O FINANCIAMENTO DO ESPORTE OLÍMPICO NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO CICLO DE LONDRES (2009-2012) 1



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Transcrição:

O FINANCIAMENTO DO ESPORTE OLÍMPICO NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO CICLO DE LONDRES (2009-2012) 1 Marcelo Resende Teixeira 2 Wagner Barbosa Matias 3 Fernando Mascarenhas 4 O estudo busca aferir e analisar o montante de recursos destinado ao esporte olímpico, bem como identificar as instituições contempladas, sinalizando em quais ações os recursos foram utilizados. Por meio destes dados foi possível discutir a estratégia adotada pelo Governo Federal para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no Brasil, especialmente no ciclo olímpico de Londres (2009-2012). A investigação pode ser caracterizada como quantitativo-qualitativa e de cunho documental. Os dados foram coletados a partir das seguintes fontes: a) Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV); b) Portal da Transparência do Governo Federal; c) informações disponíveis no site Contas Abertas; d) dados de relatórios de gestão do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Como resultado, percebeu-se que embora disponibilizados um volume satisfatório de recursos para as Confederações, em detrimento a momentos anteriores, tal situação não gerou resultados positivos no quadro de medalhas, e de uma maneira geral nos principais resultados da delegação brasileira nos últimos Jogos Olímpicos. Dessa forma, fica evidente que ações do Ministério do Esporte e das entidades esportivas são pautadas pelas urgências, de acordo com o interesse de seus gestores, em contraposição dos princípios básicos da administração, como o planejamento estratégico. Neste sentido, as perspectivas para o ciclo olímpico do Rio de Janeiro 2016 tendem a reproduzir privilégios e um modelo centralizado e ineficiente para a organização do esporte de alto rendimento no país, conforme proposto pelo COB por meio do Programa Time Brasil 5. 1 En Inglés: Financing The Olympic Sport in Brazil: an analysis of cycle London (2009-2012). En Español: Financiación del deporte olímpico en Brasil: un análisis del ciclo de Londres (2009-2012) 2 Especialista em Administração e Marketing Esportivo\Universidade Gama Filho. Servidor do Ministério do Esporte. 3 Mestre em Educação Física pela Universidade de Brasília (UnB), integrante do Grupo de Pesquisa e Formação Sociocrítica em Educação Física, Esporte e Lazer (Avante) da UnB e servidor do Ministério do Esporte (ME) e da Secretaria de Educação do Distrito Federal. 4 Doutor em Educação Física pela Universidade estadual de Campinas (Unicamp). Docente da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB). Coordenador do Grupo Avante.- UnB. Bolsista do CNPq Brasil. 5 El estudio busca identificar y analizar el montante de recursos destinado al deporte olímpico en Brasil, bien como identificar las instituciones contempladas, señalando en cuales acciones los recursos fueran utilizados. Por medio de estos datos fue posible lidiar la estrategia adoptada por el Gobierno Federal para el desarrollo 86

Palavras chave: Políticas de esporte; Financiamento; Esporte olímpico; Confederações esportivas. The study seeks to measure and analyze the amount of resources devoted to Olympic sport in Brazil, as well as identify the institutions included, signaling in which actions the resources were used. Through these data, it was possible to discuss the strategy adopted by the Federal Government for the development of elite sport, especially in the Olympic cycle London (2009-2012). The research may be characterized as qualitative and quantitative documentary slant. The data were collected from the following sources: a) Covenants system of the Federal Government (SICONV); b) Portal of the Federal Government's Transparency; c) Information available on Open Accounts; d) Reporting data and management of the Sports Ministry and the Brazilian Olympic Committee. As a result, it was noticed that although provided a satisfactory volume of resources for the confederations, rather than the previous times, such a situation did not generate positive results in the table of medals, and in a general way in the main results of the Brazilian delegation in recent Olympic Games. Thus, it is clear that actions of the Ministry of sport and sports organizations are based in the emergency room, according to the interest of its managers, in contrast of the basic principles of Administration, as the strategic planning. In this sense, the prospects for the Olympic cycle of Rio de Janeiro 2016 tend to reproduce privileges and a centralized model and inefficient for the organisation of sport in the country, as proposed by the COB through the Brazil Team Program. Keywords: Sport Policies; Financing; Olympic sport; sport confederations. de lo deporte de alto rendimiento, especialmente en el ciclo olímpico de Londres (2009-2012). La investigación pode ser caracterizada tal como cuantitativo- cualitativo de manera documental. Los datos fueran colectados de las siguientes fuentes: a) sistema de Convenios del Gobierno Federal (SICONV); b) portal de la Transparencia del Gobierno Federal; c) informaciones disponibles en el sitio Cuentas Abiertas; d) datos de lo relato de gestión de lo Ministerio del Deporte y del Comité Olímpico Brasileño (COB). Como resultado, se percebe que la disponibilidad de uno volumen satisfactorio de recursos para las Confederaciones, en detrimento a los momentos anteriores, tal situaciones no gestó resultados positivos en el cuadro de medallas, y de una manera general nos principales resultados de las delegaciones brasileñas en los últimos Juegos Olímpicos. De esa forma, queda evidente que acciones de lo Ministerio de Deporte y de las entidades deportivas son pautadas pelas urgencias, de acurdo con los intereses de sus gestores, en contraposición de los principios básicos de la administración, con lo planeamiento estratégico. En esto sentido, las perspectivas para el ciclo olímpico del Rio de Janeiro 2016 tienden a reproducir privilegios y uno modelo centralizado y ineficiente para la organización de lo deporte de alto rendimiento en el país, conforme propuesto por lo COB por medio del Programa Time Brasil. Palabras clave: políticas deportivas; financiación; deporte olímpico; Confederaciones deportivas. 87

INTRODUÇÃO Os Jogos Olímpicos da era moderna ocorrem a cada quatro anos e reúnem os melhores atletas, de diversas modalidades esportivas, de todo o mundo 6. A primeira edição aconteceu em 1896 na cidade de Atenas/Grécia e a última foi em 2012 na cidade de Londres/Inglaterra. Nesta, o Brasil esteve representado por 259 atletas que disputaram 32 modalidades. Ao final, o país conquistou 17 medalhas (03 de ouro, 05 de prata e 09 de bronze), superando o seu recorde de pódios - 15 em Pequim, 2008 e em Atlanta, 1996. Ainda assim, ficou apenas na 22ª posição, longe da sua melhor participação, a 16ª colocação obtida em Atenas, 2004 7. Em 2016 o evento será na cidade do Rio de Janeiro 8 e a expectativa do Governo Federal e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é posicionar o país entre o top 10 do ranking de medalhas 9. Para alcançar tal objetivo, o Ministério do Esporte (ME), está adotando medidas para aumentar o volume de recursos para os atletas e para as entidades de administração do esporte olímpico. Dentre outras ações, no fim de 2012, lançou o Plano Brasil Medalhas Olímpico e Paralímpico, que regulamenta alguns aspectos da Lei nº 12.395/2011 e prevê até 2016 a injeção de mais um bilhão de reais no esporte de alto rendimento Assim, considerando a meta traçada pelo governo e pelo COB e o aumento do volume de recursos repassados para os próximos Jogos Olímpicos, torna-se importante investigar e lançar elementos para o melhor planejamento dos gastos públicos. Para os fins desta pesquisa, portanto, buscamos aferir e analisar o montante de recursos destinado ao esporte olímpico, bem como identificar quais instituições contempladas e em quais ações os recursos foram utilizados, problematizando a estratégia adotada para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no país. 6 Para compreender as transformações dos Jogos Olímpicos, consultar Proni (1998) e Rubio (2010). 7 A classificação dos países no quadro de medalha é realizada pelos veículos de comunicação, não sendo um procedimento do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ela é feita a partir do número de medalhas de ouro, seguida da quantidade de medalhas de prata e bronze conquistadas. 8 A eleição da capital fluminense ocorreu no dia 2 de outubro de 2009, durante a 121ª assembleia do COI, realizada em Copenhague. O projeto da cidade do Rio de Janeiro desbancou as propostas das cidades de Chicago, Tóquio e Madri, respectivamente. 9 O Plano Decenal do Esporte e Lazer (PDEL), resultado da III Conferência Nacional do Esporte (BRASIL, 2010), aponta como horizonte para as políticas esportivas no país, a inserção do Brasil entre as dez potências olímpicas (FLAUSINO, 2013). 88

DELINEAMENTO DO ESTUDO Para o desenvolvimento da investigação, optamos por uma pesquisa de nível exploratório, uma vez que o tema do financiamento do esporte olímpico ainda é pouco estudado no país. Ressalta-se que apesar de se reconhecer a importância dos estudos no âmbito do financiamento, seja para o desenvolvimento de novos estudos científicos ou para o processo decisório de formação e de implementação de agendas governamentais, no campo das ciências do esporte, isto é incipiente (Athayde, 2013). As poucas iniciativas se restringem a Veronez (2005), Castelan (2010), Almeida (2010) e Athayde (2013). Sendo que em relação ao esporte olímpico, a investigação de Almeida (2010), se destaca como precursora. No que toca aos procedimentos, a investigação pode ser caracterizada como quantitativo-qualitativa e de cunho documental. Os dados foram coletados a partir das seguintes fontes: a) Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV) 10 ; b) Portal da Transparência do Governo Federal 11 ; c) informações disponíveis no site Contas Abertas; d) dados de relatórios de gestão do ME e do COB. O escopo de análise desta pesquisa é o período de 2009 a 2012, ou seja o ciclo olímpico de Londres. No entanto, também apresentamos dados dos anos anteriores das fontes de financiamento que os tinham disponiveis. Neste estudo abordamos o repasse de recursos das seguintes fontes: a) Lei Agnelo/Piva 12 ; b) Transferências Voluntárias do Governo Federal; c) Lei de Incentivo ao Esporte 13 ; d) Patrocínio de estatais. Para a análise e discussão dos dados foi adotado o método de análise de políticas sociais proposto por Boschetti (2009), com atenção para a configuração do financiamento e gasto, em especial, para a magnitude e direção dos gastos O artigo é dividido em três momentos, além da introdução, consta a apresentação e discussão sobre a organização e o financiamento do esporte olímpico no país, e breves considerações finais. 10 Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasses, instrumento público que viabiliza aos órgãos concedentes e convenentes o gerenciamento on-line de todos os convênios cadastrados, sendo obrigatório para todas as operações de transferência voluntária do Governo Federal. 11 O Portal da Transparência do Governo Federal é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU), lançada em novembro de 2004, para assegurar a boa e correta aplicação dos recursos públicos. O objetivo é aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como o dinheiro público está sendo utilizado e ajude a fiscalizar. 12 A lei 10.264/2001, chamada de Agnelo-Piva em referência aos seus autores no parlamento, destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais do país em favor do COB (85%) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)- 15%- sendo que dos 85% que cabe ao COB deve ser investido obrigatoriamente 10% no Esporte Escolar e 5% no Esporte Universitário. 13 A Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/2006) isenta em até 6 % pessoas fisicas e 1% pessoas juridicas que invistam, por meio do ME, no esporte em qualquer modalidade e manifestação esportiva. 89

ORGANIZAÇÃO E FINANCIAMENTO DO ESPORTE OLÍMPICO NO BRASIL O COI é a entidade máxima representativa do Movimento Olímpico no mundo. Cada país possui sua representação sendo que no caso brasileiro, o COI é representado pelo COB, cuja missão é a de: a) atuar no esporte de alto rendimento; b) liderar a estratégia de desenvolvimento do esporte; c) preparar as modalidades olímpicas; d) organizar a representação do Brasil em jogos; e) ser o representante do Brasil internacionalmente; f) representar o Movimento Olímpico frente aos poderes constituidos; g) contribuir com os formadores (clubes, escolas, associações, estados e municípios) para a inserção social de jovens através por meio do esporte, para a prática da cidadania e para a formação de atletas para o alto rendimento (COB, 2008). O COB é responsável por seis ações, quais sejam: 1) fomento a Programas e projetos; 2) manutenção da entidade; 3) formação de recursos humanos; 4) preparação técnica de equipes, infraestrutura, contratação e remuneração de comissões técnicas; 5) manutenção de atletas nos treinamentos e competições nacionais e internacionais; e 6) organização e participação em eventos esportivos (COB, 2008). Destaca-se que o COB não estipula um percentual mínimo de recursos para cada uma destas ações, fica a critério dos seus dirigentes a distribuição e o direcionamento do arrecadado. Ele se relaciona diretamente com 29 confederações brasileiras de modalidades esportivas olímpicas, sendo que duas dessas estão associadas aos Jogos Olímpicos de Inverno. Além disso, há o vínculo e reconhecimento de outras 21 confederações de modalidades não olímpicas 14 (Almeida; Marchi Júnior, 2011). Estas entidades, a partir da Constituição Federal de 1988 15, passam a ter autonomia de organização e funcionamento. Destaca-se que o Estado assume um papel neocorporativista, regulando e provendo o sistema esportivo (Bracht, 2005). Ou seja, a administração pública continua a financiar o esporte de alto rendimento, 14 Para identificar as Confederações de esporte olímpico e demais ligadas ao COB, basta consultar o seguinte site: www.cob.org.br. 15 A Constituição Federal de 1988, segundo Behring (2008) não representou a totalidade dos anseios das elites do país e nem dos movimentos sociais, mas assegurou para os trabalhadores (fruto da luta destes) uma série de direitos sociais, que até então inéditos para o país que ao longo dos anos passou por saltos para frente, modernização conservadora. Montãno (2010, p. 35) neste mesmo sentido, afirma que a carta magna de 1988 [...] consagrou um profundo avanço social, apontava pela primeira vez para a construção de um Estado de bem estar social, enfrentando a divida social. Entretanto surgia no momento em que o mundo discutia outro modelo de estado. De qualquer forma, o texto constitucional garantiu a população o esporte e o lazer como direitos, tendo o Estado o dever de desenvolver políticas sociais esportivas, priorizando o esporte educacional e em casos específicos o esporte de rendimento. 90

afinal, as entidades esportivas não abrem mão do fundo público (Castellani Filho, 2008). No tocante ao financiamento, a lei Agnelo/Piva é a principal fonte de recursos do COB. No ciclo olímpico de Londres foi repassado o montante de R$ 677,1 milhões, sendo que desses R$ 250,3 milhões foram destinadas às Confederações, conforme demonstra a Tabela 1. Tabela 1: Recursos recebidos pelo COB e repassados as confederações, em milhões de reais. Ano Valor recebido pelo COB Repasse do COB as Confederações* 2009 R$ 172.416.822,05 R$ 48.736.528,77 2010 R$ 184.543.857,28 R$ 59.110.877,76 2011 R$ 173.139.995,07 R$ 65.223.801,82 2012** R$ 147.044.052,21 R$ 77.274.184,68 Total 2009-2012 R$ 677.144.726,61 R$ 250.345.393,03 * Estes são valores estimados pelo COB, pois não estavam disponiveis no site o montante real. Fonte: www.cob.org.br. Elaboração dos autores (2013). No ciclo olímpico de Pequim (2005-2008), o COB recebeu via lei Agnelo/Piva o valor de R$ 615,4 milhões, sendo direcionado às Confederações de esporte olímpico o montante de R$ 297,2 milhões 16 (tabela 2). Portanto, houve um aumento dos recursos repassados do ciclo olímpico de Pequim para o ciclo de Londres. Contudo observa-se a diminuição e uma oscilação nos valores destinados para as Confederações. Entre 2005 e 2006 houve um crescimento contínuo, no entanto nos quatro anos seguintes os repasses sofreram queda, com nova elevação somente a partir de 2010. Registra-se que tal situação interfere na continuidade de qualquer planejamento. 16 Registra-se que os dados foram atualizados, conforme sistema de débito do Tribunal de Contas da União na data de 13/3/2012. 91

Tabela 2: Recursos recebidos pelo COB e repassados as confederações, em milhões de reais. Ano Valor recebido pelo COB Repasse do COB as Confederações* 2005 R$ 152.159.514,53 R$ 81.005.666,20 2006 R$ 131.095.743,44 R$ 80.890.860,56 2007 R$ 171.972.584,68 R$ 75.835.372,84 2008 R$ 160.254.641,25 R$ 59.567.188,02 Total 2005-2008 R$ 615.482.483,90 R$ 297.299.087,62 Fonte: www.cob.org.br. Elaboração dos autores (2013). A concentração elevada de recursos no COB em 2007, 2008 e 2009 provalvelmente ocorreu pela realização do Pan-2007 e, posteriormente, pelo investimento na candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016. De qualquer forma impressiona a diferença entre o que o COB recebe e o que é destinado ás confederações. Ora, se a Lei foi criada para "fortalecimento do esporte a partir dos atletas" porque, por exemplo, no ciclo de Londres de R$ 677 milhões apenas R$ 257, valores arredondados, são destinados á atividade fim? Em relação ao destino dos recursos da Lei Agnelo-Piva, no ciclo de Londres como no ciclo anterior, conforme identificou Almeida e Marchi Júnior (2012), tanto o COB quanto as Confederações têm um maior investimento na organização e participação em eventos. Quanto à distribuição de recursos entre as Confederações, persiste no ciclo de Londres a desigualdade identificada por Almeida e Marchi Júnior (2011) no ciclo olímpico de Pequim, sendo privilegiadas aquelas modalidades esportivas que possuem mais visibilidade, melhor organização administrativa e que possuem patrocínios 17. Assim, o parâmetro meritocrático implementado pelo COB em 2009, acentua a discrepância entre as confederações e a hegemonia de algumas modalidades, como o voleibol, o judô, o atletismo, o handebol, os desportos aquáticos, a ginástica e o basquetebol em relação a outras, como no caso do badminton, do 17 A distribuição dos recursos entre as Confederações encontra-se nos relatórios anuais do COB, com exceção do ano de 2012 todos os demais estão disponíveis no site da entidade. 92

levantamento de peso, do taekwondo etc, já que essas possuem menos visibilidade e, consequentemente, menor possibilidade de atrair patrocínios. Uma segunda fonte de recursos analisada neste estudo são os repasses das empresas estatais, vejamos abaixo o montante destinado as confederações no ciclo olímpico de Londres (2009-2012): Tabela 3. Volume de recursos repassados pelas estatais para Confederações no periodo de 2009-2012 em milhões de reais. Estatais Total investido R$ (milhões) Banco do Brasil 220,1 Eletrobrás 151,1 Caixa 151,4 Correios 93,1 Petrobras 33,1 Infraero 9,1 BNDES 8,1 Casa da Moeda 0,5 Total 666,5 Fonte: www.contasabertas.com.br. Elaboração dos autores (2013) 18. Sem dúvida, a destinação de recursos das estatais para o esporte olímpico contribui para a preparação dos atletas, bem como, consolida a marca destas instituições entre o público consumidor. Entretanto, Cunha (2012), acredita que embora sejam inegáveis as virtudes do esporte como potencial de mercado, as parcerias ocorrem principalmente pela aproximação entre os dirigentes das entidades esportivas e os membros do governo. De qualquer forma, para os Jogos Olímpicos de 2016, o governo brasileiro definiu as estatais que vão patrocinar cada uma das modalidades, conforme a seguir: Banco do Brasil- vela, voleibol de praia, voleibol e pentatlo moderno; Banco do Brasil e Correios- handebol; Banco do Nordeste (BNB)- triathlon; BNDES- 18 Para a obtenção destes dados tivemos a contribuição do jornalista José Cruz. 93

canoagem e hipismo; Caixa Econômica- atletismo, ciclismo BMX, futebol feminino, ginástica, lutas, tiro esportivo e modalidades paralímpicas; Correios- natação, águas abertas (maratona aquática) e tênis; Eletrobrás- basquetebol; Infraero e Petrobras- judô; Petrobras- boxe e taekwondo 19. Dentro desse contexto, as entidades esportivas também captam recursos das estatais e do setor privado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE). O Tribunal de Contas da União (TCU), em Relatório de Auditoria, datado de 30/1/2013, classifica a LIE como: [...] uma forma simplificada de utilização de recursos públicos, pois a tais valores não se aplicam os trâmites e controles orçamentários estabelecidos, sendo executados diretamente por organizações não governamentais ou entes governamentais fora da esfera federal. Além disso, tais recursos não se submetem a eventuais contingenciamentos de despesa pelo Poder Executivo (TCU, 2013: 2). Neste sentido, a LIE criada para aumentar as fontes de financiamento do esporte e, consequentemente, democratizá-lo (BRASIL, 2006), não se sustenta sob esse argumento, tendo em vista os dados orçamentários e a priorização do esporte de alto rendimento (MATIAS, 2013). Tabela 4 Valores captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte em reais. Confederação Situação 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL Desportos Aquáticos Judô Basquetebol Golfe Aprovado D - - 9.793.891,23 7.115.988,95 19.845.214,30 36.755.094,48 Captado - - 5.755.000,00 3.764.680,91 10.777.214,44 20.296.895,35 Aprovado J 2.453.705,71 4.411.351,30 11.460.250,33 11.425.225,88 12.390.601,62 42.141.134,84 Captado 1.979.522,60 2.199.440,00 6.467.473,25 4.155.305,00 4.857.825,00 19.659.565,85 Aprovado B - 1.445.786,30 3.027.651,40 3.808.016,48 9.835.758,96 18.117.213,14 Captado - 304.000,00 2.234.648,08 3.129.886,59 5.473.180,55 11.141.715,22 Aprovado G 9.158.721,34 6.925.499,39-6.569.887,98-22.654.108,71 Captado 4.646.820,32 262.656,00-2.857.986,40-7.767.462,72 Aprovado T 217.383,77 1.983.393,28 3.736.095,36 1.838.904,86-7.775.777,27 19 Informação disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/09/13/veja-lancamento-do-brasilmedalhas-2016. Acesso em: 23/2/2013. 94

Tênis Captado 217.383,77 1.175.645,46 3.196.562,09 1.123.065,94-5.712.657,26 Handebol Rubgy Tênis de Mesa Hipismo Remo Tiro Esportivo Pentatlo Moderno Canoagem Total Aprovado H - 4.832.137,15 - - - 4.832.137,15 Captado - 4.832.141,29 - - - 4.832.141,29 Aprovado R - - 1.719.108,28 4.352.882,74 3.206.134,84 9.278.125,86 Captado - - 633.050,00 1.507.564,45 1.899.192,75 4.039.807,20 Aprovado T - 1.286.441,66 2.042.100,75 796.322,65 543.176,42 4.668.041,48 Captado - 328.320,00 525.760,69 693.348,71 164.673,96 1.712.103,36 Aprovado H - - 2.905.918,19 627.136,98-3.533.055,17 Captado - - 1.118.722,51 60.440,80-1.179.163,31 Aprovado R - - - - 2.924.732,80 2.924.732,80 Captado - - - - 694.450,12 694.450,12 Aprovado T - 800.650,00 - - - 800.650,00 Captado - 79.040,00 79.040,00 Aprovado P - - 2.169.419,76 2.034.278,67-4.203.698,43 Captado - - 11.510,00 34.240,79-45.750,79 Aprovado C - - 470.137,46-470.137,46 Captado - - 4.604,00 - - 4.604,00 Aprovado T 11,8 milhões 21,6 milhões 37,3 milhões 38,5 milhões 48,7 157,9 milhões Captado 6,8 milhões 9,2 milhões 19,9 milhões 17,3 milhões 23,3 milhões 76,5 milhões Fonte: Ministério do Esporte. Elaboração dos autores (2013). Analisando os dados, percebe-se inicialmente uma considerável diferença entre os recursos aprovados com os de fato captados, tal situação gera dificuldade na confirmação da realização do objeto pactuado, tendo em vista que o início da execução só é liberado após a comprovação de no mínimo 20% do valor total do projeto 20. 20 Art. 40 da Portaria Ministerial nº 120 de 2009 diz que: a captação mínima para que o pedido de início da execução do projeto seja aprovado é de 20% (vinte por cento) do valor total do projeto original. Caso o percentual de 20% não seja captado pelo período de 02 anos, as instituições são obrigadas a devolver todo recurso. 95

Neste sentido, também identificamos um crescimento permanente no montante aprovado para as Confederações, tendo o valor captado sofrido uma oscilação para baixo em 2011, mas voltando a crescer em 2012. Com referência aos objetos dos contratos de repasse firmados, observa-se que esses se resumem à preparação de equipes para competições, financiamento de eventos e, em alguns casos, aquisição de material esportivo. Considerando os dados por Confederação, verificamos que das 29 entidades analisadas apenas 13 entidades 21 apresentaram e/ou tiveram projetos aptos a captar recursos, destaque para aquelas localizadas no topo da Tabela 4. Cabe destacar a ausência de propostas aprovadas das Confederações com potencial de atrair investimentos, como o Voleibol, o Atletismo e a Ginástica. Isto pode ocorrer por dificuldade técnica operacional na elaboração de projetos ou apenas por opção, tendo em vista o seu acesso a outras fontes de financiamento e contratos de exclusividade com os atuais patrocinadores. Por outro lado, chama a atenção o volume elevado de recursos captados pelas Confederações de Golfe e Rugby, o que possivelmente esteja relacionado com a primeira participação dessas modalidades numa edição dos Jogos Olímpicos. Registre-se que o COB também captou recursos no período de 2009 a 2012. O valor total foi de R$ 2.900.000,00, com o objetivo de subsidiar as equipes brasileiras na preparação para os Jogos Olímpicos de Londres. Após realizar um diagnóstico do montante e direcionamento dos recursos da Lei Agnelo/Piva, das estatais e da LIE, vamos expor os dados financeiros referentes ao repasse do ME por meio de Convênios 22. Preliminarmente, cabe destacar o papel que o ME possui no cenário esportivo nacional, potencialmente, o agente indutor da construção de uma política esportiva para o país de forma sistêmica 23. As suas ações refletem a correlação de forças 21 As confederações de Voleibol, Atletismo, Ginástica, Ciclismo, Badminton, Taekwondo, Hóquei de Grama, Tiro com Arco, Esgrima, Lutas Associadas, Boxe, Desportos na Neve, Desportos no Gelo, Vela e Motor, Levantamento de Peso e Triathlon não receberam ou não tiveram projetos aprovados. 22 De acordo com a Portaria Interministerial n 507/2011, convênio se caracteriza por acordo ou ajuste que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas no Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indireta, consórcios públicos, ou ainda entidades privadas sem fins lucrativos. 23 O decreto nº 4.668 de abril de 2003 criou a estrutura e os órgãos do Ministério do Esporte, que sob o comando Partido Comunista do Brasil (PC do B) desde 2003 possui atualmente três secretarias finalísticas (Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social- SNELIS; Secretaria Nacional do Esporte de Alto Rendimento-SNEAR; e, Secretaria Nacional do Futebol e Direitos do Torcedor). Entretanto até inicio de 2011 tínhamos as seguintes secretarias: Secretaria Nacional do Esporte Educacional-SNEED; Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e Lazer- SNDEL e a SNEAR, que continua. 96

estabelecida entre os atores sociais, pertencentes às diferentes classes sociais (Poulantzas, 2000). Sendo assim, identificamos que no período entre 2008/2012 foram formalizados 61 convênios entre o ME e as Confederações de esporte olímpico, sendo repassado pelo Governo Federal o montante superior a R$ 107,5 milhões de reais. Ao incorporar o valor dos convênios com o COB, então chegamos ao valor de R$ 139,6 milhões transferidos 24. Tabela 5: Número de Convênios formalizados e montante repassado as Confederações de esporte olímpico. Ano 2008 2009 2010 2011 2012 Total Nº de Convênios 02 07 30 19 03 61 Valores milhões em R$ 0,21 R$ 1,9 R$ 50,6 R$ 51,6 R$ 3,2 R$ 107,5 Fonte: SICONV. Elaboração dos autores (2013). A partir desses dados, identificamos um crescimento contínuo no volume de recursos para as confederações, com exceção do ano de 2012, que teve uma queda considerável no volume de repasses e de convênios. Os motivos desta redução precisam ser investigados, entretanto, é preciso considerar a baixa execução orçamentária neste ano 25 e ainda o fato de que até o primeiro quadriênio de 2012 o ME possuia uma força tarefa para análise de todos os convênios com Organizações Não Governamentais (ONGs), conforme o Decreto Presidencial nº 7.592/2011, motivado pelas denúncias de desvio e uso inadequado de recursos por ONGs 26. Além disso, ressalta-se ainda que, em Julho de 2012, ocorreram os Jogos Olímpicos em Londres e, posteriormente, o Governo lançou o Plano Brasil Medalhas 2016. Esse conjunto de fatores podem ter limitado a formalização de convênios com as Confederações. As tranferências de recursos por meio de convênios ocorre na medida em que as 24 Os convênios com o COB ocorreram em 2008, sendo todos referentes à candidatura da cidade do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos de 2016. 25 Ministério do Esporte gastou apenas 20,9% do seu orçamento de 2012. Informação disponível em: http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2012/12/ministerio-do-esporte-gastou-apenas-209-de-seu-orcamento-de- 2012/. Acesso em: 12/03/2013. 26 Como consequência o Ministro Orlando Silva deixou o ME em outubro de 2011, assumindo a gestão da pasta o Deputado Federal Aldo Rebelo. 97

propostas das entidades, apresentadas no SICONV são aprovadas pelo ME. Deste modo, temos os seguintes valores no período estudado: Tabela 6: Montante e destino dos recursos dos Convênios do ME para as Confederações de esporte olímpico( 2008-2012) 27. Confederação Bloco 1- acima de 5% Valores em milhões Quant. de Convênios Voleibol R$ 21,0 07 Handebol R$ 16,5 07 Atletismo R$ 12,0 01 Ginástica R$ 8,3 01 Bloco 2- de 2,1% a 5% Valores em milhões Quant. de Convênios Ciclismo R$ 6,0 04 Badminton R$ 5,8 03 Tiro Esportivo R$ 5,5 03 Desportos Aquáticos R$ 3,6 03 Pentatlo Moderno R$ 3,5 04 Taekwondo R$ 3,3 01 Tênis de Mesa R$ 3,3 04 Judô R$ 3,0 01 Basquetebol R$ 2,9 03 Bloco 3- entre 0,1% a 2% Valores em milhões Quant. de Convênios Tênis R$ 2,5 04 Canoagem R$ 2,4 01 Hóquei de grama e Indoor R$ 1,6 03 27 Dados atualizados através do Sistema de Débito do TCU no dia 18/3/2012. 98

Tiro com Arco R$ 1,5 02 Esgrima R$ 1,3 01 Lutas Associadas R$ 1,3 02 Rubgy R$ 1,1 01 Boxe R$ 0,4 03 Hipismo R$ 0,1 01 Desportos na Neve R$ 0,6 01 Bloco 4-0% Valores em milhões Quant. de Convênios Desportos no Gelo R$ 0,0 00 Golfe R$ 0,0 00 Vela e Motor R$ 0,0 00 Levantamento de Peso R$ 0,0 00 Triathlon R$ 0,0 00 Remo R$ 0,0 00 Total R$ 107,5 61 Fonte: SICONV. Elaboração dos autores (2013). Quando da análise dos dados, anota-se que a divisão em bloco facilita a compreensão referente à destinação final dos recursos do ME. Neste sentido, as quatro entidades do Bloco 1 se beneficiaram de quase a metade dos recursos de todo o período investigado, sendo que todas possuem patrocínios de estatais e ainda estão entre aquelas que mais recebem recursos da Lei Agnelo/Piva. O ME, ao centralizar recursos em determinadas entidades, reforça a desigualdade no financiamento das diferentes modalidades esportivas. Neste sentido, forma-se um cenário com Confederações dominantes e dominadas ou fortes e fracas (Almeida; Marchi Júnior, 2011). Portanto, no momento em que é priorizada determinada confederação ou objeto a ser executado pelos convênios, o Governo Federal está manifestando qual é a sua linha estratégica. 99

Outro dado importante a ser analisado acerca do financiamento do esporte olímpico no ciclo de Londres, por meio dos convênios, é identificar em qual ação os recursos foram prioritariamente investidos. Gráfico 1: Distribuição dos recursos conforme objeto dos convênios. Distribuição dos recursos 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Preparação de atletas e equipes Aquisição de equipamentos e/ou reformas e/ou construção de espaços Realização de eventos Participação em eventos Fonte: SICONV. Elaboração dos autores (2013). Diante disso, percebe-se que um quantitativo considerável de recursos é destinado para a preparação dos atletas, seja no fornecimento de equipes multiprofissionais, no pagamento de passagens áereas, nas hospedagens, na alimentação ou na aquisição e consertos de equipamentos, reformas e/ou construção de instalações. Para exemplificar, a Confederação de Tiro Esportivo, estabeleceu um convênio com o ME em 2012, no montade superior a R$ 2,5 milhões com perspectiva de preparo dos atletas da Seleção para 2016; à disponibilização de comissão multidisciplinar e equipe técnica e equipe operacional para atender aos atletas do Tiro Esportivo. Quanto à infra-estrutura, como exemplo, citamos o convênio de 2011 da Confederação de Atletismo, o qual destinou a implementar os Centros Nacionais de Treinamento de Atletismo de Alto Nível de: Uberlândia, São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza; visando a preparação de atletas para os Jogos Olímpicos Rio 2016, bem como de outros importantes eventos internacionais. 100

O terceiro destino de recursos foi a formalização de convênios para a realização de eventos estaduais, regionais, nacionais e internacionais. Para ilustrar, citamos o caso da Confederação de Pentatlo Morderno que durante todo o período estudado fez quatro convênios com o ME, num valor total superior a 3,3 milhões, sendo todos com a finalidade de promoção da entidade, do esporte e para realização de eventos. Por fim, foram estabelecidas ainda quatro parcerias no intuito de possibilitar a participação de atletas nacionais em competições internacionais, foi o caso do objeto pactuado pela Confederação de Tiro com Arco, num convênio em 2012, que visou garantir a participação dos atletas nas competições mundiais: Archery World Cup Stage 1, 2, 3, 4, final e na World Archery Youth Championship, visando a preparação e qualificação dos atletas para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Destaca-se que entre todos os convênios formalizados somente a Confederação de Handebol se preocupou em aproximar o conhecimento científico com o treinamento dos atletas, bem como, com a qualificação de recursos humanos para trabalhar com o esporte de alto rendimento. Diante das informações coletadas, percebemos como foco dos convênios a preparação dos atletas já prontos, o que ocorre, também, através dos investimentos direto do ME por meio do Bolsa Atleta (lei nº 10.891). Tabela 7: Volume de recursos repassados para os atletas pelo programa Bolsa Atleta, em milhões de reais. Programa 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* Total Bolsa Atleta 1,5 10,5 12,1 25,1 34,5 47,4 50,2 74,6 255,9 *Em 2012 os valores estão inseridos no programa Esporte e grandes eventos. Fonte: Portal da Transparência. Elaboração do autor (2013). Este programa é resultante da primeira Conferência Nacional do Esporte (BRASIL, 2004), sendo sancionado em 2004. De acordo com Almeida e Marchi Júnior (2012, p. 589), ele foi criado para suprir o baixo investimento realizado pelo COB e pelas Confederações na manutenção dos atletas. Nos dois Planos Plurianuais do Governo Lula, o Bolsa Atleta foi uma ação do programa Brasil no esporte de rendimento e consumiu um volume de recursos superior ao destinado para os programas sociais (Matias, 2013). 101

Ressalta-se que no montante destinado pelo programa está incluso os gastos diretos do Governo Federal com atletas de diferentes modalidades e níveis, não sendo possível a separação a partir dos dados disponíveis no Portal da Transparência. Se consideramos no ciclo olímpico de Londres os valores repassados para as Confederações por meio de patrocínios (R$ 666,5 mihões), os recursos da Lei Agenlo/Piva (R$ 250,3), repasses do ME por meio de convênios (R$ 107,5) e somados com os recursos captados da LIE (R$ 76,5) teriamos, então, um grupo de sete confederações dominantes e ricas. Além das quatro do Bloco 1 da Tabela 5, temos, ainda, as confederações de Judô, de Basquete e de Desportos Aquáticos. Essas entidades possuem suas modalidades com considerável exposição na mídia e maior influência em relação as demais. Dessa forma, por receber mais recursos, supõe-se que estas entidades possuem uma melhor estrutura administrativa e infra-estrutura para preparação de atletas. Contudo, isto não se traduz em resultados. No caso dos Jogos Olímpicos de Londres, conforme a Tabela 6, com exceção das medalhas conquistadas no Boxe, no Pentatlo Moderno e na Vela e Motor, todas as outras foram em modalidades que receberam um volumoso quantitativo de recursos 28. Sobre isso, é preciso considerar, também, que nos sucessos do país em algumas modalidades existem os [...] atletas que se destacam por esforços próprios e/ou com a ajuda de patrocinadores individuais, que mesmo sem o apoio das confederações brasileiras de suas modalidades, conquistam excelentes resultados (Almeida; Marchi Júnior, 2011, p. 163). Este parece ter sido o caso das exceções citadas, bem como de outros atletas, a exemplo de Artur Zannetti, na Ginástica 29. Tabela 8: Principais resultados em Londres 2012 por confederação. Confederação Desportos aquáticos Principais resultados Saltos ornamentais: 17ª colocação no masculino individual 3m; Natação: 01 prata, 01 bronze, dois 4º lugar e um 16 lugar; 28 Ressalta-se que a confederação Vela e Motor possui patrocínio privado. 29 Herói olímpico, Zanetti treina entre goteiras e aparelhos enferrujados. Disponível em: http://esportes.terra.com.br/ginastica/heroi-olimpico-zanetti-treina-entre-goteiras-e-aparelhosenferrujados,2febcfd6b577c310vgnvcm3000009acceb0arcrd.html. Acesso em: 14/3/2013. 102

Nado Sicronizado: 13 lugar dueto. Judô 01 ouro, 03 bronzes, 01 semi-final, 01 quartas de final e 04 estiveram nas oitavas de final. Handebol Voleibol Feminino: chegaram as quartas de final Voleibol de praia: masculino- 01 prata e 01 quartas de final; feminino- 01 bronze e 01 dupla nas oitavas de final. Voleibol de quadra: feminino- 01 ouro/masculino- 01 prata Basquete Atletismo Masculino: quartas / Feminino: primeira fase Salto em distância: 7 lugar masculino; Marcha Atlética: 39º lugar masculino; Maratona: 5º, 8 e 13 lugares masculino; Decatlo: 19 lugar masculino; Arremesso de peso: 7 Lugar feminino; Revezamento 4x100: Brasil 7 lugar feminino; Revezamento 4x400: Brasil 15 lugar feminino. Tiro Esportivo Armadilha duplo: 17º lugar masculino; Pistola 10m e 25m: 39 lugar. Ginástica Tênis Argolas: 01 ouro. Sem resultados expressivos. Golfe Estreia nos Jogos de 2016. Ciclismo BMX: 01 quartas masculino/ 01 semi feminino; Cross country: 24º masculino; Estrada: 26 masculino individual, 32 masculino equipe/ 18 feminino individual, 23 feminino equipe. Badminton Sem resultados expressivos. Rugby Estreia nos Jogos de 2016. 103

Tênis de mesa Sem resultados expressivos. Pentatlo moderno 01 bronze. Taekondo Canoagem Hóquei sobre a grama Tiro com arco Esgrima Hipismo 01 semi-final. Caiaque individual: 18 feminino. O Brasil não se classificou para os Jogos de Londres. Sem resultados expressivos. Sem resultados expressivos. Salto individual: 12, 22 lugares; Individual CCE: 42, 44 e 46 lugares; Salto Equipe: 8 lugar Brasil; Equipe CCE: 9 lugar Brasil. Lutas Associadas Remo Desportos na neve Boxe Estilo Livre: 01 atleta chegou nas oitavas de final- feminino. Sem resultados expressivos. Modalidade não participante das edições dos Jogos Olimpicos de Verão. Masculino: 01 prata, 01 bronze, 01 nas quartas de final e 2 nas oitavas de final; Feminino: 01 bronze e 01 oitavas. Vela e motor Levantamento de peso Triathlon Iatismo: 01 bronze (classe estrela), 9º lugar (RS-X) e 6º lugar (470-feminino) Masculino: 12º lugar (+105kg); Feminino: 8 lugar (55kg). Masculino: 36º e 44º lugares/ Feminino: 30 lugar Fonte: www.london2012.com. Elaboração dos autores (2013). 104

Por fim, observando os dados acima e o quantitativo de recursos recebidos pelas Confederações, nota-se que além de terem sido destinados prioritariamente às modalidades em que o Brasil já possui alguma tradição e que possui investimento na base, bem como privilegiaram, também, as modalidades com a maior possibilidade de medalhas em disputa, como, por exemplo, o Atletismo e os Desportos Aquáticos 30. Entretanto, em várias provas dessas modalidades sequer houve brasileiro classificado para os Jogos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados apresentados demonstram que apesar das oscilações entre os anos, nas diferentes fontes, a cada ciclo olímpico é repassado ao COB e Confederações um montante elevado de recursos. Entretanto, a distribuição do dinheiro entre as entidades privilegia os atores e os interesses daqueles envolvidos com as modalidades que possuem mais visibilidade na mídia com melhor estrutura administrativa. Além disso, ressalta-se que o grande volume de recursos disponibilizados para as Confederações não geraram resultados positivos no quadro de medalhas, tal fracasso pode estar diretamente relacionado com a falta de planejamento, má gestão, falta de democracia, participação e de transparência das entidades esportivas, bem como, pela descontinuidade das ações e sobretudo pela ausência de uma política nacional de esporte que garanta o desenvolvimento de todas as modalidades e que estabeleça um controle central na distribuição dos recursos (Ouriques, 2009; Almeida, 2010; Matias, 2013). Destaca-se que as ações do ME e das entidades esportivas são pautadas pelas urgências, de acordo com o interesse de seus gestores, em detrimento dos princípios básicos da administração, como planejamento estratégico, de médio e longo prazo (Charnov; Montana, 2001). A realização dos Jogos Olímpicos em 2016 no Brasil e a meta de estar entre os 10 do quadro de medalhas movimenta ainda mais recursos do fundo público, no sentido de prover o esporte olímpico. Na mesma proporção cresce a preocupação com a eficiência na aplicação do recurso público Neste sentido, consideramos que não basta aumentar as fontes e a verba para o 30 Nos Jogos Olímpicos de Londres (2012), o Atletismo teve 49 provas e os Desportos Aquáticos, 45 provas, somadas as disputas no masculino e no feminino. 105

esporte olímpico, os resultados do país na edição dos Jogos Olímpicos de Londres e mesmo nas anteriores confirmam isso, seja no número de medalhas ou na classificação final dos atletas. É preciso discutir a realidade atual do esporte no país e rever as ações adotadas. Acreditamos que a linha a ser seguida já foi definida a partir da I e II Conferência Nacional do Esporte (Brasil, 2004; Brasil, 2006), ou seja, estabelecer um Sistema Nacional do Esporte, que tenha como princípio assegurar o esporte como direito de todos, com investimento na infra-estrutura, na formaçao inicial e continuada de profissionais, no estabelecimento de um sistema nacional descentralizado de financiamento, associado com o conhecimento científico produzido nas universidades. No entanto, alternativa do COB proposta pelo Programa Time Brasil, não segue este caminho. A estratégia da entidade e seguida pelo ME, se define a partir de três eixos, a saber: o primeiro consiste em aumentar o número de medalhas nos esportes que já são medalhistas exemplo do voleibol, basquete, futebol, atletismo, natação, judô, vela e hipismo; o segundo é o de focalizar um esporte que tenha o potencial de conquistar várias medalhas exemplo do judô; e, o terceiro é aumentar o número de modalidades em que o Brasil tenha possibilidade de pódio. 31 Quiçá, o grande diferencial do projeto esteja no estímulo a essas novas modalidades esportivas, ampliando o acesso e criando estruturas para os seus praticantes. Porém, como o interesse que prevalece é ampliação do número de medalhas, o pragmatismo pode se materializar na ausência de continuidade na promoção dessas modalidades caso seus atletas frustrem a expectativa (Mascarenhas et al, 2013). Portanto, apesar de apontarmos que o modelo adotado precisa ser revisto, como também assegurou Almeida (2010), a perspectiva de mudança é infima, se considerarmos a estratégia delineada no Programa Time Brasil. De qualquer forma, continuamos a assinalar que é preciso dirimir a desigualdade na distribuição dos recursos e, principalmente, garantir o esporte como direito social, caso o horizonte seja obter sucesso, permanente, no quadro de medalhas. 31 Programa Time Brasil e Time Rio. Disponível em: www.cob.org.br/noticias/noticias_interna.asp?id=15155. Acesso em: 13 set. 2010. 106

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2011 Lei nº 12.395 de 16/03/2011. Altera as Leis n os 9.615, de 24 de março de 1998, que institui normas gerais sobre desporto, e 10.891, de 9 de julho de 2004, que institui a Bolsa-Atleta; cria os Programas Atleta Pódio e Cidade Esportiva; revoga a Lei n o 6.354, de 2 de setembro de 1976; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 29/12/2006. Acesso em: 20 mar. 2013. 2010 III Conferência Nacional do Esporte: documento final. Ministério do Esporte; Brasília, Brasil. 2006 II Conferência Nacional do Esporte: documento final. Ministério do Esporte; Brasília, Brasil. 2006 Lei nº 11.438 de 29/12/2006. Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 29/12/2006. Acesso em: 20 mar. 2013. 2004 I Conferência Nacional do Esporte: documento final. Ministério do Esporte; Brasília, Brasil. 2004 Lei nº 10.891 de 09/07/2004. Institui a Bolsa-Atleta. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 12/07/2004. Acesso em: 20 mar.2013. 2003 Decreto 4.668 de 09/04/2003. Aprova a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas do Ministério do Esporte, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 09/04/2003. Acesso em: 20 mar.2013. 2001 Decreto Lei n 10.264 de 16 de julho de 2001. Acrescenta inciso e parágrafos ao artigo 56 da lei 9.615, de 24 de março de 1998. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 17 jul. 2001. Acesso em: 20 mar. 2013; Brasília DF, Brasil. 1998 Lei nº 9.615 de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 25 mar. 1998. Acesso em: 20/mar.2013; Brasília DF, Brasil. 1988 Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%c3%a7ao.htm. 108

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