AVALIAÇÃO DA SUCESSÃO DE CULTURAS E NITROGÊNIO NA PRODUTIVIDADE DE ALGODOEIRO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO RESUMO
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- Luiz Eduardo Damásio
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1 AVALIAÇÃO DA SUCESSÃO DE CULTURAS E NITROGÊNIO NA PRODUTIVIDADE DE ALGODOEIRO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO Getulio Moreno 1, Luiz Carlos Ferreira de Sousa 2, Rogério Ortoncelli 3, Manuel Carlos Gonçalves 3, Alberto Pippus Junior 3. (1) Departamento de Ciências Agrárias/UFMS, Caixa Postal 533, , Dourados, MS, moreno.g@bol.com.br, (2) Departamento de Ciências Agrárias/UFMS, Caixa Postal 533, , Dourados, MS, lcfsouza@ceud.ufms.br, (3) Departamento de Ciências Agrárias/UFMS, Caixa Postal 533, , Dourados, MS. RESUMO O algodão é importante para o Brasil, produzindo toneladas de plumas na safra 2001/02. O algodoeiro responde à rotação de culturas e adubação nitrogenada, obtendo-se resultados satisfatórios. Realizou-se a pesquisa no NCA-UFMS, Dourados-MS, na safra 2001/02. Utilizou-se delineamento experimental blocos casualizados com tratamentos em parcelas subsubdivididas com quatro repetições. As parcelas (30x12m) constituíram-se pelas culturas antecessoras ervilhaca-peluda, nabo-forrageiro, aveia-preta, trigo e pousio. As subparcelas (4 linhas de algodão de 5m) foram representadas por 0, 50, 100 e 200kg.ha -1 de nitrogênio e as subsubparcelas pelas fontes uréia e sulfato de amônio. Algodão após trigo apresentou maior altura, entretanto não detectou-se diferenças estatísticas utilizando Newman keuls (p<0,05). O trigo representou o melhor resultado aplicando-se 153 kg.ha -1 de nitrogênio, obtendo-se a altura máxima de 0,96m. O teste de Newman Keuls (p<0,05) não detectou diferenças para número de maçãs por planta. O trigo proporcionou o máximo de 13,22 maçãs por planta aplicando-se 114,6kg.ha -1 de nitrogênio. Algodão após pousio resultou no peso máximo por capulho de 5,76g utilizando-se 147kg.ha -1 de N. O nabo proporcionou o maior teor de N (4.09mg.100mg -1 ) aplicando-se 116,8kg.ha -1 de nitrogênio. Obteve-se produtividade máxima de 158,4 arrobas.ha -1 utilizando-se 139kg.ha -1 de N. Não obteve-se resposta significativa (p<0,05) para número de capulhos. INTRODUÇÃO Cultivou-se no Brasil na safra de 01/02, uma área de ha de algodão, com uma produtividade de 2828 kg.ha -1, resultando em uma produção total de toneladas de algodão em pluma. O estado de MS cultivou uma área de ha com uma produtividade de 3600 kg.ha -1, o que resultou em uma produção de toneladas de plumas (Conab, 2002). A presença de palha na superfície do solo reduz as perdas de solo e água, protege o solo contra compactação e desagregação, aumenta a infiltração da água, estabiliza a temperatura do solo, mantém a umidade e a evaporação do solo. Age como reciclador de nutrientes, aumenta a matéria orgânica no perfil, ajuda no controle de plantas invasoras (Saturnino & Landers, 1997). O preparo de solo, feito com grade pesada associado à monocultura, provoca degradação física, química e biológica do solo (EMBRAPA - CNPSo, 2000). O nitrogênio é o nutriente que o algodoeiro retira do solo em maior proporção, sendo fundamental no desenvolvimento da planta, principalmente dos órgãos vegetativos. Estimula o crescimento, florescimento, regulariza o ciclo, aumenta a produtividade e melhora o comprimento e a resistência da fibra (Staut & Kurihara, 1998).
2 MATERIAL E MÉTODOS Esta pesquisa foi realizada no Núcleo de Ciências Agrárias da UFMS, Campus de Dourados-MS, no ano agrícola 01/02. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com os tratamentos em parcelas subsubdivididas com quatro repetições. As parcelas (30x12m) foram constituídas pelas culturas antecessoras ervilhaca, nabo, aveia, trigo e pousio invernal. As subparcelas (4 linhas de 5m) foram representadas por quatro doses de nitrogênio (0, 50, 100 e 200 kg ha -1 de N) aplicados em cobertura aos 45 dias após emergência do algodão e as subsubparcelas foram constituídas pelas fontes de nitrogênio uréia e sulfato de amônio, sendo feita a colheita nas duas linhas centrais. O algodão foi semeado no dia19/11/01 sobre as culturas antecessoras, em sistema de plantio direto, utilizando-se a variedade Delta Opal e adubação de 300 kg ha -1 da fórmula Avaliou-se a altura das plantas de algodão, número de maçãs e capulhos por planta, peso de capulhos, produtividade e o teor de N foliar. RESULTADOS E DISCUSSÕES O algodão semeado após o trigo apresentou maior altura de planta, entretanto devido às pequenas diferenças entre as médias, não detectou-se diferenças estatísticas pelo teste de Newman keuls (p<0,05), (Tabela 1). O trigo representou o melhor resultado com a aplicação da dose de 153 kg.ha -1 obtendo-se a altura máxima (0,96m), (Figura 1). Em função das pequenas variações de médias do número de maçãs por planta, não detectou-se as diferenças quando se aplicou o teste de Newman Keuls (p<0,05) (Tabela 3). A cultura do trigo proporcionou o valor máximo de 13,22 maçãs por planta a uma dose de N igual à 114,6 kg.ha -1 (Figura 2). O algodão semeado após o pousio resultou no peso máximo por capulho de 5,76g na dose de 147kg.ha -1 de N (Figura 3). A cultura do nabo proporcionou o maior teor de N (4.09mg.100mg -1 ) na dose de 116,8 kg.ha -1 de N (Figura 4). Obteve-se uma produtividade máxima de 158,4 arrobas.ha -1 utilizando-se a dose de 139kg.ha -1 de N (Figura 5). Não se obteve resposta significativa (p<0,05) para número de capulhos. CONCLUSÃO O trigo como sucessão de cultura do algodão foi o que proporcionou maior altura e maior o número de maçãs quando aplicou-se 114,6 kg.ha -1 de nitrogênio. Já o nabo como cultura de sucessão ao algodão foi a que proporcionou maior teor de nitrogênio ao solo quando aplicou-se 116,8 kg.ha -1
3 Tabela 1. Valores médios de altura de plantas (m) na cultura do algodão em função da interação culturas antecessoras x fontes de nitrogênio. Dourados-MS, Tratamento Uréia 1 Sulfato de Amônio 1 0,89 a 0,90 a Ervilhaca peluda 0,87 a 0,83 a Aveia preta 0,84 a 0,86 a Nabo forrageiro 0,83 a 0,88 a 0,81 a 0,89 a CV 6,44% 6,44% a As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Newman Keuls à 5% de probabilidade. Altura (m) 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 Doses de N (kg.ha -1 ) Aveia Ervilhaca Nabo Figura 1. Variação da altura de plantas de algodão em função da interação das culturas antecessoras x doses de N. Tabela 2. Equações de regressão ajustadas e valores de R 2 para altura de plantas de algodão, em função da interação entre culturas antecessoras x doses de N. Culturas antecessoras Equações de regressão R 2 Aveia preta Y = 0, , * X - 4, * X 2 0, Ervilhaca peluda Y = 0, , * X + 3, * X 2 0, Nabo forrageiro Y = 0, , * X - 6, * X 2 0, Y = 0, , * X - 1, * X 2 0, Y = 0, , * X - 5, * X 2 0,73925 Tabela 3. Valores médios de número de maçãs por planta na cultura do algodão em função da interação cultura antecessora x fonte de nitrogênio. Dourados-MS, Tratamento Uréia 1 Sulfato de Amônio 1 11,93 a 12,06 a Ervilhaca peluda 12,14 a 10,53 a Aveia preta 10,96 a 10,77 a Nabo forrageiro 9,62 a 10,98 a 9,95 a 10,95 a CV 6,44% 6,44% 1As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Newman Keuls à 5% de probabilidade.
4 Nº de Maçãs 14,00 12,00 1 8,00 6,00 4,00 2,00 Aveia Ervilhaca Nabo Doses de N (kg.ha -1 ) Figura 2. Variação do número médio de maçãs por plantas de algodão em função da interação cultura antecessora x doses de N. Tabela 4. Equações de regressão ajustadas e valores de R 2 para número de maçãs por planta, em função da interação entre culturas antecessoras x doses de nitrogênio. Cultura antecessora Equações de regressão R 2 Aveia preta Y = 8, , * X - 5, * X 2 0, Ervilhaca peluda Y = 11,4342-1, * X + 1, * X 2 0, Nabo forrageiro Y = 8, , * X - 1, * X 2 0, Y = 9, , * X - 1, * X 2 0,44588 Y = 10, , X - 1, * X 2 0, ,80 5,60 Peso de capulhos (g) 5,40 5,20 5,00 4,80 4,60 Aveia Ervilhaca Nabo 4,40 D oses de N (kg.ha -1 ) Figura 3. Variação do peso médio de capulhos de algodão em função da interação entre culturas antecessoras x doses de N.
5 Tabela 5. Equações de regressão ajustadas e valores de R 2 para peso médio de capulhos em função da interação entre culturas antecessoras x doses de nitrogênio. Culturas antecessoras Equações de regressão R 2 Aveia preta Y = 4, , * X - 1, * X 2 0, Ervilhaca peluda Y = 5, , * X - 2, * X 2 0,61875 Nabo forrageiro Y = 5, , * X - 1, * X 2 0, Y = 4, , * X - 3, * X 2 0, Y = 5, , * X - 2, * X 2 0, Teor foliar de N (mg.100mg -1 ) 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 D oses de N (kg.ha -1 ) A v e ia E rv ilh a c a N a b o Figura 4. Teor foliar de N (mg.100mg -1 ) em função da interação culturas antecessoras x doses de N. Tabela 6. Equações de regressão ajustadas e valores de R 2 para teor foliar de N do algodão em função da interação entre culturas antecessoras x doses de nitrogênio. Culturas antecessoras Equações de regressão R 2 Aveia preta Y = 2, , * X - 6, * X 2 0, Ervilhaca peluda Y = 3, , * X + 2, * X 2 0, Nabo forrageiro Y = 2, , * X - 1, * X 2 0, Y = 2, , * X - 4, * X 2 0,70587 Y = 2, , X - 8, * X 2 0,80294 Produtividade (Arroba.ha -1 ) Y = 125, , *X - 1, *X 2 R 2 =0, Doses de N (kg.ha -1 ) Figura 5. Variação da produtividade de algodão em caroço(arrobas.ha -1 ) em função de doses de N.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO: Comparativo de área, produção e produtividade entre as safras 00/01 e 01/02. SP. Disponível em Julho/ 2002 DERPSCH, R.; CALEGARI, A., Plantas para adubação verde de inverno, por Rolf Derpsch e Ademir Calegari, Londrina, IAPAR, p. (IAPAR, Circular,73) EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Recomendações técnicas para a cultura da soja na região Central do Brasil 2000/2001. Londrina, p.(EMBRAPA-Soja-Documentos) SATURNINO, H. M.; LANDERS, J. N. O meio ambiente e o plantio direto. Brasília: Embrapa-SPI, 97. STAUT, L. A.; KURIHARA, C. H. Calagem, nutrição e adubação. In: Algodão - Informações Técnicas. EMBRAPA - CPAO, Dourados, p. (Circular Técnico n o 7).
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