CONSERVAÇÃO DE GERMOPLASMA Araucaria angustifolia (in situ e ex situ) Fernando De Nadal
- Exploração comercial diminuiu drasticamente a variabilidade genética; - 2001 apenas 3%, erosão genética; - Programas de reflorestamento em baixo número e com pouco sucesso;
Causas do desinteresse econômico do reflorestamento com araucária: - Carência de informações ecofisiológicas da espécie; - Dificuldade em obter sementes de áreas selecionadas; - Inexistência de sementes melhoradas; - Ausência de técnicas silviculturais; - Lenta taxa de crescimento.
- Iniciativas do Governo Brasileiro (lei de 2001); - 5 regiões do Paraná selecionadas como prioritárias para conservação genética de florestas de araucária; - Corredores de biodiversidade; - Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), Conservation International (CI), a Global Environment Facility (GEF), o Governo Japonês, a MacArthur Foundation e o Banco Mundial.
Considera-se duas formas viáveis de conservação de germoplasma de araucária: - Estabelecimento de novas plantações de araucária por fazendeiros e empresas em florestas residuais de araucárias. Essa opção requerirá sementes geneticamente melhoradas e técnicas agrosilviculturais eficientes para incrementar a lucratividade das plantações de araucária;
- Iniciativas governamentais ou privadas para estabelecer programas de conservação in situ e ex situ. Essas iniciativas irão requerer recursos financeiros substanciais, para comprar, estabelecer e manter áreas de conservação, subsidiados pelo governo.
Há ainda outro modo de conservação a ser considerado: os faxinais, que é um sistema de manejo dos recursos naturais em pequena escala utilizado pelas comunidades tradicionais do interior do Estado do Paraná. Esse sitema utiliza os recursos florestais sem derrubar a floresta. Com um pouco mais de estudo esse sistema de manejo pode se tornar sustentável.
Para conservação in situ de florestas naturalmente regeneradas, há necessidade de estudos de insolação das plântulas para germinação e desenvolvimento, bem como quais espécies de cobertura favorecem a germinação de plântulas de araucária.
Estudos de variabilidade genética conduzidos por Vincenti et all (2004) em diferentes fragmentos de floresta de araucária no estado do Paraná apresentaram uma grande quantidade de locos polimórficos.
Esses estudos também mostram uma redução de 11,58% no polimorfismo quando comparadas populações naturais e manejadas. Esta diferença aumenta para 27,43% quando a população natural é comparada com uma progênie experimental, mostrando uma clara segregação da progênie experimental a partir da população natural e da manejada. Esse estudo indica que, do ponto de vista genético, o manejo das florestas de araucária pode ser sustentável.
INSTITUIÇÃO ANO DE PLANTIO ESTRUTURA NÚMERO DE REGIÕES LOCAL DOS CAMPOS IF SP 1952 População 4 Santa Rita do Passa Quatro, SP IF SP 1967 População 13 Batatais, SP IF SP 1967 População 17 Campos do Jordão, SP IF SP 1967 População 19 Avaré, SP IF SP 1967 População 15 São Miguel Arcanjo, SP Klabin 1967 População 24 Telêmaco Borba, PR IBAMA 1967 População 23 Irati, PR Swedish Match 1967 População 11 São João Do Triunfo, PR Rigesa 1967 População 23 Três Barras, SC IBAMA 1974 População 18 Três Barras, SC Guaraci 1974 População 18 Guaraci, PR Sguario 1974 População/Progênie 18 Itapeva, SP IF SP 1974 População/Progênie 5 Populações Itapeva, SP IF SP 1974 População/Progênie 5 Populações Itapetininga, SP IBAMA 1975 População/Progênie 3 Populações Três Barras, SC IPEF 1975 População/Progênie 3 Populações Guarapuava, PR IPEF 1975 População/Progênie 3 Populações Lages, SC IPEF 1975 População/Progênie 3 Populações Campos do Jordão, PR IF SP 1980 População/Progênie 12 Itapeva, PR IF SP 1980 População/Progênie 12 Itapetininga, SP EMBRAPA 1980 População/Progênie 12 Colombo, PR UFPR 1980 População/Progênie 12 Quatro Barras, PR
Vincenti et all (2004) recomendam conservação in situ ou coleta de sementes para programas de conservação e restauração ex situ como alta prioridade dentro dos 66.000 ha remanescentes de floresta de araucária madura e dentro dos 76.000 ha de floresta mista no Estado do Paraná.
Nos locais de maior degradação, um sistema de manejo sustentável deve ser adotado, pois a araucária responde bem à silvicultura e cada vez mais há mais conhecimento sobre a flexibilidade de reações a diferentes condições de luz.
Corredores de biodiversidade devem ser implementados para conectar os fragmentos existentes de floresta de araucária no Estado do Paraná. Os campos experimentais implementados no passado visando adaptação as variações das condições ambientais estão parcialmente completos e os estudos inconclusos. Novas pesquisas em performance de crescimento devem ser conduzidas para obter materiais para reflorestamento.