ganho correspondente, para o sistema B com BOOSTER, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 95 Potência óptica total na entrada e na saída de cada EDF e o ganho correspondente, para o sistema C, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 98 Potência óptica total na entrada e na saída do amplificador BOOSTER e demais EDFs e o ganho correspondente, para o sistema C com BOOSTER, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 11 Potência óptica total na entrada e na saída de cada EDF e o ganho correspondente, para o sistema D, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 14 Potência óptica total na entrada e na saída do amplificador BOOSTER e demais EDFs e o ganho correspondente, para o sistema D com BOOSTER, com uma potência óptica total do transmissor de a - dbm, b dbm e c 3 dbm... 17

SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 13 1. CONSIDERÇÕES INICIIS... 16 1.1. Evolução dos Sistemas Ópticos Comerciais... 16 1.. Tecnologia WDM... 19 1.3. mplificadores a Fibra Dopada com Érbio EDF... 1.3.1. Evolução Histórica... 1 1.3.. Conceitos Básicos... 1.3.3. Configuração Básica de um EDF... 4 1.3.4. plicação dos EDFs em um enlace óptico... 4 1.3.5. Modelo Matemático para o mplificador Óptico EDF... 6. PROPGÇÃO DE PULSOS EM FIBRS ÓPTICS... 8.1. Propagação de Pulsos em Fibras Ópticas para um Sistema Monocanal... 8.. Equação Não-Linear de Schrödinger... 3.3. Regimes de Propagação... 39.3.1. Regime de Propagação 1: Evolução do Pulso Governada por GVD.. 41.3.. Regime de Propagação : Evolução do Pulso Governada por SPM.. 48.3.3. Regime de Propagação 3: Evolução do Pulso Governada por efeitos conjuntos de SPM e GVD... 5.3.4. Regime de Propagação 4: Evolução do Pulso sob Efeito da tenuação... 54.4. Método Split-Step Fourier de Passo lternado... 55.5. Equação de Propagação para o caso WDM Equações copladas... 57.6. Deslocamento de Frequência induido pela XPM... 6.7. lterações Temporais ssimétricas... 71.8. Conclusão... 73 3. PRESENTÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTDOS... 76 3.1 Descrição do Simulador de Sistemas WDM mplificados... 76

3. presentação dos Resultados... 83 3..1 Simulação de Sistemas Ópticos WDM que Utiliam mplificadores Ópticos EDF para Compensação de Perdas... 83 3.. Otimiação da Posição de mplificadores Ópticos EDF em Enlaces Ópticos sem Repetidores... 19 3.3 Conclusão... 117 4. CONCLUSÃO E SUGESTÃO PR TRBLHOS FUTUROS... 1 REFERÊNCIS... 14 PÊNDICE Desenvolvimento Matemático da Equação 31... 17 PÊNDICE B Desenvolvimento Matemático das Equações 39 e 4... 18 PÊNDICE C Desenvolvimento Matemático da Equação 41... 13 PÊNDICE D Desenvolvimento Matemático da Equação 46... 131 PÊNDICE E Desenvolvimento Matemático da Equação 49... 13 PÊNDICE F Desenvolvimento Matemático da Equação 5... 133 PÊNDICE G Desenvolvimento Matemático da Equação 57... 134 PÊNDICE H Desenvolvimento Matemático das Equações 13 e 14... 135

15 Introdução Os avanços nas pesquisas científicas e métodos de fabricação de fibras ópticas e componentes de redes ópticas são notórios. Em consequência, antigas necessidades técnicas foram superadas e novas necessidades surgiram. tecnologia atual de fabricação de fibras ópticas, que exibem perdas de potência cada ve mais baixas, permitiu que enlaces ópticos, dependendo da taxa de transmissão e do número de canais WDM Wavelength Division Multiplexing multiplexação por divisão em comprimento de onda, alcançassem distâncias cada ve mais longas, faendo uso somente de amplificadores ópticos. empresa brasileira Furnas Centrais Elétricas, que atua na área de geração e transmissão de energia elétrica, tem um sistema composto de one usinas hidrelétricas, duas termelétricas, 19.77,5 km de linhas de transmissão e 46 subestações. Este sistema tem sua localiação distribuída por diversas regiões do país: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Paraná e Rondônia onde está sendo construída a usina hidrelétrica de Santo ntônio, no Rio Madeira, além do Distrito Federal. Para que seja possível operar um sistema tão complexo e geograficamente distribuído, Furnas possui um sistema de telecomunicações privado composto de uma complexa mistura de tecnologias e padrões. parte principal deste sistema é o Sistema de Comunicação Óptica, baseado em backbones de longa distância, que transportam informação através de cabos OPGW Optical Ground Wire. empresa possui atualmente cerca de 5.3 km destes cabos e opera enlaces ópticos de até 3 km de comprimento, utiliando amplificadores ópticos EDFs e, em algumas situações, repetidores ópticos, notavelmente mais dispendiosos, seja na implantação, seja na operação e manutenção. Técnicas de engenharia que utiliam amplificadores ópticos a fibra dopada com Érbio EDF Erbium-Doped Fiber mplifier com bombeamento remoto para compensação da perda de potência na fibra vêm sendo exaustivamente investigadas, visando maximiar as distâncias de transmissão entre dois nós de um sistema de comunicações ópticas. otimiação da localiação do amplificador óptico representa uma destas técnicas e objetiva a redução dos custos de implantação do sistema, seja pela diminuição da potência do transmissor ou pela

16 relaxação da exigência de sensibilidade do receptor. lém disto, pode favorecer um aumento na capacidade do sistema, através do aumento do alcance ou da taxa de transmissão. O principal objetivo deste trabalho é apresentar um modelo numérico, baseado na solução das equações não-lineares de Schrödinger acopladas pelo método de Fourier de passo alternado Split-Step Fourier Method. Este modelo foi utiliado para implementar um simulador de sistemas WDM que permite o estudo da propagação de pulsos em fibras ópticas, considerando dispersão cromática, efeitos não lineares como automodulação de fase e modulação de fase cruada - e atenuação. O simulador prevê, também, o emprego de amplificadores ópticos a fibra dopada com Érbio EDFs, possibilitando, assim, a otimiação do posicionamento de um EDF ao longo de um enlace óptico, sem repetidores, visando o incremento no comprimento de enlaces sem repetidores, bem como a redução da potência de bombeamento do EDF, mantendo um mesmo nível de desempenho do sistema. No primeiro capítulo serão apresentados os principais fatos históricos pertinentes ao assunto desta dissertação, além de conceitos importantes sobre sistemas WDM e EDFs, fundamentais para a correta interpretação dos resultados apresentados neste trabalho. Em seguida, no Capítulo, serão abordados, em detalhes, os principais fenômenos que regem a propagação de pulsos em fibras ópticas, com a finalidade de definir toda a base teórica necessária para o desenvolvimento do simulador computacional proposto neste trabalho. Serão amplamente discutidas as aproximações e considerações físicas e matemáticas realiadas e estabelecidos os níveis de abrangência do modelo matemático utiliado. Na Seção.1, serão discutidos conceitos de teoria eletromagnética, importantes para o desenvolvimento matemático da equação não linear de Schrödinger, que será realiado em seguida, na Seção.. Na Seção.3 será discutida a importância relativa dos efeitos de atenuação, dispersão e automodulação de fase, através da definição de quatro regimes de propagação, investigando a propagação de pulsos em cada um destes regimes. Na Seção.4, será apresentado o conceito básico do método matemático utiliado neste trabalho para a solução numérica da equação não-linear de Schödinger - o método de Fourier de passo alternado, também conhecido como Método de Propagação de Feixes.

17 equação de propagação discutida na Seção.1 será estendida para o caso WDM, na Seção.5. Também será estudado o fenômeno de modulação de fase cruada XPM e seus efeitos serão avaliados: a Seção.6 apresentará os efeitos espectrais e a Seção.7, os efeitos temporais. No Capítulo 4, será feita uma descrição detalhada do simulador WDM desenvolvido neste trabalho, e serão expostos e discutidos os resultados das simulações realiadas. Na Seção 3.1, será feita uma descrição sucinta das funcionalidades do simulador para o estudo de sistemas amplificados e na Seção 3., serão apresentados os resultados e conclusões das simulações realiadas: a subseção 3..1 apresentará os resultados da simulação de sistemas ópticos WDM que utiliam o amplificador EDF como mecanismo de compensação de perdas e a subseção 3.., os resultados da simulação da técnica de otimiação da posição de amplificadores EDF em enlaces ópticos sem repetidores. No Capítulo 5, serão expostas as conclusões e constatações obtidas durante este trabalho e apresenta das sugestões para trabalhos futuros.

18 1 Considerações Iniciais Neste primeiro capítulo são apresentados os principais fatos históricos pertinentes ao assunto desta dissertação. São apresentados, também, conceitos importantes sobre sistemas WDM e EDFs, fundamentais para a correta interpretação dos resultados apresentados no decorrer desta dissertação. 1.1 Evolução dos Sistemas Ópticos Comerciais Os sistemas de comunicação óptica nada mais são do que uma evolução natural dos sistemas de comunicação por micro-ondas. Portadoras de micro-ondas têm frequência na faixa de GH e portadoras ópticas, na região dos 1 TH - cinco ordens de grandea superior [1]-[3]. Este fato está intimamente relacionado à diferença de capacidade de transmissão de dados destes sistemas. Enquanto sistemas de comunicações por micro-ondas raramente operam a taxas superiores a, Gbps, hoje sistemas ópticos comerciais WDM podem facilmente operar a taxas superiores a 1 Tbps [1]. Nos dias atuais, quando há necessidade de transmitir elevados volumes de informação no menor intervalo de tempo possível, um sistema de comunicação óptica é a escolha natural. lém disso, as fibras ópticas apresentam características importantes, como imunidade a interferência eletromagnética e a ruído; as fibras oferecem isolação elétrica, por serem feitas de material dielétrico, e conferem maior segurança à informação transportada. Os sistemas de micro-ondas começaram a ser comercialiados na década de 194, e frequências de portadora acima dos 4 GH foram utiliadas, em 1947, em um sistema de comunicação comercial nos Estados Unidos, entre as cidades de Nova York e Boston [1]. Nos 5 anos seguintes, os sistemas de micro-ondas evoluíram consideravelmente. Embora estes sistemas fossem capaes de operar a taxas acima de Mbps, esta taxa está próxima dos limites desta tecnologia. Já na década de 195, vislumbrou-se a possibilidade de a capacidade ser incrementada

19 em muitas ordens de grandea se portadoras ópticas fossem utiliadas [1]. Porém, nem uma fonte óptica coerente nem um meio de transmissão apropriado estavam disponíveis nesta época. invenção do laser em 196 [] deu início à era das comunicações ópticas, resolvendo o primeiro dos problemas. inda nesta década, em torno de 1966 [], especulou-se que fibras ópticas poderiam ser a opção mais apropriada para o transporte de sinais ópticos, pois tinham a capacidade de guiar a lu de maneira similar ao guiamento de elétrons nos fios de cobre [1], embora as fibras disponíveis na época apresentassem perdas maiores que 1 db/km []. Um importante avanço neste aspecto ocorreu em 197, quando foi fabricada a primeira fibra com perdas inferiores a db/km, na região de comprimento de onda de 1 nm [1]. Paralelamente, laseres semicondutores de arseneto de gálio Gas foram sendo desenvolvidos [1] e os assim chamados sistemas de comunicação a fibra óptica foram tornando-se cada ve mais rápidos e eficientes. s pesquisas laboratoriais rapidamente cederam lugar a sistemas comerciais. Já em 1978, a primeira geração de sistemas ópticos, utiliando fibras multimodo, operava comercialmente na região de comprimento de onda de 8 nm a chamada primeira janela óptica, com espaçamento entre repetidores de até 1 km e uma capacidade aproximada de 45 Mbps km []. segunda geração de sistemas ópticos foi implementada no início dos anos 198, com o desenvolvimento de laseres semicondutores de fosfeto arseneto de gálio-índio InGasP e de detectores operando na região de comprimento de onda de 13 nm segunda janela óptica, onde a fibra apresenta um mínimo de dispersão e perdas menores que 1 db/km. Espaçamentos entre repetidores de até km tornaram-se possíveis, embora a taxa de bits dos primeiros sistemas estivesse limitada a 1 Mbps, principalmente pela dispersão intermodal presente nas fibras multimodo então utiliadas. Esta limitação foi superada com a demonstração experimental em 1981 de uma transmissão de Gbps em uma distância de 44 km, utiliando fibra monomodo []. De fato, em 1987, sistemas ópticos de segunda geração operavam comercialmente a taxas de 1,7 Gbps e com espaçamento entre repetidores em torno de 5 km [3]. terceira geração de sistemas ópticos, operando na região de comprimento de onda de 155 nm, terceira janela óptica, onde as perdas na fibra são mínimas em torno de, db/km, possibilitou um aumento no espaçamento entre

repetidores. Estes sistemas, entretanto, sofrem o severo efeito de dispersão cromática apresentada pelas fibras monomodo em torno de 155 nm, resultando no alargamento temporal dos pulsos. introdução de sistemas operando na terceira janela foi, portanto, vagarosa. Os laseres convencionais de InGasP, de espectro muito largo, resultavam em grande alargamento temporal dos pulsos e a consequente interferência entre bits adjacentes [4]. Duas abordagens foram sugeridas para minimiar o problema: a utiliação das chamadas fibras com dispersão deslocada DFS Dispersion-Shifted Fibers, que apresentam um mínimo de dispersão em comprimentos de onda em torno de 155 nm, e/ou de laseres semicondutores operando em um único modo longitudinal. Em 1985, experimentos desenvolvidos em laboratório indicaram a possibilidade de transmissões de até 4 Gbps por distâncias superiores a 1 km []. Entretanto, estes sistemas apresentavam a desvantagem de utiliar repetidores optoeletrônicos, bastante lentos e com espaçamentos periódicos típicos de 6-7 km []. Os primeiros amplificadores ópticos foram fabricados nos anos 196, mas foi somente após 1987 que seu desenvolvimento foi acelerado. EDFs atraíram a atenção devido ao fato de operarem adequadamente na região de 155 nm, onde as perdas na fibra são mínimas. lém disso, EDFs necessitam de baixa potência de bombeio e exibem ganho elevado, o que fa com que sejam utiliados em aplicações comerciais desde 1995. Seu uso resultou, de fato, em uma revolução no projeto de sistemas multicanal [4]. quarta geração de sistemas ópticos fa uso de amplificadores ópticos para incremento do espaçamento entre repetidores e de multiplexação por divisão em comprimento de onda WDM para incremento da taxa de bits [1]. O advento da técnica WDM iniciou uma revolução que resultou na duplicação da capacidade dos sistemas a cada seis meses e, assim, levou a sistemas ópticos operando na taxa de 1 Tbps em 1. Na maioria dos sistemas WDM, as perdas de potência na fibra são compensadas periodicamente usando EDFs espaçados de 6 a 8 km [1]. Os EDFs são ideais para esta tarefa pois possibilitam a amplificação simultânea dos canais, sem que haja necessidade de demultiplexação de cada um individualmente []. s pesquisas científicas na área de telecomunicações hoje caminham para a quinta geração de sistemas ópticos. O objetivo principal desta nova geração é a

1 utiliação de toda a faixa de comprimentos de onda de 13 a 16 nm. operação nesta faixa tem se tornado possível através do aumento da largura de banda dos amplificadores ópticos e do uso de fibras especiais as chamadas fibras secas, cujo pico de atenuação em torno de 14 nm é praticamente eliminado [4]. lém disso, a quinta geração de sistemas ópticos tem melhorado a eficiência espectral número de bits transmitido por unidade de frequência em H por segundo através da adoção de novos formatos de modulação, aliado a um aumento da taxa de bits de cada canal WDM. partir de 1996, foram feitos inúmeros experimentos com sistemas ópticos operando na taxa padrão de 4 Gbps por canal e, mais tarde, por volta de 3, esta tecnologia tornou-se comercial. Na mesma época, as pesquisas avançaram para sistemas ópticos cujos canais operavam a taxas agregadas de 16 Gbps por canal. Tais sistemas necessitam de um gerenciamento de dispersão extremamente cuidadoso. Novas técnicas capaes de compensar a dispersão cromática e a dispersão do modo de polariação PMD - Polariation Mode Dispersion de forma dinâmica estão sendo desenvolvidas para satisfaer a tais mudanças [4]. Embora as comunicações ópticas só tenham em torno de 3 anos de idade, sua rápida evolução é indiscutível e hoje já alcançam total maturidade, com grande número de publicações científicas na área. 1. Tecnologia WDM tecnologia de multiplexação por divisão em comprimento de onda WDM torna possível a transmissão de diversos comprimentos de onda em uma única fibra. Esta tecnologia foi demonstrada em laboratório, com sucesso, em 1991. Neste mesmo ano, foram instalados cabos ópticos submarinos interligando Estados Unidos e Europa, trafegando sistemas multicanal []. tualmente, esta tecnologia é universalmente empregada em sistemas submarinos [5]. Nos sistemas terrestres, esta tecnologia também é largamente empregada. Nos Estados Unidos, desde o final de 1997, todos os provedores de serviço de longa distância a utiliam. rede americana Sprint, por exemplo, começou a operar com sistemas WDM de 4 canais em meados de 1995. No final de 1996, sistemas WDM de 16 canais já estavam sendo instalados. Em 1998, mais de 1,6 bilhões de

quilômetros em cabos estavam operando em taxas de,5 Gbps por comprimento de onda e com taxa de erro de bits Bit Error Rate BER melhor do que 1-11. 1 Em uma demonstração experimental realiada por Bergano [], em 1996, canais de 5 Gbps cada foram transmitidos por 91 km, resultando em uma capacidade total de 91 Tbps km. Em outro experimento, a multiplexação de 55 canais, cada qual operando em Gbps, atingiu uma taxa total de 1,1 Tbps [], confirmando o excelente desempenho de sistemas WDM. Um fator muito importante na utiliação desta tecnologia é o espaçamento entre os canais transportados em uma mesma fibra. Quanto mais próximos estiverem os canais dispostos em comprimento de onda, mais intensa será a interação entre eles, gerando efeitos indesejados, como modulação de fase cruada Cross-Phase Modulation XPM e mistura de quatro ondas Four Wave Mixing FWM. tualmente, utilia-se uma separação entre canais tão fina quanto 1,5 GH em torno de, nm, na região de comprimento de onda de 155 nm. 1.3 mplificadores a Fibra Dopada com Érbio EDF distância de transmissão de sinais em sistemas de comunicações por fibras ópticas tem como um fator limitador a perda de potência na fibra. Uma alternativa para estender as distâncias de transmissão consiste no uso de amplificadores ópticos, como os amplificadores a fibra dopada com Érbio EDF, que amplificam o sinal óptico diretamente, sem a necessidade de conversão para o domínio elétrico. Nesta seção, serão apresentadas informações relevantes sobre os EDFs. evolução histórica é apresentada brevemente na Seção 1.3.1. Seção 1.3. é dedicada aos conceitos básicos, enquanto a configuração básica de um EDF é mostrada na Seção 1.3.3. s aplicações em enlaces ópticos são discutidas na Seção 1.3.4 e finalmente, na Seção 1.3.5 é discutida a modelagem matemática utiliada neste trabalho. 1 Uma BER de 1 11 corresponde a um bit errado em cada 1 11 bits transmitidos.

3 1.3.1 Evolução Histórica Os conceitos básicos da amplificação óptica foram introduidos em 196 [6] e os primeiros amplificadores ópticos foram desenvolvidos em 1964, por E. Sniter, cientista da merican Optical Company [6]. Ele demonstrou um amplificador a fibra óptica dopada com neodímio operando no comprimento de onda de 16 nm. fibra tinha um núcleo de 1 µm, uma casca de,75 a 1,5 mm e um comprimento típico de 1m [6]. aplicação da amplificação óptica em comunicações foi citada por Sniter na conclusão do artigo. Porém, este trabalho permaneceu esquecido por muitos anos, emergindo como uma inovação tecnológica extremamente relevante após o advento das fibras de sílica para comunicações [6]. Os laseres dopados com terras raras, com pequenos diâmetros e em forma de fibra, foram investigados no início dos anos 7 como um potencial dispositivo para comunicações por fibra óptica. Este trabalho foi desenvolvido por Stone e Burrus, nos laboratórios da Bell [6]. primeira demonstração de uma fibra óptica monomodo dopada com terras raras aconteceu em 1983 [6]. lguns anos depois, em 1987, o EDF foi desenvolvido, simultaneamente pela Universidade de Southampton e por Bell Laboratories T&T [6,7]. Nos amplificadores ópticos a fibra dopada com Érbio EDF, o meio de ganho é obtido dopando o núcleo da fibra óptica, durante o processo de fabricação, com íons Er 3 [7]. Os amplificadores com este tipo de dopagem atraíram mais a atenção dos cientistas por operarem na região de 155 nm, onde perdas nas fibras ópticas são mínimas [7]. Porém, como os experimentos anteriores contemplaram demonstrações de amplificadores EDF bombeados por laseres de grande tamanho, um importante obstáculo a ser vencido era a demonstração do amplificador bombeado por um diodo laser. Em 1989, Nakaawa comprovou a operação de um amplificador a fibra dopada com Érbio bombeado por um diodo laser [7]. partir de 1989, os EDFs foram fundamentais para uma geração completamente nova de sistemas ópticos submarinos de alta capacidade, bem como enlaces terrestres e redes ópticas. Neste ano, foi realiado o primeiro teste de um EDF em um enlace óptico submarino [7]. lguns anos mais tarde, os amplificadores foram disponibiliados comercialmente e têm sido, desde então, largamente utiliados nos sistemas ópticos dos dias atuais.

4 1.3. Conceitos Básicos Sob condições normais, todos os materiais absorvem lu em ve de emiti-la. O processo de absorção pode ser compreendido através da Figura 1 a onde os níveis de energia E 1 e E correspondem, respectivamente, aos estados estável e excitado dos átomos do material. Se a energia hν de um fóton incidente de frequência ν h é a constante de Planck for equivalente à diferença de energia E g = E E 1, este fóton é absorvido pelo átomo originalmente no estado estável, que passa ao estado excitado [3]. Os átomos excitados eventualmente retornam ao estado estável e, neste processo, emitem lu. Esta emissão pode ocorrer por dois processos, conhecidos como emissão espontânea e emissão estimulada. Estes processos são ilustrados nas Figuras 1 b e 1 c. a b c Figura 1 - Três processos fundamentais que ocorrem entre os dois estados de energia de um átomo: a absorção; b emissão espontânea; e c emissão estimulada. No caso da emissão espontânea, fótons são emitidos em todas as direções, sem relação de fase entre eles, ao contrário da emissão estimulada, que é iniciada com um fóton incidente, sendo que os fótons emitidos possuem, além de mesma energia e frequência do fóton incidente, a mesma direção de propagação [3]. maioria dos amplificadores ópticos amplifica a lu incidente através da emissão estimulada, com ganho óptico dependente do meio de amplificação adotado. Um dos meios mais utiliados é a fibra óptica dopada com Érbio um elemento químico que fa parte do grupo das terras raras [6,8]. Um amplificador óptico pode operar tipicamente em dois regimes distintos: regime não saturado e regime de saturação de ganho. No regime não saturado, também conhecido como região de ganho de pequenos sinais, é a região onde o ganho é praticamente constante.

5 O ganho proporcionado pelos amplificadores ópticos EDF é obtido por meio da inversão de população dos íons dopantes Figura 1. O nível de inversão é associado, entre outros fatores, ao nível de potência e ao comprimento de onda do sinal de bombeio. Considerando uma potência de bombeio fixa e constante, aa medida que a potência do sinal de entrada aumenta, o nível de inversão de população diminuirá, e com ela, o ganho do amplificador. Este efeito é conhecido como saturação de ganho, onde o amplificador não consegue mais produir uma potência óptica de saída maior. Para potências de entrada muito altas, o ganho do amplificador tende a ser unitário e a potência de saída, igual à potência de entrada. potência de saída de saturação P out sat é definida como sendo a potência de saída na qual o ganho do amplificador cai 3 db [9], sendo uma função da potência de bombeio e de outros parâmetros do EDF. Figura ilustra a curva de ganho aproximada e lineariada, para o amplificador EDF modelado neste trabalho, onde observa-se a região de saturação de ganho, alcançada para potências de entrada superiores a 5 dbm. Embora o processo de emissão estimulada de fótons seja dominante em um amplificador óptico, alguns fótons acabam sendo gerados por emissão espontânea e, também, amplificados. Esta situação indesejada gera ruído, denominado ruído de emissão espontânea amplificada ou, simplesmente, ruído SE mplified Spontaneous Emission. Este é um fator que degrada a relação sinal-ruído de amplificadores, uma importante figura de mérito deste componente óptico [1, 11]. Figura - Curva de ganho lineariada para um amplificador óptico EDF.

6 Uma última característica importante que falta comentar é a figura de ruído outra figura de mérito importante para amplificadores ópticos. Este fator nada mais é do que a raão entre a relação sinal-ruído na entrada do amplificador óptico e a relação sinal-ruído na saída do mesmo. figura de ruído é um fator importante em um amplificador óptico, pois este é um dos elementos que determinam a taxa de erro de bits BER raão entre o número de bits recebidos incorretamente e o número de bits total recebidos em um intervalo de tempo de um sistema de comunicações ópticas. Em amplifircadores ópticos, o limite quântico para a figura de ruído é de 3 db [1]. Neste limite, a relação sinal-ruído após a amplificação corresponde à metade do valor original. No caso de amplificadores ópticos reais, a figura de ruído pode chegar a 6 db, comprometendo a capacidade do detector para distinguir sinal de ruído. 1.3.3 Configuração básica de um EDF Os elementos básicos que constituem um EDF são a fibra dopada com érbio, o laser de bombeio e o acoplador WDM, como ilustrado na Figura 3. Os dispositivos apresentados nesta figura podem ser arranjados de diversas formas, gerando outras configurações de EDF. Cada uma destas configurações propicia características particulares de operação, permitindo assim, a adequação do amplificador para diferentes aplicações. Figura 3 - Configuração básica de um amplificador óptico EDF. 1.3.4 plicação dos EDFs em um enlace óptico Os amplificadores ópticos podem ser utiliados de diversas formas em um sistema de comunicações baseado em fibra óptica. s aplicações mais comuns são

7 como booster, amplificador de linha e pré-amplificador. Estas três aplicações são discutidas nas subseções que se seguem. mplificador BOOSTER O amplificador tipo BOOSTER localia-se na saída dos transmissores e tem como principal função aumentar a potência do sinal na entrada da fibra. Nestes amplificadores, o parâmetro de maior importância é a potência de saída, pois devem operar na condição de saturação de ganho. Os amplificadores BOOSTER operam com sinais de entrada cujas potências estão em torno de dbm. Nesta condição, os amplificadores operam em regime de saturação, de forma que seu ganho é baixo se comparado ao valor possível para pequenos sinais. tualmente, existem amplificadores deste tipo que operam com potências de saída de até 36 dbm, porém valores típicos de potência de saída estão em torno de 17 dbm. Pré-mplificador Os EDFs utiliados como pré-amplificadores têm como característica principal um baixo nível de ruído. Eles são posicionados antes dos receptores ópticos, de forma a adequar o nível de potência recebida à sensibilidade do receptor. Os pré-amplificadores operam na região linear da curva de ganho dos amplificadores região de pequenos sinais. Nestes amplificadores, o parâmetro principal de projeto é a figura de ruído, uma ve que se está interessado na amplificação de sinais de baixa potência. Como operam na região de ganho de pequenos sinais, os pré-amplificadores apresentam alto ganho e baixa potência de saída, quando comparado ao mesmo amplificador operando como booster. Os valores típicos de potência de entrada são de 15 dbm a 4 dbm, com ganho de 15 à 5 db. mplificador de Linha mplificadores de linha são amplificadores de baixo ruído posicionados ao longo do canal de transmissão, com o objetivo de compensar a perda de potência na

8 fibra óptica. Estes amplificadores são projetados para alcançarem alto ganho, de forma a manter o maior espaçamento possível entre os mesmos. Por outro lado, devem apresentar também uma baixa figura de ruído porém, normalmente, será maior que a dos pré-amplificadores, para evitar o acúmulo excessivo de ruído SE ao longo da linha de transmissão, de forma a não comprometer a recepção. Os amplificadores de linha apresentam valores de ganho e de potência de saída intermediários aos booster e pré-amplificadores. Valores típicos para o sinal de entrada são da ordem de - dbm, com ganho de 5 db a db. 1.3.5 Modelo Matemático para o mplificador Óptico EDF modelagem matemática rigorosa de um amplificador óptico EDF em geral é muito complexa [6, 1] e não é o objetivo deste trabalho. Por aproximação, o modelo utiliado pode ser entendido esquematicamente na observação da Figura 4: o amplificador óptico é tratado como um multiplicador, que aplica ao sinal de entrada um fator que dependerá do nível de potência do sinal de entrada, P in. Se o sinal de entrada for de potência inferior ao nível de potência de saturação previamente definido P s, aplica-se o ganho para pequenos sinais, G = 35 db. Para níveis de sinal óptico de entrada iguais ou superiores à potência de saturação, o ganho obedece a relação G =,84P in 14, extraída da curva de ganho típica lineariada de um amplificador EDF, mostrada na Figura. Também foi considerado que o amplificador em questão possui equaliação de ganho, ou seja, não há variação de ganho com o comprimento de onda do sinal óptico de entrada. ssim, em um sistema WDM onde dois ou mais canais estiverem sendo amplificados, o ganho óptico será idêntico para todos os canais. O ruído SE é modelado como uma variável aleatória gaussiana, complexa, com média nula e variância σ = P SE. variável P SE corresponde à potência média de ruído branco contida em uma componente de frequência do espectro de Fourier [] dada por: P = η sp hν G 1 ν, onde η sp é o fator de emissão SE espontânea η sp = 1 em um amplificador ideal, sem emissão espontânea de fótons, h é a constante de Planck, ν é a frequência óptica, G é o ganho do amplificador e ν é a largura de banda de cada componente de frequência do espectro de Fourier [].

9 O ruído SE é, então, somado ao sinal óptico amplificado, compondo assim o sinal óptico de saída P out. Figura 4 - Diagrama de blocos do modelo do amplificador óptico EDF.

3 Propagação de Pulsos em Fibras Ópticas Neste capítulo, serão abordados aspectos teóricos da propagação de pulsos de lu em fibras ópticas. O principal objetivo deste capítulo é definir toda a base teórica que possibilitará o desenvolvimento do simulador computacional proposto neste trabalho, discutindo as aproximações e considerações físicas e matemáticas realiadas para estabelecer o nível de abrangência do modelo matemático utiliado. Serão discutidos conceitos de teoria eletromagnética na Seção.1, importantes para o desenvolvimento matemático da equação não linear de Schrödinger, realiado cuidadosamente na Seção., que subsidia o estudo realiado nos capítulos subsequentes. Na Seção.3 é discutida a importância relativa dos efeitos de atenuação, dispersão e automodulação de fase, através da definição de quatro regimes de propagação, investigando a propagação de pulsos em cada um destes regimes. Na Seção.4, é apresentado o método matemático utiliado neste trabalho para a solução numérica da equação não linear de Schödinger - o método de Fourier de passo alternado, também conhecido como Método de Propagação de Feixes. equação de propagação discutida na Seção.1 é estendida para o caso WDM, na Seção.5, bem como é introduido o conceito de descasamento de velocidade de grupo. Seção.6 apresenta os efeitos espectrais e a Seção.7, os efeitos temporais impostos a pulsos ópticos pelo fenômeno de modulação de fase cruada XPM, ilustrados por meio de simulação em computador..1 Propagação de Pulsos em Fibras Ópticas para um Sistema Monocanal Como todos os fenômenos eletromagnéticos, a propagação de pulsos em fibras ópticas é descrita pelas equações de Maxwell [, 13, 14]: r r B E = t r r r D H = Jf t 1

31. D r = ρ. B r = f 3 4 onde E r, H r, D r, B r, J r f e ρ f representam, respectivamente, o campo elétrico em V/m, o campo magnético em /m, a densidade de fluxo elétrico em C/m, a densidade de fluxo magnético em weber/m, a densidade de corrente em /m e a densidade de cargas em C/m 3. Neste trabalho, todas as grandeas estão representadas no Sistema Internacional de unidades. s densidades de fluxo D r e B r aparecem em resposta aos campos E r e H r, respectivamente, que se propagam pelo meio, e estão relacionadas a estes pelas seguintes relações constitutivas [, 14]: r r r D = εe P 5 r r r B = µ H M 6 sendo P r e M r, respectivamente, as polariações elétrica e magnética induidas; ε é a permissividade do vácuo e µ é a permeabilidade do vácuo. r Como a fibra é um meio não magnético M = e sem cargas livres J r f e ρ f iguais a ero, as equações de Maxwell podem ser reescritas, utiliando-se as relações constitutivas, em termos dos campos elétrico e magnético: r r H E = µ t 7 r r r E P H = ε t t 8 r r ε.e =.P 9. H = 1 c 1 Tomando o rotacional da Equação 7, utiliando a Equação 8 e a relação = µ ε, onde c é a velocidade da lu no vácuo, obtém-se:

3 r E 1 = c t r E µ t r P 11 Em geral, a avaliação de P r exige procedimentos de mecânica quântica. Entretanto, longe das condições de ressonância do meio, como é o caso das fibras para sistemas de telecomunicações, que operam na faixa de comprimentos de onda de,5 a µm, pode-se utiliar uma relação fenomenológica como [14]: r r rr rrr 1 3 P = ε χ E χ : EE χ MEEE... 1 Na equação acima, χ i i=1,, 3... é a susceptibilidade elétrica de i-ésima ordem. Para levar em conta os efeitos de polariação da lu, χ i é um tensor de ordem i1. susceptibilidade linear χ 1 representa a contribuição dominante para P r. Seus efeitos são incluídos através do índice de refração linear nω e do coeficiente de atenuação linear αω [15]: n ω = 1 1 ω α ω = Im nc Re 1 [ χ ω ] 1 [ χ ω ] 13 14 e relacionados à constante dielétrica linear do meio, dependente da frequência, através de [14]: iαc ε ω = n 15 ω O termo de segunda ordem χ é responsável pela geração de alguns efeitos não lineares, como geração de segundo harmônico e geração de soma de frequências.

33 Deve-se destacar porém que χ é diferente de ero apenas para meios que não apresentam a propriedade de simetria de inversão no nível molecular. Dier que um meio possui simetria de inversão também chamada de simetria de paridade ou especular significa dier que a inversão do campo elétrico neste meio ocasiona a r r r r inversão da polariação, ou seja, PE = P E. Para esta relação ser verdadeira, os termos de ordem par devem ser nulos. ssim, como a molécula de sílica SiO possui esta propriedade de simetria, χ assim como todas as outras susceptibilidades de ordem par será nulo. Com isso, as fibras normalmente não exibem efeitos não lineares de segunda ordem. Portanto, considerando-se apenas os efeitos não lineares de terceira ordem a contribuição apreciável de mais baixa ordem, pode-se escrever: r r r r r r P r,t = P r,t P r,t 16 L NL r r sendo,t P L r r a parte linear da polariação elétrica e r,t, a parte não linear P NL [15], dadas abaixo: r r P,t = ε L χ 1 r r t t' Er,t' dt' 17 r P NL r r,t 3 = ε χ t t1,t t,t t3 MEr,t1 Er,t Er,t3 dt 1dtdt3 r r r r r r 18 s Equações 11 e 16-18 constituem o formalismo geral para o estudo dos efeitos não lineares de terceira ordem em fibras ópticas. Desenvolvendo o lado esquerdo da Equação 11, tem-se []: E r = E r E r 19 Como os índices de refração do núcleo e casca das fibras monomodo índice degrau não variam com as coordenadas espaciais, r E r = e as Equações 11 e 19 são combinadas, resultando em []:

34 r 1 E c t r E = µ PL t r µ r P t NL. Equação Não Linear de Schrödinger Equação descreve adequadamente a propagação de pulsos em fibras ópticas. única aproximação feita até agora é que a polariação elétrica não linear leva em conta apenas as contribuições não lineares de terceira ordem [14]. Devido à complexidade da Equação, algumas aproximações simplificadoras são efetuadas []. Primeiro, a parcela não linear P r NL é tratada como uma pequena perturbação ao vetor polariação total P r. Segundo, assume-se que o modo fundamental HE 11 é linearmente polariado e que o campo óptico mantém sua polariação ao longo da fibra, de modo que uma solução escalar é válida. Terceiro, admite-se que o campo óptico é quase monocromático, ou seja, seu espectro, centrado em ω, tem largura espectral ω tal que ω/ω << 1. []. Este trabalho é todo desenvolvido segundo a aproximação de variação lenta do envelope do campo elétrico, na qual é conveniente separar o termo de variação rápida do campo, escrevendo-o da seguinte forma: r r r r,t = R{ Er,t.exp jω t }xˆ E 1 Como indicado na expressão anterior, neste trabalho é admitido que o campo elétrico é linearmente polariado na direção do vetor unitário xˆ, R { } representa a parte real do argumento e Er r,t é uma função de variação temporal lenta, quando comparada ao período óptico. s equações para as componentes linear e não linear do vetor polariação induida são escritas de forma semelhante: r r r r,t = R{ PL r,t. exp jω t }xˆ r r r,t = R{ P r,t.exp jω t }xˆ PL r PNL NL 3