Contestação e o Código de Defesa do

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Transcrição:

AULA 18 Consumidor Contestação e o Código de Defesa do

Conceito de contestação A contestação é a peça de defesa apresentada pelo réu para se opor ao pedido formulado pelo autor na petição inicial.

2. Características da contestação A contestação tem de impugnar ponto a ponto as argumentações do autor. A contestação é uma antítese da petição inicial.

Antítese consiste na exposição de ideias opostas. 1. A impugnação genérica gera revelia quanto à matéria de fato. Apelação n.º 1038754-09.2015.8.26.0506 - Tribunal de Justiça de São Paulo.

2. Matéria não deduzida na contestação, constituindo inovação recursal, é insuscetível de apreciação, pena de supressão de instância. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios Apelação: 0090710339565APC (0003721-55.2009.8.07.0007 )

ATENÇÃO: O curador especial pode elaborar uma contestação genérica, ou seja, por negativa geral, pois se trata de uma prerrogativa do cargo. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Recurso de Apelação n. 70072291115

OBSERVAÇÃO O curador especial (advogado ou defensor público) atuam a favor dos réus que foram citados por edital. Isso significa que eles estão desaparecidos, e seus defensores não tiveram a oportunidade de entrevistá-los pessoalmente.

Art. 335 do CPC O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias. Obs.: A contestação deve vir acompanhada da procuração ad judicia e dos documentos referentes a defesa.

Contagem do prazo para apresentação da contestação 1. Após a audiência de conciliação ou de mediação.

2. Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu no prazo de dez dias de antecedência da audiência.

3. Data da juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação for pelo correio, e não houver audiência de conciliação ou de mediação.

4. Quando a citação for feita pelo oficial de justiça, conta-se da data da juntada do mandado de citação nos autos do processo.

5. Quando a citação for eletrônica, o prazo começa a fluir no dia seguinte à consulta do teor da citação.

ATENÇÃO: Quando houver dois ou mais réus, a data para apresentar a contestação tem início quando todos os réus forem citados.

ATENÇÃO Se houver vários réus (litisconsórcio passivo), e todos eles não optarem pela audiência de conciliação ou de mediação, o prazo para a contestação começa a fluir para cada um deles a partir da apresentação do seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.

Art. 336 do CPC Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

Art. 337 do CPC Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: Nesse caso, trata-se das PRELIMINARES

I - inexistência ou nulidade da citação: Nessa caso a citação não existiu ou se existiu foi nula. Por exemplo: na ação usucapião é obrigatória a citação dos confinantes. A ausência de citação induz nulidade e desconstituição da sentença.

Nulidade de citação: A citação por edital da parte demandada somente pode substituir a pessoal na hipótese de ocorrer o exaurimento dos meios existentes, à disposição da parte autora, para a localização daquela. Não havendo este esgotamento, revela-se nula a citação por edital.

II - incompetência absoluta e relativa: Dá-se a incompetência absoluta em razão da matéria e da função. Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição e, também, de ofício. A relativa opera-se em razão do lugar e do valor da causa.

III - incorreção do valor da causa: O autor deve indicar o valor da causa na inicial, no entanto, se a indicação houver incorreção, o réu deve impugná-lo sob pena de se convalidar o valor dado à causa.

IV Inépcia da petição inicial: Dar-se-á a inépcia da inicial, quando ela não preencher os requisitos do art. 330, 1º, I a IV, do CPC, ou apresentar os defeitos indicados no art. 330 do CPC.

V Perempção: Entendemos por perempção a extinção do processo sem que o juiz tenha resolvido o mérito, por culpa do autor, porque deixou de praticar ato processual que lhe competia, durante período de tempo superior a 30 (trinta) dias, caracterizando abandono da causa (extinção do processo sem resolução de mérito); ou, porque abandonou a causa, deixando-a extinguir por três vezes. Assim, o autor estará impedido de ajuizar a mesma demanda pela quarta vez.

VI litispendência: esta palavra origina-se do latim litis que significa litígio, e a palavra pendência. Inferimos, portanto, que litispendência é litígio em andamento. Ocorre a litispendência quando houver duas ou mais ações judiciais propostas que apresentam as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. A consequência jurídica do acolhimento da litispendência é a extinção do processo sem resolução de mérito;

VII - coisa julgada: Trata-se da reprodução de ação anteriormente ajuizada e decidida por sentença; a coisa julgada ocorre quando o autor repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba mais recurso. O art. 502 do CPC explica que a coisa julgada material a sentença que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito de uma ação não mais sujeita a recurso. Neste caso o juiz não resolverá o mérito do processo, extinguindo-o sem resolução de mérito.

VIII conexão: Trata-se da existência de dois processos que apresentam o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir. As partes são diferentes. É uma defesa dilatória e visa à reunião de dois ou mais processos para julgá-los em conjunto, diante do juízo prevento, evitando decisões conflitantes entre si.

IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização: Quando alguém ingressa com uma ação ordinária, precisa ter capacidade para ser parte, isto é, aptidão para ingressar pessoalmente em juízo.

O mesmo ocorre no caso da representação ou autorização. Para o autor iniciar uma demanda judicial, ele precisa estar representado por procurador ou advogado legalmente habilitado, ou deve ter autorização do cônjuge nos casos exigidos por lei. Estes três institutos referem-se aos pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo e ensejam a extinção do feito sem resolução de mérito se tais vícios não forem sanados no prazo fixado pelo juiz.

X - convenção de arbitragem: Foi instituída pela Lei nº. 9.307/96. A arbitragem permite solucionar conflito de interesses estabelecido entre as partes sem que a questão seja submetida ao Poder Judiciário. As pessoas têm liberdade de decidir que problemas originários da interpretação e descumprimento contratual serão levados ao conhecimento de um árbitro e por ele decididos.

XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual: para figurar na ação, a parte deve ter legitimidade ou interesse da demanda. Isso significa que o bem pleiteado deve pertencer efetivamente à parte demandante. Caso contrário, o processo será extinto sem resolução de mérito. Extinguese o processo sem resolução de mérito.

XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar: l) falta de caução ou outra prestação: Neste caso, a caução ou outra prestação funcionam como um meio idôneo para a existência do processo. Se não houver a prestação da caução ou outra prestação idônea, o feito será extinto sem resolução do mérito.

XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça: O autor que não pode arcar com as despesas e custas processuais faz jus aos benefícios da justiça gratuita. Deverá comprovar por meio de documento que é pessoa pobre na acepção jurídica do termo.

Art. 337, 6º, do CPC Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. Súmula 33 do STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.

Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.

Quando o réu alegar que é parte ilegítima, deverá indicar quem deverá figurar no polo passivo da demanda sob pena de arcar com as despesas processuais.

Se o autor aceitar a indicação deverá, no prazo de 15 (quinze) dias, alterar o polo passivo da ação, alterando a petição inicial para a substituição do réu.

A legitimidade ad causam deve ser examinada sob o prisma da teoria da asserção. O que é a teoria da asserção?

A legitimidade ativa ad causam é uma das condições da ação. Sua aferição, em conformidade com a teoria da asserção, a qual tem prevalecido no STJ, deve ocorrer in status assertionis, ou seja, à luz das afirmações do demandante. (AgRg no AREsp 205.533/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,DJe 8/10/2012; AgRg no AREsp 53.146/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 5/3/2012; REsp 1.125.128/RJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 18/9/2012

A teoria da asserção está ligada às condições da ação, visto que o juiz de direito deverá analisar as condições da ação no momento da distribuição da petição inicial, inclusive a legitimidade do polo passivo da demanda.

Art. 340 do CPC Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.

O réu deve manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, exceto nos seguintes casos:

I - não for admissível, a seu respeito, a confissão: São os casos de direitos indisponíveis como, por exemplo, aqueles referentes à personalidade. Uma pessoa não pode vender um órgão do seu corpo, embora ele lhe pertença. Aplica-se também o caso de direito indisponível nas ações de alimentos. (Outros exemplos: divórcio, reconhecimento de paternidade etc.)

I - Tratando-se de demanda que envolve direito indisponível (alimentos de filho menor), nada obstante a ausência de resposta do réu, não incide o efeito da revelia de presunção dos fatos como verdadeiros. A fixação dos alimentos, assim, mesmo quando inerte o genitor requerido, será fruto de juízo norteado pelo binômio necessidade-possibilidade, que recairá sobre os elementos de prova constantes nos autos. Não há falar, portanto, em automático acolhimento da pretensão alimentar deduzida, persistindo o ônus da parte autora de demonstrar os fatos que alega. Processo: 0014564-27.2013.8.24.0020 (Acórdão) - Tribunal de Justiça de Santa Catarina

II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato: A norma está de conformidade com aquela indicada no artigo 406 do Código Processo Civil que registra o seguinte: Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.

Demanda que versa sobre propriedade do terreno (ação reivindicatória) a petição inicial deverá vir com instrumento público que comprove a propriedade do terreno.

III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto: Acontece essa situação jurídica, quando o autor desenvolve uma série de fatos na petição inicial e o réu impugna diretamente apenas alguns, porém da impugnação destes surge, ainda que implicitamente, a rejeição dos demais, por incompatibilidade lógica entre o que foi arguido e os acontecimentos não apreciados pelo réu.

Depois da contestação, o réu somente poderá deduzir novas alegações quando: a) Relativas ao direito superveniente: direito superveniente: Pelo termo superveniente entende-se o surgimento um novo direito para o autor que ocorre posteriormente à contestação.

b) Reconhecimento de ofício pelo juiz: as objeções processuais, defesas que digam respeito à matéria de ordem pública. Exemplo: prescrição e decadência.

c) Por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo: essa hipótese coincide com a anterior, em parte, porque a matéria que o réu pode alegar, por autorização legal, são as de ordem pública, não sujeitas à preclusão.

A defesa material ou de mérito classifica-se em: a) defesa de mérito de forma direta: o réu resiste diretamente ao fato constitutivo ou ao direito alegado pelo autor. Este deve comprovar a veracidade dos fatos alegados.

b) defesa de mérito de forma indireta: reconhecimento pelo réu da existência de fato jurídico alegado pelo autor, mas com a apresentação de um fato novo que modifica, impede ou extingue o direito do autor.