PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA REFERENTE AO USO DA FITOTERAPIA

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Transcrição:

PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA REFERENTE AO USO DA FITOTERAPIA Ana Lígia Neves da Luz Luna 1 ; Thaís Isidório Cruz Bráulio 2 ; Renan Alves Silva 3 ; Maurício Lima da Silva 4 ; Geni Oliveira Lopes 5 INTRODUÇÃO As Práticas Integrativas e Complementares apresentam-se como um tema cada vez mais presente na rede de atenção à saúde. Desse modo, a utilização dessas práticas buscam complementar a assistência, atuando de forma integral para o bem-estar da população. Segundo o Ministério da Saúde, o uso da fitoterapia e as plantas medicinais estão entre os primeiros recursos terapêuticos utilizados pela população brasileira (BRASIL, 2012). A fitoterapia pode ser entendida como um produto obtido de matéria prima ativa vegetal, com finalidade profilática, curativa ou paliativa. Esse recurso pode ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal; ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie, utilizada com propósitos terapêuticos (BRASIL, 2014). É necessário destacar que os programas com plantas medicinais e fitoterapia estão concentrados em todas as regiões do país, distribuídos de forma diferenciada em virtude da biodiversidade botânica. Esses programas acontecem prioritariamente na atenção básica, envolvendo interação entre saberes populares, ações de promoção da saúde e prevenção de agravos. Ainda, incentivam o desenvolvimento da comunidade, já que, a maior parte dessas pessoas que utilizam esses tratamentos são de baixa renda precisando utilizar os serviços públicos de saúde. (BRASIL, 2012) Constata-se ainda, que a busca pela utilização de plantas a partir de conhecimento empírico já existente; muitas vezes consagrado pelo uso contínuo tem direcionado muitas pesquisas. No 1 Enfermeira. Preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Universidade Regional do Cariri. E- mail: a.ligia.luna@uol.com.br 2 Discente. Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri. E-mail: thaiscruz02@hotmail.com 3 Enfermeiro. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri. E-mail: renan.dehon@gmail.com 4 Discente. Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri. E-mail: limamauricio18@gmail.com 5 Enfermeira. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Leão Sampaio. E-mail: geni21cres@gmail.com

entanto, grande parcela da população faz uso de plantas medicinais sem o conhecimento de sua toxicidade, forma de preparo ou indicação clínica (BRASILEIRO et al., 2008). Destarte, salientam-se que os profissionais envolvidos no processo de saúde-doença devem atuar com vistas a promover saúde, prevenir agravos e recuperar padrões utilizando inúmeras possibilidades terapêuticas, em especial, a fitoterapia. No entanto, para isso devem possuir conhecimentos em relação às propriedades quanto ao preparo, indicação, dosagem e cultivo das plantas. Com isso, torna-se imprescindível conhecer a percepção dos profissionais da atenção básica referente ao uso da fitoterapia como prática integrativa ou complementar a saúde. METODOLOGIA O presente estudo, trata-se de uma pesquisa descritiva, de caráter exploratório e de natureza qualitativa, que busca evidenciar a percepção dos profissionais acerca do uso de produtos fitoterápicos em Unidades Básicas de Saúde no município de Milagres, interior do estado do Ceará, no período de setembro a outubro de 2016. Em relação aos critérios de inclusão desta pesquisa definiu-se: ser profissional com formação em Enfermagem ou Medicina; estar efetivo no exercício da profissão e atuar na Estratégia Saúde da Família. Entre os critérios de exclusão estabeleceu-se: férias anuais durante o referido período e estar em licença médica. Nesse sentido, participaram desse estudo quatro profissionais do referido município. Foram utilizados como instrumento de coleta, uma entrevista semiestruturada com questões abertas partindo da seguinte questão norteadora: O que você compreende por fitoterapia e a sua utilização na sua prática profissional? Após a realização da coleta, as respostas foram interpretadas utilizando a análise de conteúdo de Bardin categorizando a partir das unidades de recorrência no discurso. Respeitou-se as resoluções vigentes no país para realização de pesquisas envolvendo seres humanos nas ciências humanas, sociais e da saúde (BRASIL, 2012). RESULTADOS E DISCUSSÃO As reflexões estabelecidas neste primeiro eixo de análise têm como objetivo desvelar qual a percepção e o conhecimento do profissional da Atenção Básica. Nota-se que, o termo fitoterapia é conceituado por todos os entrevistados, conforme apontado nas seguintes falas:

É o uso de plantas medicinais para tratamento ou prevenção de doenças. (A1) Terapia a base de plantas medicinais. (A2) Estudo de plantas medicinais e o seu uso no tratamento e prevenção de doenças (A3) É a prevenção e tratamento de doenças por meio de plantas, através de chás (A4) Segundo Lopes, Abici e Albiero (2012), os profissionais de saúde são tidos como prescritores de modo geral na utilização da fitoterapia; mas, principalmente os médicos, visto que, possuem papel importantíssimo. Pode-se observar que no Brasil a temática da fitoterapia é bastante abordada e existe constante recomendação da utilização de práticas populares de cura nos serviços de saúde. Quando voltado à percepção dos profissionais sobre fitoterapia, faz-se necessário um conhecimento sobre sua importância e dimensionamento da mesma quando utilizada, pois configura-se como sendo primordial e essencial a utilização da temática e a informação para conseguir junto a população um desprendimento da automedicação e de fármacos convencionais. Com a inserção de fitoterápicos e plantas medicinais no contexto dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil, tem-se assim a diminuição da automedicação, e principalmente ao baixo custo e fácil acesso da população. O uso da fitoterapia tem motivos diversos, tais como aumentar a utilização dos recursos terapêuticos, de resgatar saberes populares, preservar a biodiversidade, fomentar a agro ecologia, o desenvolvimento social e a educação ambiental popular e permanente (LIMA et al., 2015). Torna-se necessário informar a população sobre as plantas medicinais porque com a utilização da mesma, pode-se diminuir gastos, proporcionar interação entre a comunidade disseminando conhecimentos populares, além de trazer uma diminuição da medicação convencional, que na maioria das vezes é realizada de forma auto administrativa. Mediante a utilização das principais plantas medicinais como forma de terapêutica opcional, podemos perceber muitas privações devido a falta de conhecimento aprofundado sobre suas indicações terapêuticas. A falta de informação muitas vezes é a principal causa da não prescrição desses medicamentos, pois, como também as medicações ilícitas, tanto pode ser benéfico ao tratamento como também pode trazes danos ao paciente, se a sua propriedade não for indicada para aquele caso. Nota-se que a falta de conhecimentos específicos para o uso da fitoterapia causa bastante transtorno na hora de prescrever essa medicação, como podemos perceber nas seguintes falas:

Acho importante essa alternativa de tratamento, pois percebe-se um uso indiscriminado de medicações ilícitas, geralmente mais tóxico, porem uma dificuldade é a limitação de medir a dosagem dos fitoterápicos, que também, dependendo da dose podem ser prejudiciais. (A3) É importante, mas na verdade precisamos de cursos para nos instrumentalizar acerca das vantagens e riscos de sua utilização. Existe no SUS o que denomina de Práticas Complementares Integrativas, mas não é muito disponibilizados em nosso processo de trabalho. (A2) Não tenho muita pratica com esse uso, porem os que prescrevo, apresentam resultado eficiente e satisfatório. (A1) Acho importante se for usada da maneira correta, com as devidas orientações, retirando a prioridade da terapia medicamentosa. (A4) Segundo Rosa, Câmara e Béria (2011), a falta de conhecimentos está ligada a não implantação de disciplinas voltadas a fitoterapia nas faculdades da área da saúde. O fato de não serem estimulados a essa terapia durante a formação, faz com que os profissionais venham a conhecer de modo geral apenas durante o seu exercício profissional, através da demanda de seus próprios pacientes. Para minimizar a distância desses profissionais com a realidade do cotidiano de trabalho na atenção básica a saúde, eles buscam por fontes informais de informação que geralmente não satisfaz suas necessidades de conhecimento. CONCLUSÃO Constata-se que, grande parte dos profissionais entrevistados realizam prescrições de produtos fitoterápicos, porém a maioria refere fragilidades no conhecimento cientifico, já que, a temática não é tão explorada no campo acadêmico, o que dificulta ainda mais a implementação das Práticas Complementares e o uso dos fitoterápicos na execução do seu trabalho nas unidades básicas. Portanto, é perceptível a necessidade de estudos mais aprofundados em relação as plantas encontradas em cada região, no intuito de promover maior conhecimento pelos profissionais e consequentemente facilidade na implantação da fitoterapia nas UBS, melhorando assim a adesão dos pacientes quanto ao seu uso como forma de tratamento de doenças e minimizando o seu uso informal. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada RDC n 26, de 13 de Maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos

tradicionais fitoterápicos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. BRASILEIRO, G. B. et al. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no Programa de Saúde da Família, Governador Valadares-MG. Rev Bras Ciênc Farm. v. 44, n. 4, p.:630-6, 2008. LIMA, F. A. et al. A fitoterapia e sua inserção no contexto da atenção básica. Rev. Saúde e ciência online. v. 4, n. 2, p. 120-28, 2015. Disponível em: http://150.165.111.246/revistasaudeeciencia/index.php/rsc-ufcg/article/view/259 acesso em 01 nov. 2016 PEREIRA, M. S. V. et al. A fitoterapia na Estratégia de Saúde da Família: resgate e conhecimento popular. Disponível em: http://coopex.fiponline.edu.br/pdf/1314119241.pdf. Acesso em: 01 nov. 2016 SAMPAIO, L. A. et al. Percepção dos enfermeiros da estratégia saúde da família sobre o uso da fitoterapia.. Rev Min Enferm. v. 17, n. 1, p. 76-84, 2013. Disponível em:< file:///c:/users/renan/downloads/v17n1a07.pdf> Acesso em: 01 ago. 2017.