PROJECTO DE REGULAMENTO SERVIÇOS DE NOTAÇÃO DE RISCO SESSÃO DE CONSULTA PÚBLICA 16/09/2015
Índice Enquadramento Conceptual Notação de Risco Funções e Relevância de Notação de Risco Riscos da Actividade de Notação de risco Promoção da Actividade de Notação de Risco Enquadramento Regulamentar Porquê Regulamentar esta Actividade? Objectivo do Regulamento Estrutura do Regulamento Questões Comissão do Mercado de Capitais 2
Enquadramento Conceptual
Notação de Risco A Notação de Risco é uma opinião fundamentada sobre a qualidade de crédito de uma entidade ou de um país. A Notação de Risco informa, de uma forma simples acerca do risco de incumprimento de um determinado devedor. A primeira agência de notação de risco surgiu nos Estados Unidos da América pelas mãos de John Moody, em 1909. Comissão do Mercado de Capitais 4
Sociedades de Notação de Risco As Sociedades de Notação de Risco emitem pareceres relativos à qualidade de crédito de uma entidade ou valor mobiliário através de um sistema de classificação que obedeça aos padrões internacionais O sistema de classificação permite ajustar os custos de financiamento dos emitentes de valores mobiliários de acordo ao seu perfil de risco. Comissão do Mercado de Capitais 5
Sistema de Classificação S&P Moody's Fitch AAA Aaa AAA Prime AA+ Aa1 AA+ AA Aa2 AA High grade AA- Aa3 AA- A+ A1 A+ A A2 A Upper medium grade A- A3 A- BBB+ Baa1 BBB+ BBB Baa2 BBB Lower medium grade BBB- Baa3 BBB- BB+ Ba1 BB+ Non-investment grade BB Ba2 BB speculative BB- Ba3 BB- B+ B1 B+ B B2 B Highly speculative B- B3 B- CCC+ Caa1 Substantial risks CCC Caa2 Extremely speculative CCC- Caa3 CCC In default with little CC Ca prospect for recovery C C / DDD D / DD D In default Comissão do Mercado de Capitais 6
Funções da Notação de Risco Fornece informação comparativa sobre o risco de determinadas obrigações de crédito Independência na Informação Transferência & Divulgação Fornece informação uniforme e facilmente interpretada Informação disponível ao público gratuitamente ou a baixo custo. Comissão do Mercado de Capitais 7
Relevância da Notação de Risco EMITENTES Permite aos emitentes acederem a um mercado maior propiciado por um público investidor mais amplo; As notações maior liquidez, ou mesmo de acordo a classificação obtida, redução do custo do capital; Aumenta a confiança do investidor e orienta-os em termos de risco. Comissão do Mercado de Capitais 8
Relevância da Notação de Risco INVESTIDORES Permite uma decisão mais rápida e facilitada perante a diversidade de oportunidades de investimento disponíveis; Fornecimento de uma base de comparação entre as opções de investimento; Reduz a assimetria de informação entre investidores informados e não informados (entre investidores institucionais e de retalho); Comissão do Mercado de Capitais 9
Relevância da Notação de Risco MERCADO Permite a criação de uma curva de taxas de juro mais adequada ao risco das diferentes maturidades; Dota os intermediários de uma ferramenta de informação que lhes facilita a captação de fundos; Ajuda o desenvolvimento do mercado financeiro, promovendo uma maior eficiência, estabilidade e regulação. Comissão do Mercado de Capitais 10
Riscos da Actividade de Notação de Risco Conflito de Interesses Normalmente a notação de Rating é feita a pedido da entidade interessada, outras vezes por iniciativa da própria Agência. O lado Subjectivo A avaliação de rating envolve um juízo objectivo (assente em modelos estatísticos) mas também um juízo subjectivo sobre diversos factores tais como a capacidade de gestão/governação* Informação proveniente de parte interessada As Agências de Rating são observadores passivos que não auditam, pelo que a sua avaliação assenta na informação disponibilizada pela própria entidade ou em informação pública. Comissão do Mercado de Capitais 11
Factos Estilizados da Actividade de Notação de Risco Efeito Amplificador As agências de notação de risco têm o efeito amplificar determinadas crises como aconteceu em 1995 e 2008. Prociclicidade O agravamento das notações de risco de crédito está ligado ao ambiente macroeconómico e as más notícias. Comportamento de Conluio Têm tendência a agir em linha com as restantes agências. Comissão do Mercado de Capitais 12
Lições da Crise Financeira de 2008 O défice regulatório sobre estas agências, aliada a uma díspar supervisão, que se revelou incapaz de evitar os excessos cometidos; Agravou-se a necessidade de uma reforma regulatória sobre as agências de notação de risco; A crise revelou graves deficiências nos métodos utilizados pelas agências de notação de risco; Comissão do Mercado de Capitais 13
Promoção da Actividade de Notação de Risco É necessário que exista um ambiente de negócios favorável que garanta a viabilidade do negócio das sociedades de notação de risco; É necessário a existência de um número adequado de entidades com a necessidade de ajustar os seus custos de financiamento ao seu nível de risco; É necessário garantir a dissuasão dos conflitos de interesse nas agências de notação de risco, bem como a constante credibilização desta actividade; Comissão do Mercado de Capitais 14
Enquadramento Regulamentar
Porquê Regulamentar esta Actividade? O artigo 12.º do CódVM consagra a actividade de notação de risco e dispõem que esta actividade, quando exigida por lei ou por regulamento, deve ser apenas efectuada por uma sociedade comercial registada na CMC. Comissão do Mercado de Capitais 16
Porquê Regulamentar esta Actividade? E estabelece que cabe a CMC elaborar a regulamentação desta actividade. Comissão do Mercado de Capitais 17
Porquê Regulamentar esta Actividade? A Regulamentação desta actividade deve fundamentalmente incidir sobre: Processo de Registo das Sociedades de Notação de Risco Processo de Registo dos Serviços de Notação de Risco Regras de exercício da actividade de Notação de Risco Deveres de conduta e Gestão de conflito de Interesses Comissão do Mercado de Capitais 18
Qual o Objectivo do Regulamento? O regulamento visa disciplinar os termos e condições a que as sociedades de notação de risco estão sujeitas no exercício da actividade por estas desempenhadas. Controlar a actividade de notação de risco Assegurar que as SNR são dotadas dos meios humanos e financeiros Garantir idoneidade, independência e competência técnica Garantir um nível elevado de confiança dos investidores Comissão do Mercado de Capitais 19
Qual a estrutura do Regulamento? O regulamento está dividido em 5 (cinco) capítulos: o O Capítulo I é dedicado às disposições gerais; o O Capítulo II trata do registo das sociedades de notação de risco na CMC; o O Capítulo III trata do registo dos serviços de notação; o O Capítulo IV trata do exercício de actividade; e o O Capítulo V é dedicado às disposições finais e transitórias Comissão do Mercado de Capitais 20
Capítulo I - Disposições Gerais Objecto e âmbito Definições Exercício da Actividade de Notação de Risco Comissão do Mercado de Capitais 21
Capítulo I - Disposições Gerais Objecto Regras e deveres relativos à prestação de serviços de notação de risco Requisitos para registos das SNR Princípios relativos à actividade de notação de risco Comissão do Mercado de Capitais 22
Capítulo I - Disposições Gerais Âmbito Aplica-se á prestação de serviços de notação de risco e á emissão de qualquer notação de risco por: Sociedades constituídas em Angola Sociedades internacionais que prestem serviços a emitentes ou sobre valores mobiliários sujeitos a Lei Angolana Sociedades internacionais que emitam notação sobre valores mobiliários sujeitos a Lei Angolana Comissão do Mercado de Capitais 23
Capítulo II - Registo das SNR Secção I - Pedido de Registo Secção II Actualização de Informação Secção III Requisitos de Concessão do Registo Comissão do Mercado de Capitais 24
Secção III Requisitos de Concessão do Registo Subsecção I Meios Humanos Subsecção II Meios Financeiros Subsecção III Código de Conduta Comissão do Mercado de Capitais 25
Capítulo III - Registo dos Serviços de Notação Regras de Registo Utilização de Notação de Risco de Terceiro Comissão do Mercado de Capitais 26
Capítulo IV - Exercício de Actividade Secção I - Deveres Gerais Dever de conduta Política de remuneração e incentivo Comissão do Mercado de Capitais 27
Capítulo IV - Exercício de Actividade Secção II - Organização Corporativa Subsecção - I Políticas de gestão Subsecção - II Dever de diligência Subsecção III Conflito de interesses Princípio da organização Requisitos gerais do Sistema de controlo Dever de prudência Dever de alocação Função de revisão Alteração dos produtos estruturados Prevenção de conflitos de interesses Independência Dever de divulgação Regras de não emissão Comissão do Mercado de Capitais 28
Capítulo IV - Exercício de Actividade Secção II - Organização Corporativa Subsecção - IV Regras de prestação de serviços e registo de conflito de interesses Subsecção - V Idoneidade e regras de conduta dos analistas e colaboradores Subsecção VI Regras do cliente Actividade proibida; Actividade complementares; Dever de segregação; e Registos dos conflitos de interesses. Deveres dos analistas e colaboradores; Mecanismos de rotação; e Dever de não participação. Dever de protecção dos bens e dos registo do clientes; Dever de protecção da informação; e Dever de revisão Comissão do Mercado de Capitais 29
Capítulo IV - Exercício de Actividade Secção III Metodologia Subsecção I Procedimentos e registos de arquivos Procedimento das notações de risco Arquivo das notações de risco Subsecção II Regras de monitorização e de divulgação Apresentação e divulgação das notações de risco Regras de divulgação Instrumentos financeiros estruturados Notações de riscos não solicitadas Metodologias Informação confidencial Subcontratação Actividades complementares Responsabilidades perante os investidores Prestação de informações Comissão do Mercado de Capitais 30
Capítulo IV - Exercício de Actividade Secção III Metodologia Subsecção II Regras de monitorização e de divulgação Apresentação e divulgação das notações de risco; Regras de divulgação; Instrumentos financeiros estruturados; Notações de riscos não solicitadas; Metodologias; Informação confidencial; Subcontratação; Actividades complementares; Responsabilidades perante os investidores; e Prestação de informações Comissão do Mercado de Capitais 31
Questões
Questões Sem prejuízo de outras questões que possam resultar da análise do regulamento, a CMC submete a apreciação e solicita o pronunciamento dos agentes do mercado, dos investidores, dos académicos e do público em geral, das seguintes questões: Quais os benefícios que o presente regulamento introduz ao desenvolvimento do mercado de valores mobiliários? Quais os obstáculos que o presente regulamento introduz ao desenvolvimento do mercado de valores mobiliários? Existe algum artigo ou dispositivo no presente regulamento que, de algum modo, em particular, inviabiliza o desenvolvimento da actividade de notação de risco? Estão salvaguardadas no presente regulamento, normas que permitam proteger os emitentes e investidores, de notações erradas emitidas pelas sociedades de notação de risco? Estão previstos no presente regulamento todos os dispositivos que permitam que as notações emitidas sejam obtidas com elevado grau de credibilidade e exactidão? Comissão do Mercado de Capitais 33
OBRIGADO Leonildo Manuel Carlos Vasconcelos leonildo.manuel@cmv.gv.ao Carlos.vascocelos@cmc.gv.ao Contribucoes.diploma@cmc.gv.ao institucional@cmc.gv.ao www.cmc.gv.ao