TÍTULO: MORFOANATOMIA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE EUCALYPTUS UROGRANDIS, CULTIVADO NA REGIÃO DE CAMPO GRANDE MS.

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Transcrição:

TÍTULO: MORFOANATOMIA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE EUCALYPTUS UROGRANDIS, CULTIVADO NA REGIÃO DE CAMPO GRANDE MS. CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA SUBÁREA: CIÊNCIAS AGRÁRIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP AUTOR(ES): MARIANA ROCHA DE LIMA BARBOSA ORIENTADOR(ES): ELOTY JUSTINA DIAS SCHLEDER

Morfoanatomia e Composição Química de Eucalyptus urograndis, Cultivado na Região de Campo Grande MS. Mariana Rocha de Lima Barbosa¹ Resumo Eucalyptus spp. destaca-se sob o ponto de vista econômico, com diversas espécies de crescimento rápido. Existem cultivos florestais que utilizam espécies geneticamente modificadas, como E. urograndis, híbrido de E. urophylla e E. grandis, amplamente utilizado em plantios florestais. O presente trabalho tem como objetivo investigar a composição química e morfoanatômica de folhas de Eucalyptus urograndis cultivado na região de Campo Grande MS. As folhas coletadas, foram encaminhadas ao Laboratório de Morfologia Vegetal, submetidas a análise morfoanatomica e testes histoquímicos. Foram realizados cortes transversais e paradérmicos, na região mediana das folhas, a mão livre, utilizando-se lâmina de barbear. O material seccionado foi clarificado com hipoclorito de sódio a 20%, lavado três vezes em água destilada, corado com Safranina 1%, repetindo-se o processo de lavagem, após imersos em Azul de Astra 1%, finalizando com o processo de lavagem. Para os testes histoquímicos os cortes paradérmicos e transversais do material botânico a fresco foram submetidos a corante e reagentes para identificação de: (a) amido - Lugol; (b) material lipídico Sudan III; (c) mucilagem Azul Metileno; (d) compostos fenólicos e tanino - Cloreto Férrico; (e) açúcares redutores Fehling. Após montados em lâmina e observados ao microscópio. A epiderme é uniestratificada, recoberta por cutícula, o mesofilo é dorsiventral, com presença de ductos secretores. Nervura mediana plano-convexa, formada por feixes bicolaterais envoltos por bainha de esclerênquima, com presença de colênquima nas duas superfícies e de cristais de oxalato de cálcio dos tipos drusas e prismáticos. Palavras-chave: Eucalipto; anatomia; testes histoquímicos. Introdução A família Myrtaceae possui em torno de 130 gêneros 4.000 espécies, o que a posiciona como a maior família de Myrtales (JOHNSON & BRIGGS, 1984; WATSON & DALLWITZ, 2007). No Brasil ocorrem 22 gêneros e aproximadamente 1000

espécies, representando uma das maiores famílias da flora brasileira (SOUZA & LORENZI, 2012). As espécies desta família têm folhas simples, com glândulas oleíferas, flores polistêmones, ovário mediano a ínfero (CONTI et al., 1997), floema interno e pontoações ornamentadas nos vasos do xilema (JOHNSON & BRIGGS, 1984). Do ponto de vista econômico, destaca-se o Eucalyptus spp. com diversas espécies de crescimento rápido, cultivadas para a obtenção de madeira, utilizada para a produção de postes, mourões, carvão, bem como para a fabricação de papel. Algumas espécies podem ser utilizadas como plantas aromáticas, como E. citriodora, cuja matéria-prima é empregada na fabricação de produtos de limpeza e aromatizantes para sauna. Além disso a abundante floração dos eucaliptos faz com que sejam utilizados como fonte de alimento para as abelhas na produção de mel (SOUZA & LORENZI, 2012). O eucalipto é visto ainda, como uma espécie muito utilizada em sistemas agroflorestais (SAFs), com destaque para o sistema de integração lavoura pecuária e floresta (ilpf), pois possui características desejáveis como, fuste alto, crescimento rápido, adaptação ao ambiente e tolerância à seca (DANIEL, et al., 2000; FERREIRA et al., 2008). Existem centenas de espécies do gênero Eucalyptus, no entanto, poucas são destinadas ao plantio em grande escala, por não apresentarem características comerciais desejáveis. Segundo a Food and Agriculture Organization (2005), Eucalyptus grandis e E. urophylla representam as espécies mais utilizadas no plantio extensivo. A espécie Eucalyptus urophylla é nativa de algumas ilhas orientais do arquipélago de Sonda, situadas ao norte da Austrália. Existem cultivos florestais que utilizam espécies geneticamente modificadas, como, por exemplo, E. urograndis, que é um híbrido de E. urophylla e E. grandis, amplamente utilizado em plantios florestais em Minas Gerais. No estado de Mato Grosso do Sul a silvicultura está em ampla expansão com uma área plantada que supera 500.000 ha, sendo a maior parte no eixo Campo Grande Três Lagoas. Entretanto pesquisas que permitam o estudo e a utilização de novas tecnologias são fundamentais (REFLORE, 2012). Diante do exposto faz-se necessário analisar a morfoanatomia e investigar a composição química da Eucalyptus urograndis, para desta forma conhecer os compostos bioquímicos oriundos da espécie.

Objetivos Objetivo geral: - Investigar a composição química e morfoanatômica de Eucalyptus urograndis cultivado na região de Campo Grande - Mato Grosso do Sul. Objetivos específicos: - Analisar a morfoanatomia de folhas de Eucalyptus urograndis; - Investigar a sua composição através de análises histoquímicas. Metodologia - Coleta de material botânico: As folhas foram coletadas de plantas cultivadas no horto da Unidade Agrárias, da Universidade Anhanguera Uniderp, em Campo Grande MS e encaminhadas ao Laboratório de Morfologia Vegetal. - Processamento e armazenamento do material: No Laboratório de Morfologia Vegetal o material botânico a fresco foi submetido à análise morfoanatomica e aos testes histoquímicos e um exemplar fértil foi desidratado em estufa, sendo montado em forma de exsicata para identificação e confirmação botânica da espécie e agregada ao Herbário da Universidade Anhanguera Uniderp. - Análise morfoanatômica: Para os estudos morfoanatômicos foi empregado o material botânico a fresco. Foram realizados cortes transversais e paradérmicos, na superfície adaxial e abaxial da região mediana das folhas, a mão livre, utilizando-se lâmina de barbear. O material seccionado foi clarificado com hipoclorito de sódio a 20%, para retirada total da clorofila e após foi lavado por três vezes em água destilada. As secções foram coradas com Safranina a 1% por cinco segundos, repetindo-se o processo de lavagem. Sendo então submetido à imersão por 10 minutos em Azul de Astra a 1%, e finalizando com o processo de lavagem. O material foi triado e analisado com auxilio de microscópio de luz binocular Zeiss Kf2 e montadas lâminas semi-permanentes com água glicerinada (METCALFE; CHALKE, 1950), lutadas com esmalte incolor. - Teste Histoquímico: Para os testes histoquímicos foram utilizados material botânico, a fresco, após efetivado os cortes paradérmicos e transversais das folhas os mesmos, foram submetidos a corante e reagentes através de metodologias distintas para identificação de: (a) amido - Lugol (ROTH, 1964); (b) material lipídico Sudan III (BERLYN e MIKSCHE, 1976); (c) mucilagem Azul Metileno (JOHANSEN,

1940); (d) compostos fenólicos e tanino - Cloreto Férrico (JOHANSEN, 1940); (e) açúcares redutores Fehling (KRAUS; ARDUIN, 1997). Após coloração os cortes foram montados em lâmina e lamínula para observação em microscópio ótico binocular Zeiss Kf2. Desenvolvimento e Resultados As folhas de Eucalyptus urograndis (Myrtaceae), foram coletadas de plantas cultivadas no horto da Unidade Agrárias, da Universidade Anhanguera Uniderp, em Campo Grande MS, coordenadas geográficas, latitude 20 26 21 S e longitude 54 32 27 W, a uma altitude de 531,2 m do nível do mar. Encaminhadas ao Laboratório de Morfologia Vegetal o material botânico a fresco foi submetido à análise morfológica e anatômica e aos testes histoquímicos. As folhas de Eucalyptus urograndis são alternas, simples, glabras, pecioladas, com nervação peninérvea, apresentam heterofilia, com ápice cuspidado, base obtusa, borda inteira e coloração verde mais claro na superfície abaxial. Para o estudo anatômico da folha de E. urograndis realizou-se cortes transversais e paradérmicos no terço médio da folha. Em corte transversal a epiderme apresenta-se uniestratificada, recoberta por cutícula tanto na superfície adaxial como abaxial (Fig. 1). O mesofilo dorsiventral é constituído por dois estratos de parênquima paliçádico e vários estratos de parênquima lacunoso, com a presença de ductos secretores dispersos pelo mesofilo (Fig. 2). Nervura mediana plano-convexa formada por feixes bicolaterais em forma de arco aberto, envoltos por uma bainha de esclerênquima (Fig. 3), com presença de colênquima nas duas superfícies, adaxial e abaxial e presença de cristais de oxalato de cálcio dos tipos drusas e prismáticos. Em vista frontal as folhas apresentam estômatos anomocíticos na superfície abaxial (hipoestomáticas), células epidérmicas com contorno irregular e forma variada (Fig. 4). Na superfície adaxial evidencia-se células comuns da epiderme, canais oleíferos e ductos secretores.

Figura 1: Epiderme com cutícula Figura 2: Mesófilo foliar e canais Figura 3: Nervura mediana Figura 4: Estômatos Os resultados dos testes histoquímicos realizados nas folhas de E. urograndis estão organizados na Tabela 1. Tabela 1 Resultados dos testes histoquímicos realizados em folhas de Eucalyptus urograndis. Teste histoquímico Corte Transversal Superfície adaxial Superfície abaxial - Amido - Açúcares redutores Mucilagens Compostos lipídicos - Compostos Fenólicos (): Resultado positivo; presença da substância; (-): Resultado negativo; ausência da substância.

Os testes histoquímicos, em folhas de E. urograndis, evidenciaram compostos fenólicos em canais na região do mesofilo foliar; amido formando uma bainha amilífera envolvendo os vasos na região da nervura centra (Fig. 5); açúcares redutores amplamente distribuídos em todos os tecidos; mucilagem em canais distribuídos pelo mesófilo folhar e na nervura central; substâncias lipídicas na cutícula, dispersas pelo mesófilo e nervura central e em canais. Figura 5: Bainha amelífera envolvendo os vasos Figura 6: Substâncias lipídicas Considerações Finais Análises morfoanatômicas bem como os testes histoquímicos contribuirão com trabalhos futuros sobre o potencial da espécie, desta forma, contribuindo com a sua exploração, justificando este trabalho como fonte de pesquisa e identificação dos caracteres biológicos, químicos e morfológicos que fazem desta espécie um potencial econômico. Várias pesquisas já foram desenvolvidas sobre Eucalyptus urograndis, no entanto este estudo justifica-se pelo potencial da espécie, bem como por contribuir para um melhor conhecimento do seu comportamento nas condições edafoclimáticas de Mato Grosso do Sul. Fontes Consultadas Associação Sul-matogrossense de produtores e consumidores de florestas plantadas, Reflore, MS. Acesso em 25/05/2012. Disponível em http://www.reflore.com.br/noticias/clipping/diretor-da-reflore-vai-aos-estudios-dorbvnews-e-fala-sobre-crescimento-do-setor-de-florestas. BERLYN, G. P.; MIKSCHE, J. P. Botanical microtechinique and cytochesmistry. The Iowa State Press, Ames, 326p. 1976.

CONTI, E.; LITT, A.; WILSON, P.G.; GRAHAM, S.A.; BRIGGS, B.G.; JOHNSON, L.A.S. & SYTSMA, K.J. 1997. Interfamilial relationships in Myrtales: molecular phylogeny and patterns of morphological evolution. Systematic Botany 22:629-647. DANIEL, O.; PASSOS, C. A. M.; COUTO, L. Sistemas agroflorestais (silvipastoris e agrissilvipastoris) na região Centro-Oeste do Brasil: potencialidades, estado atual da pesquisa e da adoção de tecnologia. In: CARVALHO, M. M.; ALVIM, M. J.; CARNEIRO, J. D. C. (Ed.). Simpósio Internacional Sistemas Agroflorestais Pecuários na América do Sul CD-ROM. Embrapa Gado de Leite; FAO, 2000. FERREIRA, L.R.; VIANA, R.G.; AGNES, E.L.; TUFFI SANTOS, L.D.; GOMES, R.J.; MACHADO, A.F.L.; FREITAS, L.H.L. Integração Lavoura pecuária em pequenas propriedades formação de pastagem via consórcio milho-braquiária. In: Embrapa Gado de Leite. (Org.). Estratégia de manejo visando à melhoria da pecuária de leite familiar do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha. 1 ed. Juiz de Fora: Embrapa, 2008, v. 01, p.45-85. JOHANSEN, D. A. Plant Microtechnique. Mc Graw Hill Book, New York. 1940. JOHNSON, L.A.S. & BRIGGS, B.G. 1984. Myrtales and Myrtaceae - a phylogenetic analysis. Annals of the Missouri Botanical Garden 71: 700-756. KRAUS, J. E., ARDUIN, M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal. Edur, Seropédica, Brasil, 1997. METTCALFE, C. R.; CHALK, L. Anatomy of the dicotyledons. Oxford: Clarendon Press, v. 2, p.1500. 1957. ROTH, I. Microtecnica Vegetal. Universidade Central da Venezuela, Caracas, 1964. SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2012. 768p. WATSON, L. & DALLWITZ, M.J. 2007. The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. http://deltaintkey.com Version: 1st June 2007.