UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O ORÇAMENTO POR COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO E O ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA UTILIZANDO O ÍNDICE DA SINDUSCON CUB/M².

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Transcrição:

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O ORÇAMENTO POR COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO E O ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA UTILIZANDO O ÍNDICE DA SINDUSCON CUB/M². A COMPARATIVE STUDY BETWEEN THE BUDGET BY UNIT COMPOSITION AND THE ESTIMATED BUDGET USING THE SINDUSCON CUB / M² INDEX. FERNANDES, Paula Monteiro de 1 CASTRO, Melissa 2 GODINHO, Cristiane 3 PEREZ, Silvana Trigueiro Cunha 4 RESUMO Esse trabalho apresenta um estudo de caso que objetiva a comparação entre dois métodos orçamentários, o orçamento por composição de custo e o orçamento por estimativa, utilizando o índice do CUB/m² divulgado pela Sinduscon/Mg. A obra selecionada para o estudo foi umempreendimento da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte que trata daimplantação de cinco unidades habitacionais multifamiliares para população de baixa renda. Os resultados obtidos no orçamento detalhado foram comparados com os resultados obtidos através da utilização do índice CUB/m². O estudo mostrou que a aplicaçãodo CUB/m² apenas multiplicado pela quantidade total de m² da edificação não é satisfatório, obtendo-se uma margem de erro de aproximadamente 25%. Porém quando também se leva em consideração os custos com fundação e obras complementares a margem de erro cai para menos de 4%. Palavras-chave: Orçamento Detalhado; Orçamento por Estimativa; CUB/m². ABSTRACT This paper presents a case study that aims to compare the two budget methods, the budget by cost composition and the estimate budget, using the CUB / m² index published by Sinduscon / Mg. The work selected for the study was an enterprise of the City Hall of Belo Horizonte that deals with the implantation of five buildings of low standard. The results obtained in the detailed budget were compared with the results obtained using the CUB / m² index. The study showed that when applying the CUB / m² only multiplied by the total amount of m2 of the building it is ineffective, with a margin of error of 25%. However, when taking into account the costs with foundation and complementary works the margin of error falls to less than 4%. Keywords: Detailed budget; Budget by Estimate; CUB / m². 1 Graduanda do Curso de Engenharia Civil dafaculdade Kennedy, paula.monteirowmf@gmail.com; 2 Graduanda do Curso de Engenharia Civil da FaculdadeKennedy,cristiane.godinho@outlook.com.br; 3 Graduanda do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Kennedy,melissadecastrosilva@hotmail.com; 4 Professora orientadora: Engenheira Civil, FUMEC (1981),trigueirosilvana@gmail.com Belo Horizonte MG, Junho de 2017.

2 INTRODUÇÃO O setor da construção civil sofre uma grande crise, segundo dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em 2015, o setor registrou queda de 7,6% em seu PIB, a maior desde 2003. Diante dessa realidade a competitividade é cada vez maior e é cada vez mais desafiador para os construtores se manterem de pé e gerirem empreendimentos lucrativos. O orçamento é uma ferramenta indispensável ao construtor em uma concorrência, pois a partir do conhecimento real do custopode-se praticar negociações mais ousadas. Um orçamento também pode assegura que o capital disponível da empresa seja compatível com o investimento do empreendimento a ser executado. Conhecer o custo direto e indireto real de uma obra é de fundamental importância. Segundo Avila e Librelotto (2003) existem basicamente dois procedimentos básicos para se orçar: por avaliação, estimativa ou por composição de custo unitário (orçamentos detalhados), eles se diferem pelo grau de precisão. O orçamento por estimativa de custo é utilizado quando se quer uma resposta rápida, em fases iniciais de um empreendimento, a fim de verificar a viabilidade da obra. Utiliza-se a tabela CUB (custo unitário básico), por exemplo, que é um valor estimado por m² de construção. Cada estado possui a sua tabela CUB/m², que é disponibilizada pelo site do Sindicato da Construção - Sinduscon. Para essa estimativa é necessário basicamente o levantamento das áreas de construção, o tipo de construção e o padrão de acabamento. Segundo Avila e Librelotto (2003) A margem de erro que se deve considerar para esse método é de 30 a 20%. Outros exemplos de estimativa de custos de serviços são os indicadores da Fundação Getúlio Vargas e os custos médios publicados pela editora Pini, na revista Construção e Mercado. (GONZALÉZ 2008). A composição de custo unitário se aplica aos orçamentos detalhados que são mais seguros. É necessário o levantamento dos quantitativos reais de projeto levando em consideração cada particularidade da obra. Após o levantamento é possível se compor o custo unitário de todos os serviços se aproximando ao máximo do custo real da obra. Para esse processo é necessário Projetos Executivos, e

3 especificações bem detalhadas de todas as intervenções da obra. Segundo Avila e Librelotto (2003) esse método possui margem de erro de 10 a 15%. Para complementar o orçamento detalhado é preciso incluir os custos indiretos que são despesas administrativas como aluguel, água, luz, telefone, profissionais que não estão ligados diretamente com a execução da obra, etc. Além de incluir percentuais relativos ao lucro. Essa complementação pode ser feitautilizando-se o BDI Beneficio e despesas indiretas, que é um percentual aplicado ao custo direto ou pode ser feita a partir do levantamento real do custo indireto, somando- se ao custo direto e ao lucro desejado. No decorrer desse trabalho serão abordados e explicados os métodos orçamentários utilizados, destacando-se as vantagens e desvantagens de cada um. Um estudo de caso será apresentado a fim decomparar o orçamento por estimativa com um orçamento detalhado. MATERIAL E MÉTODOS Para a análise dos tipos de orçamento selecionamos oprojeto de um Empreendimento de Edificação que será executado no bairro São João Batista no Município de Belo Horizonte. O Projeto trata da implantação de cinco Unidades Habitacionais Multifamiliares para população de baixa renda. Dois tipos de orçamento serão abordados nesse estudo, o orçamento por estimativa, utilizando-se a tabela CUB/m² de Novembro/2016, disponibilizada pelo Site do Sinduscon-Mg que é o Sindicato da Construção de Minas Gerais, e o orçamento detalhado, que teve como base a planilha de quantitativos detalhada e a tabela de preços de construção de novembro de 2016. Essa tabela foi elaborada de acordo com o CADERNO DE ENCARGOS DA SUDECAP, documento técnico integrante de todos os Editais e Contratos da PBH, onde constam especificações e normas de medições e pagamentos de cada serviço, referentes a projetos e obras, conforme decreto 10.710 de junho de 2001, e os insumos foram coletados no mercado nas condições normais de aquisição.

4 DESENVOLVIMENTO CUB/m² - Custos Unitários Básicos de Construção. O CUB/m² é um índice médio calculado e divulgado pelo Sindicato da Indústria da Construção de cada estado, e é utilizado para obras de edificação. O CUB/m² possui aparato legal da lei 4.591/64, aparato técnico do artigo 53 desta lei e a metodologia de cálculo é estabelecida pela Norma Brasileira ABNT NBR 12721:2006. O CUB/m² é um custo parcial da obra, e não leva em consideração alguns custos adicionais como fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros;playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio, impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador. A Norma Brasileira ABNT NBR 12721:2006 define alguns projetos e os chamam de projetos padrão, que vão agrupar diferentes tipos de edificações. A classificação do projeto deve levar em consideração algumas características principais: a) número de pavimentos; b) número de dependências por unidade; c) áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades autônomas; d) padrão de acabamento da construção e e) número total de unidades.

5 Nota. Fonte: http://www.sinduscon-mg.org.br Orçamento por composição de custo unitário O orçamento por composição de custo é um orçamento detalhado que trásmaior segurançadurante a execução de uma obra.com ele é possível chegar muito próximo ao custo real de um empreendimento, evitando-se assim imprevistos financeiros, que podem prejudicar ou mesmo paralisar o andamento de uma obra. Quanto maior for o nível de detalhamento dos serviços a serem avaliados durante o processo do orçamento, mais preciso ele será. Projetos executivos bem detalhados, especificações corretas, composições de preços dos serviços e levantamento dos preços de insumos são itens indispensáveis para um bom resultado. O preço de venda de um empreendimento é determinado por: Preço de venda (PV)= Custo Direto(CD) + BDI, onde: Custo direto: São todos os custos diretamente envolvidos na produção da obra, que são os insumos constituídos por materiais, mão-de-obra e equipamentos auxiliares,

6 mais toda a infra-estrutura de apoio necessária para a sua execução no ambiente da obra. (TISAKA, 2006, p. 37) Custo indireto: Despesas que, embora não incorporadas à obra, são necessárias para a sua execução, mais os impostos, taxas e contribuições. (TISAKA, 2006, p. 37 Benefícios: Previsão de Benefício ou lucro esperado pelo construtor mais uma taxa de despesas comerciais e reserva de contingência. (TISAKA, 2006, p. 37) BDI: Custos indiretos somados com os benefícios RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir serão apresentadas as planilhas resumo dos dois tipos de orçamento feitos para o empreendimento do estudo de caso: Resumo do orçamento por composição de custos Total de materiais, mão de obra e equipamentos BDI (%) Total orçamento R$ 3.799.003,78 30 R$ 4.938.704,91 Quadro 1 Resumo do orçamento por composição de custo. Insumos retirados da Tabela de construção Nov/2016 (Custo R$/m²)- Projeto Padrão Residencial PP- 4 Simples aplicação do CUB/m² Área líquida(m²) BDI (%) Total orçamento R$ 1.116,37 2550 30 R$ 3.700.766,55 Quadro 2 Simples aplicação do CUB/m² de Nov/2016. O quadro 1 e 2, mostram os resultados de dois tipos diferentes de orçamento aplicado ao nosso empreendimento. Temos no quadro 1 um orçamento

7 detalhadopor composição de custo e no quadro 2 uma simples aplicação do CUB/m², onde multiplicamos o custo da tabela de novembro de 2016 pela área coberta da edificação. O projeto é residencial popular, multifamiliar com 4 pavimentos, apartamentos com dois quartos, padrão baixo de acabamento. A partir dessas informações selecionamos Padrão Baixo PP- 4, cujo valor é de R$1.116,37 por m². Tabela1 Valores do CUB/m² Nov/2016 Fonte: (SINDUSCON/MG, 2016) Ao analisarmos os resultados, observamos que o orçamento por estimativa utilizando a tabela CUB/m² apresentou uma diferençaem relação ao orçamento detalhado de -R$1.237.938,36, uma diferença de 25% o que pode ser considerada alta, podendo apresentar erros significativos para a construção. A seguirtemos o quadro 3, que mostra uma aplicação detalhada do CUB/m². Aplicação detalhada do CUB/M² (Considerando os custos recomendados) (Custo R$/m²)- Projeto Padrão Residencial PP-4 Área líquida(m²) Custo com fundação/obras complementares BDI (%) Total orçamento R$ 1.116,37 2550 R$ 821.982,53 30 R$ 4.769.343,84 Quadro 3 Aplicação detalhada do CUB/m² Na aplicação detalhada demonstrada no quadro 3, acrescentamos ao cálculo os custos com fundação e obras complementares. No empreendimento em estudo as obras complementares contemplam passeio, meio fio, muro de divisa e paisagismo. A incorporação ao CUB/m² desses tipos de serviço se mostrou extremamente eficiente e significativo. Obtendo-se uma diferença em relação ao orçamento

8 detalhado de -R$169.931,07, reduzindo a margem de erro do orçamento por estimativa de 25% para 3,42%. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nosso estudo procurou mostrar a importância da adequada aplicação dos métodos orçamentários por estimativa. Pudemos observar que a estimativa feita utilizando o índice divulgado pelo Sinduscon/MG, CUB/m², foi eficiente apenas quando observamos e incorporamos ao custo alguns fatores específicos. O CUB/m² se aplicado simplesmente multiplicando-se a área construída pelo valor por m², teremos uma margem de erro da ordem de 25%, o que pode inviabilizar a aplicação do método. Quando aplicamos o mesmo índice levando em consideração a fundação e as obras complementares, a margem de erro passou a ser menor que 4%. A utilização do CUB/m² é muito significativa para os construtores, já que é um método rápido, prático e eficiente quando bem aplicado. É ideal para fases preliminares da obra, quando se almeja um valor aproximado do custo real. Porém ele não substitui o orçamento detalhado, pois neste, todas as especificidades construtivas do projeto são levadas em consideração, além de ser influenciado por um cronograma. O estudo não teve como objetivo chegar a estatísticas precisas quanto à margem de erro do método por estimativa CUB/m², porém resultados mais próximos a realidade podem ser obtidos se um processo comparativo mais abrangente for adotado, ou mesmo a utilização do método com a incorporação de outras considerações e serviços específico for realizado para diversas obras.

9 REFERÊNCIAS AVILA, Antonio Victorino; LIBRELOTTO, Liziane Ilha; LOPES, Oscar Ciro. Orçamento de obras. Santa Catarina: Edição dos autores, 2003. 66p. GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Noções de orçamento e planejamento de obras. Rio Grande do Sul: Edição dos autores, 2008.49p. NORMA TÉCNICA INSTITUTO DE ENGENHARIA Nº 01/2011: Norma técnica para elaboração de orçamentos de obras de construção civil, [S.I.], 2011. 151p. SINDUSCON-MG: Custo Unitário Básico: Principais Aspectos. Belo Horizonte: Edição dos autores. 2007.112p. SINDUSCON-MG: Tabela CUB/m² Desonerada Nov/2016: Disponível em <http://www.sinduscon-mg.org.br> Acesso em: Junho de 2017. SUDECAP: Tabela Mensal de Preços... [Belo Horizonte]: Edição dos autores 2016. TEIXEIRA, Luciane Pires; CARVALHO, Fátima Marília Andrade. A construção civil como instrumento do desenvolvimento da economia brasileira. Revista Paranaense de desenvolvimento. Curitiba,N,109, Jul- Dez, págs. 9-26, 2005. TISAKA, Maçahiko. Orçamento na Construção civil. São Paulo: Pini, 2006. 367p.