Avaliação dos componentes de produtividade do milho sob adubação nitrogenada em área com calagem estabelecida (1) Alison Veloso da Costa Cunha (2) ; Luciely Bordallo da Conceição Chagas (3) ; Anna Thereza Santos Morais (4) ; Sara Helem Silva e Silva (5) ; Debora Novotck Carvalho da Silva (6) ; Ricardo Shigueru Okumura (7) (1) Trabalho executado com recursos do CNPq e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). (2) Discente de Agronomia; Universidade Federal Rural da Amazônia; Parauapebas, Pará; alisonveloso44@hotmail.com; (3) Discente de Agronomia; Universidade Federal Rural da Amazônia; Parauapebas, Pará; luh_bordallo@hotmail.com; (4) Discente de Agronomia; Universidade Federal Rural da Amazônia; Parauapebas, Pará; annatherezamorais6@gmail.com; (5) Discente de Agronomia; Universidade Federal Rural da Amazônia; Parauapebas, Pará; engsarahelem@gmail.com; (6) Discente de Agronomia; Universidade Federal Rural da Amazônia; Parauapebas, Pará; deboranovotck@hotmail.com; (7) Professor/Orientador; Universidade Federal Rural da Amazônia; Parauapebas, Pará; ricardo.okumura@ufra.edu.br. RESUMO: A adubação nitrogenada atua como uma dos principais responsáveis pelo aumento da produtividade de grãos do milho (Zea mays) nas doses adequadas para a cultura. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar os componentes de produtividade da cultura do milho (Z. mays) submetidos a adubação nitrogenada. O experimento foi conduzido no município de Parauapebas, PA, no ano agrícola de 2016. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, com esquema fatorial 5x2, os tratamentos foram constituídos de 5 doses de N (0, 45, 90, 135 e 180 kg ha -1 ) e duas fontes de N (ureia e sulfato de amônio), com quatro repetições. Foi avaliado o comprimento da espiga (CE), diâmetro da espiga (DE), número de grãos por fileira (NGPF), número de fileiras de grãos por espiga (NFPE) e massa da espiga mais palha (MEP). Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando significativo aplicado à análise de regressão polinomial, utilizando o software estatístico SISVAR. Nas condições edafoclimáticas do estudo, a variável CE expressou maior valor, 13,98 cm, na dose de 180 kg ha -1 com sulfato de amônio, enquanto a variável DE foi maior na fonte ureia, obtendo 4,45 cm, proporcionada pela dose de 90 kg ha -1. Com relação ao NGPF, NFPE e MEP não ocorreu diferenças estatísticas significativas entre as doses aplicadas, independente das fontes utilizadas, contudo, observou-se que as maiores médias foram obtidas com o sulfato de amônio para a variável NGF e ureia para NFE e MP. Termos de indexação: Zea mays L., ureia, sulfato de amônio. INTRODUÇÃO Apesar da incontestável importância dos fertilizantes nitrogenados para o aumento da produção agrícola, grandes dificuldades ainda existem na definição de doses mais econômicas de N para a cultura do milho (Zea mays), especialmente quando altas produtividades são esperadas (Caires & Milla, 2016). O N é o nutriente mineral que exerce maior influência na produtividade de grãos e também o que mais onera o custo de produção (Silva et al., 2005), sendo fundamental para o estabelecimento e a manutenção da área foliar, bem como para a formação das espigas, interferindo tanto na magnitude da fonte produtora de fotoassimilados 1
quanto na força do dreno (Rambo et al., 2007). Corrigir a acidez do solo por meio da calagem é importante para o adequado desenvolvimento do milho (Z. mays), em que o aumento do ph do solo altera a disponibilidade de nutrientes promovendo um aumento na absorção de nitrogênio. O objetivo do trabalho foi avaliar a aplicação de doses de N nos componentes de produtividade da cultura do milho (Z. mays) em uma área com calagem estabelecida no município de Parauapebas Pará. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições de campo no Centro Tecnológico da Agricultura Familiar (CETAF), situado na cidade de Parauapebas, Pará, localizado na região Sudeste do Estado, com as seguintes coordenadas geográficas: 06º 03 30 de latitude Sul, 49º 55 15 de longitude Oeste e 184 m de altitude. A área do experimento apresentava histórico de plantio sucessivo de milho (Z. mays) e antes da instalação do experimento havia realizado correção da acidez do solo há dois anos, na qual foi aplicado 2 toneladas de calcário dolomítico por hectare. O solo da área experimental foi classificado como sendo Argissolo Vermelho- Amarelo (Embrapa, 2013). A instalação do experimento ocorreu no dia 10 de Fevereiro 2016. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, com esquema fatorial 5 x 2, sendo os tratamentos constituídos por 5 doses de N (0, 45, 90, 135 e 180 kg ha -1 de N) aplicados em cobertura no estádio fenológico V4 (Ritchie et al., 1993) do milho (Z. mays) híbrido BR 205, utilizando 2 fontes de N (ureia e sulfato de amônio), com quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída por 5 linhas de plantas com 5,0 m de comprimento, espaçadas em 0,75 m entre linhas e 0,16 entre plantas, totalizando 83.333 plantas ha -1. A adubação de semeadura foi realizada com ureia, superfosfato triplo e cloreto de potássio na forma de NPK de formulação 9-25-15, utilizou-se 240 kg ha -1. Aos 108 dias após a semeadura, foi realizada a colheita das espigas dos milhos (Z. mays) de forma manual e na ocasião avaliou-se 12 espigas de cada parcela experimental, em que procederam as análises das variáveis comprimento da espiga (Silva et al., 2014) feito com o auxílio de uma trena, diâmetro da espiga (Silva et al., 2014) utilizando-se um paquímetro graduado em milímetros, número de grãos por fileira (Vieira et al., 2010) sendo feita a contagem de uma fileira para realizar a média, número de fileiras por espiga (Vieira et al., 2010) por meio de contagem manual das fileiras e massa da espiga mais palha (Alves et al., 2004) em que as espigas foram pesadas com palha, em balança analítica, após a colheita. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e, quando significativos aplicados a análise de regressão polinomial, mediante a utilização do software estatístico SISVAR (Ferreira, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram realizadas análises das variáveis levando em consideração as doses em relação a aplicação de sulfato de amônio e ureia. A variável comprimento da espiga apresentou o melhor ajuste para a equação linear, observando-se que houve diferença significativa entre as fontes aplicadas assim como as doses de N, na qual a fonte sulfato de amônio na dose de 180 kg ha -1 apresentou maior comprimento de espiga 13,98 cm, sendo que a média dos tratamentos foi de 13,28 cm. Enquanto isso, a fonte ureia não apresentou diferenças significativas pelas doses aplicadas, promovendo valor médio do comprimento da espiga de 13,01 cm (Figura 1A). Kappes et al. (2009) verificaram que maiores espigas foram obtidas com a aplicação de sulfato de amônio. Para o diâmetro da espiga, a equação que melhor se ajustou foi a quadrática, em que a fonte ureia forneceu o maior valor de diâmetro da espiga de 4,45 cm obtida na dose de 90 kg ha -1. A fonte sulfato de amônio não apresentou diferença significativa entre os tratamentos, proporcionando um valor médio de 4,34 cm de diâmetro (Figura 1B). Resultado similar foi apresentado por Zucareli et al. (2014) que verificaram resultados positivos para a característica diâmetro da espiga pela aplicação de ureia em cobertura. 2
Figura 1. Comprimento (a) e diâmetro da espiga (b) e número de grãos por fileira (c) em plantas de milho (Z. mays) híbrido BR 205 submetidos a dose de N em cobertura em Parauapebas PA. (A) (B) (C) Com relação ao número de grãos por fileira, não ocorreu diferenças estatísticas significativas entre as doses aplicadas, independente das fontes de N utilizadas. Contudo, o valor médio obtido pelo sulfato de amônio foi de 27,70 grãos por fileira, superior comparativamente ao valor de 26,78 grãos por fileira obtido pela fonte de ureia (Figura 1C). O número médio de grãos por fileira é afetado pelo tamanho da espiga, o qual é definido, principalmente, no período em que as plantas apresentam doze folhas completamente expandidas (Fancelli, 1986). Figura 2. Número de fileiras por espiga (a) e massa de espiga e palha (b) em plantas de milho (Z. mays) híbrido BR 205 submetidos a dose de N em cobertura em Parauapebas PA. (A) (B) 3
Pelas informações apresentadas na figura 2, verificou-se que o número de fileiras por espiga e massa da espiga mais palha, não apresentaram diferenças estatísticas significativas entre as doses aplicadas nas duas fontes. Contudo, para as duas variáveis, a fonte ureia demonstrou maiores médias comparativamente ao sulfato de amônio, sendo respectivamente 14,97 e 14,51 de fileiras por espiga e 168,07 g e 165,05 g de massa da espiga mais palha (Figura 2A e 2B). Cavallet et al. (2000), avaliando os efeitos da ureia e do sulfato de amônio no milho (Z. mays) de primeira safra, com e sem aplicação, verificaram que o número de fileiras de grãos por espiga não foi influenciado, apresentando valor médio de 14 fileiras. CONCLUSÕES O comprimento da espiga de milho (Z. mays) foi favorecido com o incremento da dose de sulfato de amônio, em que na dose de 180 kg ha -1 de N obteve-se 13,98 cm. O diâmetro da espiga apresentou seu maior valor de 4,45 cm, na dose de 90 kg ha -1 de N na fonte ureia. O número de grãos por fileira, número de fileiras por espiga e massa da espiga mais palha não apresentaram diferenças estatísticas entre as doses aplicadas, independente das fontes utilizadas (ureia e sulfato de amônio). AGRADECIMENTOS Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica e ao CETAF pelo apoio para realização do experimento. REFERÊNCIAS ALVES, S. M. de F.; SILVA, A. E. da; SERAPHIN, J. C.; VERA, R.; SOUZA, E. R. B. de; ROLIM, H. M. V.; XIMENES, P. A. Avaliação de cultivares de milho para o processamento de pamonha. Pesquisa Agropecuária Tropical, 34 (1): 39-43, 2004 39 BELÉM: Embrapa Amazônia Oriental, 2010. 262p. CAIRES, E. F.; MILLA, R. Adubação nitrogenada em cobertura para o cultivo de milho com alto potencial produtivo em sistema de plantio direto de longa duração. Bragantia, Campinas v. 75, n. 1, p. 87-95, 2016. CAVALLET, L. E.; PESSOA, A. C. dos S.; HELMICH, J. J.; HELMICH, P. R.; OST, C. F. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.4, n.1, p.129-132, 2000. CRAVO, M.S.; VIEGAS, I.J.M.; BRASIL, E.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado do Pará. 1 ed. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 3ª ed. Brasília, Embrapa, 2013. 353p. FANCELLI, A. L. Plantas alimentícias: guia para aula, estudos e discussão. Piracicaba: CALQ, 1986. FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, v.35, n.6, p.1039-1042, 2011. KAPPES, C.; CARVALHO, M. A. C. de; YAMASHITA, O. M.; SILVA, J. A. N. da. Influência do nitrogênio no desempenho produtivo do milho cultivado na segunda safra em sucessão à soja. Pesq. Agropec. Trop. Goiânia. v. 39, n 3, p. 251-259, 2009. RAMBO, L.; SILVA, P. R. F.; STRIEDER, M.L.; SANGOI, L.; BAYER, C.; ARGENTA, G. Monitoramento do nitrogênio na planta e no solo para predição da adubação nitrogenada em milho. Pesq Agropec Bras. 2007;42:407-17. 4
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