REBES REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE

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Transcrição:

REBES REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/rebes ARTIGO CIENTÍFICO Escolas pública verso privada: saberes de adolescentes sobre os métodos contraceptivos Public schools Private verse: teens knowledge about contraceptive methods Taciane Saraiva de Oliveira Acadêmica do Curso de Enfermagem da Faculdade Integrada de Patos/FIP Alba Rejane Gomes de Moura Rodrigues Professora do Curso de Enfermagem da Faculdade Integrada de Patos/FIP Ewerton José de Souza Maciel Acadêmico do Curso de Enfermagem da UFCG Rogéria Monica Seixas Xavier de Abreu Enfermeira Supervisora Técnica de Instituição de Longa permanência RESUMO: O conhecimento dos adolescentes sobre a contracepção tem sido observado por muitos, pois o índice de relação sexual precoce, gravidez indesejada e não planejada e DSTs tem aumentado nos últimos tempos. O presente estudo objetivou investigar o conhecimento de adolescentes sobre métodos contraceptivos e analisar e comparar o conhecimento sobre os métodos contraceptivos dos alunos da escola pública com a escola privada. Esta é uma pesquisa do tipo exploratória descritiva com abordagem quantitativa, realizado no município de Brejo do Cruz PB, a população deste estudo foi composta por adolescentes de 15 à 18 anos inseridos nas escolas pública e privada do município de Brejo do Cruz - PB, a amostra foi de sessenta adolescentes, 30 de cada escola, onde foi utilizado para coleta de dados um questionário, dividido em 02 partes, constando na 1ª os dados sócio demográficos dos adolescentes e na 2ª parte, os dados referentes ao objeto do estudo. Os resultados da pesquisa mostram que a maioria dos adolescentes é solteiro(a), mora com os pais ou parentes, e é católico(a). Os entrevistados revelam que todos têm conhecimento sobre a temática e a maioria recebe informações nas escolas, sabe a função e os tipos de contracepção. Consideramos este estudo relevante, uma vez que possibilitará um melhor interesse das escolas quanto às informações sobre contracepção e sexualidade, visando cada vez mais uma maior qualidade de vida e saúde para os adolescentes. Palavras chaves: Adolescentes. Conhecimento. Métodos Contraceptivos. ABSTRACT: The teenagers knowledge about contraception has been seen by many as the rate of early intercourse, unwanted pregnancy and DSTs and unplanned has increased in recent times. This study aimed to investigate adolescents knowledge about contraceptive methods and to analyze and compare the knowledge about contraceptive methods of public school students to private school. This is an exploratory research descriptive quantitative study in the town of Brejo do Cruz PB, the study population consisted of adolescents aged 15 to 18 years entered in the public and private schools in the city of Brejo do Cruz PB the sample was sixty adolescents, 30 from each school, which was used data collection a questionnaire, divided into 02 shares, registered on 1st the sociodemographic data of adolescents and in Part 2, data relating to the object of study. The survey results show that most teens are unmarried, living with parents or relatives, and are Catholics. Respondents reveal that everyone has knowledge on the subject and most receive information on schools, knows the function and types of contraception. We consider this relevant study, since it will provide the best interest of schools and information about contraception and sexuality in order to increasingly higher quality of life and health for teens. Keywords: Teens. Knowledge. contraceptive methods. Recebido em 06/02/2015 Aprovado em: 17/03/2015

Taciane Saraiva de Oliveira, et al. INTRODUÇÃO A adolescência é o período da vida que se inicia no final da infância trazendo ao adolescente modificações corporais, sociais e psicológicas e também descobertas e transformações. Atualmente observa-se que antes mesmo do término dessas transformações já se inicia uma vida sexual que pode trazer sequelas para o resto da vida desses adolescentes. É nesse momento onde o esclarecimento, a informação e o conhecimento sobre métodos contraceptivos devem ser passados aos jovens. A falta de acompanhamento para com os mesmos pode acarretar problemas onde inclui-se a gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) (OLIVEIRA, et al., 2010). A contracepção é o uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez indesejada ou em doenças sexualmente transmissíveis podendo muitas vezes ser um trauma na vida do acometido, pelo fato de muitas vezes não ter uma estrutura de vida estável, tanto psicossocial como financeira dificultando assim a sua forma de sobrevivência (POLI, et al., 2009). Nos últimos anos, estima-se que de 20% a 25% do total de mulheres gestantes sejam adolescentes, apontando, há uma gestante adolescente em cada cinco mulheres (SANTOS, 2004). Segundo o Ministério da Saúde, Brasil (2004) existe programa voltado a atenção a saúde que tem como um dos objetivos reduzir o índice de gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). O Programa Saúde da Família vem se desenvolvendo como estratégia, realizando diante de uma equipe multidisciplinar ações de promoção, prevenção e proteção a saúde, tendo como diferentes veículos de atenção as ações voltadas a saúde da criança e do adolescente como objetivo primordial. O interesse pelo estudo surgiu a partir das experiências vivenciadas com adolescentes, diante da identificação com o referido tema e deste contexto surgiu a seguinte problemática: será que os adolescentes têm conhecimento sobre os métodos contraceptivos? Desse modo, o objetivo do profissional enfermeiro é verificar o conhecimento e o comportamento contraceptivo em adolescentes analisando tal realidade e propor estratégias que promovam a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. Baseado nesse contexto, esta pesquisa adquire grande relevância que será de fundamental importância para os acadêmicos e os profissionais de enfermagem no intuito de trazer estatísticas de segurança principalmente na prevenção da gravidez precoce indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) de forma direta ou indireta no processo informativo educacional para o conhecimento sobre métodos contraceptivos ampliando assim conhecimentos que poderá influenciar no decorrer de nossas vidas. Assim, a pesquisa teve os seguintes objetivos: investigar o conhecimento de adolescentes sobre métodos contraceptivos e comparar o conhecimento sobre os métodos contraceptivos dos alunos da escola pública com a escola privada. METODOLOGIA O presente estudo caracteriza-se como sendo uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem quantitativa. Este estudo foi realizado no município de Brejo do Cruz PB, no período de 16 à 20 de Novembro de 2010. A população deste estudo foi composta por adolescentes de 15 à 18 anos. Perfazendo um total geral de 300 adolescentes das duas escolas pública e privada. A amostra por sua vez foi constituída por 60 participantes; tendo os seguintes critérios de inclusão: encontrar-se na faixa etária de 15 à 18 anos, após a assinatura do Terno de Consentimento Livre e Esclarecido do responsável e do adolescente. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário. O referido instrumento de coleta de dados está composto por duas partes, onde a primeira parte é constituída com os dados de identificação da amostra e na segunda parte está contida as informações sobre dados relacionados a pesquisa. A realização da Coleta de Dados aconteceu após seguirmos os trâmites legais, através da formalização da solicitação de oficio aos Diretores das Escolas Pública e Privada do município de Brejo do Cruz - PB, envio ao Comitê de Ética e que após autorização dos mesmos das referidas instituições, escolares e do comitê aconteceu a coleta de dados com a aplicação dos questionários nas salas de aula após consentimento do professor. Após a coleta, os dados foram analisados e registrados através de gráficos e tabelas acompanhados posteriormente de análise e discussão dos resultados, de acordo com a literatura pertinente. A pesquisa foi realizada obedecendo aos princípios da resolução 196/1996 aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em 10 de outubro de 1996, instituindo as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil; após avaliação e aprovação do Comitê de Ética das FIP. Todos os participantes do estudo tomaram conhecimento dos objetivos da pesquisa e foi explicada a liberdade de escolha quanto a sua participação na referida pesquisa, garantia de anonimato e esclarecimento sobre os procedimentos para a coleta de dados (BRASIL, 1996). RESULTADOS E DISCUSSÃO Caracterização da amostra conforme dados sóciodemográficos dos entrevistados. Como mostra a tabela 1, a situação conjugal dos adolescentes da escola pública 30 (100%) são solteiros e na escola privada 28 (93,33%) são solteiros e 2 (6,67%) tem outro tipo de relacionamento. A participação masculina e feminina é predominante na contracepção, pois serve de apoio no uso e na escolha da contracepção em ambos os sexos. E nesse estudo mostra que nenhum adolescente tem um parceiro ou relacionamento fixo, podendo assim acarretar alguns prejuízos na sua forma de prevenção. Carvalho (2000) relata que a forma predominante de participação masculina na contracepção

Escolas pública verso privada: saberes de adolescentes sobre os métodos contraceptivos esteve associada à função de apoio ao uso de método feminino de alta eficácia. Atualmente, a maioria dos adolescentes não se preocupa com uma relação estável com o parceiro, muitos deles momentaneamente se envolvem e apenas ficam, trazendo uma grande preocupação em relação ao auto-cuidado relacionado a prevenção. Com relação à moradia, os adolescentes da escola pública 30 (100%) moram com os pais e/ou com outros parentes e na escola privada 29 (96,67%) moram com os pais e/ou outros parentes e apenas 1 (3,33%) mora sozinho. É válido salientar que a família é membro importante para a tomada de decisões e atitudes do adolescente, apesar de nos tempos atuais os adolescentes terem uma maior liberdade, podendo assim tomar suas próprias atitudes sem ao menos consultar sua família. Tabela 1: Distribuição numérica e percentual da amostra segundo o estado civil, com quem mora atualmente, renda salarial familiar e religião, referente aos dados sócio-demográficos. Escola Pública Escola Privada Características Variáveis Nº % Nº % Estado Civil Solteiro (a) 30 100 28 99,33 Outro 02 6,67 Com Quem Mora Atualmente Com os pais e/ou outros parentes 30 100 29 96,67 Sozinho (a) 01 3,33 Renda Salarial Familiar Menos de 1 salário mínimo 09 30,00 01 3,33 1 salário mínimo 10 33,33 05 16,67 2 salários mínimos 10 33,33 04 13,33 De 3 à 4 salários mínimos 01 3,34 15 50,00 Acima de 5 salários mínimos 05 16,67 Religião Evangélica 03 10,00 Católica 30 100 26 86,67 Outra 01 3,33 Total 30 100 30 100 Na tabela acima mostra que a renda salarial familiar dos adolescentes da escola pública 9 (30%) apresentam renda menor que um salário mínimo; 10 (33,33%) renda de um salário mínimo; 10 (33,33%) renda de dois salários mínimos e apenas 1 (3,34%) apresenta renda de 3 a 4 salários mínimos. Já os da escola privada, apenas 1 (3,33%) apresenta renda menor que um salário mínimo; 5 (16,67%) renda de um salário mínimo; 4 (13,33%) renda de dois salários mínimos; 15 (50%) renda de três a quatro salários mínimos e 5 (16,670%) apresentam renda acima de cinco salários mínimos. A renda salarial familiar é um fator que deve ser levado em consideração, pois pessoas que têm uma pequena renda salarial muitas vezes não tem acesso a informações pela dificuldade de locomoção, de acesso a modernidade ou de interação com outras pessoas devido ao não favorecimento das condições. Com relação à religião, 30 (100%) dos adolescentes da escola púbica são católicos. Já na escola privada, 3 (10%) dos adolescentes são evangélicos; 26 (86,67%) são católicos e apenas 1 (3,33%) é de outra religião. A religião é contra a sexualidade, a contracepção, e a muitas outras práticas não relacionadas com a sexualidade e a não procriação. O sexo é um sinal de amor, de família e não de apenas desejo e prazer. A doutrina Católica Romana oficial em assuntos de sexualidade e reprodução não é seguida pelos católicos, que inclui considerar que a contracepção, mesmo para as pessoas casadas, sempre é má (KISSLING 1998). Caracterização da amostra quanto ao objeto de estudo Com relação à informação sobre métodos contraceptivos nas escolas, pode-se observar que 96,67% dos adolescentes da escola privada dizem ter recebido informações, e na escola pública 46,67%. (Figura 1). Relacionando as duas escolas, pode-se observar que o nível de informações sobre contracepção da escola pública é precário em relação ao da escola privada, podendo esta precariedade está relacionada aos tabus por parte de professores e alunos. Dos professores pelo medo de em vez de estarem a educar os alunos quanto à sexualidade, estarem incentivando aos mesmos quanto a praticidade. Dos alunos pelo receio de se autodenunciar quanto aos seus relacionamentos e práticas sexuais. Segundo Vieira et al. (2006) a escola não tem representado para os adolescentes fonte de informação expressiva sobre anticoncepcionais.

Taciane Saraiva de Oliveira, et al. Figura 1 Distribuição numérica e percentual dos participantes em relação à informação sobre métodos contraceptivos nas escolas De acordo com a função dos métodos contraceptivos o gráfico 2 mostra que 86,67% dos adolescentes da escola pública e 80% dos adolescentes da escola privada disseram que a contracepção serve para evitar gravidez e DSTs (Figura 2) Pode-se concluir que a maioria dos adolescentes de ambas as escolas relata saber proteger-se de alguns riscos que a relação sexual sem proteção pode trazer, mas mesmo assim, alguns adolescentes relataram verbalmente que não usam contracepção por medo de seus familiares descobrirem já que pode ser uma denúncia de seus atos sexuais e pelo fato da modificação corporal. Essa revelação foi dada principalmente pelas adolescentes. Figura 2 Distribuição numérica e percentual dos participantes referente à função dos métodos contraceptivos. Desse modo podemos observar que mesmo com a tamanha liberdade que os adolescentes tem nos tempos atuais, ainda tem um grande receio quanto a declaração de suas atitudes relacionadas à sexualidade principalmente com a família, ou seja, falta um diálogo mais aberto e com coerência por parte da mesma, falta formação e informação para que os adolescentes possam ser mais responsáveis quanto a sexualidade, trazendo assim uma maior segurança e proteção para os mesmos, podendo também ser um meio de prevenção quanto a alguns riscos como a gravidez indesejada e não planejada e as doenças sexualmente transmissíveis DSTs. Vieira et al. (2006), relata que o conhecimento sobre a contracepção e os riscos das relações sexuais desprotegidas são fundamentais para que os adolescentes possam vivenciar o sexo de maneira adequada e saudável, assegurando na prevenção da gravidez indesejada e das DSTs, além de ser um direito que possibilita cada vez mais, ao ser humano o exercício da sexualidade desvinculado da procriação. Verifica-se nas figuras 3 e 4 mostram que 100% dos adolescentes de ambas as escolas revelou ter conhecimento dos tipos de contracepção, sendo a camisinha, DIU, pílula, diafragma, tabelinha e vasectomia os métodos mais citados. Observa-se que realmente os adolescentes têm conhecimento sobre os tipos de contracepção, mas, a maioria expressou a falta de conhecimento na forma de usar e quando deveria e poderia utilizar o método. Realmente, verificamos também a falta de interesse das duas escolas relacionada a preocupação quanto aos cuidados a serem tomados para que exista uma disciplina ou apenas uma maior aproximação entre os professores e alunos para uma maior conversação temática. Os diferentes métodos de contracepção são conhecidos por toda população. Porém, a eficácia e a utilização correta nem sempre é explorada, principalmente com os adolescentes, os quais têm iniciado cada vez mais precocemente as atividades sexuais sem, contudo receberem ou buscarem informações acerca da contracepção (VIEIRA, et al., 2006).

Escolas pública verso privada: saberes de adolescentes sobre os métodos contraceptivos Figura 3 Distribuição numérica e percentual dos participantes relacionados aos métodos contraceptivos que são de conhecimento dos adolescentes da escola pública. Figura 4 Distribuição numérica e percentual dos participantes relacionados aos métodos contraceptivos que são de conhecimento dos adolescentes da escola privada.. Nas figuras 5 e 6, revelam que os adolescentes das escolas pública e privada receberam informações sobre contracepção em todos os lugares citados nos gráficos, predominando assim, as informações dadas em casa, nas escolas e em cursos e palestras para os da escola pública e a predominância dos adolescentes da escola privada foi ter recebido as mesmas informações apenas nas escolas. Figura 5 Distribuição numérica e percentual dos adolescentes da escola pública relacionados ao lugar no qual os adolescentes receberam informações sobre os métodos contraceptivos Figura 6 Distribuição numérica e percentual dos adolescentes da escola privada relacionados ao lugar no qual os adolescentes receberam informações sobre os métodos contraceptivos.

Taciane Saraiva de Oliveira, et al. Fazendo um comparativo entre os adolescentes das duas escolas, podemos observar que os adolescentes da escola pública têm meios de informação mais amplos que os adolescentes da escola privada já que predominou as informações recebidas apenas na escola, apesar destes resultados, percebe-se a fragilidade das escolas trabalharem os temas relacionados à orientação sexual e sexualidade, com ações pontuais. Nota-se que os meios de informação dos adolescentes ainda são muito precários e isso é uma preocupação, pois os mesmos acabam levando suas dúvidas a grupinhos da mesma faixa etária podendo assim obter informações erradas. Na verdade a principal fonte de informação deveria partir da família, pois são pessoas que não querem nenhum mal para seus adolescentes e também que passariam as informações corretas, mas infelizmente na maioria das vezes apenas os jovens se modernizam, algumas famílias geralmente são antiquadras, não acompanham os tempos modernos, e isso pode acarretar prejuízos, gerando problemas que podem até ser resolvidos, mas, jamais concertados. Alves (2009) comenta que há uma falta de diálogo com os pais, precárias iniciativas de formação em sexualidade, gênero e saúde reprodutiva nas escolas e falta de espaço nas unidades de saúde para o acolhimento dos jovens Este estudo comparativo entre as duas escolas, mostra que 100% dos adolescentes da escola pública não tem vida sexual ativa e 23,33% dos adolescentes da escola privada já teve sua primeira relação sexual, onde 10% relatou usar camisinha e 3,33% disse usar camisinha e pílula como contracepção (Figura 7). Figura 7 Distribuição numérica e percentual dos participantes sobre a vida sexual ativa dos adolescentes. Pode-se concluir que muitos adolescentes iniciam precocemente sua vida sexual. Isso demonstra cada vez mais a necessidade de atenção e assistência para com os mesmos, que pode vim a minimizar complicações como gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis DSTs e prostituição infanto-juvenil. O que vem a preocupar é que atualmente o sexo não é sinônimo de amor, mas sim apenas do prazer e do desejo insaciável. O fato é que ao passar dos dias os adolescentes estão se evoluindo cada vez mais rápido e rapidamente medidas de controle devem ser tomadas. Educadores: família, profissionais da educação, profissionais de saúde, precisam acompanhar a evolução dos adolescentes, vindo a providenciar medidas de controle e de responsabilidade para com os mesmos, trazendo assim benefícios, promoção e prevenção a saúde. Seguindo a mesma linha de pensamento Vieira et al. (2006), relata que além do início da atividade sexual precoce, os jovens, na maioria das vezes, iniciam a vida sexual sem proteger-se, expondo-se a gravidez indesejada e não planejada. CONSIDERAÇÕES FINAIS A escola como um instrumento transformador e formador de opiniões, tem uma importância relevante na questão da orientação sexual à jovens e adolescentes, pois professores educadores tem um conhecimento mais amplo e verdadeiro quanto à temática, podendo assim orientá-los de uma forma mais digna e fiel. A contracepção na adolescência é importante para a promoção de saúde. Desta forma torna-se imprescindível a importância e a responsabilidade por parte dos pais, profissionais da educação e profissionais de saúde que estão responsáveis pelo acompanhamento na fase da adolescência, e no que se refere à vida sexual ativa precoce e aos riscos de gravidez indesejada e DSTs, essas informações devem ser repassadas o mais precocemente possível, vindo a reduzir os riscos para os adolescentes. De acordo com os resultados da pesquisa colhidos na nas escolas pública e privada localizadas no município de Brejo do Cruz - PB, pode-se observar que relacionados aos aspectos socioeconômicos a grande maioria dos adolescentes é solteira, mora com os pais, tem uma renda salarial familiar balanceada e é católica. O que nos faz acreditar ter uma vida estável. Os dados relacionados à pesquisa nos mostram que, todos os adolescentes têm conhecimento sobre os métodos contraceptivos, mas infelizmente a falta de informação e o acompanhamento para com os mesmos ainda é muito precário. A atenção quanto aos adolescentes deve ser aumentada. A família que convive diariamente deve fazer um maior acompanhamento na vida estudantil e na vida mundana dos jovens, vindo a esclarecer o certo e o errado, para um convívio responsável dos adolescentes com a sexualidade trazendo uma estabilidade e um amadurecimento que futuramente recompensado e agradecido. Espera-se, portanto, que esse estudo venha a contribuir no aprimoramento do cuidado dos pais,

professores e profissionais de saúde que são importante educadores para que os adolescentes tenham uma melhor qualidade de vida visando a proteção e promoção a saúde. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, C. A.; BRANDÃO, E. R. Vulnerabilidades no uso de métodos contraceptivos entre adolescentes e jovens: interseções entre políticas públicas e atenção à saúde. Ciênc. Saúde coletiva, v. 14 n. 2 Rio de Janeiro mar./abr. 2009 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Programáticas Estratégicas. Política de atenção à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2004.. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de ética em pesquisa. CONEP. Resolução 196/96 pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, MS: 1996. CARVALHO, M. L. O.; PIROTTA, K. C. M.; SCHOR, N. Apoio: a forma predominante de participação masculina na regulação da fecundidade do casal. Saúde soc. v. 9 n. 1-2 São Paulo jan./dez. 2000. KISSLING, F. Perspectivas católicas progressistas em saúde e direitos reprodutivos: o desafio político da ortodoxia. Cad. Saúde Pública. V. 14 supl.1 Rio de Janeiro 1998. OLIVEIRA, E. T. et al. Análise de artigos científicos sobre a anticoncepção na adolescênciapara o cuidado de enfermagem. In: 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Transformação Social e Sustentabilidade Ambiental. Fortaleza Ceará 07 a 10 de dezembro de 2010. Disponível em: http://www.abeneventos.com.br/anais_61cben/files/0 2208.pdf. Acesso em 17/06/2010. POLI, M.E.H. et al. Manual de anticoncepção da FEBRASGO. Revista da Federação Brasileira das Associações e Ginecologia e Obstetrícia. V: 37 n 9, 2009. SANTOS, J. D. Fatores etiológicos relacionados à gravidez na adolescência : vulnerabilidade à maternidade. In : Cadernos juventude, Saúde e Desenvolvimento. Brasília : Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Area de saúde ao adolescente e do jovem. Vol I, 2004. VIEIRA, L.M. et al. Reflexões sobre a anticoncepção na adolescência no Brasil. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. V. 6 n. 1 Recife jan./março. 2006. Escolas pública verso privada: saberes de adolescentes sobre os métodos contraceptivos