ATENÇÃO PROPORCIONADA AO DOENTE DE TUBERCULOSE NA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU

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Transcrição:

ATENÇÃO PROPORCIONADA AO DOENTE DE TUBERCULOSE NA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU Carline Slovinski Acordi 1, Janaína Pauli 1, Daiane Sampaio Sosa 2, Mayara Silveira Almeida 24, Reinaldo A. Silva-Sobrinho 3,Tereza Cristina Scatena Villa 4 Formanda do Curso de Enfermagem, Unioeste 1 (carline_slovinski@msn.com); (jana_pauli@hotmail.com); Egresso Curso de Enfermagem, unioeste 2 Professor Orientador Curso de enfermagem, Unioeste 3 (reisobrinho@yahoo.com); Professor Titular Universidade de São Paulo, USP 4 Palavras-chave: acesso, atenção primária, descentralização. Introdução Apesar de ser uma doença antiga e bem conhecida a tuberculose (TB) continua sendo a doença infecciosa que mais mata no mundo. Foi considerada quase controlada nos anos 80 e foi praticamente esquecida pela saúde publica dos países desenvolvidos nessa época. O que foi um equivoco considerando todas as mudanças no mundo no decorrer dos anos que favoreceram a doença, como a urbanização, o envelhecimento da população, a pandemia do HIV, o surgimento de grandes favelas e, além disso, a multiresistência do Mycobacterium tuberculosis - causador da doença (OMS, 2002). Considerando essas mudanças e o controle negligenciado, a doença persiste como um sério problema de saúde pública e nosso país vem tentando estruturar o serviço de saúde para atender aos seus doentes. Hoje além do enfoque no tratamento do doente através do Programa de Controle da Tuberculose (PCT) há também a Atenção Básica à saúde (ABS) que visa atender ao doente, a família e a comunidade (NOGUEIRA, 2007). O Brasil passa por um imenso esforço para descentralizar as ações de controle da TB para as equipes da atenção básica e o doente tem encontrado inúmeras dificuldades de acesso nas Equipes de Saúde da Família (ESF) (SÁ; RODRIGUES, 2011). E ainda, observa-se que a ESF também passam por um período de implementação desde a década de 1990 encontrando dificuldades entre as atividades de saúde coletiva, na referência pouco estruturada e nos profissionais de saúde (ESCOREL E GIOVANELLA, 2007). A descentralização das ações de controle da TB é um avanço significativo, porém pode trazer riscos, pois apresenta fragilidades e necessita de ajustes (MARCOLINO; NOGUEIRA, 2009). Diante das dificuldades foi implantado o tratamento diretamente observado (TDO) que teve grande sucesso e então o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) visou a integração do controle da TB com a atenção básica (FIGUEIREDO E VILLA, 2007).

A atenção primária encontra dificuldades quantitativas e qualitativas de recursos humanos, necessitando de formação e capacitação dos profissionais, além disso, a comunidade precisa de ações educativas sobre a TB, na verdade as equipes da ABS precisam se envolver no controle da doença (MONROE E GONZÁLES, 2008). A TB é um desafio para a ABS que tenta adotar medidas de prevenção e controle, a doença requer além de atenção clínica um enfoque integral, social e cultural (OBLITAS;LONCHARICH, 2010). Objetivos O estudo tem como objetivo avaliar a atenção proporcionada ao doente de TB na atenção primária do município de Foz do Materiais e métodos Trata-se de uma investigação com abordagem quantitativa. Utilizouse um questionário fechado com possibilidade de resposta dicotômica para a coleta de dados. A população de estudo foi composta por profissionais de saúde da atenção básica: médicos, enfermeiros, auxiliares/técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Realizou-se o calculo da amostra a partir do número total de profissionais com o perfil escolhido para a pesquisa no município. Sendo, 26 enfermeiros, 29 médicos, 57 auxiliares/técnicos de enfermagem e 113 agentes comunitários de saúde. Foi realizado um estudo piloto para teste e o questionário foi adequado quanto à organização dos serviços de saúde. Na análise dos dados foram construídas tabelas de frequência utilizando o pacote estatístico da Stata/soft 9.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa - CEP-UNIOESTE criado pela resolução CNS 196/96, respeitando todos os princípios da normativa. A análise ocorreu a luz do referencial designado estrutura processo resultado para avaliação da qualidade dos serviços de saúde proposto por Donabedian em 1960. Resultados e Discussão Os dados foram dispostos em tabelas para análise, abaixo se encontra a tabela com a quantidade de entrevistas realizadas e as funções exercidas na ABS entre os entrevistados. Para verificar a função dos profissionais na ABS os enfermeiros foram divididos em enfermeiros assistenciais e enfermeiros coordenadores de equipe de enfermagem/ coordenadores de Agentes Comunitários de Saúde.

Tabela 1. Distribuição dos profissionais da Atenção Básica à Saúde entrevistados em Foz do Iguaçu, PR, 2011. Nº % Enfermeiro Assistencial 10 4,4 Enfermeiro coordenador de equipe 16 7,1 Auxiliar/técnico de enfermagem 57 25,3 Médico 29 12,9 Agentes Comunitários de Saúde 113 50,2 Para que a atenção ofertada tenha qualidade é importante que os mesmos profissionais atendam ao doente ocorrendo então uma continuidade da atenção, o que possibilita ao profissional realizar feedback e acompanhar a evolução do paciente registrando os dados no livro verde, que se configura em um instrumento de avaliação da assistência, que por sua vez encontra-se esquecido nas gavetas das unidades. O Ministério da Saúde coloca em protocolo que todos os doentes de TB devem realizar o exame anti-hiv que é ofertado gratuitamente na rede pública do município, o teste não é realizado somente quando há recusa do doente. As unidades de saúde utilizam as fichas de referência e contrareferência, no entanto há uma grande dificuldade em manter o controle do paciente quando vão para outro serviço, devido à falta de retroalimentação por parte do profissional que atendeu o doente na referência. Para início do tratamento discute-se com o paciente as formas do tratamento e o local onde este deve ser realizado, se na unidade de saúde ou domicílio, quando este não comparece para tomar a dose supervisionada é realizada uma busca ativa, visando levantar o motivo e implementar soluções. Destaca-se que é necessário reflexões sobre alta taxa de abandono do tratamento, visto que essa ocorrência tem sido responsável por mortes precoces e continuidade na transmissão da doença. Tabela 2. Distribuição das respostas dos profissionais sobre o processo de atenção proporcionada aos doentes de tuberculose.

SIM NÃO NÃO SABEM Nº % Nº % Nº % Os doentes de TB são atendidos pelos mesmos profissionais cada vez que demandam ao serviço de saúde? 212 94,2 10 4,4 3 1,3 É orientada a realização do exame anti-hiv aos doentes de TB em tratamento? 160 71,1 7 3,1 58 25,8 Quando o doente é encaminhado para outros serviços de saúde, os profissionais fornecem informações escritas para entregar ao serviço referido? 193 85,8 16 7,1 16 7,1 Há contra-referência das informações referentes às consultas médicas fora desse serviço? 49 21,8 115 51,1 61 27,1 É realizada busca ao doente de TB quando ele não comparece da tomada de medicação/não busca a medicação na data correta? 221 98,2 1 0,4 3 1,3 O livro de registro e acompanhamento de doentes ( Livro Verde ) está atualizado? 64 28,2 15 6,7 146 64,9 Considerações Finais A descentralização recente justifica as dificuldades encontradas na ABS, no entanto não justifica as falhas na atenção que ocorrem aos doentes de TB, visto que o direito ao tratamento adequado é garantido pela política de Atenção Básica a Saúde. Informa-se que o serviço precisa de reorganização e planejamento para executar as ações de controle da TB. Em síntese pode-se afirmar que não há uniformidade das ações, problema encontrado não só nas ações voltadas para TB em decorrer das mudanças no SUS e nas transformações como a descentralização de alguns programas. Referências ESCOREL, Sarah et al. O programa de Saúde da Família e a construção de um novo modelo para a atenção básica no Brasil. Escola Nacional de Saúde Pública. Rio de Janeiro: 2007. MONROE, Aline Aparecida et al. Envolvimento de Equipes da Atenção Básica à Saúde no Controle da Tuberculose. Ver. Esc. Enf. USP V42. Ribeirão Preto. São Paulo: 2008

MARCOLINO, Aline Beserra Lucena et al. Avaliação do acesso às ações de controle da tuberculose no contexto das equipes de saúde da família de Bayex PB. Paraíba: 2009. SÁ, Lenilde Duarte et al. A organização da estratégia saúde da família e aspectos relacionados ao atraso do diagnóstico da tuberculose. João Pessoa, PB: 2011. OBLITAS, Flor Yesenia Musayón et al. O Papel da Enfermagem no Controle da Tuberculose: uma Discussão sob a perspectiva da equidade. Rev. Latino-Am. Enfermagem. São Paulo, Fev 2010. Word Health Organization. An expaned DOTS framework for effective tuberculosis control: Stop TB Comunicable Disease. Geneva; 2002. FIGUEIREDO, Tânia Maria Ribeiro Monteiro et al. Desempenho da Atenção Básica no Controle da Tuberculose. Rev. Saúde Pública Vol 41. São Paulo: 2007. NOGUEIRA, Jordana de Almeida et al. Busca ativa de sintomáticos respiratórios no controle da tuberculose na percepção do agente comunitário de saúde. Esc. Enf. Ribeirão Preto. São Paulo: 2007 Fontes de Financiamento O estudo é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).