SEGUNDO RELATÓRIO SEMESTRAL DE ANDAMENTO DOS PROGRAMAS DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL DA UHE SÃO JOSÉ

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Transcrição:

SEGUNDO RELATÓRIO SEMESTRAL DE ANDAMENTO DOS PROGRAMAS DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL DA UHE SÃO JOSÉ - - PORTO ALEGRE, MAIO DE 2009.

SUMÁRIO 1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS AÇÕES AMBIENTAIS... 5 2 PLANO AMBIENTAL PARA CONSTRUÇÃO - PAC... 9 3 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - PRAD... 19 4 PROGRAMA DE MONITORAMENTO LIMNOLÓGICO E DA QUALIDADE DA ÁGUA... 20 5 PROGRAMA DE AÇÃO PARA CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS... 22 6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E MAPEAMENTO ESTRUTURAL... 23 7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO NÍVEL ESTÁTICO E FREÁTICO DOS POÇOS...24 8 PROGRAMA DE DESMATAMENTO E LIMPEZA DA BACIA DE ACUMULAÇÃO... 25 9 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DAS MARGENS E REPOSIÇÃO FLORESTAL... 30 10 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS E ENDÊMICAS... 33 11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO, SALVAMENTO E RESGATE DA FAUNA DE VERTEBRADOS TERRESTRES E LEVANTAMENTO E MONITORAMENTO DA ENTOMOFAUNA... 34 12 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA ÍCTICA... 49 13 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO E RESGATE DA FLORA... 50 14 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL... 63 15 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL... 68 16 PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E MONITORAMENTO ARQUEOLÓGICO... 89 17 PROGRAMA DE RESGATE SÓCIO-AMBIENTAL DA PAISAGEM... 90 18 PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO... 91 19 PROGRAMA DE REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO E REORGANIZAÇÃO DAS ÁREAS REMANESCENTES... 92 20 PROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA... 94 21 PLANO AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO ENTORNO DO RESERVATÓRIO ARTIFICIAL PACUERA... 95 2

INTRODUÇÃO O presente documento constitui o segundo relatório semestral das atividades de implantação dos programas do Plano Básico Ambiental (PBA), referente à Usina Hidrelétrica (UHE) São José, conforme Licença de Instalação n 662/2007/-DL. A UHE São José, cujo empreendedor é a Ijuí Energia S/A, está sendo implantada no rio Ijuí, na região do Estado conhecida como Missões, e abrange os municípios de Cerro Largo, Rolador, Mato Queimado e Salvador das Missões. A ABG Engenharia e Meio Ambiente Ltda., empresa responsável pelo Gerenciamento Ambiental da referida UHE, apresenta neste documento as atividades dos Programas Ambientais realizadas no segundo semestre de implantação desta UHE julho a dezembro de 2008 - conforme previsto no respectivo PBA. Tais atividades visam à prevenção ou mitigação dos impactos negativos e à maximização dos impactos positivos esperados com a implantação e operação do Empreendimento. O Coordenador de Meio Ambiente deste Projeto pela Ijuí Energia S.A é o Administrador de Empresas Roberto Camilo. seguir: A Equipe Técnica da ABG Engenharia e Meio Ambiente Ltda. está apresentada a Equipe Técnica do Gerenciamento Ambiental Alexandre Bugin Eng. Agrônomo - CREA 48.191 Carla Volpato Citadin Engª. Civil - CREA 91.407 Luciana Ferla Bióloga CRBio 58.962-03 Marcia Urbano Engª. Agrônoma CREA/SC 067.147-D Marcos Vinicius Daruy Biólogo - CRBio 45.550-03 Rochele Mahlmann Química CRQ 05202001 Sandra Teixeira Pilla Arquiteta - CREA 114.379 Equipe de Supervisão Ambiental - Campo Bianca Espíndola de Abrão Bióloga CRBio 58.459-03 Danielle Schmidt Dolci Bióloga CRBio 58.945-03 Felipe Bracht Eng. Agrônomo Francine Spohr Zootecnista CRMV/Z 5633 Gustavo Rhoden Poersch Advogado - OAB 75.452 Hélder Falcão de Azevedo Gomes - Responsável Biólogo CRBio 58.294-03 Ritajaína de Lima Freitas Bióloga CRBio 53.688-03 3

A execução dos programas do PBA e a data de início das atividades dos programas são listadas abaixo: Programas Empresas Executoras Início das Atividades Programa de Gerenciamento das Ações ABG Engenharia e Meio Ambientais Ambiente Ltda. Novembro/2007 Plano Ambiental para Construção - PAC CONPASUL Novembro/2007 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas CONPASUL Novembro/2007 Programa de Monitoramento Limnológico e Laborquímica Laboratório de da Qualidade da Água Análises Químicas Ltda. Outubro/2008 Programa de Ação para Controle de Biota Planejamento e Processos Erosivos Consultoria Ambiental Ltda. Maio/2008 Programa de Monitoramento e WW Consultoria e Mapeamento Estrutural Tecnologia Ltda. Março/2008 Georepp Geologia, Programa de Monitoramento do Nível Consultoria e Estático e Freático dos Poços Representações Ltda. Maio/2008 Programa de Desmatamento e Limpeza da Bacia de Acumulação Naturasul Construtora Ltda. Junho/2008 Programa de Proteção das Margens e Engemab Engenharia e Meio Reposição Florestal Ambiente Ltda. Julho/2008 Programa de Conservação de Espécies Biolaw Consultoria Ambiental Ameaçadas e Endêmicas Ltda. Abril/2008 Programa de Monitoramento, Salvamento e Resgate da Fauna de Vertebrados Biolaw Consultoria Ambiental Terrestres e Levantamento e Ltda. Abril/2008 Monitoramento da Entomofauna Programa de Monitoramento da Fauna Simbiota Consultoria Íctica Ambiental Ltda. Julho/2008 Programa de Conservação e Resgate da Biolaw Consultoria Ambiental Flora Ltda. Abril/2008 Programa de Educação Ambiental Biolaw Consultoria Ambiental Ltda. Abril/2008 Programa de Comunicação Social Edicta Edição e Mensagem Fevereiro/2008 Programa de Prospecção e Monitoramento Culturali Arqueologia Arqueológico Consultoria e Projetos Ltda. Outubro/2007 Programa de Resgate Sócio-ambiental da ABG Engenharia e Meio Paisagem Ambiente Ltda. Abril/2008 Programa de Apoio ao Desenvolvimento ABG Engenharia e Meio Turístico Ambiente Ltda. Fevereiro/2008 Programa de Remanejamento da Cotesa Desapropriação População e Reorganização das Áreas Avaliação e Meio Ambiente Maiol/2006 Remanescentes Ltda. Programa de Recomposição da Infra- Engemab Engenharia e Meio Estrutura Básica Ambiente. Julho/2007 Plano Ambiental de Conservação e Uso do ABG Engenharia e Meio Entorno do Reservatório Artificial - Ambiente Ltda. PACUERA Novembro/2008 4

1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS AÇÕES AMBIENTAIS O Programa de Gerenciamento das Ações Ambientais é executado pela ABG Engenharia e Meio Ambiente Ltda, e teve início em novembro de 2007. 1.1 Objetivos O Programa tem como objetivos gerais a organização, sistematização, integração, sincronização e administração de todas as atividades relativas ao Meio Ambiente ao longo do processo de implantação do empreendimento, estendendo-se também durante a fase de operação da UHE São José. 1.2 Atividades realizadas 1.2.1 Atividades da Equipe de Gerenciamento Ambiental As atividades relacionadas nesse item foram desenvolvidas pela equipe de Gerenciamento Ambiental no escritório da ABG em Porto Alegre, onde constantemente são tratados assuntos junto aos órgãos licenciadores, Ijuí Energia e empresas contratadas para prestação de serviços relacionados ao PBA. Foi protocolado na FEPAM (29/09/08) a solicitação de autorização para exploração da jazida 3, com licença emitida dia 21 de outubro de 2008 (n 676/2008-DL). Também foi protocolado (24/10/08) o pedido de autorização para abertura do canal de desvio do rio da UHE São José (Processo n 12509-0567/06-0). No mês de dezembro a equipe da ABG acompanhou a reunião entre Ijuí Energia S.A e ELETROSUL para tratar da contratação da equipe responsável pela execução do Programa de Monitoramento da Fauna Íctica. 1.2.1 Unidades de Conservação Em novembro foi assinado entre as empresas Ijuí Energia S.A e Andriguetto Canova Geologia Engenharia, o contrato para elaboração do Plano de Manejo e Levantamento Fundiário da Unidade de Conservação Área de Refúgio da Vida Silvestre Mato dos Silva, em Chiapetta. 5

1.2.2 Atividades de Supervisão Ambiental A equipe de campo responsável pela supervisão ambiental realiza, em tempo integral e in situ, o acompanhamento da implantação do empreendimento e dos programas do Plano Básico Ambiental, auxilia na organização e verifica e execução das atividades relativas ao meio ambiente ao longo do processo de implantação da UHE. DESMATAMENTO Durante as atividades de desmatamento do canteiro de obras executado pela empreiteira CONPASUL a equipe de Supervisão Ambiental da ABG acompanhou os trabalhos diariamente. Neste período foi concluído o desmatamento das ilhas e de quase toda a área das margens esquerda e direita do canteiro de obras. Foi realizado o acompanhamento da equipe do desmatamento nas atividades de corte e retirada de lenha da área de alague, na margem esquerda do canteiro de obras. LENHA No período relacionado, foram realizadas atividades referentes ao processo e doação de lenha do canteiro de obras, cadastramento de instituições e pátios, emissão de 573 DOFs (Documento de Origem Florestal) e acompanhamento do carregamento da lenha (Foto 1.1 e Foto 1.2). Foto 1.1 Acompanhamento do carregamento de lenha no canteiro de obras. Foto 1.2 Acompanhamento do carregamento de lenha no canteiro de obras. 6

Em dezembro iniciaram as atividades de cubagem e identificação das toras do canteiro de obras e do reservatório partindo do Município de Salvador das Missões, margem direita do rio Ijuí, à montante, em direção ao Município de Cerro Largo. As toras de espécies nativas foram marcadas e enumeradas conforme a propriedade em que se encontravam. Cada indivíduo marcado foi identificado e registrado por espécie. Em meados de novembro foi finalizado o enleiramento de lenha e toras na margem esquerda, restando apenas a retirada de algum material lenhoso que ficou disposto nas ilhas. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS No período compreendido entre julho a dezembro de 2008, foram constatados aspectos e atividades passíveis de acarretar impacto ambiental. Esses, uma vez identificados, foram comunicados por meio de RNACAPs (Registro de Incidentes, Não- Conformidades, Ações Corretivas e Preventivas), onde foram tomadas medidas mitigadoras e preventivas a fim de minimizar ou eliminar os riscos ambientais. Foi verificada a presença, por diversas vezes, do armazenamento inadequado de embalagens de óleo lubrificante e diesel. A equipe da ABG atuou alertando o Engº. de Segurança da CONPASUL, nas reuniões semanais de Segurança e Meio Ambiente, com relação as adequações necessárias no local de armazenamento. No decorrer do período, foram evidenciados resíduos Classe I e Classe II em excesso nos devidos coletores. A equipe da ABG solicitou, por meio de RNACAP, o recolhimento e encaminhamento correto destes resíduos. Em setembro de 2008 estes resíduos começaram a ser recolhidos pela prefeitura de Salvador das Missões, sendo transportados pela empresa WANBASS e destinados à empresa CORESE para correto tratamento. No local de lavagem de caminhões-betoneiras foi observado que a bacia de sedimentação estava saturada. Por este motivo os caminhões estavam sendo lavados em local impróprio para a atividade. Foi solicitado, então, ao Engº. de Segurança da obra a devida adequação e limpeza do local. Dejetos oriundos das caixas de gordura do refeitório estavam sendo despejados diretamente numa vala, na estrada de acesso da obra, sem tratamento prévio. Após 7

solicitações da equipe da ABG, foi construída fossa séptica com esgotamento periódico por caminhão limpa-fossa. Em dezembro foi protocolado na FEPAM o ofício da empreiteira CONPASUL informando sobre os volumes, locais de disposição e finalidade dos resíduos de concreto oriundos da obra. REUNIÕES No período relacionado a este relatório a equipe de Supervisão Ambiental da ABG participou das reuniões Semanais de Programação da Ijuí Energia, das reuniões de Segurança e Meio Ambiente e do Programa Ambiental para Construção em conjunto com a CONPASUL. No mês de novembro a equipe da ABG também se fez presente na primeira reunião com a comunidade referente à Unidade de Conservação Moreno Fortes, no município de Dois Irmãos das Missões. DEMAIS ATIVIDADES Foi realizado o acompanhamento da vista do Ministério Público na obra realizada no dia 16 de agosto de 2008. 8

2 PLANO AMBIENTAL PARA CONSTRUÇÃO - PAC 2007. O PAC é executado pela empreiteira CONPASUL e teve início em novembro de 2.1 Objetivos O PAC tem por objetivos principais, ao longo do exercício das obras, evitar danos ambientais às áreas de trabalho e seu entorno; minimizar impactos na área do empreendimento; promover medidas mitigadoras, de controle e recuperação; estabelecer critérios e requisitos destinados a nortear as ações dos empreiteiros em relação ao trato com o meio ambiente, e assegurar que as obras sejam implantadas e operem em condições de segurança. 2.2 Atividades realizadas No período deste relatório, as atividades referentes ao PAC consistiram em: DIÁLOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA (DDS) Foram realizados Diálogos Diários de Segurança (DDS) com duração de aproximadamente 10 minutos para os trabalhadores da obra e, junto a esses, foram tratados temas relacionados ao Meio Ambiente como reciclagem de óleo de cozinha, separação dos resíduos, tipos de resíduos e cuidados com a fauna e a flora. TREINAMENTOS Durante a contratação de novos trabalhadores foram abordados os temas referentes à importância da proteção e preservação do meio ambiente, que alertam sobre a redução do impacto do empreendimento, comunidade local e regional. Nos treinamentos foi fornecido a cada trabalhador o código de conduta do colaborador e a Política de Meio Ambiente da Empresa CONPASUL. O material relativo aos treinamentos são repassados de forma regular, por meio da distribuição de boletins sobre meio ambiente semanalmente (Anexo 2-A) e por meio da fixação dos mesmos nos murais do refeitório, ambulatório e nos murais das frentes de serviço. Esses boletins constam de dados atuais sobre o meio ambiente no âmbito local e 9

mundial, bem como dados referentes a CONPASUL. Também são tratados assuntos específicos da obra, sempre procurando repassar ao trabalhador a informação de conscientização ambiental. OBTENÇÃO E CONTROLE DE LICENÇAS E AUTORIZAÇÕES AMBIENTAIS A CONPASUL solicitou ao Departamento de Recursos Hídricos (DRH), o pedido de outorga para captação de água subterrânea de um dos poços perfurados no canteiro de obras. No outro poço, foi pedido autorização para perfuração do poço, e após recebimento da mesma, será encaminhado o pedido de outorga. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS Com relação aos resíduos sólidos, foram implantadas diversas lixeiras de coleta seletiva dos resíduos gerados no canteiro de obras, bem como a instalação de placas de conscientização (Foto 2.1). Foto 2.1 Lixeiras para coleta seletiva de resíduos. Com relação aos resíduos líquidos, os efluentes gerados na lavagem de veículos são captados pelas canaletas da bacia de contenção e encaminhados às caixas separadoras de água e óleo. O armazenamento de óleos é realizado em um local com bacia de contenção, e telhado e piso impermeável. Todos os sanitários construídos no canteiro de obras possuem fossa séptica e diariamente uma desentupidora contratada e licenciada, recolhe os resíduos líquidos e encaminha à Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) no município de Santo Ângelo. A 10

ETE é licenciada e realiza o tratamento e posterior destino correto do efluente sanitário. As coletas de efluentes são quantificadas, e o controle diário é controlado e posteriormente arquivado. PROCEDIMENTOS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Controle da poluição e proteção dos recursos hídricos: implantação dos sistemas de esgotamento sanitário nas áreas administrativas, refeitório e nas áreas de oficinas e abastecimento de combustível; triagem e destinação final dos resíduos perigosos; Controle de áreas de estocagem de combustíveis e óleos lubrificantes: construção das estruturas de apoio conforme NBRs específicas, como piso impermeável, bacias de contenção e cobertura; Queima de materiais: não ocorre; Controle de poeiras: diariamente são realizadas umectações dos acessos internos e externos ( junto à comunidade) das obras, com a finalidade de reduzir a poeira. Junto à comunidade são realizadas umectações de pista no mínimo duas vezes ao dia (Foto 2.2). A freqüência é determinada de acordo com a necessidade e a periodicidade das chuvas. Nos britadores existem sistemas automáticos de despoeiramento do material produzido (sistema Arck), além de alguns sistemas complementares, como a utilização de lonas evitando o deslocamento de partículas pela incidência dos ventos e coréias cobertas (tubulares); Foto 2.2 Umectação dos acessos. Controle e acompanhamento da qualidade e quantidade de água potável: a água que é utilizada para o consumo humano na obra passa por uma estação de tratamento e é analisada semanalmente. São realizadas leituras diárias do nível de cloro, em vários 11

pontos do canteiro para controle dos parâmetros. Neste último semestre todas as análises tiveram os resultados dentro do esperado para o atendimento aos parâmetros legais. TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO DE MATERIAIS Lubrificantes: chegam ao local armazenados em tambores e são transferidos à área de armazenamento construída conforme as normas vigentes; Cimento: chega por meio de caminhões tipo cebolão e é descarregado utilizando dutos fechados e com filtro de manga na saída do ar; Óleo diesel: chega por meio de caminhões tanque devidamente licenciados e são descarregados nos tanques de abastecimento. O caminhão comboio tem licença de operação e certificado do INMETRO. 12

ANEXO 2-A: BOLETINS SOBRE MEIO AMBIENTE 13

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3 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - PRAD 2007. O PRAD é executado pela empreiteira CONPASUL e teve início em novembro de 3.1 Objetivos O objetivo principal é estabelecer procedimentos para reduzir os impactos causados pela implantação da UHE por meio de uma ocupação planejada, e recuperar as áreas degradadas do canteiro de obras, visando o seu uso futuro. 3.2 Atividades realizadas No período relacionado foi realizada a revegetação da área utilizada como jazida de solo (atrás dos escritórios no canteiro de obras) por meio de deposição de solo orgânico (Foto 3.1 e Foto 3.2). Foto 3.1 Área revegetada. Foto 3.2 Área revegetada. 19

4 PROGRAMA DE MONITORAMENTO LIMNOLÓGICO E DA QUALIDADE DA ÁGUA A empresa executora do Programa é a Laborquímica Laboratório de Análises Químicas, e as atividades iniciaram em outubro de 2008. 4.1 Objetivos O objetivo geral do Programa é monitorar parâmetros limnológicos do rio Ijuí e a proliferação de macrófitas aquáticas na área de influência direta do empreendimento, e dessa forma levantar informações técnicas necessárias para identificação e mitigação de possíveis impactos gerados pela formação do reservatório sobre a qualidade da água, e para a manutenção das classes de qualidade e seus usos preponderantes. 4.2 Atividades realizadas O Programa teve início com a realização da primeira campanha de monitoramento da qualidade da água, realizada no mês de outubro de 2008, que constitui o início do monitoramento no período pré-enchimento do reservatório (Foto 4.1 e Foto 4.2). Foto 4.1 Equipe realizando coleta de água na primeira campanha do monitoramento limnológico. Foto 4.2 Amostras de água sendo armazenadas para posterior análise. Nesta campanha foram coletadas amostras de água em cinco pontos, conforme tabela abaixo (Tabela 4.1). As amostras foram armazenadas adequadamente e encaminhadas ao laboratório, onde procedeu-se às análises de parâmetros físicos, químicos e bológicos, conforme o PBA. Com a obtenção dos resultados das análises, foi calculado o Índice da Qualidade da Água (IQA) e elaborados laudos e certificados de coleta. 20

Tabela 4.1 Estações de amostragem do monitoramento limnológico no período préenchimento do reservatório, suas localizações e importância. N dos pontos Localização Importância 1 Rio Ijuí, à jusante da UHE São José, antes do início do reservatório da UHE Passo São João. 2 3 Rio Ijuí, logo a montante do barramento. Rio Ijuí, logo após a confluência com o arroio Encantado. 4 À montante do reservatório. 7 Rio Ijuí, logo à jusante da confluência com o Lajeado Cerro Azul. Monitoramento do efluente da UHE São José. Monitoramento da qualidade da água no ponto mais profundo do futuro reservatório. Monitoramento do aporte de nutrientes carreados pelo arroio que drena área urbana de Cerro Largo. Monitoramento do afluente ao reservatório. Monitoramento do aporte de nutrientes carreados pelo Lajeado Cerro Azul. 21

5 PROGRAMA DE AÇÃO PARA CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS A empresa executora do Programa é a Biota Planejamento e Consultoria Ambiental, e este iniciou em maio de 2008. 5.1 Objetivos Os objetivos do Programa são quantificar a ocorrência de áreas suscetíveis a instabilidades pelo enchimento do reservatório e pela execução da obra; estabelecer o risco associado a essas áreas; executar o Plano de Ações para Prevenção de Acidentes Geotécnicos; executar o Plano de Monitoramento de Encostas e executar o Plano de Ações para Acidentes Geotécnicos. 5.2 Atividades realizadas O Programa teve continuidade com a elaboração do Relatório de Mapeamento Geotécnico e do Mapa com os Pontos de Monitoramento, concluídos em agosto de 2008. Foram realizadas vistorias em campo para avaliação dos resultados obtidos nos trabalhos efetuados nos meses de junho e julho, identificação, mapeamento, classificação e registros fotográficos das demais áreas consideradas potenciais, bem como dos tipos de solos e demais dados necessários ao Mapeamento de Risco Geotécnico Também foram realizadas vistorias a campo para avaliação dos pontos de monitoramento, elaboração do Plano de Ações para Prevenção de Acidentes Geotécnicos e do Mapeamento Geotécnico Preliminar. Em setembro foi realizada identificação e avaliação de medidas cabíveis aos processos erosivos identificados na área de implantação do empreendimento e monitoramento em campo dos pontos pré-determinados para controle. 22

6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E MAPEAMENTO ESTRUTURAL Este Programa é executado pela empresa WW Consultoria e Tecnologia, e suas atividades tiveram início em março de 2008. 6.1 Objetivos O objetivo principal do Programa é realizar o mapeamento estrutural da região da UHE São José, identificando zonas tectônicas frágeis até o limite de 5 km a partir da área de influência direta, e monitorando sismicamente seu comportamento durante a implantação, o enchimento do reservatório e até um ano após esse período, tempo necessário para estabilizar os movimentos tectônicos locais. 6.2 Atividades realizadas Em agosto de 2008 iniciaram os testes mensais de operação da estação sismográfica e a recuperação dos dados registrados dos equipamentos de monitoramento instalados na área do escritório da Alusa S.A, no canteiro de obras. A manutenção do sistema com ênfase no equipamento de controle de registro também foi realizada com periodicidade mensal. 23

7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO NÍVEL ESTÁTICO E FREÁTICO DOS POÇOS O Programa é executado pela empresa Georepp Geologia, Consultoria e Representações, e suas atividades tiveram início em maio de 2008. 7.1 Objetivos Os objetivos gerais deste Programa são monitorar o nível estático e freático dos poços identificados na área de influência direta da UHE São José, e avaliar os possíveis efeitos da implantação e operação desta UHE na variação do nível freático desses poços. 7.2 Atividades realizadas O Programa teve continuidade com a realização de amostragens de água de quatro dos cinco poços tubulares monitorados e encaminhamento das mesmas ao laboratório para análise, com vistas à obtenção de Outorga do Estado. Foi necessário adequar os poços tubulares, com a retirada e reinstalação dos equipamentos de bombeamento. Dos 5 poços, apenas 2 apresentaram condições favoráveis para a realização do trabalho. Foram realizados testes de vazão de 24 horas, e desinfecção dos poços. O poço 04 encontrava-se desativado e na instalação do equipamento hidráulico foi verificado que esse estava obstruído aos 28m de profundidade, e na realização do teste de vazão foi constatado que a água existente era de origem superficial, indicando que o poço estava inviabilizado para monitoramento ou captação de água subterrânea. Em atendimento ao Item 9 da Licença de Instalação n 662/2007/-DL foi realizado o levantamento das possíveis fontes poluidoras ou de contaminação entre os dias 17 e 21 de agosto e seus resultados foram apresentados como complemento do Inventário de Poços, cacimbas e possíveis fontes de contaminação, consolidado em setembro de 2008. Em outubro foi realizado o monitoramento dos poços em campo, onde foram medidos os níveis estático e dinâmico dos poços 1, 2, 3 e 5 e os dados obtidos na terceira campanha de monitoramento foram inseridos no banco de dados de monitoramento de água subterrânea. Em dezembro de 2008, foram medidos os níveis de água dos poços em conjunto com a coleta de amostras para monitoramento semestral de qualidade da água. 24

8 PROGRAMA DE DESMATAMENTO E LIMPEZA DA BACIA DE ACUMULAÇÃO O desmatamento até a cota 138,7m do reservatório (1ª etapa) foi executado pela empresa Naturasul Construtora, e iniciou em junho de 2008. 8.1 Objetivos O objetivo geral deste Programa é prevenir a eutrofização da água do futuro reservatório, que poderá ser causada pelo afogamento da vegetação e pelas fontes potenciais poluidoras. O Programa também tem como objetivos prever o aproveitamento das toras e lenha resultantes do desmatamento e contribuir para o estabelecimento de valores paisagísticos. 8.2 Desmatamento da Bacia de Acumulação Atividades realizadas No período compreendido por este relatório foi dado seguimento à supressão da vegetação da área de alague (até a cota 138,7m). Os integrantes das novas frentes de desmatamento e os trabalhadores que ingressaram em frentes já estabelecidas, participaram do curso de Capacitação em Meio Ambiente ministrado pelas equipes de resgate da fauna e resgate da flora, e de Educação Ambiental. Nesse Curso foram abordados assuntos como relação dos trabalhadores com a comunidade, importância do desmatamento prévio ao enchimento do reservatório, metodologias de trabalho das equipes de resgate da flora e fauna e orientação sobre o direcionamento do corte. A supressão da vegetação envolveu os seguintes serviços: Abertura de estradas e acessos: executada em ambas as margens do rio Ijuí para otimizar os serviços de desmatamento, de modo a permitir o acesso de pessoas e veículos para execução de atividades como retirada da lenha, toras e galharia; Roçada: corte ao nível do solo da vegetação abaixo de 5 cm de diâmetro à altura do peito (DAP), para abrir caminho às frentes com motosserras; Derrubada: corte ao nível do solo de toda vegetação acima de 5 cm de DAP, com exceção dos indivíduos marcados previamente pela equipe executora do Programa de Conservação e Resgate da Flora (Foto 8.1 e Foto 8.2); Traçamento: traçamento dos indivíduos derrubados para lenha, deixando como toras somente aqueles marcados pela equipe do Programa de Conservação e Resgate da Flora; 25

Abertura de pátios ou esplanadas: abertura de local para depósito dos produtos do desmatamento; Retirada e estaleiramento da lenha e toras: retirada desse material para pátios comuns ou locais acima da cota 138,7, dentro das propriedades com áreas remanescentes (Foto 8.3 a Foto 8.5); Enleiramento: arraste e retirada de todo o resíduo vegetal (galharia) para fora da cota 138,7. A derrubada da vegetação foi concluída no mês de setembro, totalizando 173ha desmatados. Em dezembro foram finalizados a retirada da lenha e toras, e o enleiramento da galharia (Foto 8.6). Foto 8.1 Supressão da vegetação na área de alague. Foto 8.2 Muda de figueira sendo retirada de uma ilha, para posteriormente ser transplantada. Foto 8.3 Lenha sendo removida da área de alague pela equipe da Naturasul. Foto 8.4 Toras dispostas em um pátio, na área conhecida como Fundão do Ijuí. 26

Foto 8.5 Estaleiramento de lenha acima da cota de alague do primeiro enchimento do reservatório, na margem esquerda do rio Ijuí. Foto 8.6 Área que teve sua vegetação suprimida, restando apenas indivíduos a serem transplantados. No mês de novembro iniciou a realização dos transplantes dos indivíduos indicados pela equipe executora dos programas de Conservação e Resgate da Flora e Conservação de Espécies Ameaçadas e Endêmicas Flora. Os espécimes foram realocados na APP do futuro reservatório, em locais o mais próximo possível de onde foram retirados. Para a execução deste serviço realizou-se os seguintes procedimentos: poda (quando necessário), remoção dos espécimes com preservação do torrão de solo junto às raízes, coveamento no local do transplante para receber o indivíduo, tutoramento, aplicação de calda bordalesa nos locais onde houve injúrias e posterior irrigação. Para os tansplantes dos espécimes de maior porte foram utilizados retroescavadeira, escavadeira de esteira, caminhão Munk e cintas de tecido. No caso dos indivíduos menores foram utilizadas apenas pás e enxadas (Foto 8.7 a Foto 8.10). 27

Foto 8.7 Cova sendo preparada para o transplante. Foto 8.8 Indivíduo sendo transportado do local de origem para a área de transplante. Foto 8.9 Espécime sendo transplantado. Foto 8.10 Indivíduo transplantado na APP do futuro reservatório. Neste período foram transplantados 130 espécimes, conforme é apresentado na tabela abaixo (Tabela 8.1). Em dezembro iniciou o monitoramento desses indivíduos, através de vistorias e regas periódicas. Tabela 8.1 Espécies e número de indivíduos transplantados da área de alague para a APP do futuro reservatório, nos meses de novembro e dezembro de 2008. Nome científico Nome comum Número de indivíduos Myrocarpus frondosus Cabreúva 87 Syagrus romanzoffiana Jerivá 38 Ficus luschnathiana Figueira 5 Total 130 28

Durante todo o período de execução das atividades de dematamento e transplantes a Naturasul, através de seu responsável técnico, participou de reuniões semanais organizadas pela equipe de supervisão ambiental para companhamento do andamento das atividades, as quais tiveram também a presença da Ijuí Energia. 8.3 Limpeza da Bacia de Acumulação e APP Atividade não iniciada no período deste relatório. 29

9 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DAS MARGENS E REPOSIÇÃO FLORESTAL Este Programa iniciou no mês de julho de 2008, e é executado pela empresa Engemab Engenharia e Meio Ambiente. 9.1 Objetivos O Programa tem por objetivo principal recompor e conservar as áreas adquiridas pelo empreendedor que irão constituir a APP no entorno do futuro reservatório, por meio do plantio de essências arbóreas nativas da região, garantindo assim o cumprimento da reposição florestal obrigatória estabelecida pelo DEFAP. 9.2 Atividades realizadas O Programa iniciou com a elaboração do Projeto de Reposição Florestal, concluído em agosto de 2008. Nos meses de julho e agosto foi implantado o viveiro florestal, conforme previsto no PBA. O viveiro está localizado próximo ao canteiro de obras e é destinado à produção de parte das mudas do plantio obrigatório e à disposição temporária (até o momento do plantio) das mudas adquiridas em outros viveiros (Foto 9.1 Viveiro de mudas nativas destinadas à reposição florestal obrigatória.e Foto 9.2 Vista interna do viveiro florestal.). Foto 9.1 Viveiro de mudas nativas destinadas à reposição florestal obrigatória. Foto 9.2 Vista interna do viveiro florestal. A produção de mudas, com vistas ao plantio de 2009, iniciou em setembro. Nesta atividade estão compreendidos serviços como preparação da terra com substrato e adubo, 30

montagem das caixas e colocação de laminados que receberão as mudas, semeadura nas sementeiras, repique das mudas das sementeiras para as caixas e regas periódicas (Foto 9.3 a Foto 9.5 Plântulas de corticeira-do-banhado germinadas na sementeira.). As mudas produzidas são provenientes de sementes coletadas de indivíduos de espécies nativas, localizados na área de influência do empreendimento, selecionados e marcados como matrizes pela equipe executora dos programas de Conservação e Resgate da Flora e Conservação de Espécies Ameaçadas e Endêmicas Flora. Neste período foram recebidas no viveiro aproximadamente 90.974 sementes, entregues nos dias 03, 14 e 23 de outubro, e 18 de dezembro. O Programa também forneceu mudas a campanhas institucionais. Foto 9.3 Mudas sendo produzidas nas sementeiras do viveiro. Foto 9.4 Plântulas germinadas nas sementeiras. Foto 9.5 Plântulas de corticeira-do-banhado germinadas na sementeira. Previamente ao início do plantio foi realizada preparação do terreno e do solo para receber as mudas, e tratamento das mesmas com gel preventivo contra déficit hídrico. O plantio foi executado nos meses de julho a outubro de 2008, e fez-se uso de uma plantadeira mecânica para auxiliar o serviço. Nesta primeira etapa foi realizado o plantio de 31

espécies nativas em aproximadamente 34 hectares, na área conhecida como Fundão do Ijuí. Após o plantio foi realizado limpeza, capina e coroamento nas mudas e, em outubro, iniciou-se o monitoramento do plantio através de vistorias no local (Foto 9.). Foto 9.6 Área de reposição florestal, antes do plantio. Foto 9.7 Plantio de mudas nativas na área do Fundão do Ijuí. 32

10 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS E ENDÊMICAS Este Programa é executado pela Biolaw Consultoria Ambiental, e suas atividades tiveram início em abril de 2008. 10.1 Objetivos O Programa tem como objetivo principal a conservação das espécies ameaçadas e endêmicas da região de influência da UHE São José. 10.2 Atividades realizadas As atividades relativas a este Programa são executadas juntamente com os programas de Conservação e Resgate da Flora e de Monitoramento, Salvamento e Resgate da Fauna de Vertebrados Terrestres e Monitoramento e Levantamento da Entomofauna, e encontram-se descritas nos relatórios desses Programas. 33

11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO, SALVAMENTO E RESGATE DA FAUNA DE VERTEBRADOS TERRESTRES E LEVANTAMENTO E MONITORAMENTO DA ENTOMOFAUNA Este Programa é executado pela Biolaw Consultoria Ambiental, na área de alague, com início em abril de 2008. 11.1 Objetivos O Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna de Vertebrados Terrestre e Levantamento e Monitoramento da Entomofauna tem por objetivo principal mitigar os impactos da implantação da UHE São José sobre a fauna, sobretudo aqueles decorrentes da remoção da vegetação e enchimento do reservatório. 11.2 Atividades realizadas 11.2.1 Resgate de Fauna RESGATE DE FAUNA NO CANTEIRO DE OBRAS As atividades de resgate no canteiro de obras iniciaram juntamente com o início das obras de implantação do empreendimento, em novembro de 2007. O afugentamento e resgate da fauna foi realizado por equipe habilitada, que acompanhou em tempo integral as atividades no canteiro. Colméias e vespeiros encontrados foram marcados e isolados com fita zebrada, e posteriormente realocados em APP (Foto 11.1 e Foto 11.2). Os espécimes de vertebrados terrestres foram afugentados ou resgatados, e também realocados para áreas seguras (Foto 11.3 a Foto 11.5). Com relação aos ninhos encontrados, esses foram marcados e isolados até que fossem abandonados pela prole, conforme procedimento previsto no respectivo Programa (Foto 11.6). Na tabela abaixo estão listados os indivíduos encontrados na área do canteiro de obras, no período de julho a dezembro (Tabela 11.1). 34

Tabela 11.1 Lista de indivíduos e colméias resgatados no canteiro de obras no período de julho a dezembro de 2008. Nome científico Nome comum N de indivíduos/colméias NI juriti 1 Didelphis albiventris gambá 1 Sphiggurus spinosus ouriço 2 Helicops infrataeniatus cobra-d água 5 Micrurus frontalis coral-verdadeira 1 Phylodrias patagoniensis cobra-papa-pinto 1 Tomodon dorsatus cobra-espada 1 Bothrops alternatus cobra-cruzeira 1 Melopsittacus undulatus* periquito-australiano 1 Polybia sp. vespas (colméia) 2 Trigona spinipes irapuá (colméia) 1 Plebeia quadripunctata irapuá (colméia) 3 Apis melifera** abelha-africanizada (colméia) 3 NI: não identificado; * Indivíduo liberado em um viveiro de aves; ** Colméia não realocada por se tratar de espécie exótica. Foto 11.1 Colméia de abelhas irapuá (Plebeia quadripunctata) encontrada na área de supressão da vegetação no canteiro de obras. Foto 11.2 Relocação de colméia em APP. 35

Foto 11.3 Cobra d água (Helicops infrataeniatus) resgatada no interior da ensecadeira. Foto 11.4 Indivíduo de cobra-papa-pinto (Phylodrias patagoniensis) resgatado nas proximidades do escritório da obra. Foto 11.5 Indivíduo de cobra-d água (Helicops infrataeniatus) sendo liberado em APP. Foto 11.6 Ninho de juriti encontrado na área de desmatamento do canteiro de obras. RESGATE DE FAUNA NA ÁREA DE ALAGUE Palestras de capacitação foram ministradas sempre que novos colaboradores ingressavam nas frentes de desmatamento, onde foram abordados assuntos como orientação da supressão, procedimentos a serem tomados quando avistado algum animal silvestre e importância da utilização dos equipamentos de proteção individual. Durante a supressão da vegetação da área de alague até a cota 138,7m foi realizado resgate de fauna, onde técnicos habilitados e auxiliares acompanharam em tempo integral cada uma das equipes de corte, orientando sobre o direcionamento da supressão e realizando as capturas dos animais que não conseguiam se deslocar por conta própria para áreas seguras. Os animais capturados foram fotografados, identificados e realocados em 36

APPs previamente selecionadas como áreas de soltura. Também foram removidas colméias de abelhas e vespas em ambas as margens do rio Ijuí, e realocadas em APP. No período foram resgatados e realocados 105 animais da fauna silvestre, sendo nove indivíduos de anfíbios, 38 de répteis e 58 de mamíferos. A espécie mais abundante foi o ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) com 39 indivíduos capturados e reaocados, seguido da cobra-da-terra (Atractus sp.). As serpentes do gênero Bothrops e o gambá (Didelphis albiventris) também foram representativos, com nove e oito indivíduos capturados, respectivamente. Nove indivíduos atropelados foram registrados nas áreas de desmatamento. Também foi capturado um exemplar de ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) que tombou de uma árvore. O animal não resistiu aos ferimentos e foi coletado e posteriormente depositado na Coleção Científica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Dois indivíduos foram capturados e enviados ao centro de triagem, um ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) e um lagarto-do-papo-amarelo (Tupinambis merianae). Apesar dos cuidados, ambos não resistiram aos ferimentos e morreram. Todos os animais resgatados em boas condições de saúde foram realocados no mesmo dia da captura. O grande número de animais encontrados durante o resgate de fauna realizado provavelmente está relacionado à escassez de ambientes propícios a abrigar a fauna na região do empreendimento. No mês de novembro o relatório do resgate de fauna relativo a esta primeira etapa do desmatamento da área de alague foi elaborado e entregue ao IBAMA. A tabela anexa apresenta a lista dos animais resgatados e realocados, as datas das capturas e solturas, a identificação dos exemplares e o destino temporário e final dos mesmos (Anexo 11-A). A seguir estão apresentadas fotos de alguns exemplares resgatados e realocados (Foto 11.7 a Foto 11.14). 37

Foto 11.7 Indivíduo de perereca-do-banheiro (Scinax fuscovarius) resgatado e realocado em APP durante a primeira etapa do desmatamento da área de alague. Foto 11.8 Espécime de cobra-cipó (Philodryas olfersii) resgatado e realocado. Foto 11.9 Cobra-coral (Micrurus altirostris) resgatada e realocada em APP. Foto 11.10 Indivíduo de lagarto-do-papoamerelo (Tupinambis merianae) resgatado e realocado. Foto 11.11 Ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) resgatado sendo liberado em APP. Foto 11.12 Espécime de gambá (Didelphis albiventris) resgatado. 38

Foto 11.13 Ratão-do-banhado (Myocastor coypus) capturado no resgate de fauna. Foto 11.14 Indivíduo de serelepe (Sciurus aestuans) capturado e realocado em APP. 11.2.2 Monitoramento da Fauna Terrestre Nos meses de agosto e novembro foram realizadas a segunda e terceira campanhas de monitoramento da fauna de vertebrados terrestres e entomofauna na área de influência da UHE São José, e elaborados os respectivos relatórios. A segunda campanha foi realizada entre os dias 11 e 29 de agosto de 2008. Uma espécie de ave registrada, o coró-coró (Mesembrinibis cayennensis), é considerada ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul, incluída na categoria em perigo. Três mamíferos amostrados também estão ameaçados de extinção, quais sejam: o gato-domato-pequeno (Leopardus tigrinus) na categoria vulnerável em níveis regional e nacional, a lontra (Lontra longicaudis) considerada vulnerável no Estado e quase ameaçada nacionalmente e a paca (Cuniculus paca), enquadrada na categoria em perigo no Estado. Ainda, a guaiquica-cinza (Micoureus paraguayanus) foi registrada e também está incluída no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul. Outros registros importantes durante a segunda campanha de monitoramento foram a cobra-cega (anfíbio da família Caeciliidae), provavelmente pertencente ao gênero Luetkenotyphlus (espécie Luetkenotyphlus brasiliensis), que poderia representar o segundo registro da espécie no Estado, e a pomba fogo-apagou (Columbina squammata), a qual tem apenas três registros no Rio Grande do Sul. Abaixo estão apresentadas algumas fotos referentes a este segundo monitoramento (Foto 11.15 a Foto 11.19). 39

Foto 11.15 Armadilha fotográfica instalada para o monitoramento de mamíferos. Foto 11.16 Perereca-do-banhado (Hypsiboas pulchellus) registrada na segunda campanha de monitoramento. Foto 11.17 Cobra-cega (Família Caeciliidae) registrada na área de influência da UHE. Foto 11.18 Gavião-relógio (Micrastur semitorquatus) encontrado durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre. Foto 11.19 Pegadas de gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) encontradas na área de influência da UHE São José. 40

Na terceira campanha de monitoramento da entomofauna e da fauna terrestre, realizada entre os dias 28 de outubro e 5 de dezembro de 2008, foram registradas diversas espécies novas em relação aos monitoramentos pretéritos. Em relação ao monitoramento da entomofauna, realizada de 01 a 05 de dezembro, foram identificados três novos registros na área de influência da UHE São José. Dentre os espécimes registrados destaca-se como de interesse epidemiológico os mosquitos pertencentes aos gêneros Culex, Aedes e Haemagogus, que apresentam relação com a transmissão da febre amarela e dengue no Brasil. No monitoramento do grupo de anfíbios, realizado de 29 de novembro a 03 de dezembro, apenas um registro novo foi obtido. Por se tratar da campanha de primavera, esperava-se obter mais registros do que na anterior, realizada no inverno, o que não ocorreu devido principalmente à ausência de chuvas durante a amostragem e às altas temperaturas que ocorreram durante o período diurno, o que tornou os levantamentos por encontros visuais pouco efetivos. O grupo de répteis, cujo monitoramento ocorreu de 29 de novembro a 03 de dezembro, teve quatro registros novos em relação às duas campanhas anteriores com destaque para o lagarto scinco-cinzento (Mabuya frenata), que tem poucos registros no Estado. A taxa de captura de répteis também foi superior as outras campanhas realizadas, o que pode ser explicado pelo comportamento sazonal das espécies. No período de 28 a 31 de outubro foram registradas 21 espécies de aves, inéditas em relação às campanhas de outono e inverno, sendo 13 delas residentes de primavera e verão. Destacam-se entre os registros a saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata) e o picapau-de-banda-braca (Dryocopus lineatus), já registrado na primeira campanha. A campanha de monitoramento dos mamíferos também foi realizada de 28 a 31 de outubro. Quatro espécies amostradas estão incluídas nas categorias de ameaça a extinção ou deficiente em dados no Estado, sendo elas: a paca (Cuniculus paca, em perigo ), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla, vulnerável ), o quati (Nasua nasua, vulnerável ) e o tapiti (Sylvilagus brasiliensis, deficiente em dados ). Também é importante salientar os registros novos de mamíferos obtidos nesta campanha - o supracitado tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), o rato-focinhudo (Oxymycterus nasutus) e o camundongo (Calomys laucha). 41

As fotos a seguir são referentes a este terceiro monitoramento (Foto 11.20 afoto 11.23). Os relatórios completos da segunda e terceira campanhas encontram-se em anexo (Anexos 11-B e 11-C). Foto 11.20 Perereca-de-banheiro (Scinax fuscovarius) registrada na terceira campanha de monitoramento da fauna. Foto 11.21 Scinco-cinzento (Mabuya frenata) encontrado durante a terceira campanha. Foto 11.22 Jararaca-pintada (Bothrops pubescens) registrada na área de influência da UHE. Foto 11.23 Anambé-branco-de-bochecha-parda (Tityra inquisitor) registrado durante a terceira campanha de monitoramento, na área de influência da UHE. 42

ANEXO 11-A: LISTA DOS EXEMPLARES DA FAUNA RESGATADOS DURANTE A PRIMEIRA ETAPA DE DESMATAMENTO DA ÁREA DE ALAGUE 43

Lista dos indivíduos da fauna resgatados e realocados durante a supressão da vegetação da área de alague (até a cota 138,7m) da UHE São José. Legenda: AT = animal encontrado atropelado; CT = animal enviado ao centro de triagem; MT = animal encontrado morto. Espécie Nome comum Data de captura e soltura Observação Bothrops sp. Jararaca 1/7/2008 Bothrops alternatus Cruzeira 2/7/2008 Oxirhopus rhombifer Falsa-coral 2/7/2008 Oxirhopus rhombifer Falsa-coral 3/7/2008 Thamnodynastes cf. strigatus Cobra-corredeira 4/7/2008 Bothrops sp. Jararaca 5/7/2008 Bothrops sp. Jararaca 5/7/2008* AT Bothrops sp. Jararaca 7/7/2008 Phylodrias olfersii Cobra-cipó 8/7/2008 Didelphis albiventris Gambá 9/7/2008 Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro 10/7/2008 Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro 10/7/2008 Didelphis albiventris Gambá 11/7/2008 Bothrops sp. Jararaca 14/7/2008 Bothrops diporus Jararaca 15/7/2008 Tomodon dorsatus Cobra-espada 16/7/2008 Tomodon dorsatus Cobra-espada 17/7/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 18/7/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 18/7/2008* AT Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 19/7/2008 Didelphis albiventris Gambá 19/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 21/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 21/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 21/7/2008 Micoureus paraguayanus Cuíca 23/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 23/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 25/7/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 25/7/2008 Bothrops sp. Jararaca 25/7/2008 Elachistocleis bicolor Sapinho-guarda 25/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 26/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 28/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 28/7/2008 Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro 28/7/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 30/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 31/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 31/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 31/7/2008* MT Dasypus sp. Tatu 31/7/2008 Didelphis albiventris Gambá 31/7/2008 Phylodrias olfersii Cobra-cipó 31/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 31/7/2008 Micrurus altirostris Cobra-coral 1/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 1/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 2/8/2008 44

Espécie Nome comum Data de captura e soltura Observação Didelphis albiventris Gambá 4/7/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 7/8/2008 Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo 7/8/2008* AT Oligoryzomys sp. Rato silvestre 13/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 13/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 13/8/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 13/8/2008 Physalaemos cuvieri Rã-cachorro 14/8/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 14/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 15/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 15/8/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 15/8/2008 Thamnodynastes cf. strigatus Cobra-corredeira 15/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 16/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 19/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 19/8/2008 Rhinella icterica Sapo-cururu 19/8/2008 Sciurus aestuans Serelepe 19/8/2008 Bothrops alternatus Cruzeira 19/8/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 22/8/2008* AT Atractus sp. Cobra-da-terra 22/8/2008* AT Amphisbaena sp Cobra-cega 22/8/2008* AT Atractus sp. Cobra-da-terra 23/8/2008* AT Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 26/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 26/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 26/8/2008 Sibynomorphus ventrimaculatus Dormideira 26/8/2008 Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo 26/8/2008* CT Micrurus altirostris Cobra-coral 27/8/2008 Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo 29/8/2008 Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo 29/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 29/8/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 29/8/2008 Sibynomorphus ventrimaculatus Dormideira 29/8/2008 Oligoryzomys sp. Rato silvestre 1/9/2008 Oligoryzomys sp. Rato silvestre 1/9/2008 Oligoryzomys sp. Rato silvestre 1/9/2008 Odontophrynus americanus Sapo-da-enchente 1/9/2008 Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro 1/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 1/9/2008* AT Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 1/9/2008 Micrurus altirostris Cobra-coral 1/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 1/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 3/9/2008 Sibynomorphus ventrimaculatus Dormideira 3/9/2008 Dasypus sp. Tatu 4/9/2008* AT Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 4/9/2008* CT Anisolepis grilli Lagartixa-das-uvas 8/9/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 8/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 9/9/2008 45

Espécie Nome comum Data de captura e soltura Didelphis albiventris Gambá 9/9/2008 Sciurus aestuans Serelepe 10/9/2008 Bothrops sp. Jararaca 10/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 12/9/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 15/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 15/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 16/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 16/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 16/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 16/9/2008 Phylodrias olfersii Cobra-cipó 16/9/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 17/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 17/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 22/9/2008 Didelphis albiventris Gambá 22/9/2008 Myocastor coypus Ratão-do-banhado 23/9/2008 Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro 23/9/2008 Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo 26/9/2008 Rhinella icterica Sapo-cururu 26/9/2008 Didelphis albiventris Gambá 26/9/2008 Phylodrias olfersii Cobra-cipó 26/9/2008 Atractus sp. Cobra-da-terra 26/9/2008 Observação 46