CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO AMENDOIN CULTIVADO NA REGIÃO DE MINEIROS, GOIÁS 1. Katya Bonfim Ataides Smiljanic 2
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1 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO AMENDOIN CULTIVADO NA REGIÃO DE MINEIROS, GOIÁS 1. Katya Bonfim Ataides Smiljanic 2 Joaquim Júlio Almeida Júnior 2 Francisco Solano Araújo Matos 2 Winston T. R. Silva 3 Letícia Pereira Bueno 3 Pâmela Ramiro Vilela Justino 3 Resumo: Este trabalho teve por objetivo descrever a anatomia de Arachis hypogaea L. como contribuição para a botânica estrutural. O material botânico foi coletado na Fazenda Experimental Prof. Luiz Eduardo de Oliveira Sales FELEOS, Centro Universitário de Mineiros GO, fixado em F.A.A. (50%)estocado em etanol (70%). Os cortes transversais e paradérmicos foram feitos com lâmina de aço, imersos em uma solução de Hipoclorito de Sódio, lavados em álcool e água destilada e coradoscom Azul de Astra (1%) e Safranina (1%), e em seguida comporam lâminas semi-permanentes. 1 Trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa de Fitotecnia da UNIFIMES e financiado com recursos da UNIFIMES 2 Professores do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES), Rua 22, s/nº - Setor Aeroporto Cx. P. 104 Mineiros/GO CEP fitotecniaunifimes@gmail.com 3 Acadêmicos do curso de Agronomia do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES), bolsista do programa de iniciação científica. Rua 22, s/nº - Setor Aeroporto Cx. P. 104 Mineiros/GO CEP
2 Epiderme foliar uniestratificada, mesofilo dorsiventral, estômatos paracítico e idioblastos cristalíferos, nas duas faces, tricomas tectores hipoderme adaxial armazenadora de água. O pecíolo com epiderme uniestratifica, várias camada de colênquima angular abaixo da epiderme, feixes vasculares colaterais circundados por fibras e floema voltado para o exterior. A raiz em estrutura secundária com periderme pouco desenvolvida e parênquima medular. No córtex, parênquimas e raios medulares. Palavras-chave: Botânica ecológica. Botânica estrutural. Fabaceae. Introdução O amendoim é uma planta Magnoliopsida (Dicotiledoneae), pertencente à família Fabaceae (Leguminosae) e ao gênero Arachis (CRONQUIST, 1981). Apesar do grande número de espécies conhecidas, a única cultivada é Arachis hypogaea L., jamais encontrada em estado selvagem. O nome botânico está relacionado ao modo do vegetal frutificar, ou seja, a planta emite flores na parte aérea, porém, desenvolve os seus frutos debaixo (hypo) da terra (gaea). A planta é anual, herbácea, pubescente, ramificada, de porte ereto, raiz pivotante e vigorosa, que pode atingir profundidades superiores a 1,30 m. Embora possa atingir grande profundidade, cerca de 60% desse sistema se encontram nos primeiros 30 cm do solo (INFORZATO; TELLA, 1960). As folhas são alternas, constituídas de um pecíolo longo, e de dois pares de folíolos ovalados e elípticos. Na base do pecíolo encontram-se duas estípulas longas de forma lanceolada. A flor é séssil e completa, cálice verde e corola amarela com cinco pétalas inseridas na parte superior do tubo calicinal. Os frutos são vagens indeiscentes, uniloculadas, estranguladas, de cor amarelo palha, com superfícies mais ou menos reticuladas, encerrando uma a cinco sementes presas à face interna e ventral do pericarpo (VEIGA et al. 1993). Poucos trabalhos sobre a descrição anatômica e ou botânica estrutura ou ecológica foram desenvolvidos, em face disto, este trabalho teve por objetivo descrever a anatomia de Arachis hypogaea L. como contribuição para a botânica estrutural. 2
3 Material e Método O projeto foi conduzido na área experimental da FELEOS Fazenda Experimental Luís Eduardo de Oliveira Salles, localizada no município de Mineiros (GO), apresentando como coordenadas geográficas aproximadas, S de latitude e W de longitude e com 845 m de altitude, local onde o material botânico foi coletado. O clima predominante da região, conforme classificação de Köppen (2013) é do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A precipitação pluvial média anual é de mm, com temperatura média anual de aproximadamente 25 C e umidade relativa do ar média anual de 66%. O período chuvoso se estende de outubro a março, sendo que os meses de dezembro, janeiro e fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso, e o trimestre mais seco corresponde aos meses de junho, julho e agosto (média de 27 mm). O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos EMBRAPA (2013), é classificado como Neossolo Quartzarênico e de textura arenosa, o qual foi originalmente ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por culturas anuais há mais de 15 anos. Para caracterização anatômica, partes vegetais e folhas totalmente expandidas foram colhidas aleatoriamente e em seguida, fixadas em F.A.A. (50%) e posteriormente estocadas em etanol (70%) (JOHANSEN, 1940). A folha foi cortada transversalmente por meio de uma lâmina de aço na porção mediana, borda da lâmina foliar e pecíolo para análise estrutural dos tecidos e cortes paradérmicos foram feitos para visualização dos estômatos, tricomas e outras estruturas epidérmicas. Cada corte foi imerso em uma solução de Hipoclorito de Sódio comercial até a sua total descoloração, sendo imediatamente lavados em álcool e água destilada. Por fim, as secções passaram por uma sequência de corantes, Azul de Astra (1%) e Safranina (1%), (JOHANSEN, 1940) e a partir de então, vieram a compor lâminas semi permanentes. As observações e documentações fotográficas foram feitas em um microscópio fotônico acoplado a câmera digital existente no Laboratório de Microscopia do Centro Universitário de 3
4 Mineiros - UNIFIMES. Os resultados encontrados, meramente descritivos, foram discutidos e comparados à estudos similares feitos com plantas afins. Resultados e Discussão A lâmina foliar das plantas de amendoim apresentou uma epiderme uniestratificada, com idioblastos de mucilagem na face adaxial, e mesofilo dorsiventral, constituído de parênquima clorofiliano paliçádico e lacunoso. Presença de estômatos nas duas faces (folha anfiestomática) sendo que os estômatos são do tipo paracítico (acompanhados de ambos os lados por uma ou mais células subsidiárias, paralelas ao eixo longitudinal do poro e das células estomáticas). Apresentaram idioblastos cristalíferos (prismáticos) em ambas as faces, tricomas tectores longos, unicelulares e unisseriados na epiderme de sua face adaxial e a hipoderme, voltada à face abaxial, é constituída por células armazenadoras de água, como descrito por Kumari et al. (1983). Tais características e organização interna do mesofilo apresentam similaridade com as descritas por Metcalfe e Chalk (1957) e Sanine e Rodella, Corte transversal no pecíolo revelou epiderme uniestratifica, várias camada de colênquima angular abaixo da epiderme, feixes vasculares colateral com o floema voltado para o exterior com poucas fibras ao redor do feixe. A raiz, em estrutura secundária, é delimitada por uma periderme pouco desenvolvida em que as células mais externas apresentam-se suberizadas e são gradativamente eliminadas da superfície. O córtex é formado por células parenquimáticas e em destaque os raios medulares parenquimáticos. Na região central da raiz pode ser observado o parênquima medular em franco processo de desaparecimento em função do crescimento secundário em andamento. Elementos de vasos de grande diâmetro. Conclusão Epiderme foliar uniestratificada, mesofilo dorsiventral, estômatos paracítico e idioblastos cristalíferos, nas duas faces, tricomas tectores hipoderme adaxial 4
5 armazenadora de água. O pecíolo com epiderme uniestratifica, várias camada de colênquima angular abaixo da epiderme, feixes vasculares colaterais circundados por fibras e floema voltado para o exterior. A raiz em estrutura secundária com periderme pouco desenvolvida e parênquima medular. No córtex, parênquimas e raios medulares. Referências CRONQUIST, A. An Integrated System of Classification of Flowering Plants. Columbia University Press, New York, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed. Brasília, p. INFORZATO, R.; TELLA, R. Sistema radicular do amendoim. Campinas: Bragantia, n. 19, p (Nota, n. 24). JOHANSEN, D. A. Plant microtechnique. New York: McGraw-Hill BookCo.Inc., p. KÖPPEN, G; ALVARES, C.A; STAPE, J.L; SENTELHAS, P.C; DE GONÇALVES, M; LEONARDO, J; GERD, S.Köppen's Climate Classification Map for Brazil. (em inglês). Meteorologische Zeitschrift, KUMARI, D. S.; SESHAVATHARAM, V.; U. R. MURTY. Comparative leaf anatomy of the wild species and cultivated varieties of the genus Arachis. Oléagineux 38 (1): 27-40, METCALFE, C. R.; CHALK, L. Anatomy to the dicotyledons. Clarendon Press. Oxford. pp ,
6 SANINE, R. P.; RODELLA, R. A. Caracteres estruturais foliares de espécies de Arachis e sua relação com a cercosporiose. Bonplandia 21(2): , VEIGA, R. F. A.; CORSO, G. M.; P. R. CURI. Aspectos da organografia e anatomia foliar do amendoim: genótipos SO-53 e SO-909. Bragantia 53 (1): 1-17,
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