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Transcrição:

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Fé Pública

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Moeda Falsa Art. 289 CP- Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Bem Jurídico Tutelado: fé pública Ação nuclear: falsificar, fabricando-a ao alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou estrangeiro. Falsificar: reproduzir, imitar fraudulentamente Falsificação: Modos: Fabricando a moeda metálica ou papel-moeda CONTRAFAÇÃO ( reprodução integral do objeto verdadeiro) Alterando a moeda ou papel moeda já existente (realizam-se modificações ) Ex: altera-se o papelmoeda para aparentar valor superior

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA OBS: É da essência do delito que a falsificação seja apta a iludir vítima. Se a falsificação for grosseira, inidônea ao fim de enganar a vitima não cofigura o crime do artigo 289 CP. ATENÇÃO! Súmula 73 STJ A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado e a pessoa física prejudicada Elemento subjetivo: dolo Consumação: Com a falsificação Tentativa: possível Se o agente desistir voluntariamente de realizar a falsificação? Responderá pelo crime do artigo 291 CP ( petrechos para falsificação de moeda) Ação penal: pública incondicionada Competência: Justiça federal

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Forma equiparada E se o agente falsifica a moeda ou papel moeda e depois exporta? Responderá somente pelo caput. Trata-se post factum impunível.

Forma privilegiada TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Se o agente desconhecendo a falsidade a restitui à circulação? Não haverá crime Se o agente já tiver ciência da falsidade desde o início, já estando de má fé desde o início? 1º do artigo 289 CP

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. Se o peso da moeda for superior? Será atípico Se o papel-moeda for em quantidade inferior à autorizada? Será atípico 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA (CESPE / Analista Judiciário - TRE - MA ) A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de moeda falsa, de competência da justiça federal. Errado. A questão realça a Súmula 73 do Superior Tribunal de Justiça, que diz que a utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, de competência da justiça estadual. Sendo a falsificação grosseira, identificável à primeira vista, a fé pública não terá sido lesionada, mas sim a esfera patrimonial do particular.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA (CESPE / Procurador - AGU ) É atípica a conduta do agente que desvia e faz circular moeda cuja circulação ainda não estava autorizada, pois constitui elementar do crime de moeda falsa a colocação em circulação de moeda com curso legal no país ou no exterior. Errado. O Código Penal, no art. 289, preceitua o crime de moeda falsa, que é falsificar moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. No entanto, o 4 do mesmo artigo traz a previsão do desvio e da circulação antecipada, no qual incorrerá nas mesmas penas o agente que desvia e faz circular moeda cuja circulação ainda não estava autorizada.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA (CESPE / Delegado - PC - PB ) É atípica a conduta do agente que restitui à circulação, mesmo tendo recebido de boa fé, papel falsificado pela supressão de sinal indicativo de sua inutilização, da qual tomou posterior conhecimento. Errado. O art. 289, 2 do Código Penal institui ser crime restituir à circulação, depois de conhecer sua falsidade, moeda falsa ou alterada que recebeu de boafé como verdadeira. Embora tendo recebido de boa-fé, o fato de o agente saber que a moeda é falsa e passá-la adiante configura uma lesão à fé pública.

Crimes assimilados ao de moeda falsa TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Art. 290 CP- Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituílos à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.

Bem jurídico tutelado: fé pública Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado e pessoa prejudicada Elemento Subjetivo: dolo Consumação: Tentativa: é possível Ação penal: TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Petrechos para falsificação de moeda Art. 291 CP- Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Bem jurídico tutelado: Fé publica Ação nuclear: Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado Elemento Subjetivo: Dolo Atenção!! Tipo subsidiário: Consumação: Tentativa: admissível Ação Penal:

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Emissão de título ao portador sem permissão legal Art. 292 CP- Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.

TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Bem Jurídico Tutelado: Fé pública Verbos nuclear: Emitir (colocar em circulação) Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado e sujeito que recebe o título Elemento subjetivo: Dolo Consumação: com a emissão do título ao portador ou seja, sua transferência a qualquer pessoa, independentemente da produção do dano ou da obtenção de lucro ilícito. Tentativa: admissível Ação penal:

Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS I selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Bem Jurídico Tutelado: Fé Pública Ação nuclear: Falsificar: fabricando-os - contrafação alterando-os- modificando Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado e sujeito Elemento subjetivo: dolo Consumação: com a falsificação Tentativa: possível Ação penal: ação penal pública incondicionada CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS OBS: Lei 8.137/90 Art. 1 Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;

CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Falsificação de papéis públicos Art. 293 CP 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) I usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) II importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) III importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)

Falsificação de papéis públicos Art. 293 CP CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.

Falsificação de papéis públicos Art. 293 CP CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Atenção: Questão boa pra prova! Ainda que eu tenha recebido de boa-fé um PAPEL PÚBLICO FALSIFICADO, se eu usá-lo ou restituí-lo à circulação ( passar pra frente ), DEPOIS DE CONHECER A FALSIDADE/ALTERAÇÃO, minha conduta será criminosa artigo 293, 4º CP. 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004).

CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Petrechos de falsificação Art. 294 CP- Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Petrechos de falsificação de papéis públicos OBS: Pune-se ato preparatório É tipo subsidiário: a efetiva falsificação absorve esse crime Ação penal:

CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Causa de Aumento de Pena Art. 295 CP- Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Pergunta: Baste o agente ser funcionário público para que incida esse aumento?

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação do selo ou sinal público Art. 296 CP- Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Embora o selo ou sinal público não sejam documentos, mas sim, objetos que, se utilizados, garantem a autenticidade de um documento, estão previsto dentro do capítulo da falsidade documental. Bem jurídico Tutelado: Fé pública do selo ou sinal público Ação nuclear: Falsificar: Fabricando (contrafação, criação) Ou Alterando (modificando) Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: Estado e coletividade Elemento subjeito: dolo de falsificar o selo ou sinal público, mediante sua fabricação ou alteração, ciente de que ele se destina a autenticar documentos oficiais do Estado. Consumação: com a efetiva falsificação do selo ou sinal público Ação penal:

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação do selo ou sinal público Figura equiparada 1º - Incorre nas mesmas penas: I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; OBS: Se quem usou o selo ou sinal público foi também quem o falsificou, responderá somente pela falsificação, sendo o uso um post factum não punível. II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Art. 297 CP- Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Bem jurídico tutelado: fé pública dos documentos de natureza pública Ações nucleares: Falsificar ( criar) ou alterar (modificar )documento. Documento público: a) Documento formal e substancialmente público: Ex:CPF, RG, CNH b) Documento formalmente público, mas substancialmente privado Ex: escritura pública de transferência de propriedade Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado e terceiro lesado. Elemento subjetivo: Dolo Consumação: com a falsificação ou alteração do documento Tentativa: possível Ação penal:

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Concurso de crimes: Falso documental e uso. Se o próprio falsificador faz uso do documento falsificado, responderá somente pela falsificação. Falsidade de CPF: competência CPF é expedido pela Secretaria de Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda, pertencente à União Federalartigo 109, IV CRFB/88. competência Federal STJ, HC44701/SP CPF falso como crime-meio para prática de estelionato contra banco privado competência estadual STJ- CC 11.734/SP. Súmulas STJ Súmula 42 -Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que e parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento. Súmula 62 - Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada. Súmula 104 - Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. Súmula 200 - O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

Falsificação de documento público Art. 297 CP- CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Documento público por equiparação 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

Falsificação de documento público Art. 297 CP- CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

Falsificação de documento público Art. 297 CP- CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Figura Equiparada 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL (CESPE / Procurador - BACEN ) No crime de falsificação de documento público, o fato de ser o agente funcionário público é um indiferente penal, ainda que esse agente cometa o crime prevalecendo-se do cargo, tendo em vista que tal delito é contra a fé e não contra a administração pública. Errado. No 1 do art. 297 do CP, crime de falsificação de documento público, há a previsão de causa especial de aumento de pena. Dispõe o texto legal que, se o agente for funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, terá a pena aumentada da sexta parte.

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Art. 298 CP- Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Bem jurídico Tutelado: fé pública conferida aos documentos de natureza privada Documento particular: é todo aquele formado sem a intervenção de oficial ou funcionário público ou de pessoa investida de fé pública. Ações nucleares: falsificar ou alterar (falsidade material) Sujeito Ativo:qualquer pessoa Sujeito passivo: Estado e terceiro lesado Elemento subjetivo: dolo Consumação: com falsificação ou alteração Tentativa: admissível Ação penal:

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) OBS: Lei 8137/90 falsificação de documento particular para reduzir ou suprimir tributo Art. 1 Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsidade ideológica Art. 299 CP- Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsidade ideológica Bem jurídico tutelado: fé publica do conteúdo dos documentos públicos ou particulares Ações nucleares: Omitir crime omissivo puro Inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita; OBS: É necessário que a falsidade seja sobre fato juridicamente relevante Sujeito Ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: Estado e terceiro que sofre o dano com a falsidade Elemento subjetivo: Dolo e especial fim de de lesar direito, criar obrigação ou alterar a veracidade sobre fato juridicamente relevante. Consumação: com a omissão ou inserção da declaração falsa ou diversa da que deveria constar, não havendo necessidade de efetivo dano.(crime formal) Tentativa: nas modalidades comissivas (inserir e fazer inserir) é possível. Na modalidade omissiva (omitir) é inadmissível. Ação penal:

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsidade ideológica Falsidade ideológica e atestado de pobreza para obter assistência judiciária gratuita. Falsidade ideológica e crime de bigamia (artigo 235CP). Para que o crime de bigamia ocorra é necessário a precedente falsidade, ou seja, a declaração falsa no processo de habilitação no segundo casamento, de que inexiste impedimento legal. Falsidade ideológica consiste em crimemeio.

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL (CESPE / Analista Judiciário - TRE - MA ) No delito de falsidade ideológica, o documento é formalmente perfeito, sendo, no entanto, falsa a ideia nele contida. Correto. O crime de falsidade ideológica, art. 299 do CP, também é conhecido pelo nome de falso ideal, falso intelectual e falso moral. Nele, há uma mentira reduzida a escrito, sendo o documento genuíno ou materialmente verdadeiro. Em outras palavras, o documento, em si, é perfeito, mas o conteúdo nele é falso.

CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 300 CP- Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Bem jurídico tutelado: fé pública Ação nuclear: reconhecer como verdadeira, firma( assinatura por extenso ou abreviada) ou letra (manuscrita) que não seja. Sujeito Ativo: somente tabeliães, etc, ou seja, os funcionários públicos especialmente incumbidos de reconhecimento de firma. Sujeito Passivo: Estado e terceiro eventualmente lesado Elemento subjetivo: dolo OBS: E se o funcionário não sabe que a assinatura é falsa? Consumação: com o reconhecimento da letra ou firma Tentativa: é possível Ação penal: