EFEITO DE DOSES DE NITROGÊNIO SOBRE O RENDIMENTO DO ALGODOEIRO, CULTIVAR BRS 201, EM CONDIÇÕES IRRIGADAS

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Transcrição:

EFEITO DE DOSES DE NITROGÊNIO SOBRE O RENDIMENTO DO ALGODOEIRO, CULTIVAR BRS 201, EM CONDIÇÕES IRRIGADAS José Renato Cortez Bezerra (Embrapa Algodão / renato@cnpa.embrapa.br), Maria José da Silva e Luz (Embrapa Algodão), José Welligthon dos Santos (Embrapa Algodão), José Marcelo Dias (Embrapa Algodão), José Rodrigues Pereira (Embrapa Algodão) RESUMO - Um experimento de campo foi conduzido no município de Barbalha, CE, no ano de 2006, com o objetivo de avaliar o comportamento do algodoeiro, cv. BRS 201, adubado com diferentes doses de nitrogênio. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, tendo-se estudado seis doses de uréia (0, 60, 120, 180, 240, 300 kg.ha -1 ). Para a aplicação da quantidade de água em cada evento de irrigação, foi utilizado o sistema de aspersão em linha. Pelos resultados obtidos observa-se efeito de nitrogênio sobre todos os componentes de produção estudos. Destacando-se o rendimento de algodão em caroço que apresentou comportamento quadrático e percentagem de fibras linear decrescente. Assim, com relação ao rendimento a adubação nitrogenada é uma prática cultural que pode ser utilizada por produtores de áreas irrigadas com aptidão para o cultivo do algodoeiro, buscando mais altas produtividades. Palavras-chave: Gossypium hirsutum, peso de capulho, peso de 100 sementes, percentagem de fibra. INTRODUÇÃO A recuperação do nitrogênio proveniente dos fertilizantes pelas plantas é relativamente baixa, chegando em muitos casos a menos de 50%. A baixa eficiência de recuperação aliada ao uso indiscriminado desse nutriente, além de aumentar o custo de produção da cultura, tem causado problemas de poluição ambiental tanto nos mananciais como no ar (RAO et al., 1992). A uréia representa uma das fontes mais econômicas de nitrogênio, sendo totalmente assimilável pelas plantas, nas formas amoniacal e nítrica; razão porque dentre as fontes nitrogenadas utilizadas na agricultura, ela é a mais comercializada no país (ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS, 1994). Mas por ser um elemento muito móvel no solo e requerido em quantidades relativamente elevadas, deve receber atenção especial em cultivos irrigados, visando aumentar a eficiência de sua utilização (COSTA et al., 1994). Avaliando diferentes doses de adubação nitrogenada em cobertura, Ordoñez et al. (2003) concluíram que o nitrogênio influencia a produtividade de algodoeiro herbáceo. Pereira et al. (2003) e Furlani Júnior et al. (2003) verificaram que o rendimento do algodoeiro aumenta com níveis crescentes de adubação nitrogenada. Por sua vez, Staut e Kurihara (2001) atestam que doses adequadas de nitrogênio aumentam a produtividade desta malvácea e que doses elevadas prejudicam o rendimento, porque aumentam o crescimento vegetativo. Waddle (1984) afirma que doses de 112 a 135 kg/ha de nitrogênio são satisfatórias para uma boa produção de algodão, enquanto Medeiros et al. (2001), estudando o efeito da adubação nitrogenada, observaram que a produção de algodão aumenta com o uso de doses de até 150 kg/ha de nitrogênio. De acordo com estudos realizados por Pereira et al. (2003), a percentagem de fibra do algodão

não sofre variação com o uso de doses crescente de nitrogênio. Já Furlani Júnior et al. (2003) reportam que a aplicação de doses elevadas de nitrogênio reduz na percentagem de fibra. Especificamente com relação ao algodoeiro irrigado, resultados de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Algodão atestam que doses de nitrogênio aplicado ao solo (variando de 0 a 200 kg/ha) não têm revertido em maiores produtividades (CARVALHO et al., 1985; CAMPOS et al., 1992; CAMPOS e OLIVEIRA, 1994; MEDEIROS et al., 1997; NÓBREGA et al., 1997). Portanto, ainda são necessários estudos para se quantificar as doses adequadas de nitrogênio e se conhecerem a magnitude e a velocidade das transformações desse nutriente no solo, sobre o desempenho do algodoeiro irrigado. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção e os componentes de produção do algodoeiro, cultivar BRS 201, adubado com diferentes doses de nitrogênio. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no campo experimental da Embrapa Algodão, no município de Barbalha-CE, no ano agrícola 2006/2007. As coordenadas geográficas da área são: 07º19 S e 30º 18` W; altitude 415,74 m; clima C 1 S 2 A a - seco sub-úmido, com pequeno excesso hídrico no período chuvoso, megatérmico, com vegetação o ano todo (THORNTHWAITE e MATHER, 1955). O solo é franco-argiloso (308,2 g kg -1 de areia, 386,7 g kg -1 de silte e 305,1 g kg -1 de argila), com constantes físicas de 0,2738 kg kg -1 para capacidade de campo, 0,1411 kg kg -1 para ponto de murcha permanente, 0,0129 kg dm -3 para densidade do solo, 0,0265 kg dm -3 para de densidade das partículas e 0,5132 m 3 m -3 para porosidade total. Quimicamente apresentava ph = 6,8; Ca +2 + Mg +2 = 126,0 mmol c dm -3 ; Na + = 2,7 mmol c dm -3 ; K + = 6,3 mmol c dm -3 ; Al +3 = 0 mmol c dm -3 ; P = 9,2 mg.dm -3 e matéria orgânica = 20,5 g kg -1. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos, constituídos por doses crescentes de uréia assim distribuídas: T 1 0 kg de N.ha -1 ; T 2 60 kg de N.ha -1 ; T 3 120 kg de N.ha -1 ; T 4 180 kg de N.ha -1 ; T 5 240 kg de N.ha -1 ; T 6 300 kg de N.ha -1. A fonte de nitrogênio utilizada foi a uréia. As doses de P (80 kg de P 2 O 5 ha -1 ) e K (20 kg de K 2 O ha -1 ) foram recomendadas com base na análise de fertilidade de solo. A quantidade de água a ser aplicada em cada evento de irrigação foi determinada a partir da evapotranspiração de referência (ETo) calculada diariamente pelo método de Penman Monteith, descrita por Allen et al. (1998). Para irrigação, utilizou-se um sistema de irrigação por aspersão convencional em linha. Antes do plantio, foi aplicada uma irrigação capaz de levar o solo à capacidade de campo na zona radicular. Nos primeiros 20 dias após o plantio, para estabelecimento da cultura, a área foi irrigada com freqüência de 4 dias e, após este período, os eventos de irrigação passaram a ter freqüência de 7 dias, com base na ETo e na capacidade de armazenamento do solo. Os tratos culturais foram realizados conforme a recomendação da Embrapa Algodão (1994). A cultivar utilizada BRS 201 foi plantada manualmente, com espaçamento configurado em fileiras duplas (1,40 m x 0,40 m x 0,10 m) e densidade de plantio de 10-12 sementes.m -1, totalizando 111.000 plantas.ha 1. As sementes da cultivar BRS 201 foram plantadas manualmente, com espaçamento configurado em fileiras duplas (1,40 m x 0,40 m x 0,10 m), gerando população com densidade de plantio em torno de 111.000 plantas ha 1. Os tratos culturais foram realizados conforme recomendação

da Embrapa Algodão (1994). Amostras padrão constituídas por 20 capulhos foram coletadas na área útil de cada parcela, antes da primeira colheita, para determinação da percentagem de fibra e do peso médio de capulho e de 100 sementes. As variáveis computadas foram submetidas à análise de regressão polinomial, conforme descrita em Gomes (1985), considerando-se o nível de 5% de probabilidade pelo teste F. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 constam os valores médios para os componentes de produção do algodoeiro BRS 201, submetidos a diferentes doses de nitrogênio. A variável rendimento de algodão em caroço teve um comportamento quadrático, apresentando uma produtividade máxima de 3.631,94 kg/ha de algodão em caroço, para 237 kg/ha de nitrogênio, conforme observado na Figura 1. Brito (2005), estudando o efeito de doses de nitrogênio (0, 100, 200 e 400kg/ha), obtiveram melhor ajuste para rendimento pelo modelo linear, ocorrendo aumento no rendimento, com o aumento das doses de nitrogênio; dentro do intervalo estudado e com base na equação de regressão, ele observou um incremento de 205 kg ha -1 de algodão em caroço para cada 100 kg de nitrogênio aplicado a mais por hectare. Já a percentagem de fibras apresentou um crescimento linearmente decrescente, ou seja, à medida que se aumenta a dosagem de nitrogênio ao solo, há um decréscimo nesta variável (Fig. 2). Estes resultados corroboram com os obtidos por Brito (2005), mas discordam dos obtidos por Vieira et al. (2003). Quando se consideraram as variáveis peso médio de capulho e de cem sementes, o acréscimo foi linear crescente, dentro do intervalo considerado para os níveis de nitrogênio (Fig.3 e 4). Assim, para as doses testadas, não foi possível se determinarem os níveis máximos de nitrogênio para se ter os valores máximos para estas duas variáveis; sendo resultados obtidos um indicativo da necessidade de doses de nitrogênio, isto é, acima de 300 kg/ha, para se ter a maximização de resposta, para elas. Os resultados obtidos para peso médio de um capulho estão de acordo com os obtidos por Brito (2005), Silva et al. (2001) e Silva (1999). Tabela 1. Valores médios das doses de nitrogênio referentes às variáveis rendimento (kg.ha -1 ), percentagem de fibra (%), peso médio do capulho (g) e peso de 100 sementes da cultivar BRS 201, submetida a diferentes doses de nitrogênio. Barbalha, CE, 2006. Doses (kg.ha -1 ) Rendimento (kg.ha -1 ) Percentagem de Fibra Peso Médio do Capulho (g) 0 1.381,2 39,6 5,45 11,4 60 2.812,5 39,7 5,95 10,7 120 3.076,0 39,9 6,15 11,3 180 3.464,5 38,4 6,57 11,5 240 3.410,5 38,0 6,90 12,5 300 3.590,7 38,6 6,57 12,2 CV 5,92 1,26 6,44 4,11 Peso de 100 sementes (g)

0 4000 40.5 3500 40 3000 39.5 Rendimento (kg.ha -1 ) 2500 2000 1500 Y = 1.562,92 + 17,499X - 0,037X 2 r 2 = 0,94 Percentagem de Fibra (%) 39 38.5 Y = 39,88-0,0056X r 2 = 0,62 38 1000 37.5 500 Doses de Nitrogênio (kg.ha -1 ) Figura 1. Rendimento do algodoeiro BRS 201, em função da dose de nitrogênio. 8 37 Doses de Nitrogênio (kg.ha-1) Figura 2. Percentagem de fibra do algodoeiro BRS 201, em função da dose de nitrogênio. 12.5 7 12 6 Peso do capulho (g) 5 4 3 Y = 5,63+0,00423X r 2 =0,82 Peso de 100 sementes (g) 11.5 11 Y = 10,94 + 0,0043X r 2 = 0,60 2 10.5 1 0 Doses de Nitrogênio (kg.ha -1 ) Figura 3. Peso médio do capulho do algodoeiro BRS 201, em função da dose de nitrogênio. 10 Doses de Nitrogênio (kg.ha -1 ) Figura 4. Peso de 100 sementes do algodoeiro BRS 201 em função da dose de nitrogênio CONCLUSÕES O rendimento do algodoeiro em áreas irrigadas é influenciado positivo e quadraticamente com a adição de nitrogênio no solo, ao contrário da percentagem de fibras que decresce com o aumento de doses desse nutriente. CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO A otimização do nitrogênio no cultivo do algodoeiro irrigado, além de reverter em aumento do rendimento e em redução dos custos de produção, resulta em prática agrícola ecologicamente correta, por minimizar as perdas do nutriente para o meio ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLEN, G.R.; PEREIRA,L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evaporation: guidelines for computing crop water requirements. Roma: FAO, 1998. 300p. (FAO Irrigation and Drainage Paper, 56). ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS. Anuário estatístico do setor de fertilizantes. São Paulo, 1994. 156p. BELTRÃO, N.E.de M. et al. Recomendações técnicas para o cultivo do algodoeiro herbáceo de sequeiro e irrigado nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. 2. ed. Campina Grande: Embrapa

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